terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Uma nuvem de suspeição recobre a Lava Jato

Por Jeferson Miola, em seu blog:

É bombástica a denúncia de Marcelo Odebrecht na FSP de 4/2/2018. Ele declarou que “seu cunhado e vice-presidente jurídico do Grupo, Maurício Ferro, ajudou a acabar com o departamento de propinas da empresa”.

A revelação do Marcelo adiciona ingredientes explosivos à nebulosa informação prestada com exclusividade pelo procurador Carlos Fernando dos Santos Lima ao jornal O Globo de 29/1/2018 – “Chaves para abrir segredos da Odebrecht estão perdidas”.

Além de assinalar que “O desmantelamento do departamento de propina pode, em tese, ser interpretado como um ato de obstrução de Justiça”, a reportagem da FSP traz revelações de altíssima relevância, que merecem ser apuradas com o maior rigor e com a mais absoluta transparência.

Ainda há juízes no Brasil

Por Henrique Matthiesen

O sorumbático momento em que vive o Brasil, de imposição golpista da classe dominante que contemporaneamente veste toga, nos remete à histórica e emblemática frase proferida em 1745, na Prússia.

Trata-se de um moleiro que tinha o seu moinho nas cercanias do palácio do Rei Frederico 2º, déspota ilustrado, amigo dos intelectuais. Um dos bajuladores do soberano tentou removê-lo dali, porque julgava que aquilo conspurcava a paisagem. E ele então, teria proferido a célebre frase: “Ainda há juízes em Berlim”. Para o moleiro, a justiça, aquela com a qual contava, não haveria de distingui-lo do rei.

domingo, 4 de fevereiro de 2018

Não dê auxílio-moradia a um juiz!

Sobre a lógica do discurso de ódio

Por Márcia Tiburi, no site Mídia Ninja:

Depois do evento em que me recusei a participar de um programa de rádio no qual, sem me avisar, convidaram um conhecido defensor do vazio do pensamento para falar, grupos de extrema direita têm se esforçado para atacar a minha imagem, recortando e editando entrevistas, vídeos e textos que circulam na internet. Não me espanta esse tipo de produção, que não é nenhuma novidade para ninguém. Todo cidadão que se expõe ou é exposto na internet, nas mídias, está sujeito a isso. Qualquer um que se expresse está sujeito a causar reações. Reações de ódio são, aliás, comuns diante da incapacidade de compreender a diferença ou da impotência frente a discursos e práticas que rompam a uniformidade gerada por manifestações rasas e pensamentos estereotipados. Em contextos democráticos essas reações significam algo diferente do que querem dizer em contextos autoritários, como é o que estamos vivendo nesse momento. Não entendemos o que é dito sem prestar atenção nos contextos e interesses com que são ditos.

Cristiane Brasil e a auto-afirmação hipócrita

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Por todos os ângulos que se procure, Cristiane Brasil é a outsider do Sistema. Ignorante, deslumbrada, sem noção, frequentadora de sites de namoro, nos quais esconde a idade, filha de um dos vilões preferenciais da República. É até possível que tenha alguma qualidade, mas tão escondida debaixo de toneladas de vulgaridade, que ninguém até hoje identificou. E, depois do vídeo com os marombados depilados, tornou-se única, mesmo naquele zoológico chamado de Câmara Federal.

Por isso mesmo é o personagem preferencial da hipocrisia fascista.

Cala a boca já morreu, Cármen Lúcia?

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Para quem falou a ministra Cármen Lúcia, presidente do STF, em seu discurso na abertura do ano judiciário, quando afirmou que desacatar a Justiça é inadmissível? Parece óbvio que foi para todos aqueles que discordam da condenação do ex-presidente Lula pelo TRF-4, sem apresentação de prova e com aumento de pena, e especialmente para aqueles que se insurgem contra a eventual prisão do ex-presidente, advertindo que haveria reação popular. É grande, porém, a distância entre a livre manifestação de discordância com uma decisão judicial e o desacato à Justiça.

Eleições e Fake News: um tortuoso caminho

Por Rafael A. F. Zanatta, no site Outras Palavras:

O assunto do momento é fake news. Em um cenário onde quase dois terços dos países latino-americanos passarão por eleições presidenciais, a questão que aflige a todos é saber que tipo de impacto as redes sociais e a internet trarão para o instrumento central da democracia, o voto. Afinal, qual será o grau de manipulação das emoções e das opiniões políticas por fatos inexistentes e polêmicas alarmistas? Que tipo de influência externa, por meio de táticas de psicometria e desinformação criados por profissionais contratados para esse fim, ocorrerá em países como Brasil? Que papéis as grandes plataformas que dominam a camada de aplicações de internet — Google (dona do YouTube), Facebook (dona do WhatsApp), Twitter e outras — deveriam assumir para verificar aquilo que é publicado e se o conteúdo é “confiável”?

Idiotas louvam torturadores no Carnaval

Febre amarela, uma crise anunciada

Por Alexandre Padilha, no site da Fundação Perseu Abramo:

Por que, no século XXI, a febre amarela vem sendo disseminada por regiões brasileiras onde estava extinta há anos? No Brasil, os casos de febre amarela eram mais encontrados e expostos a florestas da região amazônica e em parte do cerrado e do pantanal.

Há uma combinação de possibilidades para isso. Certamente o avanço da ocupação humana em territórios da forma silvestre da doença, o avanço imobiliário, instalações industriais ou atividades ocupacionais. E ainda crimes e acidentes ambientais – como há correlações possíveis entre o crime na barragem de Mariana, em Minas Gerais, e a expansão de casos pelo estado e no Espirito Santo. Além disso, a ampliação do turismo ecológico e, sim, a desarticulação recente do sistema de vigilância e de resposta a surtos nos três níveis do SUS.

Juíza libera apologia à tortura. Será punida?

Por Bepe Damasco, em seu blog: 

Organizado por um grupelho nazifascista chamado Movimento Direita São Paulo, um bloco carnavalesco com o repugnante nome de “Porão do Dops” convocava seu desfile nas redes sociais para o dia 10 de fevereiro, sábado de carnaval, até que alguns procuradores, integrantes naturalmente de um grupo minoritário do MP ainda sensível à causa dos direitos humanos, entrou com uma ação contra a saída do bloco.

O principal argumento dos procuradores em sua representação à justiça paulista foi a de que o bloco, que anuncia dentre seus homenageados torturadores e facínoras de triste memória, tais como o delegado Fleury e o coronel Brilhante Ustra, faz apologia de um crime de lesa humanidade, em clara afronta aos princípios mais comezinhos dos direitos humanos. Os cartazes de divulgação do bloco inclusive estampam fotografias dos dois torturadores.

O lawfare neoliberal e o sacrifício de Lula

Por Carol Proner, no site Carta Maior:

A expectativa pelo destino político do pré-candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, será o tema central da política brasileira até as eleições de outubro de 2018. Procurando transmitir confiança, mesmo sofrendo ataques que visam a execração pública, Lula sabe que será o grande protagonista do pleito eleitoral. E, no atropelo, os próceres do judiciário não perceberam que pisaram no acelerador da união das esquerdas que, também pelo gatilho de apoio nas eleições, unem-se denunciando que “eleição sem Lula é fraude”.

Presidenta do STF joga para a platéia

Por Mário Augusto Jakobskind, no jornal Brasil de Fato:

A presidenta do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Carmen Lúcia, segue jogando para a plateia, conforme deixou claro em seu discurso na abertura dos trabalhos da instância máxima da justiça brasileira. Na cerimônia lá estavam o lesa pária Michel Temer, os patéticos presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício de Oliveira, entre outros investigados pela justiça e com direito a fórum privilegiado.

Quando será aberta a caixa-preta da Justiça?

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Logo no início do seu primeiro mandato, Lula questionou o excesso de autonomia do Poder Judiciário e defendeu a existência de um controle externo. “Não é meter a mão na decisão do juiz. É pelo menos saber como funciona a caixa-preta de um Judiciário que muitas vezes se sente intocável”. A declaração causou grande mal-estar entre os magistrados. Imediatamente, presidentes de tribunais superiores e de entidades de classe dos juízes a repudiaram. Essa grande reação corporativista é um padrão, acontece toda vez que a categoria é criticada publicamente.

Tiririca da elite e outros bichos assanhados

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Quem dá mais? A oito meses da eleição, abriram-se os os portões do grande leilão do voto.

Em clima de festa do caqui, candidatos procuram partidos e partidos procuram candidatos.

Avacalhou de vez. Ninguém é de ninguém, a campanha eleitoral virou um vale-tudo.

Já dando como favas contadas que a República da Toga vai decretar o impedimento e a prisão de Lula, candidatos e partidos sem voto estão cada vez mais assanhados na disputa do butim.

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Silvio Santos, Temer e a mediocridade

Por Bruno da Costa Ferreira, na revista CartaCapital:

No domingo 28, o programa de Senor Abravanel, mais conhecido como Sílvio Santos, transmutou-se em instrumento de agitação e propaganda do governo ilegítimo de Michel Temer, convidado para defender, ao lado do proprietário do SBT, a reforma da previdência.

Após utilizar o seu “revólver da fortuna” para disparar cédulas de 10 e 50 reais em direção à plateia, premiada para aplaudir toda e qualquer asneira verbalizada pelo apresentador e para prestigiar todo e qualquer meliante convidado ao programa, Silvio Santos anunciou a presença de Michel Temer. Juntos, afirmaram aos telespectadores que a reforma é necessária para garantir o futuro da aposentadoria e que as novas regras propostas afetam apenas aqueles que ganham mais, poupando os mais pobres.

A estatística sob medida para prender Lula

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Apareceu um estranho argumento estatístico no mais atual debate jurídico do país, aquele que gira em torno da preservação do artigo 5, incisivo LVII da Constituição, que diz que “nenhuma pessoa será considerada culpada até o transito em julgado de sentença penal condenatória”.

Como nós sabemos, essa garantia foi suspensa pelo STF em 2016, numa votação apertada de 6 a 5, logo depois da derrubada de Dilma Rousseff sem crime de responsabilidade, quando a força política da Lava Jato se encontrava no auge.

O debate tem uma importância óbvia no Brasil de 2018. O trânsito em julgado pode ser o último recurso jurídico para evitar a prisão de Lula por 12 anos, sem prova de crime, e garantir sua presença na campanha presidencial na qual aparece como o candidato em primeiro lugar em todas as pesquisas.

Golpistas manipulam na TV e na internet

Temer usa ricaços contra a Previdência

Editorial do site Vermelho:

Quando o dinheiro manda, quem dá as ordens são os donos do dinheiro.

Esta verdade é novamente comprovada pela notícia, divulgada nesta terça-feira (30), de que o governo usurpador de Michel Temer repassou a agentes do mercado financeiro uma lista com os nomes de pelo menos 90 deputados federais “indecisos”, contrários à contrarreforma da Previdência.

A informação, obtida pela Agência Reuters, foi confirmada por duas fontes – uma do mercado e outra do próprio Palácio do Planalto.

Algozes de Lula recebem auxílio-moradia

Por Hylda Cavalcanti, Luciano Velleda e Paulo Donizetti de Souza, na Rede Brasil Atual:

O fato de o juiz federal de Curitiba Sérgio Moro receber auxílio-moradia não é um caso isolado. Segundo reportagem de Ana Luiza Albuquerque, no jornal Folha de S.Paulo, mesmo morando em imóvel próprio de 256 metros quadrados na capital paranaense, o magistrado que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em primeira instância – acusado de ter recebido como propina um tríplex em Guarujá que nunca foi seu –, recebe auxílio de R$ 4.378 pagos pelo contribuinte.

O privilégio, porém, não é exclusivo. Os três desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) que ratificaram a condenação de Lula e ampliaram sua pena de prisão também recebem o benefício.

"Brasil que eu quero": o fracasso da Globo

Por Mauro Donato, no blog Diário do Centro do Mundo:

Se o leitor passou ao menos 10 minutos sintonizado na TV Globo nas últimas semanas, certamente terá sido bombardeado pela maçante campanha “O Brasil Que Eu Quero”, na qual o telespectador é instado a enviar um vídeo de 15 segundos sobre o que deseja para o país no futuro.

A coisa não tem saído como a emissora e os criadores da campanha esperavam. Além da chatice das instruções com uma repetição exaustiva de ‘dois passos de distância e celular na horizontal’, o intuito da campanha está sendo questionado por um número expressivo de telespectadores e internautas (sim, porque os apresentadores de telejornais estão empenhados em divulgar a campanha também em suas redes sociais).