sexta-feira, 16 de dezembro de 2022
quinta-feira, 15 de dezembro de 2022
Janio de Freitas é demitido: réquiem da Folha
Janio de Freitas |
Eu estava lá, fardado, nos estertores da ditadura militar, de sentinela, próximo ao muro dos fundos de um quartel, em Barbacena, fazendo a primeira ronda da noite, metido em coturnos e numa japona de lã. Ouvia, ao longe, o som da multidão. Era 1984, o movimento das Diretas Já havia, finalmente, chegado à geleiras da Mantiqueira, mas no quartel, um internato militar, aquela realidade só existia para uns poucos que pescavam, na clandestinidade, os jornais que a soldadesca retirava do cassino dos oficiais e jogava no lixo. Eu tinha 18 anos, eu era um deles. Eu lia a coluna de Janio de Freitas.
O avanço do obscurantismo no futebol
Ronaldo e a carne com ouro |
Espécie de porta-voz do que há de pior no futebol, o ex-jogador Ronaldo, nesta Copa do Mundo, tem se superado. Já debochou da fome de 35 milhões de brasileiros ao levar jogadores da seleção para comer carne banhada a ouro e dizer, pasme, que isso era um bom exemplo para os mais jovens, comandou a reação alienada dos boleiros às críticas feitas pelo comentarista Casagrande à falta de postura cidadã por parte deles e passou pano para a má performance técnica de Tite e seus comandados.
Terror e golpismo na América Latina
Ilustração: Hiroto Morais (Brasil) |
Neste final de 2022, a contradição se acentua entre os recentes governos progressistas que assumiram na América Latina e as tentativas de desgaste, golpismo e pressão por parte dos poderes legislativos, judiciário, mídia empresarial, extrema-direita e frações conservadoras e neoliberais da burguesia em cada país.
O quanto cada um dos episódios de ações golpistas está articulado e tem ligação com o governo dos EUA, tempo e investigação suficiente podem dizer. Em dez dias, no entanto, acompanhamos a vice-presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, sofrer mais um capítulo de perseguição judicial. Condenada a seis anos de prisão no dia 6 de dezembro, além disso Cristina ficaria inelegível e sem possibilidade de disputar as próximas eleições do país, quando seria o principal nome do peronismo com vínculo e influência popular.
O quanto cada um dos episódios de ações golpistas está articulado e tem ligação com o governo dos EUA, tempo e investigação suficiente podem dizer. Em dez dias, no entanto, acompanhamos a vice-presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, sofrer mais um capítulo de perseguição judicial. Condenada a seis anos de prisão no dia 6 de dezembro, além disso Cristina ficaria inelegível e sem possibilidade de disputar as próximas eleições do país, quando seria o principal nome do peronismo com vínculo e influência popular.
Ação contra terroristas vem tarde e é pouca
Charge: Quinho |
Um mês e meio depois, começam a ser responsabilizados os autores e os mandantes diretos do bloqueio das rodovias depois de anunciados os resultados das eleições.
Fala-se entre 80 e mais de 100 mandados de prisão e de busca e apreensão, notadamente entre os empresários que mandaram suas frotas fazerem o papel de blindados na ocupação ilegal das estrada e na tentativa de causar um colapso no funcionamento do país.
Considerando a escala e a gravidade dos atos, é pouco e demorou.
A dívida é com a soberania
Charge: Pataxó (*Tradução: Eduardo Bolsonaro) |
Devido aos bons ofícios da equipe de transição, o público brasileiro tomou conhecimento de que o Brasil deve cerca de US$ 5 bilhões a diversos organismos internacionais importantes, como ONU, OMS, OIT, OMC etc., o que coloca em xeque, em alguns casos, nossa capacidade de participar e votar nesses grandes foros mundiais. Uma vergonha, sem dúvida.
Mas isso é apenas sintoma de um mal muito maior. Uma doença mortal que vitimou a política externa do país e a soberania do Brasil.
A política externa do governo Bolsonaro constituiu-se em ruptura não só com a exitosa política externa “ativa e altiva” dos governos do PT, mas também com todas as boas tradições da política exterior do Brasil e com os princípios constitucionais que regem nossas relações internacionais.
Os perigos nas horas finais do bolsonarismo
Charge: Simanca |
Quem imaginava que o governo Lula teria direito a uma trégua antes da posse, em 1 de janeiro de 2023, já percebeu que é preciso preparar-se para lances de uma velha guerra suja.
Em dezembro de 2022, o país assiste à agonia de um governo de extrema direita - sangrenta, covarde, como é de seu feitio.
Derrotado na vida social e nas urnas, o bolsonarismo reage como seus mestres. Estimula ações violentas e mortes como estratégia de sobrevivência pelo medo. Incapaz de convencer, tenta amedrontar. Faz parte da história.
Há quatro décadas, derrotada pela facção militar de Geisel-Figueiredo, que produziu um conjunto de concessões que aliviaram a brutalidade selvagem criada pelo regime do AI-5, a extrema-direita militar refugiu-se nos serviços de inteligência, onde planejava a morte criminosa de adversários e praticava a tortura pelo costume e até como simples vingança, pois as grandes rodas que alimentam a conjuntura já se moviam em outra direção.
Escalada golpista e a omissão de Bolsonaro
Charge: Enio |
A atitude golpista continua sendo um dos traços mais marcantes de Jair Bolsonaro (PL), mesmo quando o ainda presidente não aparece ou não se pronuncia. Seu silêncio diante dos atos terroristas promovidos por seus apoiadores em Brasília na noite de segunda-feira (12), dia em que o presidente eleito Lula (PT) foi diplomado, é extremamente eloquente. Assim como foi clara, apesar de propositalmente ambígua, a fala que fez na sexta-feira (9), atiçando sua horda mesmo que de maneira dissimulada.
quarta-feira, 14 de dezembro de 2022
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