domingo, 6 de dezembro de 2015

A primeira derrota em 20 anos do PSDB-SP

Por Cida de Oliveira, na Rede Brasil Atual:

Longe de significar o fim da reorganização da rede estadual de ensino reivindicada por alunos que ocupam escolas há 25 dias, a suspensão do projeto do governo de Geraldo Alckmin (PSDB), anunciada hoje (4) em meio a protestos e repressão policial, parece apontar para a primeira derrota em mais de 20 anos de gestão tucana.

“O debate sobre a situação da educação paulista acabou sendo feito por vias tortas, em meio às manifestações. O governo tentou colocar na agenda a seu modo, mas foram os movimentos que acabaram agendando a educação”, disse a presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp) Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira.

Os retrocessos na América Latina

Por Frei Betto, no site da Adital:

O processo de desmonte das políticas neoliberais, tão em voga nas décadas de 1980 e 1990, teve início com a eleição de Chávez na Venezuela, em 1998. Em seguida, foram eleitos vários presidentes progressistas: Lula no Brasil, Lugo no Paraguai, Zelaya em Honduras, Funes em El Salvador, Bachelet no Chile, Morales na Bolívia, e Mujica no Uruguai. Cuba e Nicarágua foram pioneiras nesse processo.

Esse avanço neutralizou a proposta da ALCA e favoreceu a criação de instituições de articulação regional e continental, como Aliança Bolivariana, Unasul, Celac, e fortaleceu o Mercosul.

Como o Google determina o que você vai ver

Por Ivan Longo, na revista Fórum:

Antes do rompimento de uma barragem que causou um dos maiores desastres naturais do mundo em Mariana (MG), o termo “Samarco” era ignorado pela maioria das pessoas. Isso por que ele só veio à tona nas discussões da internet por se tratar do nome da mineiradora responsável pela construção e gestão da barragem que rompeu. Para o Google Imagens, no entanto, aparentemente a empresa não tem qualquer relação com a tragédia. Em uma busca por imagens relacionadas ao termo, os resultados mostrados são, em sua maioria, imagens institucionais e de cunho propagandístico.



Nos subterrâneos da indústria farmacêutica

Por Quentin Ravelli, na site Outras Palavras:

“Percebi que estava grampeado, que sabiam exatamente o que eu receitava”, indigna-se um médico instalado em Paris. “Fui ingênuo, não fazia ideia. [Um dia], uma representante comercial me disse: “Você não prescreve muito!” Eu me perguntei: “Como ela pode saber disso?” Essa prática de vigilância, que choca muitos profissionais, é articulada pelos serviços comerciais dos laboratórios. Para aumentar ou manter sua fatia do mercado, os grandes grupos farmacêuticos implementam artifícios de engenhosidade mirabolante. Não hesitam, por exemplo, em alterar as indicações de seus medicamentos para conquistar novos clientes.

A mídia privada, o coronel e o lobisomem

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

O que Aécio Neves, Sarney Filho, Collor de Mello, Agripino Maia, Jader Barbalho e Tasso Jereissati têm em comum, além de não ser o tipo de pessoa que você convidaria para tomar uma cerveja? Resposta rápida: não respeitam a Constituição Federal. E não é de hoje. Os políticos acima, juntamente com outros 34 parlamentares, entre senadores e deputados, fazem parte da lista de proprietários de concessões de rádio e TV, o que é explicitamente vedado pelo artigo 54 da lei maior. Procuradores dos estados de origem de suas excelências estão ajuizando ações em todo o Brasil, com o patrocínio do Ministério Público Federal, a partir de mobilização da sociedade civil, capitaneada pelo Coletivo Intervozes. Demorou.

A direita privatizou a liberdade

Por Cynara Menezes, na revista Caros Amigos:

Liberdade é uma calça velha, azul e desbotada, que você pode usar do jeito que quiser. Não usa quem não quer”, dizia o jingle de uma marca de roupa jovem nos anos 1970. É incrível a capacidade que o capitalismo tem de encampar os símbolos de contestação para lucrar com eles. Foi assim com as calças jeans, originalmente criadas como vestimenta para os trabalhadores e que caíram no gosto dos hippies e da contracultura, como forma de protesto contra a caretice geral. De olho no nicho de mercado que se abria, rapidamente o jeans foi transformado em produto rentável, embora continuasse a ser associado ao conceito de “insurreição”, de “resistência”, na publicidade - ao mesmo tempo que, assinado por estilistas famosos, passava a custar os olhos da cara.

A chantagem não vencerá a democracia

Do site da UNE:

A União Nacional dos Estudantes vem a público repudiar a aceitação do impeachment contra a Presidenta Dilma Rousseff, fruto de uma flagrante chantagem política por parte de Eduardo Cunha, diante da votação para continuidade do processo de cassação do Presidente da Câmara dos Deputados no Conselho de Ética.

sábado, 5 de dezembro de 2015

'Emergências' debate grandes temas no RJ

Do site Vermelho:

Pensar a cultura como ativadora de processos na conquista de direitos civis, políticos, sociais, econômicos e ambientais. Esse é o objetivo central do Emergências, projeto realizado pelo Ministério da Cultura (MinC), por meio da Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural (SCDC), que reunirá pensadores, ativistas, artistas, produtores culturais, gestores e agentes políticos. O evento ocorrerá de 7 a 13 de dezembro na cidade do Rio de Janeiro, em Niterói e na Baixada Fluminense.

Chapa 'amigos da educação': Alckmin-Richa

Por Esmael Morais, em seu blog:

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), abriu o processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff (PT) reacendendo a chama do golpe e as esperanças de Aécio Neves (PSDB-MG) de chegar - por um atalho - à Presidência da República.

O problema do tucano é que ele vem perdendo espaço dentro do ninho, e se Dilma sustentar-se até o fim do mandato, muito provavelmente, ele não será mais a escolha do PSDB como candidato em 2018.

A "tensão" de Fátima Bernardes: Fora Globo!

Direita aposta em truques contra Dilma

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Num país que em 1992 afastou um presidente da República por acusações de corrupção - que mesmo assim foram rejeitadas pelo Supremo - é instrutivo lembrar que a oposição passou o último ano em movimentos de tentativa e erro para tentar encontrar um motivo para afastar Dilma Rousseff do Planalto e nada encontrou.

Em dificuldade para apontar um único ato criminoso contra a presidente - e é sintomático que nada tenha surgido após a gigantesca devassa realizada em vários anos de Lava jato - políticos da oposição, técnicos e ministros do Tribunal de Contas da União acumularam fantasias contábeis e fiascos jurídicos na esperança de criminalizar decisões legítimas de todo governo, cotidianamente desafiado a fazer opções e definir prioridades de caráter político.

O escândalo da falta de água em SP

A face oculta da ‘moderna’ terceirização

Por Barbara Vallejos Vazquez, no site Brasil Debate:

Em entrevista recente sobre o Projeto de Lei nº 30 de 2015, que regulamenta a terceirização sem limites no Brasil e permite a terceirização na atividade fim, Hélio Zylberstajn afirmou que “A Súmula 331 proíbe nossas empresas de evoluir e se transformar em redes produtivas. Condena-as a permanecer no século 20…”

As entidades patronais, que pressionam para uma precipitada aprovação, afirmam que buscam segurança jurídica às empresas que, então, finalmente, poderiam fazer o que mais desejam: “modernizar o mercado de trabalho brasileiro”.

"Líder coxinha" quer que o povo sofra

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O rapazote que é promovido pela mídia como grande ideólogo “coxinha”, Kim Kataguiri, expôs hoje na Folha a desfaçatez típica do pensamento nazistóide, que encara a população como uma massa a ser impiedosamente manobrada como ferramenta de seus interesses políticos.

Ele defendeu – como seus líderes do PSDB fizeram ontem – que os deputados entrem de férias, deixando parado o processo de impeachment, para que, neste tempo “a população (…) possa sentir as consequências da crise”.

As diferenças entre casos Dilma e Collor

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Apesar das inevitáveis comparações, e das noções do senso comum de que o processo de impeachment da presidente Dilma está fadado a terminar como o de Collor, muitas são as diferenças entre os dois casos. Elas sugerem que, hoje, o caso de Dilma está mais para o de Getúlio Vargas, que derrotou um processo de impeachment, do que para o de Collor.

Temer entrará na luta contra o golpe?

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

Segundo a imprensa, o líder do PMDB na Câmara sinalizou que o partido indicará membros pró-governo para a comissão que analisará o impeachment.

Agora falta somente o vice-presidente, Michel Temer, parar de fazer jogo duplo e se posicionar de maneira mais firme contra o golpe.

Vai pegar muito mal para Temer continuar escorregadio como está. Em política, admira-se a coragem e a clareja de propósitos. As lideranças da base todas já se posicionaram duramente contra o impeachment.

O diretor da Globo e os estudantes de SP

Mais Marinho que um Marinho: Erick Bretas
Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Aconteceu o previsível.

No programa de Fátima Bernardes, uma repórter da Globo foi cobrir os protestos da garotada de São Paulo ao vivo.

Foi um embaraço. Mais um.

Assim que os estudantes viram quem estava ali, começaram a gritar: “O povo não é bobo. Abaixo a Rede Globo.”

Na Argentina, começa a parte difícil

Por Antonio Luiz M. C. Costa, na revista CartaCapital:

As pesquisas falharam no primeiro turno ao prever uma vantagem ampla ou mesmo a vitória no primeiro turno de Daniel Scioli sobre Mauricio Macri, pois o primeiro teve uma margem bem estreita. E a maioria delas errou de novo no segundo ao prever uma dianteira de 7% a 13% de Macri sobre Scioli, pois o resultado final foi 51,4% a 48,6%, mais apertado que a tão contestada vitória de Dilma Rousseff sobre Aécio Neves (51,6% a 48,4%).

“Guerra nas ruas” desmascara Alckmin

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

Com pressa para chegar à TV Record, no final da tarde de quarta-feira, depois de Eduardo Cunha detonar a bomba do impeachment, o transito parou de uma vez: perto da avenida Rebouças, carros de polícia com sirenes ligadas e policiais a pé com armas nas mãos corriam atrás de estudantes em fuga carregando cadeiras em direção à avenida Paulista. Fazia tempo que não me assustava com uma cena como essa, muito comum nos tempos do regime militar.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Crise venezuelana e golpe paraguaio

Por Francisco Fonseca, no site Carta Maior:

A admissão do processo de impeachment da presidente Dilma, formalmente deflagrado em 03 de dezembro é o desfecho esperado de uma conjunção de fatores:

1) A derrota eleitoral do PSDB – a quarta consecutiva, nunca é demais relembrar – e do rentismo deletério que representa, o que vem implicando toda sorte de revanchismo antidemocrático

2) ascensão do carbonário deputado Eduardo Cunha, representante do que há de mais escuso na vida “pública”, com seu séquito do “baixo clero” que tem no Congresso um balcão de negócios;