Por Elizabeth Lorenzotti, no Jornal GGN:
Faz alguns dias ando pasma com mais um feito de Doria Jr.
Ele fechou o maravilhoso parque gráfico da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, demitiu apenas lá 154 pessoas, e não sei quantas mais no total.
A Editora da Imesp foi decepada e conta com apenas duas funcionárias sobreviventes.
As livrarias foram desativadas e a Editora da USP, que também utilizava o parque gráfico, não tenho ideia de como vai se virar.
Quando você aciona o site, cai no Diário Oficial e aparece o recado: “Imprensa Oficial agora é Prodesp”.
domingo, 16 de janeiro de 2022
A chaga do fascismo
Charge: Asier Sanz |
A mídia hegemônica induz os protagonistas das redes sociais a comprar a ideia de que há uma luz no fim do túnel, sinalizado por pesquisas de intenção de voto que apontam a derrota do atual presidente nas eleições deste ano.
Mas, mesmo que isso ocorra, estaremos muito longe de uma restauração da ordem democrática e de um avanço real na pauta das urgências sociais, econômicas, políticas e culturais.
Em quatro anos de desgoverno, a milícia fascista respaldada por parte das Forças Armadas terá deixado o Estado em petição de miséria e a sociedade envenenada.
O fascismo não pode ser tratado como um incidente histórico e esse tem sido o erro principal das forças progressistas, que em graus variados se aproximam dos ideais civilizatórios.
Atacar Sergio Moro é uma boa estratégia?
Por Carol Proner
As últimas pesquisas mostram que Sérgio Moro não convence. Mesmo com padrinhos influentes na mídia, que o sustentam há anos, como se vê agora na sua enésima capa da Veja, o ex-juiz não decola e frustra os planos da terceira via.
Como tal, opinam alguns, mereceria ser ignorado. No campo jurídico esse impasse do cômputo político também aparece, de que críticas podem evidenciá-lo e, ao fim, beneficiá-lo de forma inversa.
O dilema se instalou no meio jurídico após Moro, via twitter, recusar um convite do grupo Prerrogativas para um debate a respeito da Lava Jato.
As últimas pesquisas mostram que Sérgio Moro não convence. Mesmo com padrinhos influentes na mídia, que o sustentam há anos, como se vê agora na sua enésima capa da Veja, o ex-juiz não decola e frustra os planos da terceira via.
Como tal, opinam alguns, mereceria ser ignorado. No campo jurídico esse impasse do cômputo político também aparece, de que críticas podem evidenciá-lo e, ao fim, beneficiá-lo de forma inversa.
O dilema se instalou no meio jurídico após Moro, via twitter, recusar um convite do grupo Prerrogativas para um debate a respeito da Lava Jato.
A recusa reavivou uma enxurrada de mensagens e artigos do grupo lembrando da conduta do ex-juiz na chefia da operação farsesca que abalou o curso natural da democracia brasileira.
É difícil esperar que juristas moderem suas críticas porque levamos anos dizendo a mesma coisa e é exasperante que o ex-juiz que feriu gravemente os interesses brasileiros tenha o descaramento de se candidatar.
É difícil esperar que juristas moderem suas críticas porque levamos anos dizendo a mesma coisa e é exasperante que o ex-juiz que feriu gravemente os interesses brasileiros tenha o descaramento de se candidatar.
sábado, 15 de janeiro de 2022
sexta-feira, 14 de janeiro de 2022
A guerra virtual contra o esgoto bolsonarista
Montagem: Mídia Ninja |
Para entender como as coisas funcionam no Brasil, basta imaginar situações hipotéticas de sinal invertido envolvendo o PT.
Vamos supor que as reportagens da jornalista Patrícia Campos Melo, do jornal Folha de São Paulo, em 2018, contendo fartas denúncias e riqueza de provas sobre uma máquina de calúnias, injúrias e difamações, com financiamento criminoso de empresários, não se referissem à campanha de Bolsonaro, mas sim à de Haddad?
Alguém tem dúvida de que a chapa Haddad-Manuela seria cassada, quem sabe ainda durante a campanha, ou logo em seguida, e caso vencesse, seria impedida de tomar posse?
A revogação da reforma trabalhista
Pedro Sánchez e Lula. Foto: Ricardo Stuckert |
Um tuíte do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – com não mais que 29 palavras e 200 caracteres – despertou o primeiro frenesi das elites brasileiras em relação aos temas que serão debatidos neste ano eleitoral. Ao compartilhar em suas redes sociais, em 4 de janeiro, uma notícia a respeito da “revogação” da reforma trabalhista pelo governo espanhol, Lula agregou este breve comentário: “É importante que os brasileiros acompanhem de perto o que está acontecendo na Reforma Trabalhista da Espanha, onde o presidente Pedro Sanchez está trabalhando para recuperar direitos dos trabalhadores”.
Quem fará o discurso da esquerda?
Por Roberto Amaral, em seu blog:
A burguesia aqui operante, desapartada dos interesses do país, vem garantindo o império de sua ordem, nada obstante a periódica troca nominal de governantes que promove e a sucessão de partidos políticos conservadores que no mais das vezes se confundem na mesmice de programas (escritos por mera exigência legal) e na prática comum de vícios, dentre os quais aflora o descompromisso com o que quer que mesmo de longe sugira um projeto nacional, a cuja carência debitamos grande parte de nossas mazelas. O poder pelo poder – a ocupação das sinecuras e os “negócios de Estado”– é o fim e a justificativa do concurso partidário, elevado aos píncaros da biltraria pelo Centrão, conglomerado de reacionários e negocistas de que se vale a classe dominante para manietar o Congresso e, por seu intermédio, impedir reformas e impor retrocessos políticos. Mediante esse controle, custeado pela ingerência do poder econômico nas eleições, asfixia os eventuais governos populares (sempre um episódio fora da curva), impondo-lhes a rendição, como ocorreu com o golpe de Estado parlamentar que sequestrou o mandato de Dilma Rousseff.
A burguesia aqui operante, desapartada dos interesses do país, vem garantindo o império de sua ordem, nada obstante a periódica troca nominal de governantes que promove e a sucessão de partidos políticos conservadores que no mais das vezes se confundem na mesmice de programas (escritos por mera exigência legal) e na prática comum de vícios, dentre os quais aflora o descompromisso com o que quer que mesmo de longe sugira um projeto nacional, a cuja carência debitamos grande parte de nossas mazelas. O poder pelo poder – a ocupação das sinecuras e os “negócios de Estado”– é o fim e a justificativa do concurso partidário, elevado aos píncaros da biltraria pelo Centrão, conglomerado de reacionários e negocistas de que se vale a classe dominante para manietar o Congresso e, por seu intermédio, impedir reformas e impor retrocessos políticos. Mediante esse controle, custeado pela ingerência do poder econômico nas eleições, asfixia os eventuais governos populares (sempre um episódio fora da curva), impondo-lhes a rendição, como ocorreu com o golpe de Estado parlamentar que sequestrou o mandato de Dilma Rousseff.
Bolsonaro ataca Lula e acerta em Moro
Charge: Nando Motta |
Jair Bolsonaro partiu para ataques violentos a Lula, e tem uma razão para isso.
Como se afirmou antes aqui, trata-se de apelar, já agora, para o antilulismo crônico e, com isso, “antecipar” para o primeiro turno o confronto direto com o ex-presidente.
Com isso, “matar” Moro no seu frágil nascedouro, pois o ex-juiz tem no ódio a Lula a sua única bandeira eleitoral.
Jair Bolsonaro não está dando a mínima para o que seria sua obrigação como governante, diante da explosiva onda da Covid no país, que chegou, mesmo sem considerar os dados dos testes feitos fora da rede pública – a 87,5 mil, número só abaixo dos registrados em junho de 2021, no pior momento da pandemia.
A deforma trabalhista de Temer
Charge: Mariano |
Notícias alvissareiras chegadas da Espanha precipitaram aqui, nos mundos político, empresarial e sindical, a discussão sobre o cancelamento da deforma trabalhista de Temer, o que teve a grande virtude de colocar o mundo do trabalho no centro das preocupações com os adversários dos trabalhadores abrindo seu jogo reacionário.
Na busca de informação precisa sobre a iniciativa do governo socialista espanhol ressalte-se a conferência virtual e presencial organizada pela Fundação Perseu Abramo em que participaram políticos daquele país, o ex-presidente Lula e dirigentes das centrais sindicais.
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