Foto: Roberto Parizotti/Congresso da CUT |
“O artificialismo dos argumentos é absoluto. A vontade de produzir um golpe contra o funcionamento regular das leis e das instituições é explícita. Jogam no quanto pior, melhor, o tempo todo. Pior para a população e melhor para eles”. A declaração é de Dilma Rousseff durante a abertura do 12º Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CONCUT), na noite da última terça-feira (13). Diante de um auditório lotado por cerca de 2,5 mil pessoas, no Anhembi, em São Paulo, a presidenta fez um de seus discursos mais agressivos contra a oposição e denunciou o que chamou de “golpismo escancarado”.
“Querem criar uma onda que leve de qualquer jeito ao encurtamento do meu mandato, sem fato jurídico. E isso tem nome”, afirmou a petista, cuja fala foi complementada pela plateia, que gritou “golpe”. “Eu me insurjo contra o golpismo e suas ações conspiratórias. Quem tem força moral, reputação ilibada e biografia limpa para atacar minha honra? Quem?”, questionou, sem citar nomes, na mesa ao lado de Lula e do ex-presidente do Uruguai, José Mujica.
Os desafios aos opositores não pararam por aí. Dilma disse que eles votam contra medidas aprovadas por eles mesmos no passado. “Votam contra o que fizeram quando estavam no poder. Todos os dias espalham o ódio e a intolerância nas redes sociais e na mídia”, destacou. “Quem quer a paz social e a normalidade institucional não faz a guerra política e não destila ódio e intolerância.”
Segundo a presidenta, a mira dos defensores do impeachment não está apontada apenas para a sua figura política. “Tenho consciência que esse processo não é apenas contra mim, é contra o projeto que fez o País superar a miséria e elevar milhões de pessoas para a classe média”, assinalou.
Dilma pediu o apoio dos sindicalistas e movimentos sociais para enfrentar as tentativas de destituí-la do poder. “Tenho a favor a legitimidade das urnas, que me protege e que tenho o dever de proteger. É hora de unir forças, de arregaçar mangas e combater o pessimismo, a intriga política”, reforçou. De acordo com ela, “a sociedade brasileira conhece os chamados moralistas sem moral”.
“Eu sou presidenta porque fui eleita pelo povo em eleições lícitas. Eu sou presidenta para defender a Constituição e a democracia tão duramente conquistada por todos nós”, asseverou. “É preciso defender a legalidade com toda energia.”
A petista lembrou ainda que nenhuma acusação formal pesa contra ela e comentou as chamadas “pedaladas fiscais”, um dos grandes argumentos da oposição para fundamentar as tentativas de impeachment. “Teremos uma decisão equilibrada do Congresso Nacional. O que chamam de ‘pedaladas fiscais’ são atos administrativos usados por todos os governos”, argumentou.
* Com informações do Viomundo, CUT, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo.
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