terça-feira, 20 de setembro de 2016

Lula, o mapa do Mal e o reino do mercado

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Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

De um lado, a caçada sem trégua ao ex-presidente operário que tirou o país do mapa da miséria e da fome da ONU;

- que colocou a economia a operar a pleno emprego –e fez os salários terem ganhos reais por uma década;

- que elevou o peso internacional da nação a ponto de ter assento em todas as reuniões do G-8 – ‘aquilo que o sociólogo sempre sonhou (e nunca teve)’;

- que por isso tudo estendeu raízes longas, profundas, na sociedade e no seu imaginário.

Cunha dispara contra Moreira Franco

Do site Vermelho:

A cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) continua a produzir efeitos. Cunha já elegeu o seu primeiro alvo, Moreira Franco, secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e braço direito de Michel Temer.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo neste domingo (18), Cunha afirmou que Moreira Franco é o responsável pelas irregularidades encontradas na operação para financiar obras do Porto Maravilha, no Rio.

O Conselheiro Acácio de Temer

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Temer não é exatamente um primor intelectual.

Jamais se notabilizou pelo carisma, pela frase fácil, pelo espírito. Numa escala Churchill de 0 a 10, é zero.

Consegue usar mesóclises em pleno 2016 e não é capaz de distinguir o Rei Artur de Carlos Magno. (Nem ele e nem os jornalistas do Globo, aliás, que o entrevistaram e deixaram passar aquela prova de ignorância desumana).

A hora do delírio dos fanáticos de Curitiba

Por Mino Carta, na revista CartaCapital:

Assisto a um espetáculo de pura demência, e dentro dele ninguém mais habilitado ao papel de oficiante do que o promotor Deltan Dallagnol, milenarista fanático do Apocalipse. O que me ofende, humilha, destroça, é o comportamento de muitos na assistência, incapazes de entender o grau de parvoíce atingido pelo Brasil da casa-grande e da senzala, cada vez mais mergulhado na treva medieval.

Já não me refiro ao quociente de inteligência a que o País se deixou reduzir, aludo ao quociente de delírio. A denúncia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não passa de uma pregação desvairada e raivosa, baseada em devaneios do ódio represado, manifestados com uma enxurrada de palavras pronunciadas no tom do eremita Pedro, o marqueteiro da primeira Cruzada.

Governo tem pressa com PEC do Meirelles

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Sem fazer muito esforço de raciocínio, não é difícil entender a pressa do governo Temer em aprovar uma emenda constitucional que limita o corte de gastos até 2037 - quando nenhum dos protagonistas da política e da economia do Brasil de hoje estará em atividade. (Muitos comentaristas também estarão aposentados, pelo mercado de trabalho e muito provavelmente pela realidade biológica).

A pressa é compreensível. Os argumentos de Henrique Meirelles e seus auxiliares para impor uma ditadura fiscal de duas décadas envolvem uma análise grosseira da economia do país, um diagnóstico furado de nossos problemas reais e a ausência de um horizonte realista para o progresso de um país com 200 milhões de habitantes, com renda média e mal distribuída. As razões para afogar a discussão são três, essencialmente:

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

“João Dólar Junior” não tem senso de humor

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Altamiro Borges

O milionário João Doria Jr., candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, adora desferir ataques aos seus adversários políticos – principalmente contra o prefeito Fernando Haddad –, mas não aceita qualquer crítica ou sarcasmo. Na semana passada, a pedido da sua assessoria jurídica, a Justiça Eleitoral multou em R$ 5 mil o autor da página no Facebook “João Dólar Junior”, o jornalista Fábio Nassif. O juiz Márcio Teixeira Laranjo determinou ainda que o perfil seja apagado definitivamente na internet. O criador da página já anunciou que recorrerá da decisão judicial.

Não se enfrenta Chicago com Woodstook

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                                    

Depois que uma avalanche de baixarias decidiu a polarizada disputa eleitoral de 1989 entre Lula e Collor, o então coordenador geral da campanha de Lula, Vladimir Pomar, saiu-se com esta pérola : "o problema foi que nós fomos de Woodstock e eles vieram de Chicago."

Pomar se referia à confrontação entre aos métodos utilizados pelo esquema Collor -Globo na reta final da campanha, com direito à exploração da fala de uma ex-namorada de Lula, manipulação de debate e até acusação ao PT pelo sequestro de um conhecido empresário, e a docilidade republicana do comando petista.

O besteirol ridículo de José Serra

Por Marcelo Zero

Muitos riram do ridículo vídeo, no qual o inacreditável chanceler Serra aparece como um estudante secundarista relapso que não sabe apontar as correspondências das letras do acrônimo BRICS com os países que compõem o famoso grupo.

Eu não. Fiquei chocado. Teria rido muito, caso fosse uma criança ou um adolescente preguiçoso, desses que gostam de cabular aulas. Mas Serra é o atual chanceler do Brasil. Goste-se ou não, ele representa o nosso país.

Cunha e o apartidarismo de fachada do MBL

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Jamais esquecerei quando câmaras da TV Amapá registraram, sem querer, o voto de Sarney nas últimas eleições. Com o adesivo de campanha de Dilma colado no peito, esse dinossauro brasileiro não teve dúvidas na hora de votar: apertou 4, 5 e confirma. O peemedebista fez campanha para Dilma, mas votou em Aécio no escurinho da urna. Uma cena que é praticamente um resumo da política partidária brasileira, em que se prega uma coisa em público, mas se faz diametralmente o oposto nas sombras.

O ex-deputado federal Eduardo Cunha é um grande expoente dessa tradição. Seu discurso de defesa na votação pela sua cassação foi um exemplo magnífico. Apreciemos este trecho:


O MPF e a destruição da República

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

A denúncia dos procuradores da Lava Jato contra o ex-presidente Lula foi classificada de “absurda”, “aberração”, “tresloucada” etc. Todas essas classificações seriam verdadeiras se ela não contivesse uma clara estratégia na sua formulação. Essa estratégia já teve sucesso no golpe contra Dilma e consiste no seguinte: cria-se uma tese, a acusação, e, subsequentemente, interpretam-se fatos e acontecimentos ao sabor dos interesses dos procuradores para construir a “verdade” da acusação. Com Dilma criou-se a tese do crime de responsabilidade e moveu-se a validade da jurisprudência para frente e para trás no tempo para que a “verdade” da acusação se confirmasse. Com Lula criou-se a acusação de que ele era o “maestro”, o “general”, o “comandante” do Petrolão e agora os fatos serão torcidos e retorcidos para provar as “convicções” dos acusadores que prescindem de materialidade e de comprovação empírica das imputações.

FHC, Lula e o país dos elegantes

Por Flávio de Castro, no blog Viomundo:

Eu confesso que não sei a verdade: não sei se Lula é ou não dono de um triplex no Guarujá como não sei se FHC é ou não dono de um apartamento na Avenue Foch, em Paris.

Sei apenas que a presunção de ser dono de um triplex no Guarujá é inequivocamente associada à corrupção e a presunção de ser dono de um apartamento em Paris não tem nada a ver, obviamente, com corrupção.

Cunha caiu! Cunha vive...

Por Pedro Tierra, no site da Fundação Perseu Abramo:

A queda do Primeiro-Ministro Eduardo Cunha, articulador do golpe parlamentar, midiático e judiciário que conduziu o Brasil a um regime parlamentarista bastardo revela aos cidadãos desatentos um singelo absurdo tropical: o governo (Fora) Temer tornou-se uma Concessão Pública da Rede Globo de Televisão.

Não há indícios, nem convicções de que a Câmara Federal tenha sofrido um surto virtuoso na noite de 12 de setembro. A composição política tecida pelo próprio Primeiro-Ministro delinquente – e que acabou sendo decisiva para sua cassação – sofreu um suave deslocamento rumo aos confortos do governo usurpador, que resolveu não quebrar lanças em sua defesa, ocupado em cuidar da própria sobrevivência.

Partido ultradireitista avança na Alemanha

Do site Opera Mundi:

As eleições regionais realizadas neste domingo (18/09) em Berlim tiveram como grande derrotada a coligação União Democrata-Cristã (CDU), da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, enquanto a direita radical conseguiu acesso à Câmara da cidade-Estado e capital do país.

O Partido Social-Democrata (SPD) se manteve como principal força política da região, com 23% dos votos, mas não poderá reeditar a coalizão majoritária que compunha com a CDU, que ficou em segundo lugar, com 18%, segundo as projeções das redes de televisão pública ARD e ZDF após o fechamento das urnas.

O golpe no cinema brasileiro

Por Anna Muylaerte, no site da Mídia Ninja:

É natural imaginar que Kleber Mendonça Filho esteja agora chateado com esse golpe relativo a escolha de um outro filme para comissão do Oscar. Imagino que esteja mesmo. Mas do meu ponto de vista o maior prejudicado não foi nem é Kleber e sua equipe e sim o cinema brasileiro.

Houve sim uma grande batalha nos últimos anos em várias esferas, Ancine - Manoel Rangel e Eduardo Valente sem falar do Cinema do Brasil - pessoas e entidades que vêm lutando tanto pela qualidade do cinema brasileiro quanto por sua visibilidade no exterior.

A EBC e a democratização da mídia

Por Akemi Nitahara, no jornal Brasil de Fato:

Com a mesma rapidez de quando assumiu provisoriamente o governo, o agora efetivado presidente Michel Temer investe novamente contra a Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Dessa vez, ferindo de morte o projeto de comunicação pública do país com a edição da Medida Provisória 744*, publicada no dia 2 de setembro e assinada pelo presidente em exercício na ocasião, Rodrigo Maia. A MP saiu apenas dois dias após a efetivação do impeachment que afastou em definitivo Dilma Roussef da presidência da república.

Centrais chamam Dia Nacional da Paralisação


Do site da CTB:

As principais centrais sindicais divulgaram nota unitária convocando para a mobilização nacional na próxima quinta-feira (22), e reafirmando sua crítica às propostas de reformas apresentadas pelo governo que impõem cortes nas áreas sociais e trabalhistas.

Para as centrais, a gestão ilegítima de Michel Temer tenta "jogar a conta da crise econômica nas costas da classe trabalhadora e dos mais pobres". Unidos contra qualquer possibilidade de perda de direitos duramente assegurados, os sindicalistas denunciam a lógica rentista que "aprofunda a pobreza e elimina direitos" e defendem um projeto nacional de desenvolvimento centrado na retomada do crescimento, na geração de empregos e distribuição de renda.


Argentina, o Brasil de amanhã?

Por Cauê Ameni e Hugo Albuquerque, no site Outras Palavras:

Era para ter sido só mais uma sexta-feira de inverno em Mar del Plata. Tudo se resolveria com um discurso simples, recheado de lugares comuns e uma partida tranquila. Contudo, Maurício Macri, presidente da Argentina, não conseguiu discursar mais do que dez minutos. Ele não resistiu às – nada metafóricas – pedradas desferidas pela multidão aos gritos de “Macri, basura [lixo], vos sos la ditadura”. O líder argentino encerrou seu breve discurso e entrou rapidamente no carro oficial, cercado pelos manifestantes.

Lava-Jato e a caça ao guerreiro

Por Emiliano José, na revista Caros Amigos:

Diante de um espetáculo burlesco como o oferecido pelos procuradores da Lava Jato nas últimas horas, onde as provas são deixadas de lado em favor do objetivo político de inviabilizar Lula para 2018, a gente, por mais calejado esteja com a partidarização do sistema de justiça, queda estupefato, tomado de vergonha alheia. Até onde vão? É muito evidente o lado especificamente político dessa incrível perseguição à maior liderança política brasileira. O sistema de justiça quer destruí-lo, aniquilá-lo, quebrá-lo, para além de condená-lo e prendê-lo, se puder.

Direito que se derrete em silêncio

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Deltan Dallagnol, mestrado em Harvard, pregador religioso batista, surfista que viaja para Indonésia para buscar ondas perfeitas, Procurador da República, 36 anos, tido como estudioso da “operação mãos limpas”, tem uma obsessão. É o que informam os seus colegas e celebram os jornalistas que lhe admiram: combater a corrupção no país. O que lhe diferencia, porém, não é esta obsessão. Ela é comum a milhões de brasileiros, servidores públicos, trabalhadores e empresários, membros do Judiciário, políticos de vários partidos e cidadãos comuns, que lutam todos os dias pela sobrevivência. O que lhe diferencia é a sua visão ideológica fundamentalista, o seu messianismo provinciano e a sua tendência ao autoritarismo de caráter fascista.

Lava Jato pode incendiar o país

Por Jeferson Miola

A força-tarefa da Lava Jato se embrenhou numa armadilha. Dependendo da opção dos seus agentes, poderá abrir um capítulo de grave conflitividade social no país, e não conseguirá ficar livre da responsabilidade pela espiral de conflito e violência.

Pela primeira vez desde que iniciou, a Operação é contestada pela quase unanimidade jurídica e política. É o saldo da tresloucada acusação dos procuradores ao ex-presidente Lula.