terça-feira, 1 de maio de 2018

Os que sempre estimularam o ódio político

Por Márcio Anastácio, no site Jornalistas Livres:

Em editorial publicado no último domingo (29), o jornal Estado de São Paulo de alguma maneira volta aos tempos em que dava sustentação ao regime dos generais que controlou o país durante 21 anos.

Traz uma análise do atentado a tiros contra o acampamento de apoiadores de Lula em Curitiba onde o jornal sustenta que a origem dos disparos seria, na verdade, o próprio PT – que, nas suas palavras, estimulara o confronto político durante 30 anos.

É demais. Mesmo para Estadão.

Tempo de perplexidade, tempos de desafios

Por Mariângela Nascimento, na revista Teoria e Debate:

“A liberdade política do cidadão é aquela tranquilidade de espírito que vem da opinião de que todos têm segurança e, para que se possa estar de posse desta liberdade, o governo deve ser tal que um cidadão não tenha medo do outro." Montesquieu, O Espírito das Leis

Estamos comemorando 30 anos da Constituição de 1988, também chamada de “Constituição Cidadã”, tornando-se o símbolo da redemocratização brasileira. Os direitos foram ampliados e garantidos, brasileiros e brasileiras passam a ter acesso universal à educação, à saúde e à cultura. Os direitos humanos e as liberdades fundamentais passam a ter proteção jurídica. Foram estabelecidos mais direitos trabalhistas e os abusos do Estado estariam sob o controle de mecanismos institucionais. No campo da justiça, foi garantido o habeas corpus, além de outras instituições que configuraram a legitimação da retomada da democracia no Brasil.

O grande inimigo da valorização do trabalho

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

Com a taxa nacional de desemprego aberto representando 13,1% do total da força de trabalho no primeiro trimestre do ano, o governo Temer confirma o que já havia se constatado na década de 1990: o receituário neoliberal é o grande inimigo da valorização do trabalho. No governo FHC, por exemplo, o desemprego que atingia a 6,4% da População Economicamente Ativa (PEA), em 1995, saltou para 12,3%, em 2002, o que implicou a multiplicação acumulada de 1,9 vezes, segundo o IBGE.

Coube ao governo Lula derrubar a mesma taxa de desemprego de 12,3%, em 2002, para 6,7%, em 2010. Ou seja, queda acumulada de 45,5% em oito anos de mandato democrático e popular.

Um 1º de maio unificado por Lula Livre

Curitiba, 01/5/18. Foto: Ricardo Stuckert
Do site Vermelho:

Em iniciativa histórica e inédita, o Dia do Trabalhador de 2018 que ocorre nesta terça (1º) reunirá no mesmo palco na cidade de Curitiba a Força Sindical, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores, Intersindical, Nova Central, União Geral dos Trabalhadores e Central dos Sindicatos Brasileiros. Na pauta unitária a defesa dos direitos e a liberdade do ex-presidente Lula, preso político em Curitiba desde o dia 7 de abril.

O golpe e a importância da batalha de ideias

Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

O combate ao papel de partido das classes dominantes exercido pela mídia monopolista e a necessidade de se pensar estratégias para romper esse bloqueio informativo tem de ser a ordem do dia de quem luta pela democracia no Brasil. Essa foi a tônica de debate realizado neste sábado (28), em Maricá/RJ, como parte da programação do Seminário “Os desafios da comunicação nos governos progressistas”.

A mesa de discussão contou com a presença de João Feres Júnior, idealizador do Manchetômetro; Altamiro Borges, presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé; e Laurindo Leal Filho, o Lalo, acadêmico especialista em estudos relacionados à mídia.

Golpe deseja aniquilar a esquerda

Por Katarina Peixoto, no blog RS-Urgente:

Tem muita gente com certeza a respeito da própria bondade e bom caráter, que acredita que estamos em uma democracia. Para muitos, enquanto não houver OBAN e DOPS, não há ditadura. Um juízo generoso sobre essas crenças depende da atribuição de ignorância e ou de uma certa complacência quanto às próprias certezas sobre si mesmos. Está claro que os fascistas são ignorantes.

Fascismo é isto: uma grande ignorância irascível, mortal, organizada militarmente e inimiga de toda institucionalidade. O que muita gente não vê ou se recusa a ver, é que não estamos diante da violência estatal, transmutada em golpistas clássicos, fardados, vociferando as imbecilidades paranoides de sempre.

A mídia e a indústria do medo

Por Luiz Carlos Famadas Jr., na revista CartaCapital:

“Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro. A real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz”, afirmou Platão.

Quando uma famosa atriz brasileira, no distante ano de 2002, disse em rede nacional de tevê que sentia medo de Lula e do PT como justificativa para votar em José Serra, mal percebia que utilizava um tipo de marketing pouco criativo.

Na verdade, o que havia de diferente naquela declaração era a forma crua e transparente como o medo foi utilizado. Normalmente isso ocorre no cotidiano sem que muitos percebamos.

A omissão da CNBB diante do arbítrio

Foto: CNBB
Por Jeferson Miola, em seu blog:

A 56ª Assembléia Geral da CNBB teve início dia 11 de abril, apenas 4 dias após a prisão política do ex-presidente Lula.

Tendo como tema “Diretrizes para a formação de presbíteros”, a Assembleia da CNBB reuniu quase 500 bispos da igreja do Papa Francisco durante 10 dias, até 20 de abril, na cidade de Aparecida/SP.

Muito chama atenção a mensagem da conferência nacional dos bispos do Brasil ao povo de deus, publicada ao término do evento.

A economia real arreganha os dentes

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Enquanto estamos “brincando” de “moralização do Brasil” com procuradores e juízes, e economia real voltou a mostrar os dentes ferozes ao Brasil.

Ainda é cedo para dizer o que acontecerá - não se sabe se a estratégia bélica de Donald Trump ficará restrita, o que parece cada vez mais improvável - no campo comercial - mas é evidente que não há nada de bom no horizonte.

A saída de dólares do país se intensificou, aumentando o déficit que já se registrou em fevereiro e março, depois da entrada recorde verificada em janeiro.

Temer tem duelo marcado

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Na terça-feira Temer jantou com presidentes regionais do MDB de 11 estados. Buscava promessa de apoio à sua candidatura à reeleição ou à de Meirelles. Convidado, o senador Renan Calheiros, presidente da seção alagoana, não compareceu. No dia seguinte foi atacado pelo ministro Marun: “faltou, mas a inaugurações de obras ele vai”. Renan lidera um movimento no partido contra a candidatura própria a presidente. E não é porque prefira Lula ou qualquer outro. “Na situação atual, candidaturas a presidente sem perspectivas de vitória arrebentam com os partidos”, diz ele. Tudo indica que a convenção do MDB será uma escaramuça entre duas alas, como já aconteceu no passado.

segunda-feira, 30 de abril de 2018

O drama diário da procura por emprego

Por Altamiro Borges

Na semana passada, o IBGE divulgou que a taxa de desemprego subiu de 11,8%, em dezembro, para 13,1% no trimestre encerrado em março. O percentual corresponde a 13,689 milhões de desempregados no país, 1,379 milhão a mais em três meses. A estatística fria, porém, nem sempre revela a real dimensão do drama humano vivido por milhões de trabalhadores. O desempregado é um ser à deriva na família, na vizinhança e no seu cotidiano. A busca diária por uma nova vaga é um inferno traumático.

Mídia acoberta terroristas do Paraná

Foto: Claudio Kbene
Por Altamiro Borges

Como afirmou ao blog Nocaute o embaixador Celso Amorim, ex-ministro de Relações Exteriores do governo Lula e ex-ministro da Defesa de Dilma Rousseff, o atentado ao acampamento Marisa Letícia, em Curitiba, na madrugada deste sábado (28), foi um ato terrorista. Ele quase resultou na morte do sindicalista Jefferson Menezes, que deixou a UTI somente nesta segunda-feira, e também feriu com estilhados dos tiros a advogada Marcia Koakoski. Em sua nota, o embaixador foi enfático:

“Expresso meu veemente repúdio ao ato terrorista praticado na madrugada deste sábado contra o acampamento, ao mesmo tempo que expresso minha irrestrita solidariedade aos bravos companheiros que continuam, com risco de sua integridade física, a defender a liberdade do Presidente Lula e seu direito de candidatar-se. O fascismo não passará. Vamos dar nome aos bois: disparos com armas de fogo contra populações civis, pacíficas e desarmadas, por motivação política é terrorismo. Não dá pra fingir que não viu”.

A origem e o significado do 1º de Maio

Por Altamiro Borges

“Se acreditais que enforcando-nos podeis conter o movimento operário, esse movimento constante em que se agitam milhões de homens que vivem na miséria, os escravos do salário; se esperais salvar-vos e acreditais que o conseguireis, enforcai-nos! Então vos encontrarei sobre um vulcão, e daqui e de lá, e de baixo e ao lado, de todas as partes surgirá a revolução. É um fogo subterrâneo que mina tudo”. Augusto Spies, 31 anos, diretor do jornal Diário dos Trabalhadores.


Globo esconde atentado a tiros em Curitiba

Do blog Viomundo:

“Se arremessam tinta, em um prédio, querem fazer documentário sobre como vivem as pessoas que limparam as calçadas do lugar”, ironizou Fausto Rocha no twitter.

Ele se referia à extensiva cobertura que a TV Globo fez em seus telejornais do protesto em que integrantes do MST atiraram tinta vermelha no prédio onde mora a presidenta do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, em Belo Horizonte.

A limpeza da calçada por gente ligada ao MBL e a colocação de flores no local foram destaques na mídia brasileira.

Moro e a República abusiva de Curitiba

A democracia subjugada e a resistência

Por João Batista Moreira Pinto, no site Carta Maior:

Em texto recente, Leonardo Boff - teólogo mundialmente reconhecido por suas lutas vinculadas à Teologia da Libertação - após descrever a tentativa frustrada de, junto com o Nobel da Paz Adolfo Perez Esquivel visitarem Lula, destacou que aquilo era mais uma comprovação de uma “lógica negadora de democracia num regime de exceção”, ressaltando entretanto que o Brasil é maior que sua crise, da qual sairíamos “melhores e orgulhosos de nossa resistência, de nossa indignação e da coragem de resgatar a partir das ruas e pelas eleições um Estado de direito”.

Imprensa brasileira na segunda divisão

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

A divulgação do Ranking Mundial de Liberdade de Imprensa, publicado pela organização internacional Repórteres sem Fronteiras, confirma o Brasil na zona de rebaixamento. Amargando mais uma vez a 102ª posição entre 180 países, o país confirma a falta de sintonia existente entre o nível econômico, cultural e político do país e sua afirmação no campo da liberdade de imprensa.

Os EUA e a volta da Guerra Fria

Por Marcelo Zero, no site Brasil Debate:

Passou praticamente despercebido, no Brasil, o anúncio da Nuclear Posture Review, a nova política nuclear norte-americana, divulgada agora em fevereiro.

A omissão não se justifica, pois a nova política nuclear norte-americana assume claramente mudanças geoestratégicas de peso, com profundas implicações para todo o mundo.

Em primeiro lugar, a nova política prevê gastos da ordem US$ 1,2 trilhão, nos próximos 30 anos, para “modernizar” o arsenal nuclear norte-americano. Muitos analistas consideram que, na verdade, tais gastos, para cumprir os objetivos amplos propostos, deverão chegar ao redor de US$ 2 trilhões, sem levar em conta a inflação. Trata-se de uma ampliação gigantesca dos US$ 70 bilhões que Obama já havia disponibilizado para a modernização do arsenal nuclear dos EUA.

O tapetão contra Fernando Pimentel

Por Thomas Bustamante, no site Justificando:

Ainda vai demorar algumas décadas para que possamos avaliar, com um nível aceitável de precisão, as consequências políticas e jurídicas do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Não faltou, porém, aviso quanto ao risco que a destituição de um governo democraticamente eleito sem um sólido fundamento jurídico poderia representar.

Há quem diga, mesmo ciente da fragilidade da acusação que motivou a interrupção precoce do mandato da presidenta, que o seu impeachment foi legítimo ainda que não estivesse comprovada a prática de crime de responsabilidade. Argumenta-se que “não há golpe” porque o impeachment seguiu todos os trâmites processuais necessários, com ampla oportunidade de defesa, produção de provas e publicidade dos atos processuais, e que “o próprio Supremo Tribunal Federal atestou a legitimidade do impeachment quando reconheceu que ele carece de legitimidade para revisão judicial deste ato administrativo”.

Flávio Rocha é o mais novo engodo na praça

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Logo no começo deste ano, o empresário Flávio Rocha, o bilionário dono da Riachuelo, liderou o lançamento de um manifesto político chamado “Brasil 200”. Trata-se, segundo ele, “de um movimento da sociedade civil que quer um Brasil diferente do arremedo de país em que foi transformado por sucessivos governos desastrosos.”

A tal “sociedade civil”, no caso, não passa de um convescote de grandes empresários. E o tal “manifesto político” não passa de propaganda do velho, conhecido e fracassado receituário neoliberal. A escolha da cidade para o lançamento desse manifesto político que pretende “libertar o Brasil do peso do Estado” não poderia ser mais simbólica: Nova York. Para incrementar ainda mais este museu de grandes novidades, o grupo defende também uma posição conservadora nos costumes.