quinta-feira, 12 de agosto de 2021
quarta-feira, 11 de agosto de 2021
Bolsonaro dependente de Lira e do Centrão
Por Jeferson Miola, em seu blog:
Para ser aprovada, a proposta de emenda constitucional do voto impresso [PEC-135] precisava de 308 votos de deputados [3/5], mas recebeu apenas 229 votos favoráveis, contrapostos por 218 contrários, 1 abstenção e 65 ausências.
No total, portanto, a PEC foi reprovada por 284 deputados/as, ou seja: 218 contra + 1 abstenção + 65 ausentes.
Para o governo, a derrota não representou exatamente uma surpresa, pois já estava politicamente contabilizada. E, aliás, com este revés previsível, Bolsonaro e os chefes-generais do governo militar ganharam a retórica que queriam para barbarizar a eleição e o clima político do país em 2022 [aqui].
Para ser aprovada, a proposta de emenda constitucional do voto impresso [PEC-135] precisava de 308 votos de deputados [3/5], mas recebeu apenas 229 votos favoráveis, contrapostos por 218 contrários, 1 abstenção e 65 ausências.
No total, portanto, a PEC foi reprovada por 284 deputados/as, ou seja: 218 contra + 1 abstenção + 65 ausentes.
Para o governo, a derrota não representou exatamente uma surpresa, pois já estava politicamente contabilizada. E, aliás, com este revés previsível, Bolsonaro e os chefes-generais do governo militar ganharam a retórica que queriam para barbarizar a eleição e o clima político do país em 2022 [aqui].
Rejeição do voto impresso não cala Bolsonaro
Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:
Foi uma derrota acachapante, uma resposta eloquente ao desfile dos tanques com intenção intimidatória: na noite dessa terça-feira, a emenda do voto impresso obteve apenas 229 favoráveis
Bem menos que os 308 necessários. Votaram contra 218 deputados e 64 se ausentaram para não melindrar Bolsonaro com um voto contrário.
Ele vai respeitar o resultado, como teria prometido a Arthur Lira? Claro que não.
Era isso mesmo que ele queria, a manutenção do voto eletrônico para poder falar em fraude quando for derrotado, criar confusão e, se puder, dar seu sonhado golpe. Desacreditar o sistema eleitoral é sempre um recurso dos que procuram a ditadura.
O aparato sucateado que desfilou ontem, e o mal estar no alto comando do Exército, informam que não será tão fácil arrastar as Forças Armadas para a aventura, mas o plano segue adiante.
Foi uma derrota acachapante, uma resposta eloquente ao desfile dos tanques com intenção intimidatória: na noite dessa terça-feira, a emenda do voto impresso obteve apenas 229 favoráveis
Bem menos que os 308 necessários. Votaram contra 218 deputados e 64 se ausentaram para não melindrar Bolsonaro com um voto contrário.
Ele vai respeitar o resultado, como teria prometido a Arthur Lira? Claro que não.
Era isso mesmo que ele queria, a manutenção do voto eletrônico para poder falar em fraude quando for derrotado, criar confusão e, se puder, dar seu sonhado golpe. Desacreditar o sistema eleitoral é sempre um recurso dos que procuram a ditadura.
O aparato sucateado que desfilou ontem, e o mal estar no alto comando do Exército, informam que não será tão fácil arrastar as Forças Armadas para a aventura, mas o plano segue adiante.
Bolsonaro perde, mas mostra estar vivo
Por Fernando Brito, em seu blog:
O resultado da votação da Câmara que derrubou a Proposta de Emenda Constitucional é, certamente, uma derrota para Jair Bolsonaro por ter ficado longe de não ter alcançado os 308 votos necessários para a sua aprovação.
Mas a pseudomaioria de 229 votos – 79 a menos que o necessário -, ultrapassando em 11 o número de votos “não” mostra quão grande foi e é a pressão do governo sobre o Legislativo, mais ainda porque 50 deputados deixaram de votar, obviamente, por conta da pressão governamental.
Ao contrário do que diz o presidente da Câmara, a questão não está “encerrada” e ele próprio, ao final da votação disse que há ainda “possibilidade de entendimento entre os poderes”.
Difícil, porque não houve entendimento nem mesmo no núcleo do “Centrão”, o PP, que deu 13 “não” entre os 30 dos 41 deputados do partido que votaram.
Mas a pseudomaioria de 229 votos – 79 a menos que o necessário -, ultrapassando em 11 o número de votos “não” mostra quão grande foi e é a pressão do governo sobre o Legislativo, mais ainda porque 50 deputados deixaram de votar, obviamente, por conta da pressão governamental.
Ao contrário do que diz o presidente da Câmara, a questão não está “encerrada” e ele próprio, ao final da votação disse que há ainda “possibilidade de entendimento entre os poderes”.
Difícil, porque não houve entendimento nem mesmo no núcleo do “Centrão”, o PP, que deu 13 “não” entre os 30 dos 41 deputados do partido que votaram.
A conta simplista do apoio ao voto impresso
Por Moisés Mendes, no Diário do Centro do Mundo:
Todos os 229 deputados que apoiaram a proposta de emenda do voto impresso são defensores da tese bolsonarista ou são próximos ou seguidores incondicionais de Bolsonaro?
Não. Claro que não.
A indução a esse erro, que se dissemina em algumas análises apressadas, só contribui para a confusão a serviço de Bolsonaro.
São conclusões simplistas que tentam fazer também uma conexão entre a votação de ontem e os indícios (que teriam saído dessa votação) de que se reduziu a possibilidade de impeachment de Bolsonaro.
A proposta de voto impresso não era, para a maioria dos que a apoiaram, uma ideia comprometedora.
Ah, dizem, mas era defendida por Bolsonaro. Sim, o grande defensor do voto impresso é Bolsonaro.
Todos os 229 deputados que apoiaram a proposta de emenda do voto impresso são defensores da tese bolsonarista ou são próximos ou seguidores incondicionais de Bolsonaro?
Não. Claro que não.
A indução a esse erro, que se dissemina em algumas análises apressadas, só contribui para a confusão a serviço de Bolsonaro.
São conclusões simplistas que tentam fazer também uma conexão entre a votação de ontem e os indícios (que teriam saído dessa votação) de que se reduziu a possibilidade de impeachment de Bolsonaro.
A proposta de voto impresso não era, para a maioria dos que a apoiaram, uma ideia comprometedora.
Ah, dizem, mas era defendida por Bolsonaro. Sim, o grande defensor do voto impresso é Bolsonaro.
Os tanques e a masculinidade de Bolsonaro
Por Altamiro Borges
O patético desfile de tanques desta terça-feira (10) – que visava intimidar os deputados, mas não conseguiu impedir a derrota do projeto diversionista do voto impresso – serviu para desmoralizar ainda mais Jair Bolsonaro. Ele virou motivo de chacota no Brasil e no exterior. Há comentários para todos os gostos – dos mais sérios aos mais hilários.
Aqui vale registrar a análise do renomado psicanalista Christian Dunker, postada pelo jornalista Leonardo Sakamoto no site UOL. Para ele, o desfile revelou a frágil masculinidade do fascista. "Quando o governante vê o seu poder e, logo, a sua virilidade ameaçada (porque faz essa circulação libidinal de uma coisa com outra), inventa um ritual de exibição pública... A 'bravata' pode ter efeitos reais, mas vai se mostrando ridícula porque todos percebem o que ela significa".
O patético desfile de tanques desta terça-feira (10) – que visava intimidar os deputados, mas não conseguiu impedir a derrota do projeto diversionista do voto impresso – serviu para desmoralizar ainda mais Jair Bolsonaro. Ele virou motivo de chacota no Brasil e no exterior. Há comentários para todos os gostos – dos mais sérios aos mais hilários.
Aqui vale registrar a análise do renomado psicanalista Christian Dunker, postada pelo jornalista Leonardo Sakamoto no site UOL. Para ele, o desfile revelou a frágil masculinidade do fascista. "Quando o governante vê o seu poder e, logo, a sua virilidade ameaçada (porque faz essa circulação libidinal de uma coisa com outra), inventa um ritual de exibição pública... A 'bravata' pode ter efeitos reais, mas vai se mostrando ridícula porque todos percebem o que ela significa".
terça-feira, 10 de agosto de 2021
Indígenas denunciam Bolsonaro no TIP em Haia
Por Altamiro Borges
No Dia Mundial dos Indígenas, lembrado em 9 de agosto, entidades brasileiras apresentaram ao Tribunal Penal Internacional (TIP), em Haia (Holanda), mais uma denúncia contra o "capetão" Jair Bolsonaro por crimes contra a humanidade e genocídio. O documento tem 150 páginas e lista uma série de atrocidades cometidas no Brasil nestes tempos de fascismo e obscurantismo.
A denúncia foi elaborada pela Apib (Articulação de Povos Indígenas do Brasil), que reúne entidades como a Apoinme (Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo), o Conselho do Povo Terena e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira. Ela expressa a opinião da quase totalidade das comunidades indígenas organizadas no país.
No Dia Mundial dos Indígenas, lembrado em 9 de agosto, entidades brasileiras apresentaram ao Tribunal Penal Internacional (TIP), em Haia (Holanda), mais uma denúncia contra o "capetão" Jair Bolsonaro por crimes contra a humanidade e genocídio. O documento tem 150 páginas e lista uma série de atrocidades cometidas no Brasil nestes tempos de fascismo e obscurantismo.
A denúncia foi elaborada pela Apib (Articulação de Povos Indígenas do Brasil), que reúne entidades como a Apoinme (Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo), o Conselho do Povo Terena e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira. Ela expressa a opinião da quase totalidade das comunidades indígenas organizadas no país.
A fila do osso de boi e a fila do Porsche
Por Altamiro Borges
O Brasil é mesmo o país dos contrastes. Em um extremo, o da maioria da população, pessoas na fila de um açougue por ossos de boi, 19 milhões de brasileiros com fome crônica, 50 milhões em insegurança alimentar e 15 milhões de desempregados. No outro extremo, o da minoria burguesa egoísta, uma fila de 1.500 ricaços para comprar um carro Porsche a partir de R$ 508 mil.
Segundo relato da Folha, "parte dos showrooms da Stuttgart, revendedora de carros Porsche que responde pela maior parte do mercado da marca no Brasil, foi completamente esvaziado. A fila de espera pelos veículos tem, hoje, 1.500 compradores, e a entrega pode levar de seis a oito meses, dependendo do modelo".
O Brasil é mesmo o país dos contrastes. Em um extremo, o da maioria da população, pessoas na fila de um açougue por ossos de boi, 19 milhões de brasileiros com fome crônica, 50 milhões em insegurança alimentar e 15 milhões de desempregados. No outro extremo, o da minoria burguesa egoísta, uma fila de 1.500 ricaços para comprar um carro Porsche a partir de R$ 508 mil.
Segundo relato da Folha, "parte dos showrooms da Stuttgart, revendedora de carros Porsche que responde pela maior parte do mercado da marca no Brasil, foi completamente esvaziado. A fila de espera pelos veículos tem, hoje, 1.500 compradores, e a entrega pode levar de seis a oito meses, dependendo do modelo".
Nossa luta e a correlação de forças
Por Jair de Souza
Queria começar este texto por aquilo que considero que deveria ser sua conclusão de encerramento: Nossa luta depende tanto da correlação de forças, como a correlação de forças depende de nossa luta.
Em 2016, foi desfechado um fortíssimo golpe contra a maioria do povo brasileiro. Os interesses do grande capital dos Estados Unidos e os do grande capital nacional se impuseram sobre os de nosso povo, e, em vista disto, arrumaram um pretexto dos mais imbecis imagináveis para derrubar o governo de Dilma Rousseff.
Parece até que foi brincadeira aquilo de fazer o impeachment de uma governante apelando para as tais pedaladas fiscais. Mas, precisamos ter clareza, os motivos para a grande burguesia e o imperialismo imporem sua dominação sobre uma nação nada precisam ter a ver com a realidade. Se não houver motivos reais justificáveis, os mesmos serão fabricados. E assim foi.
Queria começar este texto por aquilo que considero que deveria ser sua conclusão de encerramento: Nossa luta depende tanto da correlação de forças, como a correlação de forças depende de nossa luta.
Em 2016, foi desfechado um fortíssimo golpe contra a maioria do povo brasileiro. Os interesses do grande capital dos Estados Unidos e os do grande capital nacional se impuseram sobre os de nosso povo, e, em vista disto, arrumaram um pretexto dos mais imbecis imagináveis para derrubar o governo de Dilma Rousseff.
Parece até que foi brincadeira aquilo de fazer o impeachment de uma governante apelando para as tais pedaladas fiscais. Mas, precisamos ter clareza, os motivos para a grande burguesia e o imperialismo imporem sua dominação sobre uma nação nada precisam ter a ver com a realidade. Se não houver motivos reais justificáveis, os mesmos serão fabricados. E assim foi.
Jair, guarde os brinquedinhos…
Por Fernando Brito, em seu blog:
O patético desfile militar pela Praça dos Três Poderes acabou e, de prático, ficou apenas a impressão de ridículo.
Todos sabem que temos um Presidente que sonha um papel de guarda pretoriana.
Todos também já sabemos que temos um Ministro da Defesa que, em apenas quatro anos, escalou de um comando regional do Exército para o de chefe das Três Armas à custa de expedientes políticos junto ao poder: interventor no Rio de Janeiro, depois ministro da Casa Civil e, finalmente, oferecendo-se como alternativa para Bolsonaro apunhalar outros generais: o então ministro Fernando Azevedo e Silva e os então comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica.
O patético desfile militar pela Praça dos Três Poderes acabou e, de prático, ficou apenas a impressão de ridículo.
Todos sabem que temos um Presidente que sonha um papel de guarda pretoriana.
Todos também já sabemos que temos um Ministro da Defesa que, em apenas quatro anos, escalou de um comando regional do Exército para o de chefe das Três Armas à custa de expedientes políticos junto ao poder: interventor no Rio de Janeiro, depois ministro da Casa Civil e, finalmente, oferecendo-se como alternativa para Bolsonaro apunhalar outros generais: o então ministro Fernando Azevedo e Silva e os então comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica.
Desfile de tanques é um retrato de Bolsonaro
Por Paulo Moreira Leite, no site Brasil-247:
No fundo, ele promete prender e arrebentar, à semelhança de João Figueiredo - o último presidente militar - que deixou o Palácio pela porta dos fundos.
Num esforço para examinar a crise política numa conjuntura de tensões, conflitos e sinais contraditórios, cabe uma observação obrigatória.
Jair Bolsonaro pode apoiar-se no aparato militar-burocrático que a presidência da República oferece a todo ocupante do Planalto e assim promover sucessivas demonstrações de uma força política mais aparente do que real.
Pode promover um desfile de blindados pela Praça dos Três Poderes, imagem que evoca imensos pesadelos das guerras abertas contra a democracia em várias partes do mundo - inclusive no Brasil.
Jair Bolsonaro pode apoiar-se no aparato militar-burocrático que a presidência da República oferece a todo ocupante do Planalto e assim promover sucessivas demonstrações de uma força política mais aparente do que real.
Pode promover um desfile de blindados pela Praça dos Três Poderes, imagem que evoca imensos pesadelos das guerras abertas contra a democracia em várias partes do mundo - inclusive no Brasil.
No fundo, ele promete prender e arrebentar, à semelhança de João Figueiredo - o último presidente militar - que deixou o Palácio pela porta dos fundos.
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