terça-feira, 10 de maio de 2016

As duras lições da mídia e do golpe

Foto: Felipe Bianchi/Barão de Itararé
Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

A hora é de resistência, mas é inevitável a crítica a Dilma Roussef e ao governo pela falta de diálogo com as classes populares e, principalmente, por não ter enfrentado a discussão sobre a regulação e a democratização da comunicação. A avaliação é do jornalista e blogueiro Paulo Henrique Amorim, que participou de debate sobre mídia e subjetividade, na noite desta segunda-feira (9), em São Paulo.

A atividade, parte do Ciclo de Debates Que Brasil é Este?, promovido por parceria entre Barão de Itararé e Fundação Escola de Sociologia e Política (FESPSP), também contou com a presença da jornalista Renata Mielli. “Os grandes grupos de comunicação tem muita influência na formação da consciência da população brasileira”, afirma Mielli, “ e por isso é fundamental que haja democracia e diversidade no setor”.

Senado é verdugo a mando de Cunha

Por Marcelo Zero

O presidente Waldir Maranhão, o Consistente, deu ao Senado uma breve oportunidade de ouro: jogar na lata de lixo a vexaminosa sessão da Câmara do dia 17 de abril.

Teria sido o lugar apropriado para o circo de horrores. Afinal, aquela foi uma sessão que envergonhou o Brasil perante o mundo. A sessão que Miguel Souza Tavares definiu bem como a “assembleia geral de bandidos presidida por um bandido”.

O Senado, no entanto, resolveu simplesmente desconhecer a decisão da outra Casa Legislativa. Não concordou ou discordou. Desconheceu. Ignorou. Fez de conta de que nada tinha acontecido. Poderia, ao menos, ter esperado por uma decisão definitiva da Câmara Baixa, quer por pronunciamento de sua CCJ ou de seu plenário. Ou ainda ter esperado pela insopitável e ágil incoerência daquele presidente. Não. Preferiu manter, por decisão monocrática de seu presidente, criticando a decisão monocrática do outro presidente, a “assembleia geral de bandidos”.

Não é só pela merenda escolar

Por Marsílea Gombata, na revista CartaCapital:

Um kit com bebida láctea, um pacote com cinco biscoitos, barra de cereal ou bolinho. A chamada merenda seca oferece 300 calorias que o governo de São Paulo acreditava ser suficiente para resolver um problema de alunos de 75 escolas técnicas do estado de São Paulo sem refeições nas instituições de ensino. Antes da segunda-feira, 2, a situação era ainda pior: alunos de 15 unidades recebiam absolutamente nada. Relutantes em aceitar migalhas, os secundaristas pressionam o governo de Geraldo Alckmin e exigem almoço de qualidade.

Renan se ajoelhou diante da plutocracia

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Disse uma vez que a única diferença entre o circo da Câmara e o circo do Senado é que o circo da Câmara tem mais palhaços.

Isso ficou claro mais uma vez hoje na sessão do Senado em que Renan Calheiros atropelou o presidente interino da Câmara Waldir Maranhão. Maranhão decidira anular a sessão esdrúxula em que, sob o comando de Cunha, os deputados federais aprovaram o impeachment.

Na prática, Renan se ajoelhou diante da plutocracia. A Globo pressionou e intimidou, como sempre faz quando seus interesses podem ser contrariados.

Detenção de Guido Mantega é só "aperitivo"

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Numa ação despropositada, tomada contra alguém que não se recusa a depor, que não foi sequer intimado a isso e que não tem poder de interferir em nada nas investigações, a Polícia Federal levou, esta manhã, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para prestar depoimento forçado.

É a nova fase do que agora se chama “Justiça” no Brasil: primeiro humilha-se a pessoa, depois se arranja alguma suposição ou um delator bem encrencado e…pronto: salta aí uma condenação para um petista.

"Panama Papers" e a família Marinho

Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:

A acreditar na versão oficial da família Marinho - de João Roberto Marinho e da filha Paula, neta de Roberto Marinho - as três empresas offshore para as quais Paula pagou taxas de manutenção pertencem ao ex-marido dela, Alexandre Chiappetta de Azevedo.

O casamento de Alexandre e Paula terminou formalmente em outubro do ano passado.

As offshore são a Vaincre LLC, a A Plus Holdings e a Juste International.

Arquibancadas resistem: Não vai ter golpe!


Por Thiago Cassis, no site da UJS:

Primeiro apareceram protestos contra o horário do jogo. Dez da noite, é de fato, um horário completamente absurdo, que todos que gostam de futebol sempre rejeitaram, pelo simples fato de muitas vezes não ser ´possível voltar para casa a hora que o jogo termina. Mas o importante era o horário da novela, então “Jogo 10 da noite, NÃO!”.

Diversas torcidas e movimentos se uniram a campanha do coletivo “Futebol, Mídia e Democracia”, e o logotipo da campanha invadiu os estádios.

Combater a corrupção e preservar empregos

Por Paulo Teixeira, na revista Fórum:

O Brasil está entre os países com as melhores legislações e instituições de combate à corrupção. Em razão disso, enfrenta com competência um grandioso processo de depuração, que envolve diversos agentes, dando sinais claros de que os métodos espúrios na relação público-privado não vão subsistir.

Diante do envolvimento de empresas em práticas de corrupção, a experiência internacional indica dois procedimentos. Um deles é criar estímulos para que as próprias empresas denunciem tais práticas. O outro é dotar o poder público para investigar e, constatado o malfeito, celebrar acordos para exigir o afastamento das pessoas físicas envolvidas, a prestação de informações que ajudem a esclarecer os fatos, a restauração dos danos aos cofres públicos e o compromisso de aprimorar instrumentos de controle.

Movimentos vão às ruas contra o golpe

Da Rede Brasil Atual:

Manifestações e travamentos de rodovias e avenidas organizados pela Frente Brasil Popular, em protesto contra a proposta de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, são realizados em 11 estados na manhã de hoje (10). São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso, Piauí, Paraíba, Natal, Rio Grande do Sul, Bahia, Espírito Santo e Pernambuco amanheceram com movimentos sociais e sindicatos nas ruas, denunciando o que consideram um golpe contra a democracia brasileira, cujo objetivo seria a cassação de direitos dos trabalhadores e de programas sociais.

"Governo" Temer não se sustenta

Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:

Quando o carro sai da estrada, ele sai capotando morro abaixo e quando se choca com uma reentrância do morro, bate, sobe e adquire mais velocidade.

No próximo choque com a encosta, o choque é mais violento e a velocidade se acelera ainda mais.

Até se esborrachar lá embaixo.

Foi o que aconteceu com as instituições.

O que provocou a capotagem foi retirar o pilar que sustenta o carro da Democracia.

Waldir Maranhão e os assaltantes do poder

Por Osvaldo Bertolino, em seu blog:

A pancadaria violenta da mídia no atual presidente da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), mesmo depois da revogação da sua decisão de anular a sessão de admissibilidade do processo de impeachment golpista contra a presidenta Dilma Rousseff, é uma prova de que possivelmente o Brasil nunca tenha visto um debate tão raso e tão farisaico quanto este que se estabeleceu em torno desta crise política. Abandonaram a essência da questão - a legalidade ou a ilegalidade do ato de Maranhão - para atacá-lo pessoalmente. Foram revirar até a sua vida famíliar para desmoralizá-los e jogá-lo à matilha adestrada com as mais requintadas técnicas do exercício da raiva e do ódio.

Dilma se agiganta e Temer se desnuda

Por Renato Rabelo, em seu blog:

O aterrador 17 de abril deu a arrancada para um golpe de Estado em pleno século 21, na pátria amada Brasil. Não há mais como diversionar. É já de conhecimento interno e externo que a justificativa invocada para o impeachment expõe espalhafatosamente uma pantomima de mau gosto. Na sua origem este processo de impedimento da presidenta Dilma é uma farsa não só pela causa invocada, mas, ainda, pelo desvio de poder e de finalidade exercida pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Mídia e a subjetividade dos brasileiros

Cunha atuou na anulação do impeachment?

Por Renato Rovai, em seu blog:

A decisão de anular a votação do impeachment na Câmara tomada pelo presidente interino da Casa, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), não parece ser exatamente um ato de patriotismo ou algo relacionado a uma jogada casada com o governo. Pelo que este blogue apurou quem estaria por trás dessa decisão é Eduardo Cunha.

Em nota divulgada à imprensa, Maranhão diz que a petição da AGU que pedia o cancelamento da votação ainda não havia sido analisada pela Casa e que, ao tomar conhecimento dela, resolveu acolher. Na decisão, ele argumenta “ocorreram vícios que tornaram nula de pleno direito a sessão em questão”.

E o Estado de exceção avança...

Por Jorge Luiz Souto Maior, no site Carta Maior:

Os debates emocionados sobre a crise política têm ofuscado as mentes e, claro, também sou vítima disso.

Mas um aspecto pelo menos me parece claro: estamos verificando um avanço muito perigoso do Estado de exceção e, o pior, sob o aplauso dos “dois lados” que tomaram de assalto a vida social para fazer parecer que tudo no mundo gira ao seu redor.

A questão é que esses lados, por uma questão que já se tornou pessoal, entraram em uma espécie de jogo do vale tudo, pretendendo, inclusive, que todos participem dele, para que no clima da balburdia total não se consiga mais chegar a um raciocínio minimante voltado a uma crítica radical da realidade, que ponha em questão o modo de vida, o modo de produção, a forma de distribuição da riqueza produzida etc.

Onze teses sobre o pós-golpe

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Trata-se de uma contribuição ao debate, que certamente a esquerda deverá enfrentar no próximo período.

1. A corrupção no Estado e a corrupção – na concorrência entre os capitalistas – para ampliar os seus negócios no mercado, antes de ser um problema ético-moral, é, não só uma forma de organizar as relações de poder, dentro e fora do Estado, como é, principalmente, um elemento importante do processo de acumulação. Tanto de dinheiro ou recursos conversíveis em dinheiro, como de poder político e burocrático, dentro e fora do Estado. O processo de acumulação, com maior ou menor taxa de “ilegalidades”, organiza o Estado e vai construindo – pela ação consciente dos sujeitos – as formas jurídicas que pretendem, tanto bloquear e punir as ilegalidade, como criar condições formais de igualdade. A forma de combatera corrupção é, provavelmente, o elemento mais definidor da maturidade ou precariedade do Estado de Direito na modernidade, pois nela está, no capitalismo organizado, o espaço no qual direito e política se comunicam e se interpenetram na esfera pública.

As pendências judiciais de Romero Jucá

Do site Vermelho:

Tido como um dos principais articuladores de um possível governo de Michel Temer, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) disse recentemente que a presidenta Dilma Rousseff estava prejudicando a imagem do Brasil no exterior ao se dizer vítima de um golpe.

Mas o que é de causar constrangimento mesmo é a longa ficha de acusações que pesam contra ele. De compra de votos a desvio de verbas públicas, passando por irregularidades em empréstimos tomados junto a bancos públicos, o senador tem um farto histórico de pendências judiciais.

MST ocupa fazenda ligada a Temer

Do site do MST:

Na manhã desta segunda-feira (9), mil famílias organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ocuparam a fazenda Esmeralda, com sede em Duartina, interior de São Paulo, a fazenda é ligada ao vice-presidente Michel Temer (PMDB).

O objetivo da ocupação é denunciar as conspirações golpistas de Temer, muitas vezes articuladas de dentro da propriedade. Coma a ação, os Sem Terra também recolocam a pauta da Reforma Agrária em todo país.

Michel Temer, candidato a Berlusconi

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O tratamento generoso que Michel Temer tem recebido da maioria dos analistas políticos explica-se por uma razão ululante. Num país onde uma parcela crescente da população se recusa a aceitar um golpe de Estado de braços cruzados, todo cuidado é pouco para esconder fraquezas incuráveis de um governo construído sem legitimidade popular, em torno de uma liderança política fraca, condenada a ser tutelado pelas mesmas forças responsáveis pelo estrangulamento de Dilma Rousseff.

Se a experiência ensina que nenhum presidente capaz de herdar o cargo no final de um processo de impeachment está livre de ter seu mandato questionado desde o primeiro dia, pois lhe falta a legitimidade do voto popular, o caso de Michel Temer é bem mais grave.

Lava-Jato dá as pinceladas finais do golpe

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

Eu nem me irrito mais.

Agora eu fico com pena dos caciques do PT quando, em discursos contra o golpe, dizem que a oposição quer "fechar a Lava Jato".

Certamente, o fazem porque viram pesquisas mostrando o forte apoio da população à operação.

E agindo assim, enfiam a corda no próprio pescoço, porque a Lava Jato se desvirtuou há tempos. Seu objetivo agora é prender Lula, destruir o PT, derrubar o governo e chantagear o setor nacionalista do empresariado: obedeçam às orientações da Globo, fiquem contra o PT e contra a esquerda, porque o país pertence à elite financeira, não a um punhado de sindicalistas ou militantes de movimentos sociais!