terça-feira, 30 de maio de 2017

O plano de emergência do movimento social

Foto: Laryssa Sampaio/Frente Brasil Popular
Por Norma Odara, no jornal Brasil de Fato:

Com o objetivo de lançar um plano que aponte saídas políticas e econômicas para retirar o Brasil da crise, dezenas de movimentos populares e organizações sindicais e políticas se reuniram na noite dessa segunda-feira (29) no Teatro da Pontifícia Universidade Católica, em São Paulo (SP). O ato reuniu representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), da União Nacional dos Estudantes (UNE), da Central dos Movimentos Populares (CMP), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), entre outros; além de diversas outras pessoas que foram acompanhar o que estas organizações propunham para o futuro do país.

O ato oficial de lançamento do Plano Popular de Emergência contou com falas como a de Roberto Amaral, um dos formuladores do documento e ex-ministro de Ciência e Tecnologia. "'Fora Temer' não é uma palavra que se encerra em si, ela abre outra ação: 'Diretas Já' para eleger um novo governo, comprometido com as forças democráticas", destacou.

Outro ponto enfatizado pelo ex-ministro é a democratização da mídia, que, segundo ele, teve poucos avanços durante os "13 anos de governo de esquerda". "Temos uma mídia que não faz jornalismo, um partido político de direita, o monopólio da informação. Ela simboliza tudo que há de porcaria na imprensa brasileira. Não há diferença entre um jornal e outro, porque todos repetem a mesma coisa", opinou.

A democratização do Judiciário foi outro ponto da luta por democracia que Amaral abordou em sua fala. Para ele, hoje "a Lava Jato e outras [operações] mostram que ele [Judiciário] não é isento, [mas] é parcial e corrupto também".

A defesa da bandeira das Diretas Já também foi o eixo central da fala de João Pedro Stedile, coordenador nacional do MST, que reforçou o compromisso público da Frente Brasil Popular junto às brasileiras e aos brasileiros e na resistência e mobilização do povo na rua. "Por parte do MST, nós estamos preparando nossos pelotões. Nós vamos organizar uma marcha para Brasília e só vamos voltar de lá depois das Diretas Já", afirmou.

Poder e unidade popular

A unidade entre os movimentos e a soberania popular também esteve presente nas falas do presidente da CUT, Vagner Freitas, e da presidenta da UNE, Carina Vitral. Além da unidade, Vitral enfatizou a importância do fomento à ciência e à tecnologia, bem como do incentivo à educação pública de qualidade. "Precisamos de financiamento para a educação pública, porque é nela que a gente pode construir uma educação emancipadora", defendeu a jovem.

Ainda no caminho da mobilização popular, a próxima greve geral foi anunciada pelo presidente da CUT. Ainda sem definição, a proposta das Centrais Sindicais é de que a paralisação ocorra em alguma data entre os dias 26 e 30 de junho. Vagner analisou ainda que o cenário atual se deve pelo fato de que "a direita não pôde nos vencer nas urnas, então tentou através de golpe" e que "eles querem que a classe trabalhadora pague a conta da crise econômica com essa 'desrreforma' da Previdência e do trabalho".

"Não haverá paz sem justiça, e a justiça se faz com justiça social e com o povo", defendeu Fernando Haddad (PT), ex-prefeito da cidade de São Paulo, mais um dos participantes do lançamento na capital paulista. Por sua vez, o ator Sérgio Mamberti, ressaltou que o lançamento do Plano de Emergência em Brasília será no dia 6 de junho, no Teatro dos Bancários local.

Contribuição

Formulado no interior da Frente Brasil Popular, o plano traz 77 reivindicações e engloba os seguintes eixos: democratização do Estado; política de desenvolvimento, emprego e renda; reforma tributária; direitos sociais e trabalhistas; direito à saúde, à educação, à cultura e à moradia; segurança pública; direitos humanos e cidadania; defesa do meio-ambiente; e, política externa soberana.

Clique aqui para conferir o Plano Popular de emergência na íntegra.

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