terça-feira, 20 de agosto de 2019

"Ô Moro, que time é teu?"

Por Fábio Palácio, no site da Fundação Maurício Grabois:

“Vai fazer um troca-troca?”. A piada infame com que, durante uma de suas lives, o presidente Jair Bolsonaro constrangeu seu próprio ministro da Justiça, Sérgio Moro, é mais reveladora do que pode parecer. Ela diz muito do atual momento de nossa estropiada vida política.

Não se trata apenas de constatar que estacionamos sob a égide do mau gosto, do preconceito e da falta de urbanidade. Embora tudo isso seja verdadeiro, há muito mais a ser dito. Outros sentidos, menos visíveis, jazem sob a insólita provocação lançada por Bolsonaro contra um dos homens fortes de seu governo.

Acostumamo-nos a classificar o atual presidente como outsider, termo utilizado na arena eleitoral para designar candidatos não oriundos da política partidária, ou que tentam se viabilizar por fora dela. Esquecemos que, apesar dessa narrativa bem difundida, Bolsonaro é um político tradicional, com passagem de quase trinta anos pelo Parlamento, período no qual desenvolveu - sem qualquer nesga de brilhantismo, é verdade - sete mandatos de deputado federal, após ter sido também vereador no Rio de Janeiro.

Escândalo de Itaipu ronda os Bolsonaro

Por Thais Reis Oliveira, na revista CartaCapital:

Em 12 de março, quando Mario Abdo Benítez veio ao Brasil a convite de Jair Bolsonaro, ninguém poderia imaginar que aquela reunião seria a centelha de uma crise que hoje incendeia o Paraguai e pode custar o cargo do presidente direitista antes mesmo de ele completar um ano no poder. Os dois encontraram-se em Brasília. Primeiro a sós e, em seguida, cercados por representantes diplomáticos dos respectivos países. Um dos temas na mesa era justamente a revisão de termos do tratado da Usina Hidrelétrica de Itaipu. À época, segundo a declaração conjunta divulgada pelo Itamaraty no dia seguinte à reunião, os presidente concordaram em manter o “espírito de entendimento construtivo” que marcara até ali a relação entre os dois países. O tempo mostrou, porém, não ter sido bem assim.

Niterói: quem comemora a morte?

Governador do Rio comemora a morte do sequestrador
Imagem capturada do youtube
Por Jordana Pereira, no site da Fundação Perseu Abramo:

O homem armado – que até agora não foi identificado – sequestrou um ônibus com 37 pessoas na ponte Rio-Niterói, na manhã do dia 20 de agosto. O caso mobilizou a polícia, agentes públicos do governo do Rio de Janeiro, o governador Wilson Witzel e grande parte da imprensa.

Depois de 3h30 de sequestro, o homem foi morto por tiros disparados por um atirador de elite da PM. O criminoso estava armado com uma pistola falsa, uma faca, um taser (eletrochoque) e também ameaçou atear fogo no veículo com um galão de gasolina.

Os escravagistas do século XXI

Por Marcelo Barros, no jornal Brasil de Fato:

No DNA de todos os caminhos espirituais está a vocação humana para a liberdade. Para se acolher o Espírito Divino no mais profundo de nossas vidas, todos temos de procurar permanentemente sermos livres. Mesmo com imensas contradições e ambiguidades, todas as religiões têm em sua natureza a missão de colaborar para que se organize uma sociedade de pessoas libertadas. Infelizmente, nem sempre as religiões foram fieis a essa orientação. No passado e mesmo nos dias atuais, muitas têm sido coniventes com situações de opressão, injustiças e violência.

Lava-Jato ignorou mutreta de Paulo Guedes

Da Rede Brasil Atual:

Durante a pré-campanha presidencial de Jair Bolsonaro, a Operação Lava Jato descobriu que uma empresa do atual ministro da Economia, Paulo Guedes, havia realizado pagamento a um escritório de fachada, suspeito de lavar dinheiro para um esquema de distribuição de propinas a agentes públicos no governo do Paraná. Entretanto, quando o Ministério Público Federal (MPF) apresentou a denúncia sobre o caso, em abril, não incluiu Guedes ou outros representantes da empresa.

500 dias de injustiça contra Lula

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

A mídia e os 500 dias da prisão de Lula

Nunca houve um idiota tão completo no poder

Por Leandro Fortes, no blog Viomundo:

O fato é que não há como ignorar Bolsonaro.

Obviamente, não por conta de ele ser presidente ou emanar alguma autoridade: nunca, na história desse País, tivemos um idiota tão completo no poder.

A questão é mais sensorial do que, digamos, realista.

Na trapaça mais recente, Bozo estampou aquela carona avermelhada nas telas de toda parte para dizer que, no governo, o PT colocou 10 mil médicos cubanos, no Brasil, para montar células de guerrilha, deduz-se, comunista.

Ele está cercado, sempre, de uma entourage que dá risadinhas e gritinhos histéricos, um séquito de imbecis motivados.

A reação à Lei de Abuso de Autoridade

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

A lei de abuso de autoridade em vigor no Brasil foi promulgada em 1965, um ano após o golpe militar. Mas o projeto de lei foi escrito 11 anos antes, durante o governo do presidente eleito Juscelino Kubitschek. O mundo respirava os ares da fundação da ONU e da Declaração Universal dos Direitos Humanos, criados na década anterior. O autor da lei foi o deputado udenista Bilac Pinto, que na década seguinte apoiaria o golpe e se tornaria juiz do Supremo Tribunal Federal durante o regime militar. Apesar das credenciais reacionárias do autor, a lei era boa e visava conter a violência policial, principalmente no interior do país. Com a chegada dos militares, virou apenas um quadro na parede.

"Papai, por que estão todos contra nós"?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Brasília tem um anão falastrão que se esconde debaixo das mesas dos palácios para ouvir as conversas das excelências e depois sai contando tudo, desde o tempo em que trabalhei no Palácio do Planalto.

Fazia tempo que não o encontrava, e ele foi logo perguntando:

- E aí, chefia? Tá sabendo do almoço de domingo da família no Alvorada?

- Não, há muito tempo não vou a Brasília. O que houve?

- Rapaz, o negócio foi pesado, quase se pegaram a tapa. Não fosse a primeira dama aquilo ia acabar na delegacia…

Eduardo Bolsonaro e o seu hambúrguer

Por Marcelo Zero

A indicação do filho do presidente da república, Eduardo Bolsonaro, a embaixador em Washington, o posto diplomático no exterior mais importante da nossa diplomacia, constitui-se em escândalo inédito em toda história do Brasil e nos iguala a ditaduras medievais, como a Arábia Saudita, nas quais os cargos públicos são propriedade privada das famílias no poder.

Embora o absurdo de nomear o próprio filho para cargo tão relevante seja óbvio num país que tem corpo diplomático tão profissional e preparado, elencamos aqui algumas razões pelas quais o filho do presidente não pode ser embaixador. 


A contribuição de Maria da Conceição Tavares

Por Fernando Nogueira da Costa, no site Brasil Debate:

Ao (re)fazer uma leitura da influência das ideias econômicas e sociais latino-americanas na formação teórica de Conceição Tavares, percebemos sua inserção diferenciada no debate público brasileiro. Não foram poucas as contribuições teóricas do estruturalismo ao pensamento de Conceição Tavares. Começando pelo método histórico-estrutural de análise, passando pelo desafio do desenvolvimento econômico na periferia, atingiu:

1.o repúdio à visão de automatismos do mercado para se percorrer a via do desenvolvimento,

2.a ideia de estilo distinto de desenvolvimento em economia periférica, e

3.o papel das empresas transnacionais na dinâmica do sistema capitalista mundial.

A história apertou o passo

Por Joaquim Ernesto Palhares, no site Carta Maior:

A história apertou o passo em nosso país nos últimos dias.

As contradições que a impulsionam estão longe de serem resolvidas e as forças democráticas e progressistas não estão suficientemente fortes para direcionar o seu curso.

Mas o tabuleiro político se mexeu.

E o fez de forma a ampliar os espaços da luta pela construção de uma verdadeira democracia social no Brasil.

A derrota fragorosa de Maurício Macri nas primárias argentinas soou o alarme também no Brasil.

O repúdio maciço do eleitor do país vizinho a uma receita antissocial e antinacional de Estado precificou o governo Bolsonaro aqui.

O que falta para a justiça punir Dallagnol?

Guedes resolveu interferir na Argentina

Quando o capitalismo naufragou

O crime organizado poderá controlar o país

domingo, 18 de agosto de 2019

Exército corta recrutas. Brasil paralisado!

Por Altamiro Borges

Em matéria assinada pela jornalista Tânia Monteiro, o site UOL informou nesse sábado (17) que o Exército – um dos principais sustentáculos do laranjal de Jair Bolsonaro – teve parte de seus recursos cortados e deve dispensar “pelo menos 25 mil dos 80 mil recrutas no início de outubro, antecipando a primeira baixa, que estava prevista para dezembro. Caso não haja descongelamento de verbas, ele ainda prevê reduzir operações militares e cortar expediente dos que ficarem”. Uma tragédia para os generais que bancaram o “capetão”!

‘Famosos’ se arrependem do apoio a Bolsonaro

Por Altamiro Borges

A edição da revista Veja desta semana traz uma curiosa reportagem sobre “as celebridades arrependidas pelo apoio a Bolsonaro”. Assinada pela repórter Mariana Zylberkan, a matéria lista alguns “famosos” da mídia que já desembarcaram do jet-ski tresloucado do “capetão” – entre eles, o “humorista” Danilo Gentili, o “roqueiro” Lobão e o músico Fagner. “Desiludidos”, eles passaram a fazer críticas ao presidente e viraram alvo da fúria dos bolsominions. Após ajudarem a chocar o ovo da serpente fascista – a exemplo da asquerosa Veja –, eles agora temem por suas vidas.

Bolsonaro, Doria e Witzel: brucutus no poder

Por Fernando Brito, em seu blog:

O Globo publica hoje uma “coletânea” dos desaforos, agressões e xingamentos presidenciais. É obra alentada, mas não importa o grau da baixaria, nada mais surpreende no ex-capitão, exceto o fato de temo-lo na Presidência da República.

Grosseiro, primário, preconceituoso, simplista, incompetente, autoritário, nepotista, desumano, insensível, sabujo, seriam necessárias páginas para listar defeitos e deformações da figura presidencial. O fato é que estas “qualidades” sempre foram as dele e, portanto, seu poder não se construiu sozinho.