segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

A encruzilhada da Lava-Jato

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – Odebrecht e o fruto da árvore envenenada

O laudo técnico da Polícia Federal sobre o Drousy liquida com as provas apresentadas nas delações da Odebrecht, a ponto de comprometer todas as denúncias e condenações tendo por base os arquivos.

Leia: “Xadrez sobre a falsificação de documentos na Lava Jato”.

Em direito, existe a figura do fruto da árvore envenenada. São transgressões legais que anulam inquéritos inteiros. Na Operação Satiagraha, Daniel Dantas conseguiu anular as provas contidas nos HDs encontrados em sua casa com o argumento de que a autorização de busca era restrita a determinado andar e os equipamentos estavam em outro.

“Guerra contra bandidos”! Quais bandidos?

Por Theófilo Rodrigues, no blog Cafezinho:

Na manhã deste domingo desfilou pelas ruas da zona sul do Rio de Janeiro uma passeata um pouco diferente das que a cidade está acostumada a assistir. Com cerca de 300 manifestantes, o protesto seguiu até a sede do governo do estado em Laranjeiras para reivindicar do poder público mais investimentos em segurança nos bairros da região.

O pedido é inusitado, para não dizer injusto. Pesquisas e mais pesquisas já apontaram por diversas vezes que o efetivo policial na zona sul, a mais rica área da cidade, é bem maior que o do restante do estado. Regiões mais populosas e carentes de serviços públicos não recebem tanta atenção da segurança pública quanto os bairros da zona sul carioca. Reivindicar por maior concentração de recursos na região seria, portanto, apostar na ampliação da desigualdade na cidade.

Aberto o leilão de deputados. Quem dá mais?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Nos últimos tempos, o pensamento único nacional nos vendeu a ideia de que nestas eleições, depois da Lava Jato, tudo iria ser diferente.

Viria aí uma grande renovação do Congresso Nacional, uma verdadeira limpeza promovida pelo voto.

Quem acreditou nisso pode ir tirando o cavalinho da chuva.

Em reportagem de Ranier Bragon e Camila Matoso, a Folha deste domingo denuncia como está funcionando o balcão de negociações de compra e venda de deputados que ocorrem até durante as sessões da Câmara.

Bolsonaro e os selvagens do “mercado”

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Não se pode acusar de incoerente o senhor Jair Bolsonaro.

Como ele defende a lei da selva na vida social, onde mata quem pode, morre quem não tem saída, é compreensível que seu “guru” econômico se apresente, como faz na Folha, para o papel de gerente da liquidação “queima total” do Estado brasileiro.

A entrevista do “economista” Paulo Guedes, hoje, é de um primarismo que rivaliza com o de seu chefe.

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Janela partidária instala balcão de negócios

Por Altamiro Borges

O processo de desmoralização da política e dos partidos terá um novo capítulo a partir de 7 de março. A chamada “janela partidária”, aprovada em 2016, deverá promover um pornográfico troca-troca de siglas dos atuais parlamentares, em um desmoralizante balcão de negócios. Segundo matéria do Jornal do Brasil, publicada neste sábado (24), o clima é de negociatas milionárias em Brasília. “Com a proximidade do início do período permitido para a mudança, os legendas intensificaram as negociações para atrair novos deputados e aumentar as chances de eleger uma bancada maior na Câmara em outubro. A principal moeda de troca usada pelos partidos tem sido o dinheiro público que bancará as campanhas. Além do fundo eleitoral, estimado em R$ 1,7 bilhão, mais R$ 888 milhões do Fundo Partidário poderão ser distribuídos aos candidatos”.

Maia e Meirelles vão peitar Temer?

Por Altamiro Borges

Henrique Meirelles, o jagunço dos rentistas no covil golpista, e Rodrigo Maia, o capacho dos patrões na Câmara Federal, não escondiam mais de ninguém o desejo de representar as forças de direita – que a mídia chapa-branca apelidou de “centro” – nas eleições presidenciais deste ano. Mas a decisão voluntarista de Michel Temer de decretar a intervenção militar no Rio de Janeiro parece que bagunçou seus planos. Até o publicitário do “vampirão” já confessou que a operação midiática visa elevar seus índices de popularidade e garantir sua presença na corrida presidencial. Atropelados pelo chefão, que adotou a pauta da segurança para fugir das críticas ao caos na economia, Rodrigo Maia e Henrique Meirelles agora ameaçam se rebelar.

26,3 milhões sem emprego. Mídia abafa!

Por Altamiro Borges

Na sexta-feira (23), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou “a taxa composta de subutilização da força de trabalho” no quarto trimestre de 2017. Em termos mais simples, menos herméticos e tecnocráticos, o órgão anunciou o número total de desempregados no período. Os dados são assustadores. A sua Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) revelou que 26,3 milhões de trabalhadores encontravam-se sem emprego – na rua da amargura. O índice de desocupação no acumulado do ano foi de 23,8%. Ou seja, faltou trabalho, em média, para 26,5 milhões de pessoas em 2017.

Farsa da Lava Jato para condenar Lula

Por Jeferson Miola, em seu blog:

A farsa da Lava Jato para condenar Lula pela segunda vez é ainda mais grotesca que a farsa consumada no tribunal de exceção da Operação em 24 de janeiro passado.

Na sexta-feira 23/2, a Lava Jato passou para seus porta-vozes da mídia dominante uma interpretação manipulada do laudo parcial que a PF realizou nos sistemas de propinas Drousys e My Web Day.

O Estado de SP, numa reportagem vil publicada domingo, 25/2, apressou-se em sentenciar que “Laudo do Drousys aprofunda dados contra Lula no caso do terreno e não mostra nulidade de prova”.


Internet será o tema central do FNDC

Do site do FNDC:

O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), uma rede que articula mais de 500 organizações da sociedade civil em todo o país, vai promover sua 21ª Plenária Nacional nos dias 13, 14 e 15 de abril, em São Paulo (SP). Com o tema "Mídia e Internet: liberdade de expressão para a garantia de direitos", a Plenária deve reunir cerca de 120 participantes, entre delegados, observadores e convidados, com o objetivo de aprovar um novo plano de ação para o movimento de comunicação e ainda eleger a próxima gestão da Coordenação Executiva e do Conselho Deliberativo do Fórum para o biênio 2018/2020.

MBL tenta esconder parceiro criminoso

Por Gustavo Aranda, Maria Lucia Erwin e Vinicius Segalla, no site Jornalistas Livres:

Renato Oliveira, ex-subsecretário de comunicação de Embu das Artes (SP) e líder do MBL até, pelo menos, dezembro de 2016, comandou esquemas de marketing piramidal – prática ilegal – e, após se ver envolvido em atentado contra um jornalista na Grande São Paulo, está tendo sua participação da liderança do Movimento Brasil Livre apagada da história.

Desde a última terça-feira (20), o grupo apagou diversas postagens nas redes sociais da entidade em que Oliveira era protagonista. Em nota publicada no mesmo dia, o MBL minimizou a influência do ex-subsecretário no Movimento ao longo dos últimos anos. Renato foi indiciado pela polícia por lesão corporal grave, após perseguir e jogar o carro contra o chargista Gabriel Binho, deixando o local sem prestar socorro.

Razões do conservadorismo da classe média

Por Tomás Rigoletto Pernías, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Numa pesquisa sobre a intenção de votos para Presidente da República realizada pelo Instituto Datafolha, ainda em 2016, o deputado Jair Bolsonaro figurava como a escolha preferida da parcela mais rica da população. Igualmente, uma pesquisa feita em novembro de 2017 trouxe resultados alarmantes: o deputado Bolsonaro, que aparece em segundo lugar em quase todos os cenários simulados, disputaria o 2º turno se a eleição fosse hoje. A pesquisa mais recente do Instituto Datafolha, de janeiro de 2018, por sua vez, também apresentou resultados desalentadores: Bolsonaro mantém o 2º lugar na disputa e assume a liderança num cenário sem o ex-presidente Lula. O dado mais interessante das três pesquisas mencionadas, todavia, é o fato de que o deputado Bolsonaro figura como umas das escolhas preferidas dos segmentos mais ricos e com o maior nível de escolaridade.

O pano de fundo da intervenção no RJ

Por José Antonio Lima, na revista CartaCapital:

Em condições normais, um político que é o mais impopular a ocupar seu cargo em 30 anos, esperaria o fim do mandato para deixar a vida pública discretamente e não prejudicar ainda mais sua biografia. Se essa figura precisasse de foro privilegiado para fugir da cadeia seria razoável supor, no entanto, que ela lutasse para se manter viva politicamente. Este é o caso de Michel Temer.

Uma leitura atenta do noticiário somada a fatos recentes deixa evidente que a intervenção federal no Rio de Janeiro não passa de uma tentativa de Temer sobreviver politicamente.

Dieese: economia chegou ao fundo do poço

Por Ana Luíza Matos de Oliveira, no site da Fundação Perseu Abramo:

O último Boletim de Conjuntura do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) reforça a análise de que a previsão de recuperação da economia brasileira não inspira otimismo.

Segundo o documento, se “analistas mais otimistas enfatizam o fim da recessão, aqueles mais pessimistas afirmam que os indicadores de retomada ocorrem sobre uma base de comparação altamente deprimida”. Os analistas mais pessimistas, segundo a publicação, enfatizam que a economia chegou ao fundo do poço mas continua se movendo muito perto dele, sem indícios de uma recuperação consolidada.

Colunistas da Globo receberam da Fecomércio

Do blog Viomundo:

Os telejornais noturnos seguiram o roteiro desenhado pela Lava Jato: tudo sobre os R$ 68 milhões recebidos pelo escritório de Roberto Teixeira, (leia aqui a nota divulgada pelo escritório) nada sobre os pagamentos feitos pela Fecomércio a jornalistas da Globo.

O presidente da Fecomércio, Orlando Diniz, foi preso em operação da Lava Jato.

No passado, ele foi acusado de torrar dinheiro da entidade em palestras que fugiam à finalidade da instituição.

Pagou, por exemplo, R$ 375 mil a Merval Pereira, o colunista mor da Globo.

Trabalhador sem carteira ganha 44% a menos

Do site Vermelho:

Dados da pesquisa Pnad Contínua, divulgados nesta sexta-feira, 23, pelo IBGE, mostram que o trabalhador que não têm carteira assinada recebe, em média, 44% menos que o trabalhador formal.

Segundo a pesquisa, no 4° trimestre de 2017 a média de rendimento mensal do trabalhador com carteira assinada no país era de R$ 2.090. Já os empregados sem carteira assinada tiveram rendimento médio de R$ 1.179. No mesmo trimestre do ano anterior, a distância entre o valor pago (já descontada a inflação) era menor, de 40,5% ou R$ 818.

"Solução" de Trump para massacre em escolas

Do blog Socialista Morena:

“A história mostra que os tiroteios nas escolas duram 3 minutos. A polícia e os primeiros socorros demoram aproximadamente de 5 a 8 minutos para chegar ao local do crime. Professores/instrutores altamente treinados, adeptos das armas, resolveriam o problema instantaneamente antes de a polícia chegar. Um grande impedimento!”, disse o presidente dos EUA, o direitista Donald Trump, sobre a “solução” que imaginou para os massacres que acontecem nas escolas de seu país envolvendo adolescentes.

Ministério Público e distorções da Lava-Jato

Por Afrânio Silva Jardim, no site Carta Maior:

Inicialmente, é preciso deixar bem claro que estou me referindo a uma pequena parcela do Ministério Público, o qual vejo como uma importante instituição do Estado moderno.

Pertenci aos quadros do Ministério Público de meu Estado por 31 anos e disso me orgulho muito. Entretanto, um corporativismo extremado faz com que a maioria dos membros do Parquet fique silente diante de alguns exageros persecutórios e até associações de classe hipotequem solidariedade a práticas irregulares abaixo apontadas, julgando estar fazendo bem para a instituição. Este corporativismo exagerado só prejudica a Instituição.

Justiça cozinha caso PSDB-Paulo Preto

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Na reta final da campanha eleitoral de 2010, o então candidato José Serra sofreu denúncias contra si envolvendo o ex-diretor da Dersa Paulo Preto – que está sendo acusado de ter R$ 113 milhões em contas secretas na Suíça que seriam produto de propinas envolvendo os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin. O escândalo cumpre o 8º aniversário em 2018 sem que, jamais, Ministério Público, Justiça ou mesmo a imprensa tenham dedicado atenção ao caso. E o assunto só voltou à tona porque autoridades suíças cobraram alguma ação do sistema de Justiça brasileiro.

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Greve dos juízes provoca vergonha alheia

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Nos anos 90, época em que o Detran do estado do Rio de Janeiro era sinônimo de ineficiência na prestação de serviços à população, além de ser um antro de roubalheira, seus funcionários deflagraram uma greve por tempo indeterminado.

Quando a paralisação já durava mais de 30 dias, um colunista do antigo Jornal do Brasil, se não me engano o Maurício Dias, então editor do Informe JB, saiu-se com esta pérola : “Acho bom os funcionários do Detran voltarem ao trabalho antes que todo mundo perceba que eles não fazem falta alguma.”

MPF manda PF investigar dono da Jovem Pan

Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

O Ministério Público Federal determinou à Polícia Federal que abra inquérito para apurar a denúncia contra Antônio Augusto do Amaral Filho, o Tutinha, dono da Jovem Pan e do Pânico, pelos crimes de evasão de divisas, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

A denúncia envolve também três filhos adultos de Tutinha e a prima dele, Maria Alice Carvalho Monteiro de Gouvêa, que seria responsável pelo envio de recursos ao exterior de maneira a dissimular o nome de Tutinha.