Perde-se a conta das vezes em que o otimismo até certo ponto misterioso das frequentes sondagens de expectativa empresarial sucumbe à realidade da economia. O mantra incessante de Brasília sobre o fim da recessão e o raiar da recuperação também não adiantou.
Os dados de fevereiro do IBGE, divulgados na sexta-feira 31, mostram um aumento drástico do desemprego, de 11,7% no trimestre de dezembro a fevereiro, na comparação com o período de setembro a novembro.
A variação correspondeu ao acréscimo de 1,4 milhão de desempregados, elevando o total para inéditos 13,5 milhões de trabalhadores sem ocupação. A taxa de desemprego, de 13,2%, é a mais alta para trimestres desde que o instituto começou a publicar a pesquisa, em 2012. Em um ano, são 3,2 milhões de pessoas a mais sem emprego, um aumento de 30,6%.