Foto: Roberto Stuckert Filho/PR |
Em seu mais agressivo discurso contra a oposição até agora, a presidenta Dilma Rousseff disse, diante do décimo segundo Congresso da Central Única dos Trabalhadores (CUT), no Anhembi, em São Paulo, que o que antes era apenas “inconformismo eleitoral” da oposição, diante da derrota de 2014, se transformou agora em “golpismo escancarado”.
“Eu sou presidenta porque fui eleita pelo povo em eleições lícitas. Eu sou presidenta para defender a Constituição e a democracia tão duramente conquistada por todos nós”, afirmou a certa altura.
Na audiência, além de sindicalistas, estavam os ex-presidentes Lula e Pepe Mujica, do Uruguai.
A presidenta disse que a hora é de unidade e convocou os presentes a lutar pela democracia.
Acusou a oposição de jogar “sem nenhum pudor” no quanto pior, melhor; “pior para a população, melhor para eles”.
Dilma disse que, através das redes sociais e da mídia, os golpistas “espalham o ódio e a intolerância”.
A essa altura, foi interrompida pelo público, que gritou “Fora Rede Globo, o povo não é bobo”.
Ela afirmou que a oposição quer “encurtar seu caminho ao poder” usando fórmulas artificiais.
“A vontade de produzir um golpe é explícita”, denunciou.
Segundo Dilma, a tentativa de golpe não é contra ela, mas contra o projeto de inclusão social do PT, o Bolsa Família, o Minha Casa, Minha Vida e os aumentos do salário mínimo.
“A sociedade brasileira conhece os chamados moralistas sem moral”, disse, alegando que parte disso se deve às políticas dos governos Lula e Dilma de fortalecer os órgãos de combate à corrupção.
Perguntou: “Eu me insurjo contra o golpismo e suas ações conspiratórias. Quem tem força moral, reputação ilibada e biografia limpa para atacar minha honra? Quem?”
A presidenta não fez menção explícita ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que acordou com a oposição um rito que facilitaria o impeachment de Dilma. Cunha é acusado de ter abastecido contas secretas na Suiça com dinheiro de corrupção no esquema investigado pela Operação Lava Jato.
Dilma lembrou que não há acusação formal contra ela e que as chamadas “pedaladas fiscais” foram atos administrativos utilizados por todos os governos que a antecederam.
Ao encerrar, citou Pepe Mujica: “Esta democracia não é perfeita, porque nós não somos perfeitos. Mas, temos de defendê-la para melhorá-la, não sepultá-la”.
0 comentários:
Postar um comentário