O governo interino só vai anunciar na quinta-feira, 7, a meta fiscal para 2017, mas a equipe econômica chefiada por Henrique Meirelles já perdeu a disputa com o núcleo político palaciano liderado por Eliseu Padilha e Geddel Vieira Lima. Temer deve bater o martelo sobre a previsão de um déficit de R$ 160 bilhões, contra a defesa de algo entre R$ 140 bi e R$ 150 bi da área econômica, que na semana passada falava apenas em déficit “superior a R$ 100 bilhões”.
A decisão será um claro reflexo da contradição entre o discurso de austeridade que angariou apoio dos mercados à posse de Temer e a natureza fisiológica da base política que perpetrou o golpe contra Dilma. Para atender seu apetite, preservar a maioria parlamentar e consumar o golpe, o governo optará por uma meta “mais folgada” e começará a sacrificar a credibilidade de Meirelles.