domingo, 15 de setembro de 2019

Além de facínora, Wilson Witzel é plagiador

Por Altamiro Borges

O site BBC News Brasil postou na sexta-feira (13) mais uma grave denúncia contra Wilson Witzel, o oportunista que governa com factoides e brutal violência o Estado do Rio de Janeiro. Segundo a reportagem de Matheus Magenta, “a dissertação de mestrado defendida pelo então juiz federal, hoje governador pelo PSC, tem ao menos 63 parágrafos copiados de trabalhos publicados por outros seis autores, incluindo um artigo inteiro e a íntegra de um capítulo de outro texto”. Ou seja: além de facínora, o demagogo ainda é plagiador.

Com detalhes, a matéria mostra que o trabalho acadêmico intitulado “Medida cautelar fiscal”, apresentado à Universidade Federal do Espírito Santo ao final do mestrado em Direito Processual Civil, em maio de 2010, é uma fraude. “Em sua dissertação, 21 das 139 páginas são pré-textuais, como dedicatória e índice, e pós-textuais, como referências bibliográficas e anexos. Considerando as 118 páginas do miolo do trabalho, ao menos 19 páginas têm trechos copiados de outros autores (16% desse total). Dos seis autores com passagens semelhantes encontradas, cinco não constam na bibliografia da dissertação”.

Um dos autores plagiados, o advogado Juliano Ryzewski, não vacila em dizer que faltou ética ao ex-juiz. “Por ser uma pessoa pública, ele deveria tomar mais cuidado com isso. Ele está autointitulando autor de um texto que ele não escreveu, mas sim copiou. É complicado”. A BBC News até tentou entrevistar o governador para ouvir suas explicações. Mas o falastrão Wilson Witzel, sempre metido a valentão, fugiu para evitar o vexame. Um especialista foi taxativo: “Não há dúvida sobre o fato de o texto da dissertação não ser apropriado para a obtenção do título. A dissertação analisada efetivamente desrespeita o direito de paternidade das obras copiadas, pois seus autores originais não são identificados e sequer constam da bibliografia”.

Já uma cartilha editada pela Universidade Federal Fluminense explica que o plágio acadêmico ocorre “quando um aluno retira, seja de livros ou da internet, ideias, conceitos ou frases de outro autor (que as formulou e as publicou), sem lhe dar o devido crédito, sem citá-lo como fonte de pesquisa”. A Universidade Federal do Espírito Santo afirmou em nota que investigará a denúncia da BBC News. "A coordenação do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Espírito Santo informa que, diante das informações encaminhadas, vai adotar as medidas cabíveis para a apuração da denúncia”.

Como lembra o próprio site, “este não é o primeiro questionamento à formação acadêmica de Wilson Witzel. Em maio deste ano, o jornal O Globo revelou que o governador colocou em seu currículo um doutorado em andamento em Ciência Política na UFF com intercâmbio na Universidade Harvard, nos Estados Unidos. Mas ele não cursou a instituição americana nem se candidatou ao processo de seleção para uma vaga lá. À época, Witzel disse não haver erro em seu currículo, porque havia previsto a possibilidade de ‘aprofundar os estudos em Harvard’, mas a ideia acabou suspensa em razão da campanha eleitoral em 2018. Depois, ele retirou de seu currículo público a menção a Harvard”. Ou seja, o fascista do Rio de Janeiro é um falastrão profissional!

Em tempo: sobre os embustes do governador, vale lembrar um fato já abafado pela mídia. Em 11 de agosto, o repórter Italo Nogueira denunciou na Folha que “o governo do Rio de Janeiro pagou com dinheiro público diária para um dia de folga de Wilson Witzel em Buenos Aires no mês passado. Ele recebeu indevidamente R$ 1.128 pelo fim de semana que passou sem compromissos oficiais na capital argentina, quando toda sua comitiva havia deixado o país. O passeio foi acompanhado pela primeira-dama Helena Witzel – ela não recebeu recursos públicos”. O governador disse que devolveria a grana e o escândalo sumiu da imprensa.

Um mês antes, a Folha revelou que Wilson Witzel (PSC) já se igualara ao presidiário Sérgio Cabral (MDB) em dias fora do cargo por viagens ao exterior nos sete primeiros meses de mandato. “Foram, no total, 24 dias em missões oficiais. Witzel já recebeu R$ 23,8 mil em diárias por viagens a trabalho... O valor supera o salário de governador, de R$ 19,7 mil brutos – cerca de R$ 14,7 mil líquidos. O atual governador fluminense já foi à Alemanha, Estados Unidos, Portugal e duas vezes à Argentina”. Entre um e outro disparo de metralhadora a bordo de helicópteros da PM, o facínora dá uma bandas no exterior. Um dia também poderá ser preso!

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