quarta-feira, 31 de maio de 2017

Neoliberalismo, projeto político

Por Bjarke Skærlund Risager, no site Outras Palavras:

Autor de numerosas outras obras, o geógrafo britânico David Harvey publicou em 2005 o livro Uma Breve História do Neoliberalismo [1], que marcou época pela análise desse novo modo de dominação capitalista. A entrevista que reproduzimos aqui foi realizada pela Jacobin.

Um excerto de sua Breve História do Neoliberalismo, portanto do Estado neoliberal, pode ser lido em Contretemps. Podemos igualmente consultar este artigo [em francês] de Razmi Keucheyan, que lembra a trajetória e originalidade intelectual do geógrafo marxista estadunidense.

Neoliberalismo é um termo maciçamente utilizado em nossos dias. Mas aquilo que as pessoas projetam nele é bastante turvo. Em seu uso mais sistemático, ele se refere a uma teoria, uma paleta de ideias, uma estratégia política ou um período histórico. Você poderia começar dando sua interpretação de neoliberalismo?

Unidade ampla pelas eleições diretas

Teatro Tuca/São Paulo, 29/5/17. Foto: Jornalistas Livres
Editorial do site Vermelho:

Na segunda-feira (29) foi lançado em São Paulo o Plano de Emergência da Frente Brasil Popular, baseado em dez pontos que envolvem a redemocratização do país e a retomada do desenvolvimento.

É um programa emergencial que destaca as dimensões fundamentais da crise, e que foi reforçado com a apresentação, no Congresso Nacional, da Frente Parlamentar Mista pelas Diretas Já formada por representantes do PT, PSB, PDT, PCdoB, Psol e Rede. São as dimensões política e econômica da luta em curso no cenário brasileiro.

São iniciativas muito importantes nesta conjuntura de grande agravamento da crise política, e do enorme crescimento do reconhecimento da ilegitimidade do governo golpista, chefiado pelo usurpador Michel Temer, que é desaprovado por mais de 86% dos brasileiros, mostram as pesquisas de opinião.

Os reflexos da greve geral de 1917

Por Augusto C. Buonicore, no site da Fundação Maurício Grabois:

A Paula Beiguelman

“Em São Paulo só não ganha dinheiro quem não trabalha, só é pobre quem é vadio.” (Correio Paulistano, junho/1917)


Um operário morreu, e agora?

A situação era tensa. Um grupo de operários chegou à porta do cotonifício Crespi e conclamou os trabalhadores a aderirem ao movimento grevista, que tinha se iniciado havia dias. A polícia, decidida a não permitir piquetes, interveio violentamente. O saldo do conflito: um morto. A vítima chamava-se José Ineguez Martinez, era sapateiro e tinha apenas 21 anos. Depois deste dia São Paulo não seria mais a mesma.

terça-feira, 30 de maio de 2017

Plano Popular de Emergência é lançado em SP

Serraglio, o "bosta", bagunça plano de Temer

Por Altamiro Borges

O jornal paranaense Gazeta do Povo revelou nesta terça-feira (30) que Osmar Serraglio - "um bosta do caralho", segundo definição do cambaleante Aécio Neves em áudio vazado de uma conversa com Joesley Batista, dono da JBS - não aceitou o convite do moribundo Michel Temer para ser o novo ministro da Transparência do covil golpista. Defecado neste domingo do Ministério da Justiça, ele parece que decidiu complicar os planos da quadrilha que assaltou o poder. A manobra visava retirá-lo do cargo para abafar as denúncias de corrupção que pesam contra o usurpador e o grão-tucano e, ao mesmo tempo, garantir foro privilegiado ao deputado Rocha Loures, o "homem da mala" de Michel Temer. A rejeição do convite pode acelerar a "delação premiada" do amiguinho do Judas.

Auditoria frustra Moro na sua caçada a Lula

Por Altamiro Borges

Não foi manchete nos jornalões nem motivo de estardalhaço nas emissoras de televisão. Virou apenas uma nota minúscula postada no site da revista Veja nesta segunda-feira (29). Mas a notícia representa um duro baque para o "justiceiro" Sergio Moro, que na sua doentia obsessão contra o ex-presidente Lula já cometeu inúmeros abusos e ilegalidades. O mesmo juiz que faz afagos no cambaleante Aécio Neves e dá passe livre à mulher do correntista suíço Eduardo Cunha foi mais uma vez desmoralizado. Vale conferir a notinha:

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Auditoria não encontra atos ilícitos de Lula na Petrobras


Um país não pode viver em meio à farsa

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Michel Temer aos correspondentes estrangeiros, chamou a crise política de “desafios acidentais”. Há certo gosto pela palavra acidente, que ele já usou ao classificar como “acidente pavoroso” o massacre de presidiários.

Fernando Henrique, duas vezes presidente por eleição direta, enrola-se naquilo que seu primeiro-amigo e sócio, Sergio Motta, chamava de “masturbação sociológica“.

O mercado das delações, com a dolce vita concedida aos Batista – que continuarão, aliás, sendo bilionários sem a empresa, que será, como eles mesmos planejavam, internacionalizada ou, para ficarmos na linguagem de açougue, “porcionada”- segue em alta temperatura, na base do “dede um e leve dois”.

As bases e o 'habitat' da nova direita

Por Glauco Faria e Luciano Velleda, na Revista do Brasil:

O Instituto Liberal, entidade presidida pelo economista e ex-colunista da revista Veja Rodrigo Constantino e que tem Bernardo Santoro como diretor-executivo, é tido como um dos principais think tanks brasileiros. A expressão inglesa designa as organizações ou instituições que produzem e divulgam conhecimento com o objetivo de influenciar mudanças sociais, políticas e econômicas. O papel desempenhado por entidades como Instituto Millenium, Mises Brasil e Estudantes pela Liberdade ajuda a entender melhor o atual estágio do liberalismo no país e as suas bases.

Recordações do fim da Idade Média

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

“Bastou o Presidente Fernando Henrique Cardoso entregar os Ministérios dos Transportes e da Justiça para Eliseu Padilha e Iris Resende e os peemedebistas fizeram as pazes com o Governo. O Presidente da Câmara Michel Temer (PMDB-SP), Eliseu e o líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima, fecharam neste final de semana a estratégia para abafar o escândalo das denúncias de compra de votos na votação da reeleição.” (Operação Abafa, 19 de maio 1997, O Globo). O fim da “idade média” da corrupção no Brasil, momento em que ela começa operar diretamente como um moderno partido estatal da elite urbana empresarial-burguesa e dos resquícios oligárquico-agrários dos fundões do Brasil, talvez esteja nesta data.

Menos cinismo com a democracia, por favor

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Adversários das Diretas-Já poderiam contribuir para a criação de um ambiente político menos indecente se evitassem fazer do cinismo seu argumento principal.

Você sabe do que se trata. Sempre que se discute, na GloboNews ou numa mesa de bar, a possível queda de Michel Temer da presidência, assiste-se a uma cena previsível.

Os adversários das diretas-já - muito mais numerosos na GloboNews do que nos botequins - fazem expressão de simulada sabedoria, com gravidade na voz, para lembrar que, quando se trata de cumprir um mandato presidencial num período inferior a dois anos, o artigo 81 da Constituição prevê eleição indireta. O tom é de quem acabou de ouvir uma revelação divina, à qual os presentes devem render-se de cabeça baixa. Será que isso encerra o debate?

Temer bate novo recorde de rejeição: 80%

Por Luis Edmundo, no blog Cafezinho:

O último levantamento do instituto Ipsos, da série Pulso Brasil, realizado de 1 a 13 de maio, mostra que não há limites para a impopularidade do presidente Michel Temer. Atingindo seu maior índice de rejeição, o governo do atual presidente é considerado ruim ou péssimo por 80% dos brasileiros.

O índice é 5% superior à rejeição a Temer registrada em abril, e essa última pesquisa ainda foi realizada antes da revelação das gravações de Joesley Batista, da JBS.

A pesquisa conta ainda com um “Barômetro Político”, espécie de ranking de popularidade de mais de 40 pessoas, no qual Temer só perde para o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha em termos de rejeição. Cunha tem 88% de reprovação, contra 86% do presidente da República.

O ajuste fiscal deixa a indústria por um fio

Por Carlos Drummond, na revista CartaCapital:

O investimento em infraestrutura recuou de 162 bilhões de reais, equivalentes a 2,4% do Produto Interno Bruto, em 2014, para irrisórios 106 bilhões, ou 1,7% do PIB, no ano passado. Com a marcha à ré, o país ficou na 116ª posição entre 138 países.

Para sair da péssima situação, precisaria investir, no mínimo, 5% do PIB nos próximos dez anos. Sem uma desvalorização forte do real e juros mais baixos, entretanto, não se atingirá esse objetivo, alerta Venilton Tadini, presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base, a Abdib.

Com a economia desajustada desde a década de 1990, o Brasil perdeu a oportunidade de avançar a partir do ciclo da telefonia e comunicação e desperdiça agora mais uma chance, de desenvolvimento da cadeia produtiva do petróleo, por causa da crise da Petrobras.

O plano de emergência do movimento social

Foto: Laryssa Sampaio/Frente Brasil Popular
Por Norma Odara, no jornal Brasil de Fato:

Com o objetivo de lançar um plano que aponte saídas políticas e econômicas para retirar o Brasil da crise, dezenas de movimentos populares e organizações sindicais e políticas se reuniram na noite dessa segunda-feira (29) no Teatro da Pontifícia Universidade Católica, em São Paulo (SP). O ato reuniu representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), da União Nacional dos Estudantes (UNE), da Central dos Movimentos Populares (CMP), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), entre outros; além de diversas outras pessoas que foram acompanhar o que estas organizações propunham para o futuro do país.

Laços da grande família jurídica do Brasil

Por Rodolfo Borges, no site Carta Maior:

Uma pendenga entre o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes está na mesa da presidenta da Corte, Carmen Lúcia. No último dia 8, Janot entrou com um pedido para que Mendes seja impedido de julgar o caso no STF envolvendo o empresário Eike Batista no âmbito da Lava Jato. O procurador enxergou motivo para afastamento no caso do habeas corpus concedido por Gilmar para libertar o bilionário já que a mulher do juiz, Guiomar Mendes, trabalha no escritório que defende o empresário suspeito de pagar propina ao ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral.

Perrella para Aécio: "Eu só trafico drogas".

Por Renato Rovai, em seu blog:

O jornal Hoje em Dia publicou um áudio de 5 minutos que é uma bomba de nitroglicerina pura contra os três senadores de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB) e Zezé Perrella (PTB), que participam da conversa, mas também contra Anastasia (PSDB), que foi citado algumas vezes como tendo feito campanhas com recursos ilegais.

O blogue separou alguns trechos para que você tenha ideia do conteúdo, mas a frase mais impactante se dá no minuto 3 da conversa. Num momento em que Aécio está batendo duro na forma como Perrella o tratou num vídeo que foi postado no seu Instagram. Neste momento, o ex-presidente do Cruzeiro e pai do dono do helicóptero, Gustavo Perrella, em que foram encontrados mais de 450 kg de pasta base de cocaína, diz:


segunda-feira, 29 de maio de 2017

Doria e o nazismo na Cracolândia

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

Em nome do combate ao tráfico de drogas, da cidade linda e da reurbanização da região da Luz, o prefeito Dória, com o apoio do governo do Estado, desencadeou um verdadeiro pogrom na região da Cracolândia. Pogrom é um termo de origem russa nascido para designar as ações de massacres contra judeus no século XIX. Mas o termo se generalizou e designa ações violentas (assassinatos, expulsões e agressões) praticadas pelo Estado, por forças policiais ou paramilitares contra grupos sociais ou étnicos específicos.

Essas ações transitam desde massacres e extermínios até a dispersão e o desalojamento geográfico desses grupos vitimizados. O nazismo usou os pogroms em larga escala. O pogrom nazista mais famoso é conhecido como "A Noite dos Cristais", ocorrido em 1938, no qual foram queimadas sinagogas, judeus assassinados, lojas saqueadas e destruídas, tudo com o beneplácito do Estado nazista.

O chilique do golpista Roberto Freire

O que leva Moro a não mexer em Cláudia Cruz?

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Este artigo está sendo republicado por motivos óbvios.

Sérgio Moro tem medo de Eduardo Cunha.

Esta é a única explicação razoável para a inoperância patética da Lava Jato em relação a Cláudia Cruz, a mulher de Cunha.

A desculpa de que não foi possível notificá-la por não saber seu endereço é uma das coisas mais ridículas da história da Lava Jato e do golpe.

Ou é uma prova da extrema inépcia de Moro ou é uma evidência do caráter da Lava Jato.

A ausência de Meirelles na delação da JBS

Por Alline Magalhães e Jéssica Sbardelotto, no site The Intercept-Brasil:

Dos nomes cogitados até aqui para suceder Michel Temer, como nome de “consenso” – ou, se preferir, com a chancela do mercado –, um deles não apenas já disputou eleições, esteve no comando de parte importante da economia do país por quase uma década e, apesar de ostentar uma farda de tecnocrata, sempre teve ambições políticas. Ele já passou por três partidos (PSDB, PMDB e PSD) e, em sua única incursão eleitoral, mostrou força: foi eleito deputado federal por Goiás, com a maior votação no Estado. Seu nome é Henrique Meirelles.

Contra as violações à liberdade de expressão

Do site do FNDC:

Realizada no início da tarde deste domingo (28/5), a 20ª Plenária Nacional do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) aprovou a Carta de Brasília. O documento ratifica o posicionamento da organização contra os ataques sistemáticos à liberdade de expressão e de organização no país e em favor das lutas populares contra as reformas trabalhista e previdenciária, entre outras iniciativas do governo ilegítimo e autoritário de Michel Temer.

A plenária encerrou o 3º Encontro Nacional pelo Direito à Comunicação, realizado com apoio da Universidade de Brasília (UnB), no campus Darcy Ribeiro, e de várias entidades e organizações do movimento social. O 3ENDC reuniu cerca de 250 participantes credenciados, vindos de todas as regiões do país. A Carta de Brasília também pede “Fora, Temer” e “Diretas já!”. Abaixo, o documento na íntegra.