terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

A política do genocídio chega ao STF

Por Dennis de Oliveira, no blog Quilombo:

Alexandre Moraes, indicado pelo presidente Michel Temer para o Supremo Tribunal Federal (STF), foi secretário de Segurança Pública do estado de São Paulo de 2014 a maio de 2016, quando foi para o ministério da Justiça.

Na sua gestão da Segurança Pública em São Paulo, a Polícia Militar e a Polícia Civil foram responsáveis por 25% das mortes na cidade de São Paulo em 2015. Uma em cada quatro pessoas.

No estado de São Paulo, o ano de 2016 foi de recorde do número de pessoas assassinadas por policiais em horários de folga: 266, cerca de 83% acima do que foi em 2001 (146 mortos). Estas mortes não entram nas estatísticas de homicídio praticados por policiais e só foi obtido pela Rede Globo e exposto no telejornal SPTV por meio da Lei de Acesso à Informação (lei que obriga os órgãos públicos a fornecerem informações de interesse público).

Escolha de Moraes e o regime de exceção

Por Jeferson Miola

A rigor, o usurpador Michel Temer não tem legitimidade para indicar o juiz que deve ocupar a vaga aberta no STF com a morte de Teori Zavascki.

Temer não é um presidente eleito legitimamente; é um conspirador que tomou de assalto o Palácio do Planalto com sua turba corrupta, branca e masculina, e que exerce prerrogativas presidenciais porque o país está sob a vigência de um regime de exceção.

Os golpistas que promoveram o golpe de Estado com a fraude do impeachment e que controlam o legislativo e o judiciário atribuem a ele, o “MT” das planilhas de propinas da Odebrecht, os poderes que seriam legítimos somente a um mandatário eleito pelo voto popular. A mídia, liderada pela Rede Globo, cumpre a função legitimadora do governo usurpador e naturaliza cada passo da evolução golpista.

Fascistas tumultuam debate em MG

Renato Rabelo, presidente da Fundação Mauricio Grabois
Do site da Fundação Maurício Grabois:

A Fundação Mauricio Grabois realizava, na segunda-feira (6), a palestra “O Brasil tem saída – caminhos para a superação da crise brasileira”, ministrada pelo seu presidente nacional e ex-presidente do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Renato Rabelo, quando foi surpreendida por um grupo de provocadores, se dizendo fãs de Jair Bolsonaro.

O evento, realizado no Centro Cultural da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), transcorria normalmente até que três pessoas raivosas, com linguagens de ódio, utilizando a roupagem “Jair Bolsonaro-presidente”, começaram a tumultuar o evento prestigiado por mais de 160 pessoas.

O cálculo na escolha de Alexandre de Moraes

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

Alexandre de Moraes acaba de ser indicado pelo governo Temer para a vaga aberta no STF com a morte de Teori.

O currículo de Moraes é uma mistura de truculência e incompetência, temperada com pitadas de fanfarronices e bizarrices.

Como secretário da segurança pública de São Paulo, durante o governo Alckmin (2014-2016), comandou verdadeiros massacres contra manifestações políticas da esquerda. Ficou clara a estratégia da PM de provocar os manifestantes e incitar a violência para depois justificar os tiros, as porradas e as bombas.

Violência e barbárie no Espírito Santo

Exército no Espírito Santo
Por Marcos Sacramento, no blog Diário do Centro do Mundo:

Engana-se quem pensa que o caos instalado no Espírito Santo após o aquartelamento da Polícia Militar é apenas um caso de falta de policiamento.

Junto com a onda de crimes e vandalismo subsequente ao protesto, iniciado na última sexta-feira (03) por cônjuges e familiares de policiais militares que “bloqueiam” os portões dos Batalhões, afloraram tensões sociais na forma de saques a lojas de eletrodomésticos e áudios de Whatsapp carregados de preconceito social.

Negar o crescimento da violência nesses dias seria insensatez da minha parte, ainda mais com estatísticas e imagens eloquentes.

Previdência: Cunha no comando da reforma?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Quem acompanhou o longo processo de cassação de Eduardo Cunha e as intermináveis sessões da Comissão de Ética sabe que ninguém foi mais fiel ao hoje preso ex-presidente da Câmara que o deputado Carlos Marun, do PMDB do Mato Grosso do Sul.

Foi, não, é.

Em setembro, já com o ex-todo-poderoso em desgraça, Marun rasgou-lhe seda em artigo na Folha.

O tucano Alexandre de Moraes vai para o STF

Da revista CartaCapital:

Alexandre de Moraes, atual ocupante do Ministério da Justiça, foi escolhido pelo presidente Michel Temer para ocupar a vaga deixada por Teori Zavascki, morto em um acidente aéreo em janeiro, no Supremo Tribunal Federal (STF). O anúncio aconteceu na noite desta segunda-feira 6, após duas semanas de muita especulação em Brasília sobre a identidade do novo magistrado.

O anúncio foi feito pelo porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola. "As sólidas características de Moraes o qualificam para a elevada função", disse em pronunciamento. Uma vez oficializada a indicação, Moraes será sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado e terá seu nome apreciado pelo plenário da Casa Legislativa.

Le Pen se lança no estilo 'France first'

Por Flavio Aguiar, de Berlim, no site Carta Maior:

Marine Le Pen lançou oficialmente sua candidatura à presidência francesa durante um comício na cidade de Lyon, com o comparecimento de milhares de pessoas.

Le Pen prometeu tirar a França da zona do Euro e da União Europeia, se necessário. Também falou vigorosamente contra a globalização e prometeu melhores salários, mais empregos, menor tempo e melhor pensão para aposentadorias. Mas tudo isto veio envolto nas propostas xenófobas, anti-imigrantes, anti-refugiados, no estilo Donald Trump: “a França em primeiro lugar”.

A luta contra a reforma da previdência

Do site da Frente Brasil Popular:

Dia 08, Dia Internacional da Mulher; dia 15 de março – Dia Nacional de Luta contra a Reforma da Previdência; e 31 de março, data do golpe militar de 1964, dia que o chamado será com a bandeira "Fora, Temer" são três datas fundamentais para a mobilização contra a retirada de direitos proposta pelo presidente ilegítimo Michel Temer e em defesa da democracia.

“A proposta de reforma da previdência é uma parte da fatura do golpe que Temer tem que pagar aos empresários que ajudaram no processo de impeachment”. É assim que a presidenta da União Nacional dos Estudantes, Carina Vitral pontuou em sua fala durante exposição do debate sobre o cenário político atual.

RBS e poder: tudo a ver

Por Eduardo Silveira de Menezes, no site Sul-21:

Não é de hoje que a Rede Brasil Sul de Comunicação (RBS) atua de modo a pautar a opinião pública em benefício de interesses privados. Acostumada a eleger seus representantes, no estado do Rio Grande do Sul, a empresa, de propriedade da família Sirotsky, especializou-se em atuar politicamente por meio de vereadores, deputados, senadores e, até mesmo, governadores. É o caso do jornalista – e ex-repórter desse grupo de comunicação –, Antônio Britto (PMDB), que, durante os quatro anos em que esteve à frente do Palácio Piratini, não mediu esforços para entregar os serviços públicos à iniciativa privada. O caso do Banrisul é exemplar, nesse processo, já que foi um dos poucos bancos estaduais a escapar da fúria privatista da década de 1990. Certamente o destino do banco seria outro se Britto não tivesse perdido as eleições de 1998, período marcado pela crescente subserviência do governo ao sistema financeiro.

Alexandre de Moraes no STF é golpe de Temer

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

Michel Temer indicou na noite desta segunda-feira (6) o ministro da Justiça, filiado ao PSDB, Alexandre de Moraes para integrar o Supremo Tribunal Federal (STF), na vaga deixada pelo ministro Teori Zavascki. O processo seguinte, a partir de agora, é o Senado agendar a sabatina pela qual passará Alexandre de Moraes. Depois disso, se for aprovado, ele é nomeado para o cargo na Corte Suprema. Moraes foi apoiado pelo ministro Gilmar Mendes que, no domingo anterior, se reuniu com Michel Temer para discutir a escolha do novo ministro

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Record quebra a blindagem de Aécio Neves

A morte de Dona Marisa e a exceção

Por Tarso Genro

Dona Marisa Letícia foi uma pessoa comum, como somos a maioria dos brasileiros, com as nossas humanidades cheias de grandezas e defeitos. Pessoa boa, educada, fraterna e sensível. Só que Marisa Letícia, pela sua relação amorosa com Lula, com quem realizou e cuidou de uma família – um político originário da classe operária e uma mulher da mesma origem – foi jogada num turbilhão político. Primeira Dama do país, respeitosa dos protocolos, foi consciente da suas responsabilidade, mas não para estar “atrás” de um grande homem, mas ao seu lado. Nos seus momentos de glórias, vicissitudes e resistência, lá estava a “Galega”, como lhe chamava Lula, cumprindo o papel que o destino e a militância lhe reservou.

AVC democrático e hemorragias de ódio

Por Marcelo Zero

Que o Brasil vai mal, todo mundo sabia. Que o outrora país do “homem cordial” se tornou o país do homo lupus homini de Hobbes, do ódio desenfreado, também já parecia evidente para todos há algum tempo.

Mas há fatos que chocam.

A reação dos nossos conservadores protofascistas à doença e à morte de Dona Marisa Letícia, bem como ao discurso de Lula em seu velório, extrapolou tudo o que se tinha visto até aqui.

E olha que não foi pouco. Há anos que Lula e sua família vêm sendo vítima de uma caçada judicial e mediática impiedosa, de uma lawfare cruel e sistemática.

Marisa Letícia e a força do caráter

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Passado o choque de uma morte precoce e injusta, será preciso acompanhar, passo a passo, a investigação e a necessária punição dos doutorzinhos e doutorazinhas de instinto assassino que envergonharam o país com atos criminosos durante o AVC de Marisa Letícia, sem respeitar direitos de paciente e a privacidade de cidadã em luta pela vida.

A esse respeito, não custa lembrar que teriam honrado o diploma universitário se ajudassem a esclarecer as circunstâncias psicológicas de uma tragédia iniciada 24 horas depois que a Polícia Federal esteve no apartamento de Marisa e Lula em São Bernardo, revirou móveis, abriu pastas, levantou o colchão do quarto do casal.

A tática para derrotar o governo golpista

Por José Reinaldo Carvalho, no site Vermelho:

Com as eleições às mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, a designação das lideranças da coalizão governista nas duas casas e a nomeação de mais um membro da cúpula tucana para o núcleo político do Planalto, o regime do golpe completa o alinhamento das suas fileiras para dar continuidade à brutal ofensiva antinacional e antipopular no início do ano político de 2017.

A esquerda, por seu turno, aprofundou suas divisões, não somente com o confronto entre partidos do mesmo campo, mas também no interior de cada um.

'PL das teles' volta ao Senado

Por Ramênia Vieira, no site do FNDC:

O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), enviou à sanção presidencial na terça-feira, dia 31, no seu último ato na presidência da Casa, o Projeto de Lei da 79/2016, que altera a Lei Geral das Telecomunicações. Vários senadores que se opõem ao projeto apontaram o ato de Calheiros como uma afronta às normas regimentais do Senado, pois havia na mesa diretora da Casa um pedido para que o projeto fosse ao plenário.

Big Data: Toda democracia será manipulada?

Por Hannes Grassegger e Mikael Krogerus, no site Outras Palavras:

No dia 9 de novembro, por volta das 8h30, Michal Kosinski acordou no Hotel Sunnehus em Zurique. O pesquisador de 34 anos estava ali para dar uma palestra no Instituto Federal Suiço de Tecnologia (ETH, na sigla em inglês) sobre os perigos do Big Data e da revolução digital. Kosinski fala sobre esse assunto regularmente, em todo o mundo. Ele é um especialista em psicometria, um sub-ramo da psicologia baseado em dados. Quando ligou a TV naquela manhã, contrariamente às previsões de todos os principais estatísticos, viu que a bomba explodira: Donald J. Trump fora eleito presidente dos Estados Unidos.

A eutanásia do investimento no Brasil

Por Juliano Giassi Goularti, no site Brasil Debate:

Quando John Maynard Keynes publicou a Teoria Geral do Emprego do Juro e da Moeda (1936), teve como preocupação central o emprego, pois estava olhando para os estragos da crise de 1929 na economia norte-americana, que provocou de imediato 4,6 milhões de demissões (1929), 7,8 milhões (1931), 11,6 milhões (1932) e 16 milhões (1933).

Com o desenvolvimento do mercado financeiro nos anos 1920, a possibilidade de os homens de negócios fazerem fortuna fácil e ganhar dinheiro rápido com ações/ativos/títulos (líquidos/moeda) produzia uma expectativa de rendimento esperado superior aos investimentos fixos/físicos (máquinas/equipamentos). Utilizando uma das frases de impacto de Keynes, estavam assim os proprietários de riqueza preferindo a “Lua ao invés de Queijos Verdes”.

As peripécias de Aécio no propinoduto

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Imagine que um simples comerciante do interior de Minas Gerais tenha sido preso por participar de um esquema de vendas de habeas corpus para traficantes de drogas em conluio com um desembargador.

Imagine que este comerciante seja primo de um político responsável pela nomeação do desembargador que mais tarde se tornaria seu comparsa no esquema.

Agora, imagine que o comerciante e o desembargador tenham sido presos e que o Fantástico tenha feito uma excelente reportagem de quase 12 minutos sobre o assunto, mas não citou que o político em questão levava o nome de Aécio Neves (PSDB/MG).