sexta-feira, 8 de março de 2019

As mulheres e a reforma da Previdência

Por Juliane Furno, no jornal Brasil de Fato:

Nesse mês de março, em que comemoramos o dia internacional de luta da mulher trabalhadora, o tema da Reforma da Previdência aparece com centralidade. Isso porque a proposta do governo de Jair Bolsonaro significa um duro golpe na classe trabalhadora, e em especial às mulheres.

Em primeiro lugar, a Previdência Social – que compõe a Seguridade Social ao lado da saúde e da assistência social – é muito mais do que apenas uma política de amparo à sobrevivência após a perda da capacidade laboral das pessoas. Ela é a MAIOR política pública e social brasileira e tem o maior impacto – entre todas as políticas sociais – na redistribuição de renda e redução das desigualdades sociais.

O pacote de perversidades contra as mulheres

Por Maria do Rosário Nunes, no site Sul-21:

Nos últimos tempos o Brasil tem sido marcado pela imposição de um conservadorismo moralista, que falseia discursos religiosos com objetivos políticos, enquanto ameaça de forma autoritária as liberdades civis e democráticas e desmonta políticas públicas com um projeto ultraneoliberal no manejo da economia e das relações internacionais.

Isso tem ficado bem evidente nos posicionamentos excêntricos da titular da pasta de direitos humanos e pela proposta de criminalização de movimentos sociais, endurecimento da lei e da ordem e a liberação de armas. No pano de fundo encontra-se em execução o plano que interessa às elites do dinheiro – a entrega das riquezas do país ao grande capital, inclusive as terras indígenas à exploração mineral por estrangeiros. O plano de desmonte da previdência social contido na PEC 006/2019, de Jair Bolsonaro, coroa as medidas que atingem trabalhadores, pobres, pequenos agricultores, mas sobretudo é cruel com as mulheres.

Crônica às mulheres assassinadas

Por Lucilene Machado, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Salve, mulheres! Ave irmãs! Eu vos saúdo e choro a vossa sina. Humilhadas, estupradas, perseguidas, vilipendiadas e forçadas prematuramente ao silêncio eterno, apenas por serem mulheres. O machismo matou mulheres públicas, matou profissionais, matou mães, matou tias, vizinhas, amigas, primas, esposas, amantes… matou uma a uma, por séculos de vileza e a vida seguiu como se nada de mais grave estivesse acontecendo.

O estranho fundo bilionário da Lava-Jato

Do blog Cafezinho:

O Fundo tenta disfarçar a picaretagem informando que 50% dos recursos irão para programas de cunho social, não dando ênfase no fato que a outra metade será alocada para pagamento de acionistas que entrarem com pedido de indenização contra a Petrobras. Ou seja, antes mesmo de haver qualquer resultado judicial, a Lava Jato se posiciona contra o interesse da União e do erário público.

Com medo de cair, Bolsonaro apela a militares

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Em pouco mais de dois meses, Bolsonaro já se envolveu em escândalos de corrupção, sofreu derrotas no Congresso e protagonizou cenas patéticas e bizarras através dos ministros que escolheu ou através da própria bocarra. Eis a explicação para a ameaça que o capitão reformado fez ao Brasil ao insinuar que os militares podem dar um golpe, “se quiserem”.

A primeira vítima do discurso de Bolsonaro nesta quinta-feira (7) durante a cerimônia de aniversário do Corpo de Fuzileiros Navais no Rio de Janeiro, foi o idioma ao dizer que “Democracia e liberdade só existe quando a sua respectiva Forças Armadas assim o quer” – a concordância verbal foi ferida de morte por três vezes na mesma frase…

A chantagem do capitão

Por Fernando Rosa, no blog Senhor X:

Depois de espantar a Nação e até mesmo o mundo com seu twitter pornográfico, o capitão-presidente tirou o dia para enquadrar o Congresso Nacional.

A fala de Bolsonaro pela manhã advertindo que “democracia só existe se os militares quiserem”, em um ambiente militar, ladeado por generais, teve um endereço certo.

No Jornal Nacional, à noite, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, deixou claro que entendeu perfeitamente o que foi dito, e pelo visto não gostou do que ouviu.

A dispersão como tática do governo

Por Marcos Verlaine, no site do Diap:

O Carnaval de 2019 foi um dos mais politizados dos últimos tempos. Massas de foliões, espontaneamente, saíram às ruas em todo o Brasil, e, entre as folias e esbornias carnavalescas, entoaram em uníssimos protestos contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Trata-se de novidade, pois nenhum outro presidente, em início de mandato, projetou-se tão negativamente quanto o novo inquilino do Planalto.

Diante dos protestos que ganharam as ruas do País, Bolsonaro reagiu, no sábado (2), com crítica pesada e inusitada à festa mundana, que é uma instituição no Brasil. Divulgou tuíte crítico à festa popular, com vídeo em que apareciam 2 jovens em cenas escatológicas e obscenas registradas durante a folia de um suposto bloco de rua em São Paulo.

A privacidade segundo Zuckerberg

Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:

Nesta quarta-feira de cinzas, o CEO da Facebook Inc., Mark Zuckerberg, publicou artigo para apresentar suas preocupações com a privacidade e suas iniciativas neste terreno. Sob o título ‘A Privacy-Focused Vision for Social Networking‘ (Uma visão focada em privacidade para redes sociais) Zuckerberg mostra, mais uma vez, uma visão superficial e bem inadequada de privacidade.

Desde o escândalo Cambridge Analytica, o Facebook tem sido alvo de uma enxurrada de denúncias e processos em função do vazamento de dados de seus usuários. As cobranças públicas e governamentais sobre mecanismos mais seguros de proteção de dados têm se intensificado. Legislações e diretrizes sobre o tema têm sido aprovadas em muitos países, com destaque para a entrada em vigor do Regulamento Geral para a Proteção de Dados da União Europeia (RGPD) e para a aprovação da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais no Brasil.

Aposentadoria da mulher: um sonho distante

Por Tiago Pereira, na Rede Brasil Atual:

As mudanças que o governo Bolsonaro pretende realizar com a reforma da Previdência podem resultar numa combinação explosiva que torna o acesso às aposentadorias um sonho cada vez mais distante, especialmente para as mulheres. Mesmo após o presidente, Jair Bolsonaro (PSL), afirmar que a idade mínima de acesso às aposentadorias, para elas, poderia cair de 62 anos, como consta na proposta atual, para 60, ainda assim, pouca diferença fará, caso não se alterem os critérios relativos ao tempo de contribuição do projeto que foi apresentado ao Congresso Nacional

quinta-feira, 7 de março de 2019

Depois do post pornô, Bolsonaro faz ameaças

Nós precisamos voltar a sonhar

Por Joaquim Ernesto Palhares, no site Carta Maior:

Sonho [*] - John Lennon 


(tradução de Flávio Aguiar)

Sonhe que não há paraíso
É fácil, se você tentar.
Abaixo não há inferno
Acima, só estrelas pra se olhar
Sonhe com todo mundo
Vivendo apenas o presente…

Sonhe que não há países
Não é difícil não
Nada por que morrer ou matar
Num mundo sem religião
Sonhe com todo mundo
Vivendo sua vida em paz...

Pode me chamar de sonhador
Mas não estou só não
Quem sabe você um dia
Também nos dê a sua mão...

Sonhe que tudo é de todos
Será que você se esmera?
Um mundo sem ganância ou fome
Onde a fraternidade impera
Sonhe com todo mundo
Dividindo com todos tudo...

Pode me chamar de sonhador
Mas não estou só não
Quem sabe você um dia
Escolha o mundo sem divisão…


* Optei pelo verbo sonhar porque “Sonhe”, em português, tem a mesma sonoridade bonita de “Imagine” em inglês.

“Imagine”, em português, não tem a mesma beleza sonora.

Aproveitando a leveza do Carnaval, começo nossa conversa com a belíssima canção de John Lennon, traduzida especialmente para Carta Maior pelo companheiro Flavio Aguiar.

Carnaval vaia Bolsonaro

Editorial do site Vermelho:

O uso da cor laranja neste carnaval foi maior do que o usual. Cor imposta pela política: protestar contra o governo retrógrado de Jair Bolsonaro e seu partido, o PSL (Partido Só Laranja, como registraram foliões em Bezerros, PE), contra o qual se multiplicam as denúncias de uso de candidaturas de araque ("laranjas") para arrecadar ilegalmente dinheiro para as campanhas na eleição de 2018. Nesta quarta-feira de cinzas (6), o próprio Bolsonaro de certa forma passou recibo e deu mostras do incômodo com as críticas recebidas e divulgou, pelas redes sociais, uma mensagem obscurantista, obscena e grotesca contra o Carnaval, dirigida - pode se adivinhar - contra as críticas feitas a ele e à direita na festa popular.

Alexandre Frota tem biografia?

Bolsonaro vira chacota no mundo todo

Por Pedro Simon Camarão, no site da Fundação Perseu Abramo:

Jair Bolsonaro é capaz de fazer pelo Brasil coisas inimagináveis. Por exemplo, fazer com que veículos do mundo inteiro publiquem, assustados, que o presidente do Brasil postou um vídeo com conteúdo pornográfico em uma das suas redes sociais. A postagem não foi assunto apenas nos maiores veículos de comunicação do mundo, mas em todos os tipos. É algo impressionante. Na história recente, o único momento em que o Brasil foi notícia em todo o globo foi no dia da prisão de Luiz Inácio Lula da Silva.

Bolsonaro e a quarta-feira de cinzas

Por Rafael da Silva Barbosa, no site Brasil Debate:

No mundo cristão, a quarta-feira de cinzas representa o encerramento de um ciclo com o reconhecimento da fragilidade humana [“lembre-se que você é pó e ao pó voltará”] e reflexão dos atos, sendo um momento de autoconsciência para mudança, em busca de uma condição humana mais evoluída.

A data é emblemática, mas, devido ao último acontecimento, ela passou a ser, também, urgente. Isto poque, no dia 05 de março, terça-feira de carnaval, assistimos a um dos fatos políticos mais bizarros e vexatórios da vida pública brasileira.

Seriam elas as coveiras da velha ordem?

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

Lançada há pouco mais de dois anos – em outubro de 2016, quase simultaneamente na Polônia e na Argentina – a ideia da Greve Internacional de Mulheres pode transformar-se num dos fenômenos inesperados e explosivos, em uma década já marcada por sobressaltos. Amanhã, esperam-se, em 50 países, protestos e paralisações. Num certo sentido, pondera a escritora argentina Veronica Gago, elas ampliam o significado histórico do 8 de Março. Já não se trata apenas de afirmar os direitos que as sociedades patriarcais negam às mulheres há milênios – mas de, aos poucos, identificar ações concretas comuns, para resgatar estes direitos em todo o mundo. Quais seriam estas, porém?

As elites e o Brasil sanguinário

Por Roberto Malvezzi (Gogó), no site Correio da Cidadania:

Quando Bol­so­naro elo­giou a tor­tura e Bri­lhante Ustra como herói da pá­tria, e a dita so­ci­e­dade democrá­tica ficou em si­lêncio, acendeu-se o sinal ver­melho.

Quando Moro disse que me­didas de ex­ceção eram ne­ces­sá­rias porque o Brasil vivia um mo­mento excep­ci­onal, era o fim da Cons­ti­tuição, da hi­e­rar­quia ju­rí­dica e era a aber­tura da ja­nela para um regime de ex­ceção.

Quando Guedes diz que a es­querda tem ca­beça mole, co­ração mole e a di­reita tem a ca­beça e co­ração duros, ele de­fine a es­sência di­fe­ren­cial entre esses seres hu­manos.

Bolsonaro resiste à chuveirada de urina

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A simples possibilidade de que o porno-presidente Jair Bolsonaro venha a ser denunciado na Câmara por quebra de decoro em função da "goldenshower" é uma demonstração do grau de degradação de um governo empossado há apenas dois meses.

Essa situação é uma demonstração de fraqueza congênita.

Estimula terríveis presságios para os aliados de Bolsonaro e acende luzes de esperança nos círculos adversários.

É bom cultivar um pouco de cautela, contudo, e não desprezar o arsenal de recursos à disposição da articulação política que levou Bolsonaro ao Planalto.

As mulheres e a luta socialista

Por Augusto Buonicore, no site da Fundação Maurício Grabois:

I. Os liberais e a igualdade da mulher

Os direitos políticos das mulheres constituem, atualmente, uma condição para qualquer democracia moderna – burguesa ou socialista. Hoje nenhum país que recuse os direitos políticos e sociais às mulheres poderia ser considerado democrático. Mas, esta é uma situação relativamente nova – nascida no século XX – e conquistada depois de muitas lutas.

Bolsonaro e a suprema obscenidade

Por Marcelo Zero

Não sei o que é mais obsceno, se o vídeo postado pelo capitão ou a indignação tardia daqueles que o ajudaram a se eleger.

Esperavam outra coisa de uma abominação intelectual e moral?

Qualquer pessoa medianamente informada sabia, há muito tempo, que o capitão sempre foi isso.

Uma obscenidade política ambulante que, em mais de três décadas de vida pública, se dedicou a defender as piores e mais desavergonhadas barbaridades.

Afinal, o que é mais obsceno, o vídeo ou a defesa entusiasmada da tortura e de torturadores?