segunda-feira, 26 de setembro de 2016

José Serra, o 'diplomata do porretinho'

Por Flavio Aguiar, na Rede Brasil Atual:

Corre a notícia de que José Serra mandou retirar a bandeira do Mercosul da frente do Palácio do Itamaraty, em Brasília. Não li desmentido até agora, nem vi foto da bandeira de volta ao mastro.

Também corre a notícia de que por alguma razão Serra voltou enfurecido dos Estados Unidos. A mais sugerida é uma discordância quanto 'a fala de Michel Temer na ONU, o trecho em que ele privilegiou a relação com os países da América Latina. Não dá para acreditar nesta fala do Temer, que entre outras coisas disse que o golpe em curso no Brasil é um exemplo para o mundo.

O silêncio dos liberais: raízes da vergonha

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

O que se busca caracterizar hoje no Brasil com a palavra golpe é na verdade um retrocesso equivalente a um ciclo de ‘des-emancipação social’. Sua abrangência e brutalidade correspondem a uma ruptura do pacto da sociedade sem consulta-la, o que dificilmente se completará sem atingir o núcleo duro das garantias individuais, as liberdades civis e os direitos políticos.

Diante da escalada temerária, constrange o silencio daqueles que, ideologicamente, avocam-se a filiação ao republicanismo, à independência de poderes, a isonomia diante da lei e o respeito ao sufrágio universal.

Faustão: golpista arrependido ou teleguiado?

Por Altamiro Borges

O apresentador Fausto Silva, o maior salário da tevê brasileira – estima-se em R$ 5 milhões mensais –, parece que está irritado com “essa porra de governo”. No programa do Faustão deste domingo (25), ele esculhambou a reforma do ensino médio anunciada na semana passada pelo covil golpista de Michel Temer. Sua explosão, com palavrões e cara de nojo, deve ter desnorteado muitos “midiotas” que veneram a TV Globo. Afinal, Fausto Silva foi um dos principais animadores das marchas golpistas pelo impeachment de Dilma. Ele usou e abusou de uma concessão pública de tevê para convocar e paparicar os protestos de rua que resultaram no “golpe dos corruptos” e na ascensão “dessa porra de governo”.

O significado de Temer para o mercado

Por Antônio Augusto de Queiroz, no site do Diap:

A efetivação de Michel Temer na Presidência da República não foi apenas uma mudança de governante, mas uma mudança de paradigma na relação entre o governo e o mercado.

Na visão do mercado sai uma governante intervencionista, que não hesitava em utilizar os instrumentos de política econômica para interferir nos negócios privados e até na margem de retorno dos empreendimentos, e entra um governante sintonizado com os princípios da livre iniciativa e com visão fiscalista.

Por que 'Aquarius' incomoda a Folha

Por Glauco Faria, no site Outras Palavras:

Neste domingo (25), a Folha de S. Paulo brindou seu leitor com um artigo intitulado “Aquarius”, de seu colunista Samuel Pessoa. Para quem não conhece, trata-se de um economista ligado ao Instituto Millenium e um dos principais assessores da área na campanha do presidenciável Aécio Neves (PSDB) em 2014.

O texto escolhe o filme de Kléber Mendonça Filho, que se tornou símbolo de resistência ao processo que levou ao impeachment de Dilma Rousseff, para defender a reforma da previdência. A história em si é centrada em Clara, personagem vivida por Sônia Braga, que luta para permanecer em seu apartamento no Aquarius, um edifício antigo de poucos andares na Praia de Boa Viagem, no Recife, alvo de uma construtora que pretende destruí-lo para fazer ali um novo e suntuoso empreendimento imobiliário.

Globo está pulando fora do golpe de Temer?

Por Marcos Aurélio Ruy, no site da CTB:

O apresentador do “Domingão do Faustão”, Fausto Silva, conhecido por defender posições golpistas desde o processo de impeachment da presidenta Dilma, escrachou neste domingo (25), em horário nobre, a reforma do ensino médio do desgoverno Temer.

Ao entrevistar o ginasta Diego Hypolito – medalha de prata em ginástica solo na Rio 2016 – Faustão criticou com veemência as mudanças propostas pelo governo golpista para o ensino médio.

Temer vai tratar Lula como ladrão?

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Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O juiz Sergio Moro lançou sobre Lula a suspeita de estar surrupiando a memória de sua própria presidência. Pediu ao Governo Temer que investigue se no acervo apreendido no cofre de um banco existem itens que devem se devolvidos ao Palácio do Planalto.

Temer, que diz ter intenção pacificadora, tem uma oportunidade de contribuir para o restabelecimento do respeito litúrgico devido aos ex-presidentes da República. Basta que demonstre a Moro a previsão da Lei 8.394/1991, de que tais bens sejam entregues ao presidente da República no final de seu mandato. Textualmente, diz o artigo 13: “Ao final do mandato presidencial, os documentos tratados pela Secretaria de Documentação Histórica do Presidente da República serão entregues ao titular.”.

A prisão de Palocci e a fase 2 do golpe

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Por Renato Rovai, em seu blog:

Ontem o ministro da Justiça Alexandre Moraes estava em Ribeirão Preto fazendo campanha para o tucano Duarte Nogueira, que não consegue decolar nas pesquisas e é o líder em rejeição na cidade. Comportando-se como um führer, disparou: “Teve a semana passada e esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando vocês virem esta semana, vão se lembrar de mim”.

No evento, todos entenderam o recado e provavelmente muitos foram informados pelo ministro: o próximo a ser preso pela Lava Jato seria o ex-ministro Antônio Pallocci, ex-prefeito de Ribeirão.

"Os Miseráveis" da operação Lava-Jato

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Meu pai era fã de Os Miseráveis (1935), uma das muitas versões para o cinema do clássico de Victor Hugo, com Fredric March como Jean Valjean e Charles Laughton como seu implacável perseguidor, o inspetor Javert. Todas as vezes que o filme passava na sessão Coruja, meu pai juntava os filhos no sofá para lhe fazerem companhia. A história, portanto, é muito vívida em minha memória. Valjean, desesperado pela fome, roubara um pão. E, por este crime, é caçado por Javert a vida inteira, com requintes de sadismo.

O aprofundamento do Estado de Exceção

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Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – o cenário provável

Traçar cenários é tarefa complexa.

O ponto inicial é identificar a tendência da onda do momento e o que poderá acontecer se não surgir nenhum elemento novo, anticíclico, capaz de contê-la. Em geral, esse tipo de cenário serve de alerta, ajudando a estimular forças contracíclicas quando se quer prevenir desastres. Mesmo assim, nações entram na onda fatal, no que cientistas sociais denominaram de “era da insensatez” e vão para o buraco, sem que nenhuma força contra cíclica consiga segurar a queda.

Lava Jato vira cabo eleitoral contra o PT

Do site dos Jornalistas Livres:

Se dúvidas ainda havia sobre a politização da Operação Lava Jato, escancaradamente destinada a produzir manchetes constrangedoras ao Partido dos Trabalhadores, enquanto protege, poupa e acoberta tucanos, peemedebistas, Aécio, Cunha, Temer et caterva… bem, se havia alguma dúvida, não há mais.

Na tarde deste domingo, em Ribeirão Preto, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, teve a ousadia de anunciar que uma nova etapa da Operação Lava Jato será deflagrada nesta semana –a última antes das eleições de vereadores e prefeitos.

A vingança do medo contra a esperança

Por Emir Sader, no site Vermelho:

O golpe precisa, para triunfar, que o povo não tenha confiança em si mesmo, que não creia no potencial do Brasil.

O golpe trata de difundir nas pessoas a responsabilidade por ter gastado demais, por ter usufruído demais de direitos, de créditos, de bolsas família. O golpe tem a cara do baixo astral, que ele quer que seja assumido pelo povo como sua cara. A cara depressiva do Temer, do Serra, do Meirelles.

O golpe é a vingança contra a esperança que o povo voltou a ter com o governo do Lula. A esperança é a confiança no futuro, é o orgulho do país, é a felicidade de ser respeitado e de ter seus direitos atendidos.

domingo, 25 de setembro de 2016

Lava Jato e a liga dos convictos

Por Pedro Tierra, no site da Fundação Perseu Abramo:

O golpe-processo em curso no Brasil, desencadeado institucionalmente a partir da obscena votação de 17 de abril, de 2016, comandada por Eduardo Cunha na Câmara dos Deputados, busca consolidar-se. A partir da votação de 31 de agosto quando a presença de Dilma Rousseff no Plenário do Senado Federal, desnudou ante os olhos do país e do mundo a farsa criminosa do seu impedimento sem crime de responsabilidade, o Brasil passou a viver uma espécie de Regime Parlamentarista bastardo.

A desmoralização da Operação Lava Jato

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

A Operação Lava Jato entrará para a história como uma praga, como flagelo que afundou um país que ia bem na economia, na democracia e no equacionamento de seus problemas sociais e que mergulhou no caos político, econômico e institucional por moto próprio.

Ainda não é possível enxergar quanto de ruim será dito contra essa iniciativa ditatorial, farsesca, vigarista mesmo, que, para atingir objetivos eminentemente políticos, destruiu a economia, soterrou a democracia e desmoralizou as instituições.

Mas será. Todos enxergarão isso no espaço de alguns poucos anos, após a poeira amainar.

A criminalização dos movimentos sociais

Por Giane Ambrósio Álvares, no jornal Brasil de Fato:

É espantosa a disseminação na sociedade de discursos perversos que procuram minimizar ou ignorar as atrocidades praticadas durante a ditadura civil-militar. Nunca é demais repetir: foi por obra do autoritarismo e da selvageria de agentes do Estado brasileiro contra opositores políticos que no período entre 1964-1985 se registrou na história do país um saldo de aproximadamente 50 mil pessoas presas, 20 mil torturados e algo em torno de 400 mortos e desaparecidos.

O Brasil não lida bem com sua memória histórica e a tragédia representada por esses números não tem sido, ainda nos dias de hoje, motivo de preocupação para muitos agentes do Estado.

Greca, Doria e o vomito nas eleições!

Por Altamiro Borges

Na última semana de campanha para o primeiro turno das eleições municipais, as pesquisas apontam para um cenário tenebroso em várias capitais. Devido ao ceticismo reinante no país, muito em função da escandalização da política difundida pela mídia falsamente moralista, há indícios de que as urnas poderão produzir verdadeiros “vomitaços”, com a eleição de candidatos fisiológicos, reacionários e sem qualquer compromisso com a humanização das cidades. É certo que não dá para confiar nos institutos de pesquisas – seja no “Datafalha” ou no “Glopobe” –, que servem a interesses escusos nos processos eleitorais. Mesmo assim, não dá para desconsiderar totalmente os resultados das suas sondagens. E os sinais são preocupantes para o futuro da democracia brasileira.

Ministra da AGU é tucana. Acorda midiota!

Por Altamiro Borges

Manipulados pela mídia golpista, muitos brasileiros foram às ruas para rosnar pelo “Fora Dilma” com a fantasia de paladinos da ética. Concretizado o “golpe dos corruptos”, porém, alguns “midiotas” percebem, tardiamente, que serviram de massa de manobra para políticos mais sujos do que pau de galinheiro. O “ministério de notáveis” do Judas Michel Temer já defecou quatro ministros, três deles metidos em denúncias de desvios de recursos públicos. Já o quarto, Fábio Medina Osório, da Advocacia-Geral da União (AGU), saiu atirando ao ser exonerado do cargo. Em bombástica entrevista à insuspeita revista “Veja”, ativa participante da conspiração dos bandidos, ele garantiu que foi defenestrado porque “o governo quer abafar a Lava-Jato”.

Sócios na empulhação: 'parceria' Temer-MBL

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Só um idiota pode se surpreender com a notícia de que o MBL foi convocado pelo governo Temer para ajudar a pensar em estratégias para comunicar as reformas da Previdência e do trabalho.

Só um imbecil pode achar isso vai dar certo.

O MBL está virtualmente morto, como o governo Temer. A última manifestação convocada pelos kataguiris tinha menos de mil pessoas na Paulista. É um caso de auto desmoralização.

As elites agem para manter os juros altos?

Por Carlos Drummond, na revista CartaCapital:

A confirmação, pelo Banco Central, na quarta-feira, 31, dos juros mantidos há mais de um ano em 14,25% cristaliza o País como caso raro de estabilidade no topo em um mundo com predominância de taxas zero, insignificantes ou cadentes. À ineficiência econômica e ao exotismo da situação no contexto internacional, acrescenta-se outro recorde incômodo, o da maior taxa real média nos últimos 19 anos. A situação foi identificada em uma amostra de 11 países estudada por Thereza Balliester Reis e apresentada em dissertação de mestrado em junho, na Universidade de Paris.

Temer beneficia mansões de milionários

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

Em que lugar no mundo um governante precisando fazer ajuste fiscal, com perda de arrecadação, mesmo sendo neoliberal, seria louco de criar uma lei reduzindo receitas sobre bens de luxo pertencentes à União, usufruídos por milionários? A resposta é: só no Brasil de Temer.

Na calada da noite, sem nenhum debate público, em 10 de junho, o ainda interino Michel Temer assinou e enviou ao Congresso a medida provisória 732/2016, que reduz a 10,54% o teto de reajuste das taxas cobradas de quem ocupa terrenos da União.