Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:
Os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados hoje não autorizam o governo a falar em retomada da economia brasileira, avalia o professor Marcio Pochmann, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O presidente da Fundação Perseu Abramo e ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) afirma que alguns dados positivos do PIB mostram mais um "efeito estatístico" do que consequência de ações do governo Temer.
"As informações revelam muito mais um efeito estatístico, que não deriva de ações do governo, do que uma materialidade para sustentar uma recuperação", diz Pochmann. Entre esses efeito, está o mercado externo, parcialmente favorecido por um período de desvalorização cambial. "Poderíamos ter uma recuperação externa maior se não tivéssemos um processo de valorização cambial no governo Temer", comenta.
Outro dado positivo, referente ao crescimento da agropecuária, demonstra acima de tudo uma "convergência climática, que não tem nada a ver com o governo", acrescenta o economista. "Comércio externo e agricultura são positivos, mas não consigo identificar ações de política econômica. No que depende de política econômica, os dados não dão consistência nesse sentido."
Ele aponta um cenário ainda preocupante para a economia, com desemprego em alta e redução de crédito e de investimento. "O que o governo fez? Reduziu a taxa de juros. Isso deveria mobilizar a demanda interna." Mas mesmo a redução da taxa básica, agora em 10,25%, não acompanhou o ritmo menor da inflação. "Temos uma queda apenas nominal, não real", lembra.
Pochmann observa que no início dos anos 1980 e 1990 o Brasil urbano passou por recessões caracterizadas por um período de queda intensa, uma "parada" e, na sequência, nova retração. Os números do IBGE, ainda que permitam falar em copo meio vazio ou meio cheio, "não autorizam imaginar que há um ciclo de recuperação que se sustente".
"As informações revelam muito mais um efeito estatístico, que não deriva de ações do governo, do que uma materialidade para sustentar uma recuperação", diz Pochmann. Entre esses efeito, está o mercado externo, parcialmente favorecido por um período de desvalorização cambial. "Poderíamos ter uma recuperação externa maior se não tivéssemos um processo de valorização cambial no governo Temer", comenta.
Outro dado positivo, referente ao crescimento da agropecuária, demonstra acima de tudo uma "convergência climática, que não tem nada a ver com o governo", acrescenta o economista. "Comércio externo e agricultura são positivos, mas não consigo identificar ações de política econômica. No que depende de política econômica, os dados não dão consistência nesse sentido."
Ele aponta um cenário ainda preocupante para a economia, com desemprego em alta e redução de crédito e de investimento. "O que o governo fez? Reduziu a taxa de juros. Isso deveria mobilizar a demanda interna." Mas mesmo a redução da taxa básica, agora em 10,25%, não acompanhou o ritmo menor da inflação. "Temos uma queda apenas nominal, não real", lembra.
Pochmann observa que no início dos anos 1980 e 1990 o Brasil urbano passou por recessões caracterizadas por um período de queda intensa, uma "parada" e, na sequência, nova retração. Os números do IBGE, ainda que permitam falar em copo meio vazio ou meio cheio, "não autorizam imaginar que há um ciclo de recuperação que se sustente".
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