terça-feira, 11 de junho de 2019

Lava-Jato ajudou a devastar a economia

Nota oficial da Associação Brasileira de Economistas pela Democracia (ABED):

A Associação Brasileira de Economistas pela Democracia - ABED, como uma entidade que defende a democracia, sempre irá posicionar-se favoravelmente a ações de combate à corrupção. No caso específico da Operação Lava Jato, saliente-se se que ela só foi possível com o fortalecimento das instituições de Estado, em particular a Polícia Federal e o Ministério Público. Assim, não poderia ser maior a nossa indignação diante da divulgação de conversas nada republicanas entre destacados membros da Lava Jato, mostrando vergonhosa parcialidade e instrumentalização política da operação.

A Lava-Jato nua e crua

Editorial do site Vermelho:

A Operação Lava Jato, ao longo dos seus cinco anos de atuação, foi criticada por iminentes juristas e personalidades do próprio Poder Judiciário - além de integrantes dos poderes Legislativo e Executivo - por suas práticas marcadas pelo desrespeito ao Estado Democrático de Direito, sempre ressalvando a necessidade do combate rigoroso à corrupção ou a qualquer outra ilicitude. As forças democráticas em geral criticaram as afrontas ao devido processo legal e aos princípios basilares da Constituição e demais regulamentos da legalidade democrática.

Sergio Moro, o chefe dos chefes

Por Jeferson Miola, em seu blog:                   

Equivoca-se quem pensa que a Operação Mãos Limpas é a genuína inspiração italiana de Sérgio Moro e Deltan Dallagnol.

A se considerar as revelações bombásticas do Intercept, a inspiração italiana de Moro e Dallagnol está mais para as práticas e métodos da Cosa Nostra, a máfia, do que para a Mani Pulite – ou Mãos Limpas, em português.

Além de evidenciar que Moro e Dallagnol mantinham intenso intercâmbio e alto nível de articulação e coordenação estratégica na conspiração para derrubar Dilma e na caçada para prender Lula, a reportagem do Intercept também mostrou que existia uma relação hierárquica de mando na Operação.

A hipocrisia do jornalismo ‘lavajatista’

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Disse, no post anterior, do desamor da elite brasileira pelo sistema legal que ela própria construiu, quando se trata da defesa de seus interesses políticos.

A lei é para todos, dizia o filme promocional da Lava Jato, mas é duríssima para os “inimigos” e uma mera formalidade para os “amigos”.

Eliane Cantanhêde, a quem a Globo e o Estadão dão o privilégio de terem milhões de brasileiros como público cativo, mostra cruamente como acontece isso:

A conspiração criminosa da Lava-Jato

Por Marcio Sotelo Felippe, Patrick Mariano e Giane Ambrósio Alvares, na revista Cult:

A matéria publicada pelo The Intercept traz elementos suficientes para, em tese, fundamentar a convicção de que procuradores da Lava Jato e o então juiz Sérgio Moro teriam praticado o crime previsto no artigo 288 do Código Penal, antes denominado de quadrilha ou bando, agora “associação criminosa”: associação de três ou mais pessoas para o fim específico de cometer crimes. Para a caracterização desse delito não importa se os crimes se consumaram ou se a condenação era tecnicamente possível. Basta a chamada volunta celeris.

Cristologia cristofascista de Bolsonaro

Por Fábio Py, no site Carta Maior:

“Cristo, o Ser:
eis o embate do Reicht”
(Dotrothee Sölle)

“O inferno é, assim, (produzido ou não) o lugar onde
o governo do mundo sobrevive para sempre,
ainda que de forma puramente penitenciária”
(Giorgio Agamben)


Desde as manifestações de 15 de maio, os setores bolsonaristas e o próprio Bolsonaro vêm forçando a associação da figura do presidente com qualidades que o associam a figura do Cristo, apresentando-o como messias, ungido e eleito da nação. Esse novo jogo promovido pelas lideranças religiosas e da base política do governo é mais um apelo a fim de reagrupar as forças com a intenção de legitimar as medidas ultraliberais e amortecer sua impopularidade. A apresentação de Bolsonaro com características cristológicas (de Cristo) dá um novo folego ao cristofascismo à brasileira, sendo uma forma mais refinada de sensibilizar setores religiosos, que mesmo em tão pouco tempo vinham já se descolando do governo.


segunda-feira, 10 de junho de 2019

Mídia vai abafar escândalo da Lava-Jato

Sergio Moro, o herói dos tolos

Intercept lança suspeita sobre instituições!

O conluio de Moro-Dallagnol contra Lula

"Vaza Jato" levará Moro-Dallagnol à cadeia?

Por Renato Rovai, em seu blog:

As primeiras reportagens que vieram à tona na noite deste domingo (9) no The Intercept mostram que o então Juiz Sérgio Moro e procuradores da Lava Jato, como Deltan Dallagnol, conversaram e definiram estratégias sobre os rumos de processos judiciais que levaram, entre outras pessoas, o ex-presidente Lula à cadeia.

Um leigo pode achar isso algo nem tão importante. Mas é uma bomba que vai colocar o caso da prisão de Lula e do golpe contra Dilma Rousseff em destaque internacional não apenas do ponto de vista midiático, mas jurídico.

Morogueite: “jogo político” invade tribunais

Por Artur Araújo, no site Outras Palavras:

I) o material divulgado até agora confirma o sobejamente conhecido: as sentenças de Curitiba são redigidas e assinadas antes de que seja “juntado aos autos” (como se diz em língua esotérica) qualquer outro documento enviado pela acusação ou pela defesa;

II) esse fato já era conhecido por dois significativos grupos de brasileiros: o dos que avaliam que isso é um absurdo e o dos que acham que “vale-tudo ‘contra eles’ é válido”. Os vazamentos só documentam o fato, dificilmente alteram convicções do segundo time;

III) abre-se, a partir das revelações do Intercept, uma grande disputa entre esses dois grupos: quem conquistará a maioria dos brasileiros para sua interpretação das ilegalidades e imoralidades praticadas por Moro, Dallagnol & Co.?

Moro, Dallagnol e o “imperialismo jurídico”

Por Marcelo Zero

As revelações do Intercept demonstram o que todos já sabiam, mas não tinham como provar cabalmente: a condenação de Lula é uma gigantesca farsa jurídica.

Em qualquer país minimamente civilizado, o processo contra Lula, bem como boa parte da Lava Jato, já teriam sido anulados há muito, face aos gritantes atropelos da presunção da inocência e do devido processo legal.

De fato, a Lava Jato implantou verdadeiro vale tudo contra o PT e Lula, o que incluiu conduções coercitivas ilegais, tortura psicológica de testemunhas, indução de delações direcionadas, vazamentos ilegais de escutas telefônicas, uso equivocado da inferência bayesiana e um oceano de convicções políticas num deserto de provas.

Reforma tributária: pauta para a esquerda

Por Antônio Augusto de Queiroz, na revista Teoria e Debate:

A reforma tributária, por iniciativa do Congresso, voltou à agenda política e pode ser uma oportunidade para rever o sistema perverso atual, que sobretaxa a produção, inibindo a geração de emprego, o consumo e o salário, penalizando o trabalhador, quando deveria incidir mais fortemente sobre a renda e o patrimônio.

O tema é complexo e polêmico, com muitos gargalos e obstáculos para sua aprovação, a começar pelas três ordens de disputa que envolve: a) uma entre os entes estatais e os contribuintes, um querendo aumentar sua carga e o outro querendo pagar menos tributos; b) uma entre os três níveis de governo, cada um querendo aumentar sua participação no bolo tributário; e c) uma entre regiões, umas requerendo preservar renúncias fiscais e outras querendo eliminar tais incentivos.

Moro participou da corrupção de funções

Por Conrado Hübner Mendes, no site da Fundação Maurício Grabois:

Sergio Moro se fez um expoente da escola “la garantía soy yo”. Suas condutas podem parecer suspeitas, seu senso de oportunidade pode favorecer a uns em prejuízo de outros, as regras gerais do direito podem ser desobedecidas, mas seu status moral o coloca acima desses desvios. Sua conduta será avaliada em nome da missão heroica que delegou a si mesmo, não da regularidade dos meios que usa para persegui-la. Quando praticado por ele, desvio se converte em virtude. Quem consegue ser admitido nessa escola passa a ser regido por um regime particularista, não pelo regime geral.

O feito inédito de Bolsonaro na Argentina

Por Martín Fernández Lorenzo, no blog Socialista Morena:

Quando, da Argentina, começamos a conhecer Jair Bolsonaro por sua campanha de ódio, não saíamos de nosso espanto por ver que alguém que defendia a ditadura publicamente em seu próprio país, e sem o mínimo de pudor, tivesse semelhante apoio do povo.

A palavra “ditadura” em nosso país, pelo menos para a grande maioria dos argentinos, é dolorosa ainda hoje, quando ainda estamos buscando os restos de 30 mil desaparecidos e os bebês sequestrados por ela.

A primeira visita oficial de Bolsonaro à Argentina foi mais chamativa pelo repúdio do que por razões políticas. Toda a conversa na Casa Rosada com Macri não vai além dos elogios trocados entre ambos, porque o conteúdo é vazio em termos de futuro, já que tudo o que propôs Bolsonaro, como ter uma moeda única “peso real”, vai para o lixo quando Macri deixar o poder, em 10 de dezembro.

O maior escândalo da história do Judiciário

Da Rede Brasil Atual:

“O que era uma crítica teórica feita por acadêmicos, crítica jurídica feita por juristas, e crítica política realizada por determinados segmentos se transformou em prova e no maior escândalo do Judiciário brasileiro.” Esta é a avaliação do professor de Direito Constitucional da PUC-SP Pedro Serrano sobre o conteúdo das conversas entre procuradores da Operação Lava Jato e o então juiz Sergio Moro revelado pelo The Intercept Brasil.

Escândalo do Morogate e o acerto de Lula

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“Não troco minha liberdade pela minha dignidade”, repetiu Lula mil vezes a todos os que o visitavam na cela, desde que foi condenado e preso sem provas, em abril do ano passado, pela dupla Moro & Dallagnol.

Em nenhum momento o ex-presidente fraquejou nesta determinação férrea de provar sua inocência, nem mesmo quando foi impedido de disputar uma eleição praticamente ganha.

Só poderia duvidar disso quem não conhece o caráter deste sertanejo teimoso, que saiu dos fundões do nordeste num pau-de-arara, para se eleger primeiro presidente operário da nossa historia.

Para Lula, provar que a Justiça cometeu um crime ao condená-lo, com base em convicções, “provas indiretas” e matérias de jornal, era mais importante do que voltar a ser presidente.

A farsa está aí, à frente de todos

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

As primeiras críticas ao trabalho de Sérgio Moro à frente da Lava Jato tinham um caráter técnico. Diziam que ele não agia como um "juiz natural", aquele magistrado que mantém uma postura equidistante entre réu e a promotoria, limitando-se zelar pelo correto cumprimento da lei.

Com o passar dos anos, a partir de um conjunto de decisões que invariavelmente prejudicavam Lula e o Partido dos Trabalhadores, sem o necessário apoio em provas, tornou-se fácil identificar um viés político em seu comportamento - confirmado, após a eleição presidencial, quando tornou-se ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, principal beneficiário do alinhamento anti-Lula da Lava Jato.

Operação Lava-Jato é desmascarada

Por Eugênio Aragão, no Diário do Centro do Mundo:

Quem acompanhava as conversas internas do MPF na rede @Membros sabia, desde sempre, da descarada politização do ambiente corporativo, marcado por profunda “petefobia”, expressão que usei numa entrevista em 2011, logo após tomar posse como corregedor-geral do órgão. O tom militante e de desqualificação de quem pensava diferente era ali uma constante. Nem ministros do STF saíam incólumes, sendo alvos de chacota e caçoada. Como corregedor-geral, cheguei a mandar aviso à rede, advertindo que os deveres de urbanidade e de decoro também se aplicavam às comunicações internas.