Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
Foram os melhores dos tempos, e foram os piores dos tempos.
Assim começa, numa tradução bem livre, um clássico de Dickens. Ele mostrava como uma mesma época pode ser vista de diferentes maneiras.
A grande frase dickensiana cabe perfeitamente para a São Paulo deste 2015 que vai terminando.
Foram os piores dos tempos, por um certo ângulo. A cidade pareceu dominada pelo que há de mais reacionário em todas as esferas.
Alguns símbolos disso: os panelaços, as manifestações em que desvairados pediam coisas como intervenção militar, as agressões a petistas em bares e restaurantes.
A São Paulo popular, obreira, corintiana, a terra da mortadela, pareceu desaparecer.
Mas eis que também os melhores dos tempos se manifestam enfim em São Paulo neste 2015.
São os estudantes que vão ocupando escolas e reagindo à política antieducação de Alckmin.
Eles devolvem a esperança numa cidade humana, popular, solidária.
Como eles escaparam da torrente conservadora que se irradiou entre os paulistanos?
Uma hipótese é que, por serem jovens, não estão expostos ao noticiário brutalmente manipulador da mídia.
A Veja, para eles, simplesmente não existe. Nem o Jornal Nacional, e nem a Folha, e nem o Estadão.
Eles pertencem à Geração Digital, e formam suas opiniões a partir de outras coisas que não o conteúdo das grandes empresas jornalísticas.
Os múltiplos vídeos que se espalham pelas redes sociais mostram quanto são articulados e politizados.
Num deles, uma garota é perguntada por um repórter da Globo sobre quanto tempo iria durar a invasão de determinada escola.
“Invasão não”, ela responde prontamente. “Ocupação.”
Clap, clap, clap.
São dois lados antagônicos que se enfrentam. Qual deles vai triunfar?
É absolutamente previsível que seja o lado jovem. Em poucos anos estes jovens estudantes serão adultos, e levarão a São Paulo seus valores progressistas.
É muito mais fácil vê-los pedalando bicicletas do que xingando ciclistas em carrões.
É muito mais fácil vê-los clamando justiça social do que pedindo que militares matem comunistas.
É muito mais fácil vê-los falando contra a desigualdade e não repetindo velhíssimos clichês ligados à corrupção.
É muito mais fácil vê-los combatendo preconceitos do que alimentando-os.
São Paulo pareceu mumificada em boa parte de 2015.
Mas eis que meninas e meninos ocuparam escolas prestes a fechar e devolveram a todos nós, paulistanos, a esperança de uma cidade mais humana – e melhor.
Assim começa, numa tradução bem livre, um clássico de Dickens. Ele mostrava como uma mesma época pode ser vista de diferentes maneiras.
A grande frase dickensiana cabe perfeitamente para a São Paulo deste 2015 que vai terminando.
Foram os piores dos tempos, por um certo ângulo. A cidade pareceu dominada pelo que há de mais reacionário em todas as esferas.
Alguns símbolos disso: os panelaços, as manifestações em que desvairados pediam coisas como intervenção militar, as agressões a petistas em bares e restaurantes.
A São Paulo popular, obreira, corintiana, a terra da mortadela, pareceu desaparecer.
Mas eis que também os melhores dos tempos se manifestam enfim em São Paulo neste 2015.
São os estudantes que vão ocupando escolas e reagindo à política antieducação de Alckmin.
Eles devolvem a esperança numa cidade humana, popular, solidária.
Como eles escaparam da torrente conservadora que se irradiou entre os paulistanos?
Uma hipótese é que, por serem jovens, não estão expostos ao noticiário brutalmente manipulador da mídia.
A Veja, para eles, simplesmente não existe. Nem o Jornal Nacional, e nem a Folha, e nem o Estadão.
Eles pertencem à Geração Digital, e formam suas opiniões a partir de outras coisas que não o conteúdo das grandes empresas jornalísticas.
Os múltiplos vídeos que se espalham pelas redes sociais mostram quanto são articulados e politizados.
Num deles, uma garota é perguntada por um repórter da Globo sobre quanto tempo iria durar a invasão de determinada escola.
“Invasão não”, ela responde prontamente. “Ocupação.”
Clap, clap, clap.
São dois lados antagônicos que se enfrentam. Qual deles vai triunfar?
É absolutamente previsível que seja o lado jovem. Em poucos anos estes jovens estudantes serão adultos, e levarão a São Paulo seus valores progressistas.
É muito mais fácil vê-los pedalando bicicletas do que xingando ciclistas em carrões.
É muito mais fácil vê-los clamando justiça social do que pedindo que militares matem comunistas.
É muito mais fácil vê-los falando contra a desigualdade e não repetindo velhíssimos clichês ligados à corrupção.
É muito mais fácil vê-los combatendo preconceitos do que alimentando-os.
São Paulo pareceu mumificada em boa parte de 2015.
Mas eis que meninas e meninos ocuparam escolas prestes a fechar e devolveram a todos nós, paulistanos, a esperança de uma cidade mais humana – e melhor.
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