terça-feira, 28 de julho de 2020

Patrimônio dos ricaços cresce US$ 34 bilhões

Por Altamiro Borges

Além das milhares de mortes, a Covid-19 gera milhões de famintos, desempregados e desesperados. Mas no mundo do capital, a desgraça tem classe. O jornal Valor publicou nesta terça-feira (28) uma matéria revoltante comprovando que o "patrimônio de bilionários brasileiros cresce US$ 34 bilhões" em plena pandemia.

A matéria baseia-se em uma pesquisa da ONG Oxfam. Ela mostra que a fortuna de 73 bilionários da América Latina aumentou US$ 48,2 bilhões entre março e julho – uma alta de 17%. Neste seleto grupo de ricaços da região, 42 estão no Brasil. O patrimônio deles cresceu US$ 34 bi no período – para US$ 157,1 bilhões.

"Desde o começo das medidas de quarentena para conter o avanço da Covid, oito novos bilionários surgiram na região. Em contraste, estima-se que até 52 milhões de pessoas na América Latina e Caribe passarão a ser pobres com a crise e 40 milhões podem perder seus empregos", relata o Valor.

Urgência do imposto sobre grandes fortunas

Ainda segundo o jornal, “os ganhos dos latino-americanos mais abastados foram estimados comparando-se sua riqueza líquida entre 18 de março e 12 de julho. Os US$ 48,2 bilhões a mais no período representam mais de um terço (38%) do total dos pacotes de estímulo de todos os países da América Latina e do Caribe”.

O montante equivale, ainda, a nove vezes os empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI) à região, segundo a Oxfam. No caso do Brasil, a ONG ressalta que a situação já era preocupante antes da pandemia, que deve agravar o quadro. “A trajetória do vírus é uma fotografia das profundas desigualdades do país”.

“Na vice-liderança mundial do número de casos e mortes, o Brasil tinha 40 milhões de trabalhadores informais e 12 milhões de desempregados antes da doença chegar ao país. Com o aumento da taxa de desemprego, que pode dobrar, os mais pobres serão os mais afetados, segundo a Oxfam”.

Para fazer frente aos impactos sociais e econômicos da pandemia, a ONG propõe uma série de medidas. “A principal é a criação de um imposto sobre grandes fortunas”. Ela também defende “reduzir tributos que pesam mais para pessoas de baixa renda, como os que incidem sobre os produtos da cesta básica e de uso sanitário”. A reforma tributária proposta pelo abutre Paulo Guedes, porém, caminha no sentido oposto.

1 comentários:

Ivo S. G. Reis disse...

Parabéns pelo artigo! Sua visão está corretíssima e os fatos informados, em relação ao aumento de fortunas na classe dos milionários, jé haviam sido denunciado antes pelo competente economista Eduardo Moreira e outros comentaristas que seguem a sua linha. Sobre a Criação de um imposto sobre as grandes fortunas, pode alguém duvidar da sua urgência e necessidade?

Lamentavelmente, temos um ministro da economia incompetente, arrogante e ultraliberal, um verdadeiro Hobin Hood às avessas, que tira dos pobres para dar para os riscos . Sacrifica as classes trabalhadoras e o funcionalismo público, para sobrar mais para bancos, governo e grandes corporações. E mais: esse sociopata privatarista, vende o Brasil inteiro, de porteira fechada, inclusive com o povo dentro. Se deixarem, ele privatiza tudo. quer vender até os correios e o Banco do Brasil. Pode?

Com esse ministro insano e desumano, não vamos a lugar nenhum, porque induz Bolsonaro a só governar para o andar de cima. E como Bolsonaro o tem como guru econômico e alega não saber nada de economia... Acho que não podemos esperar muto enquanto esse carinha estiver por aí. Talvez ele seja mais perigoso do que o próprio Bolsonaro. A disputa é pau a pau. Seu plano é colher os frutos aqui fora, depois que sair do governo. O governo acaba, e/ou o ministro sai, e os estragos ficam (para o povão, é claro, classe a que ele julga não pertencer).