terça-feira, 19 de julho de 2016

As vítimas do crime de ódio no Brasil

Por Rute Pina, no jornal Brasil de Fato:

Até julho deste ano, foram registrados 173 assassinatos classificados como crimes de ódio vitimando lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) em todo o Brasil. Somente nas duas primeiras semanas deste mês, foram registrados 15 mortes deste tipo, o equivalente a um crime a cada 29 horas.

Todos os dados são do Grupo Gay da Bahia (GGB), a mais antiga associação de defesa dos direitos humanos dos homossexuais no Brasil. O levantamento é feito desde a década de 1980 e é a única fonte sobre o tema no país.

E se a extrema direita chegar ao poder?

Por Antonio Luiz M. C. Costa, na revista CartaCapital:

Boris Johnson, líder da campanha pelo Brexit entre os conservadores, desistiu de concorrer pela chefia do partido e do governo. No UKIP, o líder Nigel Farage e o presidente Steve Crowther deixaram seus cargos: “Quero minha vida de volta”, diz o primeiro.

Quem sucedeu David Cameron como premier do Reino Unido é a ex-ministra do Interior Theresa May, partidária da permanência que promete acatar o resultado do referendo, mas não quer fazer o pedido formal de retirada da União Europeia antes de 2017, nem convocar eleições antes de 2020.

O fenômeno Bolsonaro, segundo o Datafolha

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Esse golpe é mesmo uma maravilha.

Não apenas o novo governo Temer, formado a partir do afastamento provisório da presidenta Dilma, encheu-se de indiciados pela Lava Jato e outras investigações de corrupção, como Jair Bolsonaro tornou-se um dos candidatos mais importantes do sudeste e o preferido, de longe, dos mais ricos.

Na íntegra da pesquisa Datafolha, divulgada hoje, descobrimos algumas coisas que a mídia andou escondendo do público, talvez constrangida em relação a um panorama que ela mesmo ajudou a construir.

Desmonte do Estado e as próximas gerações

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

A Plataforma Política Social e o Le Monde Diplomatique Brasil promoveram na noite de ontem (18), em São Paulo, o seminário "Austeridade Contra a Cidadania: O Desmonte do Estado Social", em que se discutiu a conjuntura política do país com o governo interino de Michel Temer e as implicações de sua política na sociedade. Participaram do debate o ex-ministro da Saúde (2007 a 2010) José Gomes Temporão e os economistas Sérgio Gobetti, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), e Sérgio Haddad. A mediação foi do também economista Eduardo Fagnani, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Cunha e os encontros "secretos" de Temer

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Os encontros entre Michel Temer e o principal executivo da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, secretos e intermediados por Eduardo Cunha, não deram nem chamada na primeira página, como você pode conferir na imagem da capa de O Globo de hoje.

O texto está lá, nas páginas internas, mas claríssimo:

Datafolha: adversários de Lula despecam

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:


O Datafolha fez uma pesquisa eleitoral em dezembro do ano passado em que Aécio Neves chegaria à frente de Lula no primeiro turno, com 26% dos votos - ou 27%, num terceiro arranjo. O petista teria 20%, e Marina Silva (Rede), 19%. Se o tucano fosse Geraldo Alckmin, Marina iria a 24%, Lula se manteria, com 21% (22% num quarto cenário), e Alckmin teria 14%.

UNE convoca jornada "Fora Temer"

Foto: Vitor Vogel/CUCA da UNE
Do site da UNE:

Ao longo de três dias, de 15 a 17 de julho de 2016, a UNE reuniu mais de 500 estudantes em seu 64º Conselho Nacional de Entidades Gerais (CONEG). Foram 324 entidades credenciadas no encontro, que contou com cerca de 20 debates sobre temas ligados à educação, saúde, juventude, democratização da comunicação, o golpe à democracia, além de discussões acerca do combate ao racismo, à lgbtfobia e sobre a cultura do estupro.

Turquia e as novas tecnologias de golpe

Foto: Tumay Berkin/Reuters
Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O ex-presidente turco Abdullah Gul, ao condenar a tentativa de golpe de Estado militar em seu país, abortada pela mobilização popular e a liderança do presidente Erdogan, revelou-se mal informado ao dizer que “a Turquia não é um país da América Latina” para ter um golpe de Estado, não é um destes países, disse citando também os africanos, “que têm governos depostos da noite para o dia". Não que golpes inexistam por aqui. Eles acontecem, mas agora são muito mais sofisticados, como foram no Paraguai, em Honduras e agora no Brasil. Dispensam o uso do Exército, da força bruta, dos tanques e baionetas. Diante dos “nossos” golpes, o da Turquia soa obsoleto e tosco, e também por isso foi mais fácil abortá-lo.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

PF investigará quem financia o “pixuleko”?

Por Altamiro Borges

Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal solicitou à Polícia Federal que investigue a ação dos grupos que promovem “campanhas difamatórias” contra membros do Judiciário. O motivo do pedido foi a exibição em protestos de rua de bonecos infláveis contrários ao presidente do STF, Ricardo Lewandowski, e ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Segundo a solicitação, tais bonecos “representam grave ameaça à ordem pública e inaceitável atentado à credibilidade do Poder Judiciário”. Nas marchas golpistas pelo impeachment, os “pixulekos” carregados por seitas fascistas apresentaram o ex-presidente Lula como presidiário e insultaram a presidenta Dilma. Mas o STF nunca tratou os bonecos antipetistas como “ameaças à ordem pública”.

O sonegador da Fiesp e os patos da Paulista

Por Altamiro Borges

Após esconderem as suas máscaras carnavalescas do "Japonês da Federal", o contrabandista, muitos midiotas devem estar pensando o que farão com os patinhos amarelos distribuídos pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) nas marchas golpistas pelo impeachment de Dilma. Nesta segunda-feira (18), o Estadão revelou que um importante diretor da entidade patronal deve R$ 6,9 bilhões em impostos ao governo federal - mais do que as dívidas dos estados da Bahia e Pernambuco. O jornal oligárquico, que adora usar adjetivos contra os seus adversários políticos, evita chamar o ricaço de "sonegador" ou "corrupto". Mas a matéria confirma que os midiotas serviram de massa de manobra aos falsos moralistas que se travestem de éticos para enganar os otários. Vale conferir alguns trechos:

Corbyn, Sanders e a democracia bloqueada

Por Paul Rosenberg, no site Outras Palavras:

As comparações entre Bernie Sanders e Jeremy Corbyn não são novas. Ambos são idiossincráticos, social-democratas estranhos – “velhos socialistas rabugentos”, dizem alguns – que alcançaram relevância representando pontos de vista populares abandonados pelas elites, particularmente as elites dos partidos institucionais de centro-esquerda em seus países. Ambos foram vistos como candidatos marginais quando surgiram pela primeira vez, ano passado, e as elites mal podem esperar para marginalizá-los novamente – mas isso pode não ser tão fácil, tanto por quem são quanto pelo que representam.

Flexibilizar a CLT? E a propriedade privada?

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

E se os discursos usados para convencer os trabalhadores que a legislação trabalhista deve ser reduzida e as regras de aposentadorias alteradas no meio do jogo fossem aplicados de uma outra forma?

“O Brasil precisa, urgentemente, da socialização dos meios de produção. Garantir que a coletividade e não indivíduos controlem indústrias, fazendas, bancos aumentará nossa competitividade e nos empurrará ao futuro.''

Conjuntura política e cena vindoura

Por Róber Iturriet Avila, no site Carta Maior:

Dilma Rousseff sofreu uma derrota enorme e tem possibilidades quase nulas de retomar seu governo. Ainda que o Ministério Público Federal proponha o arquivamento das ações de “crimes de responsabilidade”. Houve, na verdade, uma derrubada do poder de uma classe por outra. As “classes populares” que vinham perdendo espaço dentro do próprio governo Dilma foram completamente desalojadas. Tal alteração foi viabilizada por uma série de descontentamentos da opinião pública, não cabe aqui detalhar profundamente. No congresso nacional, os conservadores, os milionários e seus representantes estão com maioria absoluta. A população, adormecida e paulatinamente emburrecida, naturalizou o processo.

Os novos tempos da democracia em risco

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A democracia brasileira finalmente encontrou seu mais perfeito tradutor: o espanhol Lluis Barba. Conforme explicam os críticos, Barba é conhecido por “ter desenvolvido uma reinterpretação da fragilidade da memória histórica e sistemas de poder, juntando obras de artes de grandes mestres com elementos contemporâneos”.

Nada melhor para definir a maneira como o país está encarando a destruição sistemática dos mecanismos democráticos.

Peça 1 – montagem de um pacto de governabilidade com Temer

Arábia Saudita e a geopolítica do petróleo

Por José Sergio Gabrielli de Azevedo, no site Brasil Debate:

O mundo do petróleo passa por profundas mudanças nos últimos anos. Primeiro os EUA, grande consumidor, diminuiu suas importações e as projeções para os próximos anos são de continuidade de aumento da sua produção doméstica, em relação ao seu consumo. Em segundo lugar, China e Índia tornaram-se os maiores consumidores internacionais de petróleo e a construção das novas refinarias intensificam este movimento, adicionando capacidade de refino no Oriente Médio e nos países demandantes da Ásia.

Os significados da eleição de Rodrigo Maia

Por Antônio Augusto de Queiroz, no site do Diap:

A eleição do deputado Rodrigo Maia (DEM/RJ) para a Presidência da Câmara dos Deputados tem triplo significado: a) dificulta o poder de agenda dos fisiologistas e regressistas quanto a valores e direitos humanos e de minorias; b) facilita a agenda liberal e fiscalista; e c) resgata o PSDB para o centro da cena política.

No primeiro caso, o significado tem dupla dimensão: representa a rejeição ao modelo de fazer política do “Centrão”, sempre em bases fisiológicas, mercantis e com ataques a direitos e liberdades das minorias e aos movimentos sociais, bem como a derrota e a derrocada de seu principal líder e mentor, Eduardo Cunha, cuja cassação é uma questão de dias.

Dilma e Erdogan: quais semelhanças?

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Estou convencido de que o esforço para comparar a derrota do golpe militar na Turquia com a permanência do governo interino de Michel Temer no Brasil é um desses exercícios mentais que tanto podem esclarecer como confundir.

Para começar, não se pode esquecer o ponto essencial, que é o apoio popular dos governantes atingidos.

A reação popular ao apelo de Erdogan não surpreende. Mais surpreendente, na verdade, foi a tentativa de afastar do cargo, através de tanques e baionetas, um chefe de governo que se tornou o mais importante político da Turquia desde a década passada, um dos mais populares da história do país.

A insurgência popular derrota o golpe

Foto: Joshua Roberts/Reuters
Por Jeferson Miola

O filósofo e analista político Juan Domingo Sánchez Estop, que trabalha e vive em Bruxelas, oferece uma síntese muito interessante sobre o fracasso da tentativa do golpe de Estado na Turquia, cujo conteúdo está adiante traduzido para o português.

Juan Domingo expõe com poucas palavras como o golpe foi derrotado pelo povo insurgente que tomou as ruas. A insurgência popular, de outra parte, – e isso não está mencionado neste rápido relato dele – foi correspondida pela liderança exercida pelo Presidente Recep Tayyip Erdogan, quem soube dirigir com firmeza a resistência contra o golpe, e soube instruir com clareza o combate aos golpistas.

O que está por trás da ofensiva anti-Lula

Por Ricardo Amaral, no blog Diário do Centro do Mundo:

Nos últimos dez dias, Globo, Folha e Estadão republicaram antigos vazamentos da Lava Jato contra o ex-presidente Lula. Notícias velhas foram requentadas e servidas como carne fresca a quem perdeu a memória dos desmentidos: uma sede do Instituto Lula que nunca existiu, uma rodovia na África e o acervo que Lula tem de guardar por força da lei. Isso se chama publicidade opressiva, violência inerente ao estado de exceção e essencial aos “julgamentos pela mídia”.

Não pode ser coincidência. A ofensiva dos vazadores e seus repórteres amestrados segue-se à ação da defesa de Lula, que levantou a suspeição de Sérgio Moro para julgá-lo, por perda da imparcialidade. Essa é a notícia nova do caso, que a imprensa brasileira escondeu. Deu no New York Times, mas não saiu no Jornal Nacional.

Carta aberta a Dilma Rousseff

Por Mino Carta, na revista CartaCapital:

Prezada presidenta,

Nesta hora gravíssima, e tão dolorosa para um velho praticante do jornalismo, honesto porque verdadeiro, permito-me escrever-lhe, movido por aquele que enxergo como o interesse do Brasil. Deixa-me à vontade ter CartaCapital apoiado sua candidatura em 2010 e 2014, embora não a tenha poupado de críticas, amiúde contundentes, durante seu primeiro mandato e mais ainda no breve cumprimento do segundo, ignominiosamente interrompido pela manobra golpista urdida à sombra da casa-grande.