domingo, 28 de abril de 2019

Luta democrática e o abuso de autoridade

Por Ronald Freitas, no site Vermelho:

A crise multilateral que o país vive agrava-se dia a dia. Além da persistente crise estrutural e sistêmica na política, na economia e no ambiente social, que tanto sofrimento impõe ao povo e desestrutura a Nação, as confusões, a falta de rumo, as disputas internas e o reacionarismo do governo Bolsonaro têm agravado de forma exponencial essa situação.

Doria acelera a elitização da cultura

Por Isa Penna e Fernanda Azevedo, na revista CartaCapital:

Depois de duas semanas de polêmica sobre os cortes no orçamento da cultura paulista, o governador João Doria e seu secretário da área, o ex-ministro de Temer Sérgio Sá Leitão, anunciaram, dia 15/4, uma nova composição do Conselho Estadual da Cultura. Com 30 componentes, dos quais apenas três mulheres, o Conselho tem 15 representantes do governo e – diz a grande mídia – 15 da “sociedade civil”. Detalhes: desses ilustres homens da civilíssima sociedade frequentada por João Dória, pelo menos 11 são empresários do setor de cultura, de eventos ou de entidades empresariais.

Lula e a indignação do inocente

Por Marcelo Uchôa, no site da Fundação Perseu Abramo:

Conta-se que questionado por correligionário sobre discurso de Orestes Quércia refutando cometimento de atos de corrupção, Ulisses Guimarães teria dito: “foi um belo discurso, mas faltou a indignação do inocente”. Na entrevista do ex-presidente Lula da Silva, na última sexta-feira (26/04), concedida ao El País e à Folha de São Paulo, no desenlace de longos meses de batalha judicial, viu-se claramente o sentido da expressão formulada por Ulisses Guimarães.

Extrema-direita bolsonarista mira no STF

Bolsonaro é o produto tosco das elites

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

É preciso certa condescendência com Jair Bolsonaro, embora não a suficiente para absolvê-lo do fato de ser o executor de uma política de destruição do país, da mesma forma que não se pode achar que o pistoleiro é o grande culpado pela morte encomendada.

Bolsonaro, a rigor, foi o produto possível de um processo de destruição política do Brasil que pouco tem a ver com ele próprio.

Não passaria, em outras circunstâncias, de um apresentador de tevê ou rádio vespertino, destes de programas onde se derramam hemorragias do “mundo cão”, ou de um policial-parlamentar de baixa extração, como tivemos aqui no Rio o “Sivuca”, o delegado que veio da turma dos formadores do Esquadrão da Morte e criador, em 1986, do slogan “bandido bom é bandido morto”.

Num país disperso, Lula aponta rumo da luta

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Num país em busca de um caminho para enfrentar a catástrofe em curso, a entrevista de Lula a Mônica Bergamo e Florestan Fernandes Jr é o ponto de partida para a reconstrução de uma nação em escombros, dominada por um governo que em apenas 100 dias confirmou a disposição de destruir séculos de progresso histórico.

Quebrando uma censura de um ano e três semanas, de grande utilidade para a consolidação de uma ordem política contrária aos interesses da nação e a vontade da maioria de seu povo, o depoimento de Lula é a grande carta de navegação para o país enfrentar as tempestades e turbulências do próximo período. Deve ser revisto, debatido, lembrado mais de uma vez, tamanha a força de seus argumentos, a urgência de suas idéias.

Previdência e a catástrofe dos argumentos

Por Cezar Britto, no site Congresso em Foco:

Tive a honra de ser convidado, integrando um pequeno grupo de seis juristas, para participar da audiência pública promovida pela CCJ – Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania, da Câmara dos Deputados. A ideia era apresentar a minha opinião sobre a constitucionalidade da PEC 06/19, apresentada pelo governante atual e que trata na Reforma da Previdência e outros assuntos “jabutis”. Não querendo desmerecer o charmoso réptil, “jabuti” é o jargão político utilizado quando se tenta incluir em uma norma em debate regras estranhas ao tema principal, aprovando-as sem grande aprofundamento.

sábado, 27 de abril de 2019

A pauta cheia do 1º de Maio

Por João Guilherme Vargas Netto

Nas comemorações do 1º de maio três temas devem ser tratados como prioridades, quase exclusivos.

O primeiro deles é, obviamente, a resistência à deforma previdenciária. Todas as iniciativas para a preparação dos atos unificados têm esta motivação. Os abaixo-assinados até então preenchidos e recolhidos devem ser totalizados e, mesmo após o feriado, devem continuar a ser assinados pelos trabalhadores e trabalhadoras.

Quem é o dono fascistoide da Havan?

Governo Bolsonaro está 'desabando'

Governador da Bahia, Rui Costa
Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:

O governo Bolsonaro está "desabando", até antes do que se previa, mas a oposição, se quiser se fortalecer, precisa ir além da esquerda e – particularmente no caso do PT – se reaproximar de sua base social, afirma o governador da Bahia, Rui Costa. Reeleito em 2018 com 75% dos votos, ele só perdeu em três dos 417 municípios baianos. Para Costa, isso é consequência do contato direto com a população.

O governante brinca dizendo que é até difícil fazer oposição, diante do "vazio completo de ideias" no Planalto. "É a ausência absoluta, vai criticar o quê?", ironiza, depois de observar que nos primeiros meses de governo o bom senso determina à oposição recolher seu trem de pouso. Mas, passado esse primeiro momento, para encorpar a resistência, é preciso mais. "Temos de construir além do chamado campo de esquerda', afirma.

O que "pensa" Olavo de Carvalho?

Governo Bolsonaro é uma nau sem rumo

Por Liszt Vieira, no site Carta Maior:

Artigo 1º da Constituição Neoliberal do Brasil, em vigor:
Todo poder emana do mercado e em seu nome será exercido.

Como o governo não tem plano nem projeto, a não ser atender os interesses dos EUA, e acatar as demandas do mercado, começa a submergir em meio aos escombros de suas contradições. O recente conflito na Petrobras é esclarecedor.

Segundo foi divulgado, o total dos recursos da Petrobras recuperados pela Lava Jato eleva-se a R$ 2,5 bilhões. Com a decisão de Bolsonaro de não aumentar o preço do diesel, temendo a greve dos caminhoneiros, a Petrobras perdeu na Bolsa em um dia o valor de R$ 32 bilhões, mais de 12 vezes o que foi recuperado. Mas o ministro Guedes deu a volta por cima: manteve o aumento no preço do diesel, agora de 4,84% em vez dos 5,7% anunciados anteriormente. Por enquanto, saiu vitorioso.

Política neoliberal de Macri corrói a Argentina

Por Joaquín Piñero, no jornal Brasil de Fato:

O anúncio do congelamento de preços na Argentina no início dessa semana acendeu, mais uma vez, a luz amarela sobre o caos social e econômico que vive o país. Desde a vitória eleitoral de Mauricio Macri em 2015, o povo argentino, principalmente os mais pobres, vem sentindo nas costas o peso de uma política neoliberal que foi propagada e apoiada pelos banqueiros, industriais, ruralistas e pela mídia, inclusive a brasileira, como a solução para o desenvolvimento do país.

Lewandowski dá murro na polícia do Moro

Por Jeferson Miola, em seu blog:

O juiz do STF Ricardo Lewandowski não precisou mais que 252 palavras para desferir um murro ético, moral e de decência na cara da polícia política do Moro, que se arvorou a condição de carcereira suprema do Lula [ler aqui].

O delegado da polícia federal do Estado policial do Moro, o carcereiro Luciano Flores Lima, queria sequestrar outra vez a liberdade de expressão do Lula que Lewandowski conseguiu restaurar, depois que Fux e Dias Toffoli sequestraram na época eleitoral, em obediência à tutela militar, para não impedir a vitória do Bolsonaro e do Partido da Lava Jato.

Evangélica deixa o país por sofrer ameaças

Camila Montovani da Silva (reprodução Facebook)
Por Aloísio Morais, no site Jornalistas Livres:

“Perdi o direito! Perdi o direito de viver no meu próprio país! Quem defende a laicidade do Estado, é massacrado por um Estado que não é laico. Perdi o direito de viver com minha família e meus amigos, de levar meu trabalho adiante. Perdi o direito de viver minha vida como a vivo hoje. Perdi esse direito porque o fundamentalismo que governa o Brasil hoje assassina qualquer profeta que denuncie o pecado das grandes lideranças.”

O desabafo é da carioca Camila Montovani da Silva e foi postado nesta sexta-feira, 26, em sua página no Facebook. É mais uma brasileira do Estado do Rio a deixar o país em consequência das perseguições e ameaças que vem sofrendo, neste caso, de fundamentalistas. A jovem é perseguida por prestar solidariedade e apoio pastoral a mulheres evangélicas que sofrem violência doméstica. Recentemente, o deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ) e a ex-candidata ao governo do Rio de Janeiro pelo PT, a filósofa Márcia Tiburi, também tiveram de deixar o país por causa de perseguições e ameaças.

Novas e velhas linguagens da dominação

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Se quisermos lutar unificados e com mais eficácia contra a degeneração em curso do nosso sistema democrático é importante compreendermos o discurso legitimador da ordem autoritária neoliberal no Brasil, que está marcado pelos dogmas neoliberais mais expressivos. Eles exigem certas liberdades políticas para sua implementação, ainda que estas sejam exercidas principalmente no topo da sociedade. Estas liberdades devem ser combinadas com discurso de ódio contra os excluídos e miseráveis para convencer a maior parte da sociedade que os pobres não “merecem” um Estado Social. É a lógica discursiva de Bannon, com seu populismo de direita, apoiado pelos enunciados principais de Hayek e Von Mises, que transitam misturados e de forma apologética na mídia tradicional.

Paulo Guedes na loja de cristais

Por Paulo Kliass, no site Outras Palavras:

Além de ter completado a tão esperada marca de 100 dias sem nenhuma medida concreta a ser anunciada, o governo do capitão iniciou a sua peregrinação rumo ao ducentésimo dia no Palácio do Planalto com um conjunto impressionante de trapalhadas e de ameaças na área da economia.

O primeiro ponto foi o anúncio inusitado e destrambelhado pelo Super Ministério da Economia de que o governo iria promover a privatização dos Correios. Uma loucura! Entregar um serviço estratégico como esses, em um país com dimensões continentais como o nosso, em mãos de alguma multinacional do ramo ou algum fundo financeiro que visa única e exclusivamente à obtenção de lucros para seus acionistas. Mas essa batalha ainda vai ser longa, pois o próprio presidente da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), nomeado por Bolsonaro, já apresentou resistências à intenção desse liberalismo entreguista.


A (i) lógica do direito e o caso Lula

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Em priscas eras, quando denunciei o então consultor geral da República (logo depois Ministro da Justiça) Saulo Ramos, ele tentou respondeu às acusações com um jurisdiquês incompreensível. Na época, consegui uma fonte privilegiada, o então Ministro do Supremo Tribunal Federal Sidney Sanches, que me deu um conselho de ouro: analise a medida do ponto de vista da lógica de uma pessoa racional.

– A doutrina tem que espelhar o mundo real.


Estupidez bolsonariana avança no país

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Na mesma quinta-feira, 25 de abril de 2019, desde o café da manhã no Planalto com jornalistas convidados, que tiram selfies com ele, até o final do dia, o capitão Jair Bolsonaro disse as seguintes barbaridades:

- “O Brasil não pode ser um país do mundo gay, de turismo gay, porque aqui temos famílias”.

- “Quem quiser vir aqui fazer sexo com mulher, fique à vontade”.

- “Tomei conhecimento uma vez que certos homens ao ir ao banheiro só ocupavam o banheiro para fazer o número 1 no reservado e soube de um número alarmante: mil amputações de pênis por ano no Brasil por falta de água e sabão”.



Lula, o retorno do gigante

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

No último dia da penúltima semana de abril de 2019, após sete meses de censura, Lula conseguiu fazer o que sempre fez até os 72 anos de idade, antes de ser injustamente encarcerado: pôde falar, argumentar, defender ideias – agora, sobre a própria inocência. A voz de Lula, sua indignação e seu propósito inquebrantável de defender seu povo, estão de volta

El País e Folha de São Paulo lutaram na Justiça ao lado de Lula para que ele pudesse dar a sua versão dos fatos à sociedade. Por isso, merecem respeito.