Por Miguel Martins, na revista CartaCapital:
Um dia a máscara cai. Pode até desbotar, como a base de pó de arroz aplicada ao rosto de Carlos Alberto, jogador do Fluminense na década de 1910. Em uma partida contra o América do Rio de Janeiro, o atleta mulato foi alvo da torcida adversária quando o suor derreteu seu disfarce de “respeitável homem branco”, condição exigida para atuar nos campos de um Campeonato Carioca elitizado, frequentado por moças e rapazes da alta sociedade. Quando a moda ludopédica se espalhou pelas favelas e subúrbios cariocas, o escritor Lima Barreto, mulato e avesso aos circuitos aristocráticos, criticou a coqueluche importada “por intermédio dos arrogantes e rubicundos caixeiros dos bancos” do Reino Unido. Não teve tempo de acompanhar as diabruras de Maravilha Negra, Diamante Negro e Pelé, entre tantos craques de pele escura que reinventaram o jogo bretão.
Um dia a máscara cai. Pode até desbotar, como a base de pó de arroz aplicada ao rosto de Carlos Alberto, jogador do Fluminense na década de 1910. Em uma partida contra o América do Rio de Janeiro, o atleta mulato foi alvo da torcida adversária quando o suor derreteu seu disfarce de “respeitável homem branco”, condição exigida para atuar nos campos de um Campeonato Carioca elitizado, frequentado por moças e rapazes da alta sociedade. Quando a moda ludopédica se espalhou pelas favelas e subúrbios cariocas, o escritor Lima Barreto, mulato e avesso aos circuitos aristocráticos, criticou a coqueluche importada “por intermédio dos arrogantes e rubicundos caixeiros dos bancos” do Reino Unido. Não teve tempo de acompanhar as diabruras de Maravilha Negra, Diamante Negro e Pelé, entre tantos craques de pele escura que reinventaram o jogo bretão.