quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

A opção antipovo de Temer

Editorial do site Vermelho:

A cena final do filme O Capital (2012), do cinesata grego Constantin Costa-Gavras, traz uma descrição perfeita do espírito que predomina no governo ilegítimo de Michel Temer: a opção contra o povo.

Naquela cena o protagonista Marc Tourneuil, indicado para o cargo de presidente de um banco ligado à especulação financeira, afirma-se, sob aplausos feéricos da assembleia de banqueiros, um Robin Hood moderno, que rouba dos pobres para tornar os ricos mais ricos.

Os brasileiros não gostam de Temer, desde a origem obscura e golpista de seu governo para o qual não teve sequer um voto popular. Por uma razão simples e direta: este governo fez, para usar uma metáfora oposta a outra já empregada por movimentos religiosos, uma opção contra os pobres.

Previdência: bombardeio e implosão

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

O processo de desmonte do Estado brasileiro e de privatização de suas atividades comporta várias possibilidades de periodização e de tipificação. Na verdade a estratégia privatizante tem sua origem na consolidação da hegemonia neoliberal, alicerçada nos preceitos do Consenso de Washington. Assim, o discurso em defesa da desregulamentação generalizada da economia e a favor de um Estado mínimo é muito mais abrangente do que a simples venda de empresas de propriedade do governo.

Serra pede demissão do covil de Temer

Da revista CartaCapital:

O ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB), pediu demissão na noite desta quarta-feira 22 a Michel Temer, que aceitou o pedido. O tucano enfrenta um problema de saúde na coluna cervical. Chegou a ser submetido a uma cirurgia no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, no fim do ano passado, mas não se recuperou plenamente.

Em sua carta de renúncia, o então chanceler lamentou sair do governo, mas acenou manter apoio a Temer ao reassumir sua cadeira parlamentar. “No Congresso, honrarei o meu mandato de senador trabalhando pela aprovação de projetos que visem à recuperação da economia, ao desenvolvimento social e à consolidação democrática no Brasil”, disse.

Os ataques a Maria do Rosário e sua filha

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A deputada Maria do Rosário emitiu uma nota sobre a campanha difamatória contra ela e sua filha de 16 anos.

“Minha filha está sendo vítima de criminosos nas redes sociais. Como mãe não medirei esforços para protegê-la, como faço todos os dias da minha vida. Já tomei as medidas cabíveis e estou fazendo todas as denúncias possíveis para que os bandidos que atacam minha família sejam identificados e severamente responsabilizados. Nenhuma família merece passar por isto.

Eu e o meu esposo Eliezer Pacheco estamos indignados e repudiamos com veemência os atos criminosos de quem manipula imagens e informações, expondo uma menina de 16 anos.

Janot e os inquéritos contra Aécio

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Não se pode acusar o Procurador Geral da República (PGR) Rodrigo Janot de imprevisível. Sua atuação tem ajudado a confirmar todos os cenários traçados pelo Xadrez sobre a maneira como trabalha os inquéritos contra seu conterrâneo, o senador Aécio Neves: empurrar com a barriga o máximo de tempo possível.

A delação do ex-senador Delcídio do Amaral criou uma dor de cabeça para Janot. Delcídio avançou uma série de acusações contra Lula, Dilma e o PT. Mas incluiu na delação denúncias contra Aécio. Como não poderia ignorar algumas denúncias e acatar outras, Janot foi obrigado a abrir dois inquéritos contra Aécio: um, sobre o sistema de propinas de Furnas; outro, sobre a falsificação de documentos para a CPMI dos Correios, visando ocultar o mensalão mineiro.

Patrimônio de Moraes e família cresceu 691%

Por Paulo Dantas, no blog Viomundo:

Em reportagem intitulada Alexandre de Moraes acumulou patrimônio milionário no serviço público, o site BuzzFeed revela que “entre 2006 e 2009, como membro do CNJ e secretário de Gilberto Kassab, o ministro comprou oito imóveis por R$ 4,5 milhões”.

Imediatamente, a matéria nos leva à questão: Qual seria a evolução patrimonial de Alexandre de Moraes e de sua família ao longo do tempo, já que trabalhou para a Prefeitura e o Estado de São Paulo?

A legislação obriga a publicação dos bens de agentes públicos, ocupantes de cargos do primeiro escalão, em Diário Oficial.

Você não foi convidado pra 'suruba' do Jucá

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

Quem teve estômago para assistir à sabatina de Alexandre de Moraes, indicado a ocupar a vaga de Teori Zavascki como ministro do Supremo Tribunal Federal, saiu com mais uma prova de que uma parte considerável da classe política despirocou e desistiu de manter as aparências.

Mesmo com seu polêmico currículo – que inclui desde uma gestão violenta da segurança pública em São Paulo, passando pela inabilidade em gerenciar uma crise nacional do sistema penitenciário até chegar a denúncias de plágio acadêmico – destacado desde que seu nome foi confirmado por Michel Temer, em nenhum momento ele passou real sufoco. A oposição sumiu, literalmente. Para terem ideia do que foi a sabatina, as cervejas que temos com amigos, no final de semana, contam com mais momentos de treta do que a ovação, desta terça (21), em Brasília.

O urgente exorcismo dos vampiros do futebol

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                                        

Se um marciano descesse no Brasil hoje, seria difícil fazê-lo entender porque clubes de futebol com camisa, tradição e objetos da paixão popular se submetem há décadas às imposições da CBF e das federações, abrigos de uma cartolagem, em geral, arcaica e corrupta que vive de sugar o sangue dos clubes.

O alienígena queimaria também suas antenas para enxergar alguma sensatez no fato de uma emissora de televisão monopolizar as transmissões dos jogos, impondo horários extravagantes que penalizam a torcida, pressionando por calendários que preveem um número de jogos excessivo que arrebentam os atletas e definindo a quem pagar mais e a quem pagar menos

Como fica o ensino médio com a 'reforma'

Por Monica Ribeiro, no site da UJS:

Publicada hoje no Diário Oficial da União a Lei 13.415 de 16 de fevereiro de 2017, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e outras leis da área. Com isso, chega ao fim a trajetória da reforma do ensino médio no campo da legislação. Agora é lutar em cada estado, pela manutenção e ampliação dos direitos que a reforma quer retirar. Como fica o Ensino Médio pela nova Lei:

O currículo fica dividido em duas partes: uma parte comum de 1.800 horas a todos/as estudantes e outra, dividida em cinco itinerários, em que o/a estudante terá que fazer aquilo que a escola/sistema ofertar (e não o que ele escolher, como diz a propaganda enganosa do governo).

Alckmin fechou 889 salas de aula em SP


Levantamento parcial do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) mostra que o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) fechou pelo menos 889 salas de aula em escolas de diversas cidades do estado. A operação é classificada pela entidade como “reorganização disfarçada”, em alusão ao projeto de fechamento de 94 escolas que foi barrado depois de estudantes ocuparem 213 instituições de ensino, em 2015.

O último fio de cabelo de Alexandre de Moraes

Por Renato Rovai, em seu blog:

O ex-ministro da Justiça de Temer, ex-secretário de Segurança Pública do governo Alckmin e ex-secretário de quase tudo na prefeitura de Kassab, o advogado Alexandre de Moraes, deu hoje uma demonstração de que não vai para o Supremo Tribunal Federal tomar o chá da tarde com seus colegas de toga.

Sua missão é clara, é defender os amigos e jogar no ataque contra os adversários. Perguntando pelo senador Lindbergh (PT-RJ) se aceitaria renunciar ser juiz dos processos da Lava Jato, pois já tinha atuado com muitos acusados na sua trajetória política, ele não tergiversou. E só faltou Moraes dizer pro senador. “Ei, tolinho, tá pensando que eu cheguei até aqui por quê?”

Reforma previdenciária racha base de Temer

Ilustração: Marcio Baraldi
Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Com o início do funcionamento da comissão especial e do debate sobre a reforma previdenciária na Câmara, começa a ficar claro que nem a base parlamentar gelatinosa de Michel Temer está disposta a engolir o esbulho de direitos que ele e seu governo propõem. O relator, deputado Arthur Maia (PPS-BA), declarou que vai alterar a regra de transição para o novo regime, em que homens e mulheres só podem se aposentar aos 65 anos de idade. Na base, dezenas de deputados governistas já apresentaram emendas alterando diferentes dispositivos da proposta, na mesma linha do que faz a oposição.

Moraes no STF: despudor e desfaçatez

Por Jeferson Miola

O plagiador tucano Alexandre de Moraes preenche somente dois dos quatro requisitos constitucionais para ser juiz do STF: [1] é cidadão brasileiro, e [2] está na faixa etária de “mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade” [CF, art. 101].

Moraes não possui, todavia, os dois predicados substantivos exigidos pela Constituição: [1] falta-lhe notável saber jurídico, com autoria genuína [não plagiada], bem além de simples cartilhas, fascículos e manuais para concursos considerada como “obra jurídica”; e, [2] como plagiador de obras alheias e uma carreira manchada por favorecimentos e direcionamentos políticos, ele não possui reputação ilibada.

Presidenta da UBES é agredida na Câmara

Foto: Bruno Bou/Cuca da UNE
Do site da UBES:

“É lamentável que esta Casa esteja debatendo uma suposta doutrinação de estudantes enquanto a escola pública enfrenta problemas reais, como falta de estrutura, de material didático e até de merenda”, afirmou nesta terça (21) a presidenta da União Brasileira dos Estudantes, Camila Lanes, em audiência pública sobre o PL 7180/14 e apensados, do Projeto Escola Sem Partido. Chamado pelos estudantes de “Lei da Mordaça”, o projeto limita a autonomia de educadores e educandos em nome de uma suposta neutralidade.

Temer corre contra o tempo

Por Henrique Fontana, no site Sul-21:

“Às favas, neste momento, com os escrúpulos”, disse em 1968 o então ministro do Trabalho na ditadura, Jarbas Passarinho, em defesa da edição do Ato Institucional nº5 (AI-5), que permitiria a suspensão de todas as garantias constitucionais. Sem votos, sem aprovação popular e acuado por denúncias de corrupção, Temer segue o ensinamento. Em meio ao caos dos presídios e da segurança pública, deixando escrúpulos e até as aparências de lado, indicou seu ministro da Justiça, filiado ao PSDB, Alexandre de Moraes, como ministro ao STF e futuro revisor das ações da Lava-Jato; nomeou Moreira Franco, 34 vezes citado nas delações premiadas, como ministro de Estado com foro privilegiado; e, ainda, elegeu os investigados senador Eunício Oliveira (PMDB) e deputado Rodrigo Maia (DEM) para as presidências do Senado e da Câmara.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

CCJ aprova "Kinder Ovo" para o STF

Por Altamiro Borges

Por 21 votos a sete, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou na noite desta terça-feira (21) a indicação do fascista Alexandre de Moraes para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O covil golpista de Michel Temer festejou a decisão, que deve ajudar a "estancar a sangria" das investigações de corrupção no país. No circo montado da "sabatina", os falsos moralistas cumpriram a contento o seu patético papel. Agora, a indicação do "guarda-costas" dos bandidos será submetida a aprovação do plenário do Senado, onde ele precisa do apoio de 41 dos 81 senadores. A votação secreta, assim como foi na CCJ, será realizada ainda nesta quarta-feira. 

Romero Jucá e as surubas do moralismo

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Romero Jucá pratica a grosseria verbal com rara franqueza e acaba, por isso, deixando as verdades peladas na praça.

Ou o “estancar essa porra” que a gravação de Sérgio Machado revelou ser seu desejo em relação à Lava Jato, bem como o seu projeto de que “com o Michel tem acordo”, inclusive com o STF, não acabaram se tornando realidade que todos estão vendo?

Hoje, na manchete do Estadão, o líder do Governo no Senado tem mais um arroubo de sinceridade.

As reclamações tardias da Fiesp

Por Armando Boito Jr., no jornal Brasil de Fato:

Depois de participarem do movimento golpista ou ficarem (favoravelmente) neutros diante desse movimento, lideranças empresariais importantes, como Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e candidato a político profissional, e Benjamin Steinbruch, do Grupo Vicunha, da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), do Banco Fibra e 1º vice-presidente da Fiesp, vieram a público, por intermédio de artigos publicados seguidamente no jornal Folha de S. Paulo, fazer críticas à política econômica do governo Temer.

O resgate do mundo do trabalho

Por Emir Sader, na Revista do Brasil:

Por volta dos anos 1960/1970, a sociologia do trabalho era a coqueluche no plano das ciências sociais. Poucas décadas depois, os temas do mundo do trabalho parecem relegados a um assunto entre outros, como se a atividade de trabalhar tivesse deixado de ser aquela que ocupa a maioria esmagadora da humanidade, em grande parte das suas vidas.

Por um lado, houve transformações reais no capitalismo, que modificaram o lugar do trabalho e sua própria natureza, nos processos de reprodução do capital. Inquestionavelmente, as relações formais de trabalho diminuíram, embora a produção tenha aumentado exponencialmente.

O pesadelo capitalista videofinanceiro

Por Gilberto Felisberto Vasconcellos, na revista Caros Amigos:

Capitalismo videofinanceiro é a centralização e a concentração de capital. Capitalismo monopolista.O conceito de capitalismo videofinanceiro foi inspirado na teoria de Ruy Mauro Marini sobre a superexploração do trabalho e na mais-valia ideológica de Ludovico Silva. Esta aumenta quanto mais a massa trabalhadora é marginalizada socialmente. A televisão é propriedade de clãs parentais. Estes são os latifundiários das ondas eletrônicas.