Por Renato Francisquini, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:
Inúmeras hipóteses têm sido apresentadas a fim de explicar a ascensão de Jair Bolsonaro à Presidência da República. Antes do processo eleitoral, muito embora o então candidato figurasse como favorito nas pesquisas – notadamente quando se excluía o ex-presidente Lula da lista apresentada aos entrevistados – poucos confiavam em sua capacidade de vencer o pleito. Havia boas razões para tal descrédito: à luz dos estudos sobre comportamento eleitoral e de nossa experiência mais recente (1994-2014), soava implausível que o candidato sem uma estrutura partidária sólida e com uma retórica ofensiva, para dizer o mínimo, pudesse ampliar o apoio que até então desfrutava nas pesquisas.