terça-feira, 7 de novembro de 2017

A privatização do satélite da Telebras

Por Márcio Patusco, no site do FNDC:

Depois da mudança do governo como consequência do impeachment, também a Telebrás teve sua gerência afastada, e o projeto do satélite SGDC (Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas), cujo projeto inicial visava prestar serviço de banda larga em localidades ainda não atendidas, escolas rurais, postos de saúde, de fronteira, interconexão de órgãos de governo, que estava sob sua responsabilidade de implantação, foi completamente desfigurado. A prioridade do atendimento social foi substituída por uma privatização da capacidade do satélite para grandes corporações, que sem grandes compromissos explícitos de atendimento, tarifas e regionalização, poderiam comercializar ou revender esta capacidade em todo o território nacional. Ou seja, sem nenhuma discussão importante com a sociedade, um governo impopular e ilegítimo muda totalmente a essência de um projeto que a irá impactar por décadas.

Globo faz campanha pela venda da Eletrobras

Da revista Fórum:

Matéria publicada nesta terça-feira (7), em O Globo, defende em manchete decisão da última segunda-feira (6) de Temer que tem como objetivo edulcorar a venda da Eletrobras, a maior empresa de energia da América Latina, para vencer as resistências. De acordo com decisão do Planalto, parte do dinheiro arrecadado com a privatização da estatal será destinado a evitar uma alta maior nas contas de luz a partir de 2019.


Foto: Reprodução O Globo

A paz voltou na Venezuela?

Do site da UJS:

Aconteceu nesta segunda-feira (06) em São Paulo, no Centro de Estudos da Mídia Barão de Itararé, a reunião aberta do Comitê Brasileiro pela Paz na Venezuela”, com presença do Cônsul-Geral venezuelano, Robert Torrealba. Militantes e ativistas de diferentes movimentos e organizações estiveram presentes e puderam ouvir as palavras do Cônsul e também elaborar perguntas.

Cármen Lúcia e os princípios como escada

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Há diversas formas de coragem, das quais a bazófia é a caricatura. Há a bazófia por ambição, vaidade, oportunismo, medo. Presidente do Supremo Tribunal Federal, Carmen Lúcia é cultivadora da bazófia.

Por ambição, investiu no relacionamento com alguns dos mais célebres juristas brasileiros, cobrindo-os de consideração e de pães-de-queijo. Subiu de carona em valores como o do respeito às diferenças, à diversidade, o cultivo da tolerância, em um tempo em que era bom negócio ser politicamente correto, pois fechava os olhos da opinião pública a outros atributos, como competência e conhecimento.

Temer corta verba para o "vestibulinho"

Do site Jornalistas Livres:

Estudantes do Instituto Federal (IF) de São Paulo divulgaram na semana passada manifesto contra o processo seletivo por análise escolar.

Segundo os estudantes, o Ministério da Educação não repassou os recursos para o vestibulinho que tradicionalmente é feito para seleção de novos alunos. Para eles isto ocorre devido a PEC 55/2016 que congelou por vinte anos o gasto com Educação e Saúde e deve fazer com que estas áreas percam R$ 500 bilhões neste período.

Os negócios de Huck com o laranja de Aécio

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Uma das histórias de Luciano Huck que a mídia vai fazer o impossível para abafar é a de sua sociedade com o empresário carioca Alexandre Accioly, tido como laranja de Aécio Neves.

Accioly é da turma de Huck desde, pelo menos, 2003, quando faziam parte de um grupo de “jovens empresários brasileiros” que estavam investindo, principalmente, na indústria de entretenimento.

Em 2004, fizeram juntos a casa noturna “Oi Noites Cariocas”. Huck vinha de uma experiência bem sucedida no bar Cabral, nos Jardins, uma balada mauricinha, e no programa H, em que revelou Feiticeira e Tiazinha (futuras ministras?).

Bolsonaro e o liberalismo à brasileira

Por Guilherme Boulos, na revista CartaCapital:

Os liberais brasileiros não nasceram ontem. Fazem parte de uma longa tradição, quase uma linhagem de... herdeiros. Bem, não é o perfil mais adequado a um self-made man como alguns gostam, mas o fato é que o Brasil, por sua formação histórica, nunca foi o terreno mais fácil para seguir os ideais do liberalismo clássico.

Nosso país preservou a escravidão por quase 400 anos. Depois disso, não foi criado por aqui um ambiente exatamente propício à competição livre e à igualdade de condições. Nasceu o capitalismo da casa-grande.

Meirelles e o corpo estirado no chão

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Como se tivesse sido vacinado contra as permanentes moléstias infecciosas do governo Michel Temer, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, atravessou incólume os ventos e as tempestades que afligiram o país desde que a coalização golpista tomou posse no Planalto. Chegou a se lançar candidato a presidente da República, a viajar pelos quintais eleitorais de igrejas pentecostais.

Quando disseram que podia ser vice de Luciano Huck, respondeu ofendido - mas sem perder o sorriso - que seu lugar era de candidato titular. O sonho acabou.

Os "ajudantes de palco" de Luciano Huck

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Na coluna Painel, da Folha, um retrato da ridicularia que tomou conta da política brasileira.

Conta-se que Luciano Huck anda “convocando” os “ministros” para o governo ao qual nem candidato se declara.

Nos intervalos entre as gravações do “Lata Velha” e das gravações dos sorteios que distribuem dinheiro e carro a compradores de sabão em pó, Huck convida Joaquim Barbosa e “cogita” chamar Geraldo Alckmin para “seu ministério”.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

As enchentes em SP e o prefake turista

Por Altamiro Borges

Como ocorre todos os anos, os moradores de São Paulo já se preparam para a temporada de chuvas, enchentes e desgraças. A previsível tragédia, porém, parece não incomodar João Doria, o “prefake” turista, que segue com suas viagens pelo país e pelo mundo para alavancar sua ambição presidencial. Matéria publicada na Folha na semana passada aponta que a prefeitura paulistana só gastou 21% da verba anual destinada à proteção contra as inundações. O criador da “ração para os pobres”, que declarou guerra no PSDB para viabilizar a sua candidatura, não está muito preocupado com os seus eleitores otários, conforme aponta a reportagem assinada pelo jornalista Artur Rodrigues:

O mal-estar e a vergonha

Por Luiz Carlos Bresser-Pereira

Um mal-estar tomou conta da sociedade brasileira. As causas imediatas são a recessão econômica, a ilegitimidade do presidente da República, a desmoralização dos políticos, a corrupção generalizada, a violência contra os direitos civis praticada por um juiz e promotores de Curitiba, e a radicalização política da classe média tradicional, ressentida por avanços políticos e sociais como a regulamentação do trabalho doméstico e a política de cotas nas universidades.

Mais profundamente, estamos envergonhados porque não soubemos honrar a democracia que nós próprios construímos. Entre 1930 e 1980, formamos nosso Estado-nação e realizamos nossa revolução industrial e capitalista; em seguida, nos anos 1980, construímos a democracia, e a tornamos social. Isso tudo era motivo de orgulho. Mas, em 2016, um impeachment arranhou gravemente essa democracia.

Rio Doce: a lama oculta

Por Arthur Viana, no site Outras Palavras:

A moto de Paula rasgava as ruas de Bento Rodrigues uma última vez; logo não haveria mais nada ali. Corre que a barragem estourou!, gritava ela, junto ao barulho de sua buzina e a outro que parecia turbina de avião – o som da lama chegando para varrer o pequeno distrito do mapa [1]. Era pouco mais de quatro da tarde, porém a história do rompimento da barragem de Fundão, no distrito de Bento Rodrigues, cidade de Mariana, estado de Minas Gerais, Brasil, não começa nem ali e nem naquele momento. Afinal, para a lama descer, a barragem teve que romper e uma barragem não rompe facilmente – ou ao menos não deveria. 

Barões midiáticos não falam mais sozinhos

Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:

Ela não nasceu hoje. A bem da verdade, ela sempre existiu para dar vazão às ideias não hegemônicas, para denunciar os poderosos, para dar visibilidade aos excluídos. Desde o tempo do linotipo, do mimeógrafo, passando pelo rádio amador e pela radiodifusão comunitária.

Em tempos de internet, ela ganhou escala e alcance nunca antes possíveis em função das barreiras econômicas que o modelo de negócio da comunicação impunha.

A mídia alternativa vem se tornando referência e assumindo papel determinante para divulgação de fatos e acontecimentos que são omitidos pela mídia hegemônica. É essencial para a disputa de ideais e valores na sociedade e está cada dia mais pulsante e viva.

Presidente do TST afronta trabalhadores

Por Adilson Araújo, no site da CTB:

A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) considera as declarações do presidente do TST (Tribunal Superior Eleitoral), o ministro Ives Gandra, publicada nesta segunda-feira (6), no jornal Folha de São Paulo, uma afronta à trajetória de luta da classe trabalhadora pela conquista, ampliação dos direitos e proteção social.

O que o presidente do TST desdenha em sua entrevista uma cesta mínima de direitos fruto de décadas de luta. E seu discurso não tem outro objetivo senão colocar água no moinho daqueles que, em nome da modernidade, querem praticar o maior ataque do capital contra o trabalho, reforçando a agenda ultraliberal liderada por Michel Temer e impondo à classe trabalhadora o ônus da crise.

PSDB pode começar a sua dieta detox

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Passado o feriadão e a licença-médica, Temer reabre o saco de maldades e o Congresso retoma a votação de medidas da agenda de retrocessos. Temer, com sua compulsão privatizante, começou o dia acertando a modelagem da venda da Eletrobrás, projeto que deve ser enviado ao Congresso amanhã com pedido de urgência. No final do dia, planejou combinar a pauta semanal com seus líderes e os presidentes da Câmara e do Senado mas enfrentará a pressão de partidos do Centrão para que demita ministros tucanos e nomeie aliados mais fieis. PP e PTB não devem comparecer.

Meirelles não confia nos bancos brasileiros

Liberdade de opressão: a ditadura veste toga

Por Tadeu Porto, no blog Cafezinho:

Recentemente, o cantor e compositor Caetano Veloso foi surpreendido com uma ordem judicial que o proibia de realizar um show para uma ocupação do MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem Teto – na cidade paulista de São Bernardo do Campo. Estarrecido, o baiano declarou que era “a primeira vez que tinha um show censurado no período democrático”.

Oras, é um pouco óbvio demais que não vivemos mais numa democracia, depois da ruptura institucional abrupta que o país viveu com o impeachment da presidenta Dilma em 2016, já consolidado Golpe de 16, portanto, Caetano não deveria ficar surpreso com censuras dessa espécie. Contudo, uma questão chama bastante atenção em todo episódio que envolve o ex-tropicalista: o método da censura.

Entrega de Alcântara é um ato de traição

A manipulação jurídica substitui as armas

Por Zillah Branco, no site Vermelho:

O sistema capitalista tenta superar a sua crise final mascarando a realidade com a ficção da democracia e do respeito pelo Estado de Direito.

Ao contrário dos inúmeros golpes militares que chacinaram sanguinariamente populações em todo o mundo, hoje fazem uso das leis para matarem as populações mais pobres pela fome e a miséria social, destruírem as riquezas que garantem soberania nacional, adoecerem as novas gerações pela promoção das drogas e de uma cultura anti-ética que as torna alienadas, e pela corrupção financeira que elimina figuras públicas que poderiam atuar construtivamente na transição da sociedade para uma melhor distribuição dos rendimentos a caminho do socialismo. Assim, os golpistas aparentemente não mancham as mãos com o sangue, e a consciência com o peso da traição à pátria e à humanidade. Pensam poder passar por "pessoas respeitáveis", eternizando a sua posição na elite dominante.

A falsa economia do governo Temer

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

Dentre as razões do golpe de 2016 que destituiu a presidente Dilma – democraticamente eleita –, encontrava-se a prometida reorganização das finanças públicas. No último mês de setembro, a dívida bruta do setor público foi de R$ 4,8 trilhões, representando 73,9% do valor do Produto Interno Bruto (PIP), ao passo de que em setembro de 2016 era de 4,3 trilhões (70,7% do PIB). Ou seja: em 12 meses, a dívida bruta pública cresceu 500 bilhões de reais.