Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
Xuxa foi demitida pela internet.
A Era Digital acabou com os tempos em que a Globo, ou qualquer empresa tradicional de mídia, podia se dar ao luxo de pagar salários extravagantes a gente que não vai ser aproveitada.
A Globo fez isso por anos, décadas, mas agora a realidade é muito mais desafiadora.
A questão dramática, para o futuro da Globo, está na receita publicitária, que é responsável por praticamente 100% de seu faturamento.
Os anunciantes estão migrando em velocidade cada vez maior das mídias convencionais – incluída a tevê – para a internet.
Na Inglaterra, um levantamento mostrou que pela primeira vez na história em 2015 a fatia da internet no bolo da propaganda será maior do que todo o resto junto – jornais, revistas, rádios, tevês etc.
No mundo, a internet já é a segunda maior mídia em faturamento publicitário, pouco atrás da tevê. A diferença é que a internet cresce aceleradamente enquanto a tevê está estagnada.
Neste ambiente, não surpreendeu uma previsão do presidente da Netflix. Segundo ele, em 2030 a tevê como conhecemos terá desaparecido.
Com suas receitas altamente ameaçadas, a Globo tem que se defender ferozmente nas despesas.
É dentro dessa lógica que se deve compreender a decisão de levar Jô para um estúdio mais barato, sem plateia, e talvez também sem o sexteto.
Xuxa não dá mais Ibope, foi a alegação da Globo, disse o site Notícias da Tevê. Mas quem dá?
Todos os programas da Globo batem sucessivos recordes de pior audiência da história da emissora, do Jornal Nacional ao Fantástico, do Faustão às novelas.
O faturamento publicitário da Globo, hoje, é absolutamente incompatível com sua audiência. A Globo vem cobrando mais caro dos anunciantes por uma entrega para cada vez menos pessoas.
Isso se explica, em boa parte, a uma invenção de Roberto Marinho chamada Bônus por Volume, o BV. As agências recebem bonificações caso optem pela Globo.
A maior parte das agências depende, hoje, do BV da Globo. E então elas se empenham, junto aos clientes, para anunciar na Globo.
Mas é uma questão de tempo que os clientes se insurjam contra isso. Ninguém gosta de colocar cada vez mais dinheiro num meio cada vez menos visto.
É provável que, como aconteceu com as revistas, algum grande anunciante saia da Globo, num futuro bem próximo, e carregue com ele o chamado efeito manada.
A internet jamais trará à Globo o dinheiro e a influência da tevê: é um meio fragmentado, em que a vantagem competitiva é dos nativos, e não das grandes companhias.
A Globo é a Abril amanhã, um colosso lutando pela sobrevivência numa paisagem inóspita e potencialmente letal.
Para retardar a queda, porque evitá-la é impossível, resta trabalhar obsessivamente na coluna de custos.
É aí que se encaixam Xuxa, Jô e muitas coisas que fatalmente ocorrerão daqui para a frente.
A Era Digital acabou com os tempos em que a Globo, ou qualquer empresa tradicional de mídia, podia se dar ao luxo de pagar salários extravagantes a gente que não vai ser aproveitada.
A Globo fez isso por anos, décadas, mas agora a realidade é muito mais desafiadora.
A questão dramática, para o futuro da Globo, está na receita publicitária, que é responsável por praticamente 100% de seu faturamento.
Os anunciantes estão migrando em velocidade cada vez maior das mídias convencionais – incluída a tevê – para a internet.
Na Inglaterra, um levantamento mostrou que pela primeira vez na história em 2015 a fatia da internet no bolo da propaganda será maior do que todo o resto junto – jornais, revistas, rádios, tevês etc.
No mundo, a internet já é a segunda maior mídia em faturamento publicitário, pouco atrás da tevê. A diferença é que a internet cresce aceleradamente enquanto a tevê está estagnada.
Neste ambiente, não surpreendeu uma previsão do presidente da Netflix. Segundo ele, em 2030 a tevê como conhecemos terá desaparecido.
Com suas receitas altamente ameaçadas, a Globo tem que se defender ferozmente nas despesas.
É dentro dessa lógica que se deve compreender a decisão de levar Jô para um estúdio mais barato, sem plateia, e talvez também sem o sexteto.
Xuxa não dá mais Ibope, foi a alegação da Globo, disse o site Notícias da Tevê. Mas quem dá?
Todos os programas da Globo batem sucessivos recordes de pior audiência da história da emissora, do Jornal Nacional ao Fantástico, do Faustão às novelas.
O faturamento publicitário da Globo, hoje, é absolutamente incompatível com sua audiência. A Globo vem cobrando mais caro dos anunciantes por uma entrega para cada vez menos pessoas.
Isso se explica, em boa parte, a uma invenção de Roberto Marinho chamada Bônus por Volume, o BV. As agências recebem bonificações caso optem pela Globo.
A maior parte das agências depende, hoje, do BV da Globo. E então elas se empenham, junto aos clientes, para anunciar na Globo.
Mas é uma questão de tempo que os clientes se insurjam contra isso. Ninguém gosta de colocar cada vez mais dinheiro num meio cada vez menos visto.
É provável que, como aconteceu com as revistas, algum grande anunciante saia da Globo, num futuro bem próximo, e carregue com ele o chamado efeito manada.
A internet jamais trará à Globo o dinheiro e a influência da tevê: é um meio fragmentado, em que a vantagem competitiva é dos nativos, e não das grandes companhias.
A Globo é a Abril amanhã, um colosso lutando pela sobrevivência numa paisagem inóspita e potencialmente letal.
Para retardar a queda, porque evitá-la é impossível, resta trabalhar obsessivamente na coluna de custos.
É aí que se encaixam Xuxa, Jô e muitas coisas que fatalmente ocorrerão daqui para a frente.
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