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O primeiro dia do julgamento da presidente Dilma confirmou a natureza do processo: foi calculadamente fundado em acusações técnicas e vem sendo conduzido por um discurso que não permite à população entender de quê mesmo a presidente é acusada. Seus defensores, entretanto, conseguiram ontem uma vitória moral e política importante com a desqualificação das duas primeiras testemunhas de acusação.
A primeira, o procurador de contas Julio Marcelo, autor da representação contra o governo em 2014, da qual originou-se o conceito de “pedaladas fiscais”, foi rebaixado à condição de informante, por conta de sua postura militante contra o governo Dilma, revelada em redes sociais. Já o auditor federal do TCU, Antonio Carlos Costa D'Ávila, confirmou, em resposta ao senador Randolfe Rodrigues, que auxiliou o procurador a elaborar sua representação, que depois gerou uma auditoria coordenada por ele mesmo. “Isso é estarrecedor. É como se o juiz auxiliasse o advogado a escrever a petição que irá julgar!”, resumiu o advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo.