Por Moisés Mendes, no site Brasil-247:
Depois de ouvir o pedido de trégua de Bolsonaro, Alexandre de Moraes não precisa perder tempo pensando no que deve fazer.
Não há encruzilhadas. Só há um rumo bem iluminado diante do ministro: seguir em frente.
Moraes não precisa mais provar a ninguém que não teme Bolsonaro e a estrutura militar e miliciana que o sustenta.
Mas não pode oferecer dúvidas aos que possam acreditar que andará para os lados ou que reduzirá o ímpeto do inquérito das fake news e dos atos pró-golpe.
Moraes não deve se preocupar em fortalecer a certeza de que continuará agindo para esclarecer o envolvimento dos filhos de Bolsonaro e dos cúmplices deles na produção de notícias falsas e de difamações e na organização de manifestações pró-ditadura.
domingo, 12 de setembro de 2021
O país onde a realidade não importa
Por Fernando Brito, em seu blog:
Fala-se, com razão, todo o tempo sobre a nota de Bolsonaro finge que não aconteceu o que todos viram que aconteceu no Sete de Setembro e que “o calor do momento” tem o condão de fazer evaporar as palavras ditas nos palanques.
Mas não é o presidente da República o único participante deste torneio nacional de cinismo e hipocrisia.
Longos parágrafos, nos discursos do presidente da Câmara, Arthur Lira, e do Supremo Tribunal Federal, Luís Fux, foram dedicados a destacar o caráter “pacífico e democrático” das manifestações.
Todo mundo viu que centenas, milhares de faixas e cartazes pediam o fechamento do Supremo, da Câmara e do Senado, a cassação de seus integrantes e a “intervenção militar com Bolsonaro no poder”.
Fala-se, com razão, todo o tempo sobre a nota de Bolsonaro finge que não aconteceu o que todos viram que aconteceu no Sete de Setembro e que “o calor do momento” tem o condão de fazer evaporar as palavras ditas nos palanques.
Mas não é o presidente da República o único participante deste torneio nacional de cinismo e hipocrisia.
Longos parágrafos, nos discursos do presidente da Câmara, Arthur Lira, e do Supremo Tribunal Federal, Luís Fux, foram dedicados a destacar o caráter “pacífico e democrático” das manifestações.
Todo mundo viu que centenas, milhares de faixas e cartazes pediam o fechamento do Supremo, da Câmara e do Senado, a cassação de seus integrantes e a “intervenção militar com Bolsonaro no poder”.
Brasil velho de guerra, com STF e com tudo
Por Luis Nassif, no Jornal GGN:
Ontem foi um jorrar de informações jornalísticas, boatos, rumores de toda ordem.
Juntando todos os elementos em uma narrativa lógica, é possível entender o que está por trás das loucuras e do recuo de Jair Bolsonaro.
Peça 1 – Bolsonaro perde os caninos
A peça central dessa ópera bufa são as investigações das fake news, conduzidas pelo Ministro Alexandre de Moraes. Elas continuaram avançando, aparentemente chegaram ao destino final – os financiadores – e colocaram na alça de mira o filho Carlos Bolsonaro e o próprio Jair.
É esse fato que gerou todos os desequilíbrios de Bolsonaro e induziu-o aos desafios à democracia, nos eventos de 7 de Setembro, e à sua tentativa de antecipar o golpe de Estado marcado para 2022.
Ontem foi um jorrar de informações jornalísticas, boatos, rumores de toda ordem.
Juntando todos os elementos em uma narrativa lógica, é possível entender o que está por trás das loucuras e do recuo de Jair Bolsonaro.
Peça 1 – Bolsonaro perde os caninos
A peça central dessa ópera bufa são as investigações das fake news, conduzidas pelo Ministro Alexandre de Moraes. Elas continuaram avançando, aparentemente chegaram ao destino final – os financiadores – e colocaram na alça de mira o filho Carlos Bolsonaro e o próprio Jair.
É esse fato que gerou todos os desequilíbrios de Bolsonaro e induziu-o aos desafios à democracia, nos eventos de 7 de Setembro, e à sua tentativa de antecipar o golpe de Estado marcado para 2022.
O dia depois da farsa
Por Roberto Amaral, em seu site:
O 7 de setembro de Jair Bolsonaro vai para a história como o 18 Brumário que não deu certo. A farsa grotesca, pré-anunciada pelo desfile das relíquias da marinha no último 30 de agosto, afastou o temido trago da tragédia prometida, mas não deve ser vista como ameaça de todo debelada: continuará conosco por um ainda largo tempo, pois durará enquanto não for alterada a presente correlação de forças e removido o atual polo hegemônico, em cujo diretório têm assento os fardados, os herdeiros da casa grande, os procuradores do grande capital e os delegados do império do norte: o 1% de brancos ricos e milionários que nos governa, sem alternância desde a remota origem colonial.
O 7 de setembro de Jair Bolsonaro vai para a história como o 18 Brumário que não deu certo. A farsa grotesca, pré-anunciada pelo desfile das relíquias da marinha no último 30 de agosto, afastou o temido trago da tragédia prometida, mas não deve ser vista como ameaça de todo debelada: continuará conosco por um ainda largo tempo, pois durará enquanto não for alterada a presente correlação de forças e removido o atual polo hegemônico, em cujo diretório têm assento os fardados, os herdeiros da casa grande, os procuradores do grande capital e os delegados do império do norte: o 1% de brancos ricos e milionários que nos governa, sem alternância desde a remota origem colonial.
Lula é o pano de fundo da “operação Jucá”
Por Jeferson Miola, em seu blog:
1.
É razoável aventar-se a possibilidade de Lula ter sido o fator gerador da “operação Jucá” deflagrada pelas classes dominantes e seu bando armado para blindar Bolsonaro.
Lula funciona como uma assombração para os poderosos. Ele é a principal ameaça à continuidade do empreendimento de saqueio do Brasil inaugurado com o golpe contra Dilma.
O establishment, incapaz de vencer Lula dentro das regras da democracia, não abdica nem mesmo da pior das vilanias, que é a destruição da própria democracia, para impedir o retorno dele à presidência da República.
1.
É razoável aventar-se a possibilidade de Lula ter sido o fator gerador da “operação Jucá” deflagrada pelas classes dominantes e seu bando armado para blindar Bolsonaro.
Lula funciona como uma assombração para os poderosos. Ele é a principal ameaça à continuidade do empreendimento de saqueio do Brasil inaugurado com o golpe contra Dilma.
O establishment, incapaz de vencer Lula dentro das regras da democracia, não abdica nem mesmo da pior das vilanias, que é a destruição da própria democracia, para impedir o retorno dele à presidência da República.
Como anda a indicação de Mendonça ao STF
Por Naian Lopes, no Diário do Centro do Mundo:
Depois que Bolsonaro ameaçou colocar fogo na república no 7 de setembro e voltou atrás ninguém falou nada.
Mas o fato é que ainda não se sabe o que vai acontecer com a indicação de André Mendonça para o STF. Por culpa do próprio presidente, o nome vem encontrando resistência em vários segmentos, inclusive no Supremo e no Senado.
O DCM conversou com atores políticos ontem (10) e questionou em que pé está a indicação de André Mendonça.
A resposta foi unânime: “do mesmo jeito, parada”.
Depois que Bolsonaro ameaçou colocar fogo na república no 7 de setembro e voltou atrás ninguém falou nada.
Mas o fato é que ainda não se sabe o que vai acontecer com a indicação de André Mendonça para o STF. Por culpa do próprio presidente, o nome vem encontrando resistência em vários segmentos, inclusive no Supremo e no Senado.
O DCM conversou com atores políticos ontem (10) e questionou em que pé está a indicação de André Mendonça.
A resposta foi unânime: “do mesmo jeito, parada”.
Bolsonaro frustra sua base. ‘O mito murchou’
Charge: https://www.instagram.com/jorgeomau/ |
A “Declaração à Nação” de Jair Bolsonaro, divulgada nesta quinta-feira (9), virtualmente pedindo desculpas – inclusive ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal – pelo seu comportamento no dia 7 de setembro é considerada por analistas e parlamentares uma capitulação.
“O mito murchou”, diz o deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG). Para ele, o recuo inesperado contido na carta de Bolsonaro causa sensação de frustração e decepção nas hostes bolsonaristas. “Eles queriam um deus. Fizeram até uma estátua de madeira para ele, e o deus deles arregou.”
Na opinião de Delgado, Bolsonaro “ficou empolgado” com os gastos de dinheiro dos empresários amigos da soja e de igrejas. “Falou besteira, e o maior prejudicado de tudo o que aconteceu nos dias 7, 8 e 9 foi ele mesmo. Tanto que reconhece, ao murchar”, diz o deputado.
“O mito murchou”, diz o deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG). Para ele, o recuo inesperado contido na carta de Bolsonaro causa sensação de frustração e decepção nas hostes bolsonaristas. “Eles queriam um deus. Fizeram até uma estátua de madeira para ele, e o deus deles arregou.”
Na opinião de Delgado, Bolsonaro “ficou empolgado” com os gastos de dinheiro dos empresários amigos da soja e de igrejas. “Falou besteira, e o maior prejudicado de tudo o que aconteceu nos dias 7, 8 e 9 foi ele mesmo. Tanto que reconhece, ao murchar”, diz o deputado.
Os tutores da República vestem verde-oliva
Por Leneide Duarte-Plon, no site Carta Maior:
"O Exército vai deixar Lula voltar ao poder?" (Libération, 7 de setembro de 2021)
"Cúpula militar garante posse se PT ganhar" (Relatório Reservado, 30 de outubro a 5 de novembro de 1989)
"Leônidas com Collor, faz tudo contra Lula" (Relatório Reservado, 20 a 26 de novembro de 1989)
"Sarney temia forte reação militar à vitória de Lula" (Relatório Reservado, 1 a 7 de janeiro de 1990).
Entre o título do jornal de esquerda francês, "Libération", e os outros três do "Relatório Reservado" - uma newsletter brasileira de negócios, finanças e política – se passaram mais de 30 anos.
Mas a especulação sobre a possível interferência militar nas eleições presidenciais brasileiras permanecem. E revela um país tutelado desde o golpe de Estado militar que proclamou a República.
"O Exército vai deixar Lula voltar ao poder?" (Libération, 7 de setembro de 2021)
"Cúpula militar garante posse se PT ganhar" (Relatório Reservado, 30 de outubro a 5 de novembro de 1989)
"Leônidas com Collor, faz tudo contra Lula" (Relatório Reservado, 20 a 26 de novembro de 1989)
"Sarney temia forte reação militar à vitória de Lula" (Relatório Reservado, 1 a 7 de janeiro de 1990).
Entre o título do jornal de esquerda francês, "Libération", e os outros três do "Relatório Reservado" - uma newsletter brasileira de negócios, finanças e política – se passaram mais de 30 anos.
Mas a especulação sobre a possível interferência militar nas eleições presidenciais brasileiras permanecem. E revela um país tutelado desde o golpe de Estado militar que proclamou a República.
sábado, 11 de setembro de 2021
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