domingo, 30 de junho de 2019
Lava-Jato e o Estado autoritário
Por Maria Luiza Quaresma Tonelli, no Jornal GGN:
Em 2014 teve início no Brasil a Operação Lava Jato, desde o princípio claramente capitaneada pelo juiz Sergio Moro, elevado à condição de herói nacional pela mídia hegemônica, Globo à frente. A sede da Força Tarefa, com seus procuradores, na dita República de Curitiba, transformou a capital do Paraná no centro do espetáculo jurídico-midiático. O trabalho de convencimento da população no sentido de que tratava-se de uma operação que salvaria o país da corrupção sistêmica foi tamanho que qualquer um que se atrevesse a criticar os métodos utilizados seria de pronto taxado como conivente com a corrupção. Eu mesma recebi várias críticas de amigos que se iludiram com o juiz Sergio Moro. Desde o princípio percebi que não poderia ser imparcial um magistrado que se prestasse a pedir apoio da sociedade para que a Lava Jato fosse bem sucedida. Ora, juiz não pode, em nenhuma hipótese, esperar apoio da sociedade, tampouco julgar com base no clamor popular.
Em 2014 teve início no Brasil a Operação Lava Jato, desde o princípio claramente capitaneada pelo juiz Sergio Moro, elevado à condição de herói nacional pela mídia hegemônica, Globo à frente. A sede da Força Tarefa, com seus procuradores, na dita República de Curitiba, transformou a capital do Paraná no centro do espetáculo jurídico-midiático. O trabalho de convencimento da população no sentido de que tratava-se de uma operação que salvaria o país da corrupção sistêmica foi tamanho que qualquer um que se atrevesse a criticar os métodos utilizados seria de pronto taxado como conivente com a corrupção. Eu mesma recebi várias críticas de amigos que se iludiram com o juiz Sergio Moro. Desde o princípio percebi que não poderia ser imparcial um magistrado que se prestasse a pedir apoio da sociedade para que a Lava Jato fosse bem sucedida. Ora, juiz não pode, em nenhuma hipótese, esperar apoio da sociedade, tampouco julgar com base no clamor popular.
Acordo com UE condena o Brasil ao atraso
Por Luiz Carlos Bresser-Pereira
Os jornais informam hoje que depois de 20 anos de negociação o Brasil fechou acordo com a União Europeia. E a notícia é recebida pelos brasileiros de direita e de esquerda, liberais e desenvolvimentistas.
Apenas Celso Amorim, o grande ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil, mostra-se preocupado, mas não com o efeito maléfico deste acordo em relação à indústria; adverte apenas que com um Brasil e seu governo muito enfraquecidos, essa não foi a melhor hora para fechar um acordo.
Os economistas do Ministério da Economia, praticantes eméritos da futurologia, preveem que o acordo entre Mercosul e União Europeia pode aumentar as exportações brasileiras à região em quase US$ 100 bilhões até 2035.
Os jornais informam hoje que depois de 20 anos de negociação o Brasil fechou acordo com a União Europeia. E a notícia é recebida pelos brasileiros de direita e de esquerda, liberais e desenvolvimentistas.
Apenas Celso Amorim, o grande ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil, mostra-se preocupado, mas não com o efeito maléfico deste acordo em relação à indústria; adverte apenas que com um Brasil e seu governo muito enfraquecidos, essa não foi a melhor hora para fechar um acordo.
Os economistas do Ministério da Economia, praticantes eméritos da futurologia, preveem que o acordo entre Mercosul e União Europeia pode aumentar as exportações brasileiras à região em quase US$ 100 bilhões até 2035.
Os "soldados de toga" na América Latina
A guerra não se faz somente com armas, mas também com a lei. Na América Latina, o warfare é feito, cada vez mais, por meio do lawfare, onde se utilizam as cortes e os tribunais para eliminar os adversários políticos.
Faz alguns dias, o jornalista Glenn Greenwald e a equipe do The Intercept Brasil divulgaram o que sempre suspeitávamos: o senhor Sérgio Moro serviu como juiz e acusador no julgamento contra Luiz Inácio Lula da Silva por supostos atos de corrupção.
Como juiz, Moro teria que manter-se autônomo e independente, mas, na verdade, instruía, ensinava e assessorava o advogado Deltan Dallagnol, promotor do caso. Atuou em consigna para colocar Lula na prisão e, assim, tirá-lo da disputa presidencial.
Faz alguns dias, o jornalista Glenn Greenwald e a equipe do The Intercept Brasil divulgaram o que sempre suspeitávamos: o senhor Sérgio Moro serviu como juiz e acusador no julgamento contra Luiz Inácio Lula da Silva por supostos atos de corrupção.
Como juiz, Moro teria que manter-se autônomo e independente, mas, na verdade, instruía, ensinava e assessorava o advogado Deltan Dallagnol, promotor do caso. Atuou em consigna para colocar Lula na prisão e, assim, tirá-lo da disputa presidencial.
Os riscos do acordo entre Mercosul e UE
Da Rede Brasil Atual:
Os prejuízos do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia para a soberania do país e para a indústria nacional foram citados nas redes sociais neste sábado (29) por economistas e políticos do campo progressista. O acordo está sendo celebrado por partidários do governo Jair Bolsonaro (PSL), sobretudo pelo fato de ter sido negociado ao longo de 20 anos, e ter chegado à assinatura nesta sexta-feira, em seis meses de governo.
Vassalagem vergonhosa de Bolsonaro no G20
Editorial do site Vermelho:
Trump discute com Bolsonaro sanções a Venezuela e Cuba. Essa notícia que circulou nos portalões dá bem a medida do que representa o atual governo brasileiro no cenário mundial. O encontro, que aconteceu em Osaka (Japão), onde se realiza a cúpula do G20, foi marcado por afagos mútuos. O rapapé prosseguiu no Twitter, com Bolsonaro declarando que retomou os assuntos tratados em sua visita a Washington, centrados na ideia de um acordo de “livre comércio” entre os dois países.
Trump discute com Bolsonaro sanções a Venezuela e Cuba. Essa notícia que circulou nos portalões dá bem a medida do que representa o atual governo brasileiro no cenário mundial. O encontro, que aconteceu em Osaka (Japão), onde se realiza a cúpula do G20, foi marcado por afagos mútuos. O rapapé prosseguiu no Twitter, com Bolsonaro declarando que retomou os assuntos tratados em sua visita a Washington, centrados na ideia de um acordo de “livre comércio” entre os dois países.
A delação que saiu a fórceps e a dinheiro
Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
As negociações do acordo de delação de Léo Pinheiro, ex-presidente e sócio da OAS condenado a 16 anos de prisão, travaram por causa do modo como o empreiteiro narrou dois episódios envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A freada ocorre no momento em que OAS e Odebrecht disputam uma corrida para selar o acordo de delação.
As negociações do acordo de delação de Léo Pinheiro, ex-presidente e sócio da OAS condenado a 16 anos de prisão, travaram por causa do modo como o empreiteiro narrou dois episódios envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A freada ocorre no momento em que OAS e Odebrecht disputam uma corrida para selar o acordo de delação.
Lava-Jato era bunker de Dallagnol e Moro
Por Jeferson Miola, em seu blog:
Era inocultável a militância anti-PT dos integrantes do Partido da Lava Jato nas redes sociais.
Faltavam, contudo, as provas documentais da atuação secreta deles no porão da Lava Jato – que o ministro do STF Gilmar Mendes compara a uma organização criminosa [OrCrim].
Os integrantes desta organização dedicavam-se com fervorosa obstinação ao esforço para impedir o que temiam ser o “risco” de retorno do PT ao Palácio do Planalto. A Lava Jato, então, foi transformada no bunker de Dallagnol e Moro para atacar Lula e o PT.
Era inocultável a militância anti-PT dos integrantes do Partido da Lava Jato nas redes sociais.
Faltavam, contudo, as provas documentais da atuação secreta deles no porão da Lava Jato – que o ministro do STF Gilmar Mendes compara a uma organização criminosa [OrCrim].
Os integrantes desta organização dedicavam-se com fervorosa obstinação ao esforço para impedir o que temiam ser o “risco” de retorno do PT ao Palácio do Planalto. A Lava Jato, então, foi transformada no bunker de Dallagnol e Moro para atacar Lula e o PT.
Perigo de homens medíocres como Bolsonaro
Por Esther Solano, na revista CartaCapital:
Nada mais perigoso do que um homem medíocre e triste que odeia a inteligência e a felicidade alheias. Esta é a cara do governo Bolsonaro. Personagens de uma mediocridade tão ostensiva que disfarçá-la é tarefa impossível. Como me disse um dia um aluno, é a burrice ostentação. Juntam-se a essa mediocridade as paixões tristes que o movem.
Há dois tipos de medíocre: o que é consciente de sua limitação e fica recolhido nela humildemente ou se esforça para crescer e o que, incapaz dessa humildade ou desse crescimento, tenta destruir, exterminar tudo aquilo ou todos aqueles que brilham mais que ele. Não é preciso dizer a qual dos dois tipos pertencem os patéticos personagens bolsonaristas.
Nada mais perigoso do que um homem medíocre e triste que odeia a inteligência e a felicidade alheias. Esta é a cara do governo Bolsonaro. Personagens de uma mediocridade tão ostensiva que disfarçá-la é tarefa impossível. Como me disse um dia um aluno, é a burrice ostentação. Juntam-se a essa mediocridade as paixões tristes que o movem.
Há dois tipos de medíocre: o que é consciente de sua limitação e fica recolhido nela humildemente ou se esforça para crescer e o que, incapaz dessa humildade ou desse crescimento, tenta destruir, exterminar tudo aquilo ou todos aqueles que brilham mais que ele. Não é preciso dizer a qual dos dois tipos pertencem os patéticos personagens bolsonaristas.
sábado, 29 de junho de 2019
Avião, cocaína e a tragédia do desemprego
Por Umberto Martins, no site da CTB:
Enquanto o presidente Jair Bolsonaro esmera-se na arte de achincalhar a imagem do Brasil no exterior, com um escândalo de 39 quilos a bordo de um avião presidencial, o IBGE divulga mais um retrato aterrador do mercado de trabalho brasileiro.
O número de trabalhadoras e trabalhadores considerados subutilizados, que inclui desempregados, desalentados e subocupados, subiu a 28,5 milhões, um trágico recorde. Desempregados diretos (que continuam procurando emprego diariamente, mas não encontram) são 13 milhões. Para quem é jovem o cenário é mais sombrio: 27% estão desocupados. A informalidade continua em alta, em detrimento do trabalho formal, com carteira assinada.
O número de trabalhadoras e trabalhadores considerados subutilizados, que inclui desempregados, desalentados e subocupados, subiu a 28,5 milhões, um trágico recorde. Desempregados diretos (que continuam procurando emprego diariamente, mas não encontram) são 13 milhões. Para quem é jovem o cenário é mais sombrio: 27% estão desocupados. A informalidade continua em alta, em detrimento do trabalho formal, com carteira assinada.
Pauta regressiva tem que ser barrada
Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:
Na sua análise, a agenda regressiva da extrema direita está gerando reações no exterior e, sobretudo, aqui. “A oposição está se aproveitando dos erros sucessivos do governo. Não só a oposição parlamentar, mas oposição social. Mulheres, negros, estudantes, LGBTs, cineastas, cantores: todos estão vendo que a pauta destrutiva em curso tem que ser parada. A força do pessoal que autenticamente rejeita a barbárie é muito grande.
O ataque à soberania nacional que o governo Bolsonaro está patrocinando não tem precedentes. Por isso a questão nacional nunca foi tão relevante. A oposição, no Congresso e nas ruas, precisa agir. É o que afirma o economista Paulo Nogueira Batista Jr. em entrevista ao Tutaméia.
Na sua análise, a agenda regressiva da extrema direita está gerando reações no exterior e, sobretudo, aqui. “A oposição está se aproveitando dos erros sucessivos do governo. Não só a oposição parlamentar, mas oposição social. Mulheres, negros, estudantes, LGBTs, cineastas, cantores: todos estão vendo que a pauta destrutiva em curso tem que ser parada. A força do pessoal que autenticamente rejeita a barbárie é muito grande.
Sindicalismo e os protagonistas relevantes
Por João Guilherme Vargas Netto
A medida provisória 873, de 1º de março deste ano – a medida provisória do boleto sindical – caducou, perdeu validade.
Editada às vésperas do Carnaval com a intenção malévola de desorganizar ainda mais as relações de trabalho e garrotear os sindicatos dos trabalhadores não teve o apoio das direções partidárias nem das direções das grandes empresas; a malvadeza de Rogério Marinho somente prosperou entre os contadores de empresas dirigidas por patrões-piratas.
As direções sindicais e os deputados ligados aos trabalhadores fizeram um bom trabalho que levou à falência da medida provisória dificultando a instalação e os trabalhos da comissão especial que a analisaria.
A medida provisória 873, de 1º de março deste ano – a medida provisória do boleto sindical – caducou, perdeu validade.
Editada às vésperas do Carnaval com a intenção malévola de desorganizar ainda mais as relações de trabalho e garrotear os sindicatos dos trabalhadores não teve o apoio das direções partidárias nem das direções das grandes empresas; a malvadeza de Rogério Marinho somente prosperou entre os contadores de empresas dirigidas por patrões-piratas.
As direções sindicais e os deputados ligados aos trabalhadores fizeram um bom trabalho que levou à falência da medida provisória dificultando a instalação e os trabalhos da comissão especial que a analisaria.
Curuguaty e a mobilização dos paraguaios
Por Leonardo Wexell Severo
Os movimentos populares paraguaios do campo e da cidade começaram a realizar uma série de mobilizações em apoio ao juiz Emiliano Rolón Fernández, acusado pela procuradora geral do Estado, Sandra Quiñonez, de “mal desempenho em suas funções” por ter absolvido os camponeses condenados pelo massacre de Curuguaty.
Comandado por seguidores do general Alfredo Stroessner, que governou o país por 45 anos (1954-1989) e amigos de Blas Riquelme (ex-presidente do Partido Colorado, o da ditadura), que se autoproclamava proprietário de Marina Kue, em Curuguaty, o Júri de Acusação de Magistrados (JEM) marcou para o próximo dia 9 de julho a decisão sobre o futuro de Emiliano.
Os movimentos populares paraguaios do campo e da cidade começaram a realizar uma série de mobilizações em apoio ao juiz Emiliano Rolón Fernández, acusado pela procuradora geral do Estado, Sandra Quiñonez, de “mal desempenho em suas funções” por ter absolvido os camponeses condenados pelo massacre de Curuguaty.
Comandado por seguidores do general Alfredo Stroessner, que governou o país por 45 anos (1954-1989) e amigos de Blas Riquelme (ex-presidente do Partido Colorado, o da ditadura), que se autoproclamava proprietário de Marina Kue, em Curuguaty, o Júri de Acusação de Magistrados (JEM) marcou para o próximo dia 9 de julho a decisão sobre o futuro de Emiliano.
União Europeia 7x1 Mercosul
Por Marcelo Zero
A apresentação da conclusão do acordo entre a União Europeia e o Mercosul como um “grande avanço” é, provavelmente, a maior fake news do governo Bolsonaro.
O governo e a imprensa venal falam da “grande conquista” de um acordo que demorava 20 anos para ser concluído.
Pudera. Na época em que tínhamos um governo que defendia o Brasil e o Mercosul, os nossos negociadores preferiam não fechar um acordo do que fechar um acordo ruim, lesivo à nossa soberania.
Deve-se entender que em toda negociação comercial, os países participantes têm interesses ofensivos, normalmente vinculados aos seus setores produtivos mais competitivos, e interesses defensivos, relacionados aos seus setores econômicos mais frágeis e que precisam de proteção para se desenvolver.
A apresentação da conclusão do acordo entre a União Europeia e o Mercosul como um “grande avanço” é, provavelmente, a maior fake news do governo Bolsonaro.
O governo e a imprensa venal falam da “grande conquista” de um acordo que demorava 20 anos para ser concluído.
Pudera. Na época em que tínhamos um governo que defendia o Brasil e o Mercosul, os nossos negociadores preferiam não fechar um acordo do que fechar um acordo ruim, lesivo à nossa soberania.
Deve-se entender que em toda negociação comercial, os países participantes têm interesses ofensivos, normalmente vinculados aos seus setores produtivos mais competitivos, e interesses defensivos, relacionados aos seus setores econômicos mais frágeis e que precisam de proteção para se desenvolver.
Urnas apontam novos rumos para a ABI
Por Marcelo Auler, em seu blog:
Bastou darem voz aos sócios da tradicional Associação Brasileira de Imprensa (ABI) que eles se manifestaram uníssonos. Na sexta-feira (27/06), pela segunda vez os associados da Casa do Jornalista foram chamados às urnas para decidirem sobre a futura administração da entidade. A primeira votação, em 16 de maio, com 256 eleitores participando, foi embargada judicialmente pelo ex-presidente da casa, João Domingos Meirelles.
Bastou darem voz aos sócios da tradicional Associação Brasileira de Imprensa (ABI) que eles se manifestaram uníssonos. Na sexta-feira (27/06), pela segunda vez os associados da Casa do Jornalista foram chamados às urnas para decidirem sobre a futura administração da entidade. A primeira votação, em 16 de maio, com 256 eleitores participando, foi embargada judicialmente pelo ex-presidente da casa, João Domingos Meirelles.
Os estádios vazios na Copa América
Por Ricardo Flaitt, no site Lance:
Os grandes eventos esportivos, como a Copa América, em suas peças publicitárias, estão impregnados de mensagens de união e integração dos povos, porém, no mundo real, o que se explicita são estádios vazios, ressaltando o apartheid social a que a população é submetida. A grande massa, que sustenta os campeonatos estaduais e nacionais, diante de valores incompatíveis com a realidade econômica do país, é relegada a assistir os jogos do sofá de sua casa.
Os grandes eventos esportivos, como a Copa América, em suas peças publicitárias, estão impregnados de mensagens de união e integração dos povos, porém, no mundo real, o que se explicita são estádios vazios, ressaltando o apartheid social a que a população é submetida. A grande massa, que sustenta os campeonatos estaduais e nacionais, diante de valores incompatíveis com a realidade econômica do país, é relegada a assistir os jogos do sofá de sua casa.
Assinar:
Postagens (Atom)