terça-feira, 20 de novembro de 2018

Bilionários ficam 20% mais ricos em 2017

Brasília, embaixada da República de Curitiba

Por Sergio Lirio, na revista CartaCapital:

A influência da “República de Curitiba” não para de aumentar em Brasília. Depois de integrar Érika Marena e Rosalvo Ferreira Franco, delegados da Polícia Federal, à equipe de transição do futuro governo Bolsonaro, o “superministro” Sérgio Moro convidou para a chefia da Polícia Federal o superintendente da corporação no Paraná, Maurício Valeixo.

Valeixo ocupou no passado o cargo de diretor de inteligência da PF e comandou o departamento de Combate ao Crime Organizado. O futuro ministro declarou recentemente a intenção de reeditar o modelo de força-tarefa adotado na Lava Jato no combate às facções criminosas, uma das promessas da campanha de Bolsonaro. Valeixo é descrito como um quadro “operacional”, oposto ao perfil “intelectual” do atual diretor da corporação, Rogério Galloro.

Sítio de Atibaia e a omissão da "Justiça"

Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

No último ato da defesa, antes da sentença no processo sobre o sítio de Atibaia, os advogados de Lula pediram uma série de providências, dentre elas duas se destacaram: querem a resposta dos peritos da Polícia Federal a um parecer técnico que desmonta a tese de acusação e o depoimento de Rodrigo Tacla Durán.

Os advogados começam o texto pela declaração de que não reconhecem na 13a. Vara Federal Criminal do Paraná competência legal para processar o ex-presidente.

Ultra-ricos preparam um mundo pós-humano

Por Douglas Rushkoff, no site Outras Palavras:

No ano passado, fui convidado a fazer conferência num resort superluxuoso para um público que, imaginei, seria de aproximadamente cem banqueiros de investimento. Era de longe a maior remuneração que jamais me foi oferecida por uma palestra – metade do meu salário anual como professor – tudo para fornecer algumas dicas sobre o tema “o futuro da tecnologia”.

Nunca gostei de falar sobre o futuro. A sessão de perguntas e respostas sempre acaba mais como um jogo de salão, em que me pedem para opinar sobre as últimas tendências da tecnologia como se fossem dicas precisas para potenciais investimentos: blockchain, impressão 3D, CRISPR. As audiências raramente estão interessadas em aprender sobre essas tecnologias ou sobre seus impactos potenciais, além da escolha binária entre investir nelas ou não. Mas o dinheiro chama; por isso, entrei no show.

A democracia deve ir às ruas

Por Wanderley Guilherme dos Santos, no blog Cafezinho:

Pelo tempo que existir, o próximo será um governo culturalmente tosco. Não basta a nulidade reconhecida do anunciado chefe da casa civil, a impostura de um anônimo Bebiano, agraciado com os despojos do toma lá dá cá de uma legenda sem destino, a truculência do futuro ministro da fazenda e a grosseria das manifestações orais do próprio clã Bolsonaro.

Era preciso adicionar ao espetáculo fantasmagórico um ministro das relações exteriores que se entusiasma com a confissão, por outras palavras, de ser um frankstein ideológico. Difícil interpretar como a Casa de Rio Branco concedeu-se o vexame de abrigar semelhante exemplar de talidomida diplomático. Mas, se o mundo não estiver ensandecido à la Trump, a Europa ocidental, os nórdicos, mais os russos e sobretudo a China se encarregarão de expulsá-lo do Itamaraty, já que os nossos não o fizeram.

Uma ditadura de novo tipo no Brasil

Por Marcio Sotelo Felippe, na Revista Cult:

O regime da Constituição de 1988 acabou. Vivemos uma ditadura dissimulada, de novo tipo, com a aparência espectral de formas jurídicas e políticas de um Estado de direito.

O fim desse regime não seguiu o padrão histórico. Nós nos habituamos a ver uma ruptura quando uma Constituição é revogada e surge outra, seja por padrões democráticos, como a convocação de uma constituinte, seja por atos de força, como a outorga de um texto constitucional. Assim, por exemplo, o Estado Novo em 1937, a 5º República francesa em 1958, a Constituinte de 1945, a Carta de 1967 e sua alteração em 1969 e a própria Constituição de 1988.

Moro e o Estado policial

Por Jeferson Miola, em seu blog:                                 

Sérgio Moro se encaixa com perfeição no conceito de déspota do dicionário Houaiss:

“1. que ou quem exerce autoridade arbitrária ou absoluta (diz-se de governante); tirano

2. que emprega ou quem quer que empregue de autoridade tirânica para dominar, revelando caráter autoritário

3. que ou o que exerce alguma forma de imposição ou autoritarismo, em qualquer campo”.


Moro não é um déspota por acidente. Sua forma de agir, como autoridade dotada de poderes ilimitados que despreza a ordem constitucional e legal vigente, foi sendo legitimada e banalizada por um judiciário de exceção, permissivo com a transmutação do juiz provinciano em agente político e celebridade influente da cena brasileira.

Bolsonaro mentiu sobre médicos cubanos

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Bolsonaro praticamente acabou com o programa Mais Médicos ao atacar Cuba e os médicos que o país nos enviou. E disse que esses médicos só poderiam continuar no Brasil se Cuba permitisse que suas famílias viessem para cá. Porém, em 2013, como deputado, tentou barrar a vinda das famílias dos médicos para o Brasil dizendo que eram compostas de “mercenários”

A nova cara do presidencialismo

Charge: Pataxó
Por Gabriel Cohn, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Durante longo período o presidencialismo brasileiro foi caracterizado como sendo de “coalizão”, aquele arranjo no qual o centro do Executivo negocia cada passo com uma nuvem de partidos ou consórcios de interesse pouco significativos por si mesmos, mas dotados do inestimável recurso que é o poder de veto. Pois bem, isso que agora vemos ser construído, tudo indica que em consonância a plano muito bem pensado em escala transnacional, é regime bem diferente. Pode ser denominado, à falta de outro termo, “presidencialismo de ocupação”. 

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Privataria nos levará de volta à selva!

O drama humanitário da caravana aos EUA

Charge: Hajo/Holanda
Do site Vermelho:

O drama da caravana com milhares de migrantes da Guatemala, Honduras e El Salvador com destino aos Estados Unidos retrata a catástrofe social e econômica do modelo econômico e social que vem sendo reinserido na América Latina. Fala-se em sete mil pessoas, mas há jornais que calculam o dobro disto.

Nos Estados Unidos, a resposta do presidente Donald Trump tem sido à base das ameaças e da truculência. Além das represálias econômicas aos países originários da marcha, mesmo com governos servis ao regime de Washington, ele mobiliza seu aparato militar para conter os migrantes.

#LulaLivre no G-20 em Buenos Aires

Por Antonio Barbosa Filho

Reuniões de líderes internacionais como a do G-20, que acontecerá em Buenos Aires no dia 30 de novembro e 1o de dezembro próximos, costumam ter dois efeitos correlatos: a grande atenção de toda a mídia planetária; e os protestos de grupos contrários a ordem econômica mundial defendida por esse e outros organismos globalistas, como o Banco Mundial, o Fórum Econômico Mundial de Davos, a Organização Internacional do Comércio, etc.

Moro e a "fantasia da perseguição política"

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Numa mudança de planos, Sérgio Moro pediu exoneração do cargo de juiz federal e será ex-juiz quando o ato for publicado, provavelmente na segunda-feira.

Mas, nos derradeiros dias de toga, age como em todo o tempo em que esteve à frente da lava Jato: faz política.

Em entrevista a IstoÉ – aliás, outra vez dentro de seu ‘ex-gabinete” na 13ª Vara Criminal de Curitiba – dá uma nova sentença sobre o ex-presidente Lula – “é o mentor” do esquema criminoso que teria desviado R$ 6 bilhões da Petrobras.

As bravatas de Trump e Bolsonaro

Por Reginaldo Nasser, no site Carta Maior:

Tem se estabelecido uma espécie de cumplicidade, voluntária ou não, entre presidentes que assumem novos governos, e jornalistas e analistas no que se refere, principalmente, no anúncio de inovações e mudanças.

Ultimamente, um dos temas que mais tem chamado a atenção são os assuntos internacionais. Lembram-se do governo golpista de Temer quando anunciou José Serra para ministro das relações exteriores? Nem bem tomou posse já se falava numa espécie de “doutrina Serra”, que durou pouco. Mas, logo veio Aluísio Nunes, que foi também anunciado com pompas e circunstâncias e, acreditem, ele ainda é ministro, mas nem parece de tão insignificante que é sua presença.

Um país à espera da nau dos insensatos

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

A imagem do título desse comentário me ocorreu durante o almoço num pé-sujo limpinho, aqui ao lado de casa.

No boteco barulhento, ao ver o noticiário na TV à minha frente, e ouvindo as conversas a meu lado, a vida continuava absolutamente normal.

Enquanto traçava uma bela feijoada de cumbuca, notei que nas mesas vizinhas, em vez dos pedreiros e porteiros habituais, ali estavam hoje jovens da classe média bem vestidos, que trabalham nas lojas chiques dos Jardins.

Médicos cubanos e o agressivo Bolsonaro

Do jornal Brasil de Fato:

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), que na última quarta-feira (14) ofereceu "asilo" a cidadãos cubanos, tentou dificultar a permanência de familiares de médicos da ilha caribenha no Brasil durante seu sétimo mandato como deputado federal. Por meio de uma emenda, apresentada em 5 de maio de 2016, o então parlamentar do Partido Social Cristão (PSC) propôs que os dependentes legais dos médicos intercambistas fossem proibidos de "exercer atividades remuneradas, com emissão de Carteira de Trabalho e Previdência Social pelo Ministério do Trabalho e Emprego".

Um governo de destruição

Por Wilton Cardoso Moreira, no Jornal GGN:

Há uma grande possibilidade do governo Bolsonaro ser apenas de destruição, sem criar nada no lugar.

O superministro Moro fez carreira prendendo, muitas vezes sádica e ilegalmente, os políticos, arrancando urros de prazer da massa sedenta por vingança contra os poderosos. É um justiceiro megalomaníaco e narcisista, cujo senso de justiça se resume à punição, mesmo que à margem da lei. Quanto mais poder tiver, mais punições espetaculosas ele promoverá.

Quem são os youtubers de Bolsonaro?

Charge: Rico
Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

O presidente eleito já deixou claro que seguirá à risca os passos de Trump na estratégia de enfrentamento da imprensa. Além de vetar a presença de determinados jornalistas em sua primeira entrevista coletiva como presidente eleito, Bolsonaro também tentou proibir a entrada de jornalista no plenário do Congresso para a comemoração dos 30 anos da Constituição Federal.

Além disso, tem ficado claro o uso de uma tática para desmoralizar a imprensa: pessoas ligadas a Bolsonaro vazam informações para jornalistas, que são publicadas. Logo em seguida, bolsonaristas negam tudo, sempre em tom de deboche, colocando dúvidas sobre a confiabilidade da imprensa. Bolsonaro passará o mandato jogando essas cascas de bananas no caminho do jornalismo.

A Internacional da Direita

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

A evidência de que o plano de governo só começa a ser elaborado agora, os desatinos em política externa, a negligência parlamentar e até mesmo as dúvidas sobre o êxito do programa econômico ultraliberal (apesar da crença do mercado) despertam dúvidas em alguns (esperança para outros) sobre sua duração.

Bola de cristal ninguém tem mas uma coisa é certa: a extrema direita que ele representa é tosca e áspera mas está se organizando para um reinado longo e articulado internacionalmente.

O padrão Bolsonaro de comunicação

Por Laurindo Lalo Leal Filho, na Revista do Brasil:

O jornal O Estado de S.Paulo demite uma cronista por ter criticado as propostas do então candidato de extrema-direita, Jair Bolsonaro. Toma essa decisão depois de vê-lo eleito, numa atitude nítida de subserviência. A TV Gazeta demite quase toda a equipe de jornalismo e amplia o aluguel ilegal de sua grade de programação para a Igreja Universal, apoiadora do próximo governo.

A Folha de S.Paulo, depois da derrota do seu candidato no primeiro turno, parece sem rumo. Chama o gesto repulsivo do presidente eleito, simulando o uso de armas, ao lado do presidente do Tribunal Superior do Trabalho, de simples gesticulação. Quem ele ameaçava? Os juízes ou os trabalhadores? Essa resposta a Folha não deu.