domingo, 9 de dezembro de 2018

Militares e evangélicos: nova fonte de poder

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Os generais estão voltando, sob o comando de um capitão reformado, mas não estão sozinhos para dar as ordens em Brasília.

Junto com eles, chegam ao poder os bispos da grana das igrejas evangélicas neo-pentecostais, que já nomeiam e vetam ministros.

Nada muito diferente de 1964.

Só mudaram as igrejas: naquela época, quem açulou os militares a tomar o poder foram bispos da igreja católica apostólica romana, que promoveram as Marchas da Família, com Deus pela Liberdade, e acenderam o pavio do golpe.

Haddad venceria eleição com dados do Coaf

Por Renato Rovai, em seu blog:

Os dados vazados do relatório do Coaf podiam ter mudado o resultado das eleições presidenciais se divulgados na data que o presidente eleito e seu filho provavelmente tiveram acesso a eles.

A data é 15 de outubro. Ou alguns dias antes. Foi neste dia, a menos de duas semanas para a eleição do segundo turno, que o motorista Fabrício de Queiroz se desligou do gabinete de Flávio Bolsonaro. E na mesma data, a filha de Fabrício, Nathalia Queiroz, deixou o gabinete de Jair Bolsonaro, onde foi nomeada em dezembro de 2016 para atuar como secretária parlamentar.

Ao lado do nome de Nathalia, no relatório do Coaf, está anotado o valor de 84 mil reais.

sábado, 8 de dezembro de 2018

De onde veio o torpedo contra os Bolsonaro?

Por Gilberto Maringoni

O mais relevante desse imbróglio filho-assessor-esposa-grana não é o fato em si. A Coaf rastreia contas a partir de suspeitas ou denuncias. Assim, as questões relevantes que se colocam são:

1. Quem fez a denuncia?

2. Por que fez?

3. Por que agora?

Seguramente não foi a oposição que deu curso à acusação. Trata-se de tiroteio palaciano, realizado antes mesmo de se entrar em palácio.

Escândalo dos Bolsonaro desmascara Moro

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Chega a ser inacreditável que o ex-juiz Sergio Moro ainda não tenha vindo a público se pronunciar sobre o Laranjão, escândalo envolvendo movimentação suspeitíssima e milionária na conta de ex-motorista, segurança e assessor – tudo junto – do filho de Bolsonaro. Cadê o moralismo fajuto desse sujeito? Cadê a indignação dele com a corrupção. Caiu a máscara!

Será que não devemos subestimar Bolsonaro?

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Respeitados analistas políticos e quadros de primeira linha da esquerda vêm batendo na tecla de que, devido a sua base social e política, aliada a uma agenda econômica que unifica a elite e todos os segmentos da direita, Bolsonaro não deve ser subestimado. Enfatizam também que o fenômeno sóciopolítico que levou a extrema direita ao governo da República pode não ser algo apenas transitório, um mero voo de galinha na linguagem popular.

Militares ocupam alto escalão do governo

Por Rafael Tatemoto, no jornal Brasil de Fato:

O governo Bolsonaro terá ao menos um terço dos ministérios ocupado por militares, reformados e da ativa. Seis das pastas com status formal de ministério - que devem atingir o número de 22, sete a mais que o prometido na campanha - serão chefiadas por integrantes das Forças Armadas. Resta apenas a nomeação do ministro do Meio Ambiente

O Gabinete de Segurança Institucional, a Defesa e a Secretaria de Governo serão ocupadas, respectivamente, por Augusto Heleno, Fernando Azevedo e Silva e Carlos Alberto dos Santos Cruz. Todos são generais da reserva. Na Infraestrutura, Tarcísio de Freitas é um dos poucos a não fazer parte do generalato: é capitão reformado do Exército.

O vale-tudo no Congresso Nacional

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Depois da eleição atípica de Jair Bolsonaro, o Congresso também parte para a subversão das regras que sempre regeram a convivência entre os partidos.

Se a observância do peso eleitoral de cada um deixa de existir, temos o vale-tudo, com grave ofensa ao instituto da representação política.

A formação de um grande bloco de partidos para controlar os cargos da Mesa e postos de comando, isolando os dois partidos mais votados e com as maiores bancadas, PT e PSL, é o melhor exemplo, mas não o único, de que na próxima legislatura pode imperar as regras da casa de mãe Joana.

O enigma dos “coletes amarelos” na França

Foto: Yanik Dumont Baron
Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

Em pânico, o gabinete do presidente francês, Emmanuel Macron, articula, para este sábado, uma operação policial poucas vezes vista na história do país. Cerca de 89 mil homens estarão nas ruas, fortemente equipados (inclusive como treze blindados). Tentarão evitar que a mobilização dos “coletes amarelos” [gilets jaunes, em francês] cumpra sua promessa de bloquear as rodovias de todo o país e chegar ao Palácio do Eliseu, sede do governo. Deflagrada há três semanas, contra o aumento do preço dos combustíveis, a revolta não parou de crescer, desde então. Mas o que é ela? E por que desafia tanto os ultra-capitalistas, de Macron, quanto a esquerda institucional?

Quem é quem na cúpula direitista das Américas

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Às vésperas do início do governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro, o Brasil será palco de uma Cúpula Conservadora das Américas, a primeira do gênero, uma iniciativa bolsonarista que tentará aproximar reacionários do continente para ações políticas conjuntas. A “fauna” a se reunir no sábado, 8, em Foz do Iguaçu, no Paraná, será variada e terá como estrela bolsonarista o filho caçula do ex-capitão, Eduardo, uma espécie de chanceler paralelo do futuro governo do pai.

Partido de Bolsonaro virou MMA

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O “chefe” já se deu conta do estrago e chamou uma (a primeira) reunião com o amontoado – chamar de bancada seria impróprio – de parlamentares eleitos à sombra do alugado PSL.

Jair Bolsonaro, entretanto, deveria pensar bem pois do jeito que as coisas vão a baixaria vai rolar solta.

O “barraco” de ontem entre Joyce Hasselman e seu filho “02”, Eduardo, continuou hoje.

A trincheira de Bolsonaro

Por Sergio Araújo, no site Sul-21:

Quer conhecer alguém? Repare nas atitudes e não nas palavras. Antes mesmo de assumir, Jair Bolsonaro dá mostras de que pretende ter um mandato com garantias de conclusão e até mesmo de continuidade. Cerca-se de ministros militares. Envia o filho para os EUA para se reunir com autoridades e empresários americanos. Recebe em sua residência o Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton. E faz diversos acenos para agradar o presidente Donald Trump, como por exemplo, a transferência da embaixada brasileira para Jerusalém, críticas à política econômica da China e movimentos anti-Cuba (saída dos médicos cubanos).

O guru por trás do guru de Bolsonaro

Por Liszt Vieira, no site Carta Maior:

Apesar de ser loucura, há método nela. (Shakespeare, Hamlet: Ato II, Cena II)

Já se disse que o Brasil não é um país desenvolvido nem subdesenvolvido. É um país de contrastes. Enquanto na Europa a Modernidade varreu os valores pré-modernos típicos das teocracias medievais, no Brasil corremos o risco de ver o contrário: depois da Modernidade, a Idade Média!

E, para cúmulo do surrealismo, uma Idade Média capitalista! Como vemos hoje em muitas partes do mundo, o capitalismo convive bem com regimes políticos autoritários e com valores conservadores da era pré-moderna.

Uma faísca de pragmatismo

Por Jorge Armindo Aguiar Varaschin, no site Brasil Debate:

O dia 28 de outubro deste ano, ao que tudo indica, inaugurou um certo tipo de distopia brasileira, quando o até então impossível torna-se efetivo, quando se consuma algo considerado inimaginável. A sensação de desamparo refere-se muito mais a isso, ao impossível que toma corpo, do que ao aspecto de isolamento político, já que o candidato do campo progressista, Fernando Haddad, teve votação expressiva. Nesse contexto, é necessário ter calma na análise da atual situação, sem subestimar ou superestimar qualquer elemento do cenário. Assim, aqui vão alguns apontamentos que considero relevantes.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

França reedita protestos de 2013 do Brasil

Foto: AFP
Por Rosana Pinheiro-Machado, no site The Intercept-Brasil:

Tem sido assim nos últimos dias: acordo, acesso as redes sociais e metade dos meus amigos está dizendo que as manifestações dos “coletes amarelos” na França – os gilets jaunes – são de extrema-direita, fascistas e ajudarão a eleger Marine Le Pen, a deputada da Frente Nacional. A outra metade comemora a revolta popular e está contente que os 50 anos das agitações de 1968 não passaram despercebidos.

Nós já vimos esse filme. E ele não leva a lugar algum.

Moro arquitetou em 2005 plano contra Lula

Por Jeferson Miola, em seu blog: 

Em entrevista a Roberto D’Avila/Globo News, Onyx Lorenzoni revelou que Moro arquitetou o plano para prender Lula ainda em 2005, depois de frustrada a primeira tentativa durante o processo do chamado mensalão.

Naquele mesmo ano, no bojo da conspiração para derrubar o primeiro governo Lula, o oligarca Jorge Bornhausen, então presidente do PFL [atual DEM, partido do Onyx], fez a célebre declaração genocida, defendendo a “eliminação dessa raça [dos petistas] do país pelos próximos 30 anos”.

Deixando transparecer orgulho da amizade antiga com Moro, na entrevista Onyx acabou fazendo 1 confidência que tem o efeito de 1 bomba nuclear:

Caso Palocci e o jornalismo venal

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Ainda não chegou o dia em que os jornais brasileiros voltarão a fazer jornalismo. Na área policial e na primeira página, continuam, todos, meros joguetes de procuradores, delegados e juízes, enquanto nos artigos de fundos aumentam as preocupações com o estado policial, que eles mesmos ajudam a alimentar.

É um jogo desmoralizador para o jornalismo.

Esperança: Indignação e coragem

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Vivemos no Brasil nos últimos dois anos dois grandes golpes: o primeiro, o impeachment e a deposição de Dilma Rousseff, e neste ano de 2018 a ascensão da extrema-direita com a eleição de Jair Bolsonaro a presidente do Brasil.

Não foi Bolsonaro que ganhou. Foi o PT que perdeu e com ele o Brasil.

1. Vivemos tempos sombrios e incertos


Militares darão as cartas no futuro governo

Por Fernando Rosa, no blog Viomundo:

O atual governo conta com sete ministérios sob comando de militares, além de outros cargos ocupados por oriundos do meio militar.

Além do presidente, do vice e vários ministérios, duas secretarias chaves, a Secretaria de Assuntos Estratégicos e a Secretaria de Comunicação, serão ocupadas por militares.

A presença de militares no governo Bolsonaro é a mais expressiva desde a redemocratização e tão visível quanto os governos da ditadura militar, entre 1964 e 1985.

As dificuldades de ser patrão no Brasil…

Por Jean Wyllys, no blog Diário do Centro do Mundo:

Na sua mais recente declaração sobre como vê a situação dos trabalhadores no país, o presidente recém-eleito resolveu ser bem claro, e disse aos jornalistas que “está difícil ser patrão no Brasil”.

Isso, mesmo. Ser patrão.

Segundo Bolsonaro, tamanhos são os benefícios de empregados (na verdade, irrelevantes se comparados aos de outros países mais desenvolvidos), que os patrões locais estariam em uma situação “horrível”.

Os mitos da privatização da Previdência

Do site Vermelho:

Em artigo no jornal Valor Econômico, intitulado “Previdência e regime de capitalização”, os professores da FEA-USP Carlos Luque - também presidente da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) -, Simão Silber e Roberto Zagha descrevem uma série de mitos sobre o chamado regime de capitalização para a aposentadoria, uma das propostas para substituir o atual sistema da Previdência Social. Eles recorrem à obra "A Balada de Narayama", escrita em 1956 Shichigoro Fukuzawa, para fazer uma analogia com a proposta.