domingo, 15 de setembro de 2019

Quem não quer que Lula fique livre

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Sabemos que a luta política produz mais surpresas e dificuldades do que se costuma admitir.

Quando as revelações da Vaza Jato demonstram de forma definitiva a natureza grotesca da prisão de Lula, seria natural imaginar que o apoio ao movimento que tenta anular um processo claramente injusto e tendencioso, tivesse atingido a quase unanimidade dos setores democráticos da sociedade brasileira, certo?

Errado.

Nos últimos dias tem sido fácil notar que a campanha pela liberdade de Lula, movimento "Lula Livre", iniciado no mesmo dia em que ele foi conduzido a Curitiba, enfrenta um silêncio impensável do ponto de vista da reconstrução das garantias democráticas ameaçadas pela Lava Jato e pelo processo autoritário iniciado pelo golpe de 2016, reforçado pela eleição de Jair Bolsonaro.

Janaína Paschoal admite farsa do impeachment

Por Fabio M. Michel, na Rede Brasil Atual:

Três anos depois do golpe que derrubou Dilma Rousseff, levou Michel Temer ao poder e culminou com a eleição de Jair Bolsonaro presidente do Brasil, a agora deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP), uma das autoras do pedido de impeachment de Dilma, confessou que as “pedaladas fiscais”, usadas como base para justificar o afastamento da presidenta, foram uma farsa. “Alguém acha que Dilma caiu por um problema contábil?”, escreveu a advogada em sua conta no Twitter na manhã deste sábado (14).

Os rebentos do capitão Bolsonaro

Por Leandro Fortes, na revista Fórum:

Caso alguém ainda tivesse alguma dúvida sobre o complexo freud(peni)iano que atormenta Eduardo Bolsonaro, a foto dele, armado, ao lado do pai recém-operado, num quarto de hospital, encerrou o assunto. Mas não é só isso.

O 03 tem, como os demais irmãos, deficiências mentais e psicológicas potencializadas, certamente, por uma criação disfuncional sob a batuta de um pai desesperadamente rude, para dizer o mínimo. Para cada um deles, Bozo criou uma expectativa brutal de realização pessoal sem margem de escolha, todos inseridos precocemente na política sob a mesma moral religiosa, ideológica e social. O resultado é esse espetáculo grotesco, inumano, essa agonia em praça pública de três homens atormentados.

Reforma administrativa ou desmonte do Estado?

Por Antônio Augusto de Queiroz, na revista Teoria e Debate:

Depois da reforma da Previdência e da proposta que se destina à desindexação, à desobrigação e à desvinculação das receitas e despesas orçamentárias, o governo Bolsonaro partirá para a chamada reforma administrativa, que consistirá no desmonte do Estado na prestação direta de serviços à população, inicialmente por intermédio de organizações sociais e serviços sociais autônomos, e posteriormente pela via da contratação direta do setor privado lucrativo ou mediante fornecimento de voucher.

Como e por que Maduro se sustenta

Por Gilberto Maringoni, da Venezuela, no Diário do Centro do Mundo:

As perguntas centrais a serem feitas, após uma estada de sete dias em Caracas, são: 1. Como o governo Maduro para em pé e 2.

Como a população resiste a tamanhas privações em sua vida cotidiana?

Trata-se de situação diametralmente oposta ao período 2004-2013, quando o chavismo vivia seu esplendor.

Eram anos de preço do petróleo nas alturas e expansão do emprego, do salário e dos serviços públicos.

Não por acaso, o chavismo obteve mais de duas dezenas de vitórias eleitorais em pouco mais de década e meia.


Próximo estágio: senzala?

Por Artur Araújo, no site Outras Palavras:

Um grande amigo costuma comentar, parte como ironia mórbida, parte como análise realista, que o drama do desemprego, do subemprego, da subutilização e do desalento é tão crítico no Brasil que, se for publicado um anúncio de vagas para escravos, as filas serão enormes – porque pelo menos há garantia de casa, comida, remédio, água, luz e roupa.

Completa dizendo que é bem possível que, para “garantir diferencial de competitividade”, haja candidatos que levarão suas próprias correntes.

Lava-Jato e os sentidos da aniquilação

Por Gustavo Conde, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

“Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa” - Guimarães Rosa

Um dos efeitos colaterais mais extraordinários que a língua humana provoca é o apagamento de sua origem. O sentido das palavras nos é dado como que por mágica e o tomamos como pré-existente a tudo.

Esse fenômeno foi nomeado como “esquecimento n.1” pelo filósofo e linguista francês Michel Pêcheux. A ideologia nos afeta e nos faz acreditar – em grande medida – que somos fundadores do próprio sentido que se recicla em nosso discurso.

Todos contra a educação

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Durante muito tempo havia um consenso no Brasil: sem educação o futuro estaria comprometido. A má qualidade da educação era vista como raiz de todos os problemas e a saída para o país estava no investimento para o setor. Era uma forma aparentemente cômoda de jogar as questões estruturais, sobretudo a desigualdade, para um tempo distante, sem colocar em xeque as verdadeiras causas da injustiça social.

Liberdade de expressão e o surto de Crivella

Por Eduardo Nunomura, Jotabê Medeiros e Pedro Alexandre Sanches, na revista CartaCapital:

“Muitos livros”, concluiu o chefe dos fiscais da prefeitura do Rio de Janeiro, em resposta à pergunta sobre o que havia encontrado em sua missão de captura de “material impróprio” na Bienal do Livro do Rio. À frente de uma equipe de uns 20 homens, o coronel Wolney Dias perambulou durante duas horas por dezenas de estandes de editoras à cata de algo que pudesse ameaçar a dourada juventude carioca. O Sherlock Holmes encontrou apenas muitos livros, porque não há registro histórico de que as milícias, o crime organizado e o tráfico de drogas (que chegou a carregar 39 quilos de cocaína no avião presidencial) frequentem ao menos remotamente feiras de livros.

sábado, 14 de setembro de 2019

Canção pela libertação de Lula

Governo Bolsonaro caminha para o fim

CPI apurará se Moro se vendeu a Bolsonaro

Bolsonaro e o aparelhamento do Estado

Dodge e a democracia que ajudou a matar

Por Jeferson Miola, em seu blog:     

O discurso de Raquel Dodge na última sessão do STF em que ela participou como Procuradora-Geral da República seria comovente, se fosse honesto.

Mas seu discurso foi, ao contrário disso, a mais alta expressão da hipocrisia que reina nos estamentos jurídicos.

A preocupação com a democracia não combina com alguém como ela, uma violadora contumaz da Constituição e do Estado de Direito.

É ridículo agora ouvir Raquel Dodge se dizer preocupada com a democracia.

À frente da PGR, Raquel foi uma alavanca do avanço fascista e do projeto da extrema-direita.

Lava-Jato e o jornalismo estilo B.O.

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Entre outros estragos na vida nacional, a Lava Jato rebaixou o jornalismo a transcrever boletins de ocorrência, os chamados B.O, servidos no prato feito das delações.

Podem reparar: até a linguagem mudou, tornou-se mais burocrática e tosca, no estilo do juridiquês de Sergio Moro e seus procuradores.

Ao longo dos último cinco anos, com honrosas exceções, o “jornalismo investigativo” se limitou a servir de porta-voz da Lava Jato, na maioria das vezes sem investir em apurações próprias.

Com a divulgação dos diálogos dos procuradores pelo The Intercept, em parceria com outros veículos, ficamos sabendo que até a pauta do dia era acertada entre eles com repórteres e editores, e não só com o Jornal Nacional.

"Moro mente e Lava-Jato é uma farsa"

A volta da fome no Brasil

Bolsonaro corta orçamento de vacinas

Dez Mandamentos: versão atualizada pra elite

Por Ladislau Dowbor, no site Carta Maior:

Uma das iniciativas importantes nesta era de crises políticas, econômicas e ambientais é a convocação, pelo Papa, de uma reunião em Assisi, na Itália, nos dias 26 a 28 de março de 2020, para repensar o papel da economia no mundo. O nome adotado foi Economia de Francisco (saiba mais), honrando o santo, e apontando para uma visão mais generosa do mundo. Considerando o comportamento das elites governamentais e corporativas atuais, tivemos a ideia de propor uma versão atualizada dos Dez Mandamentos, talvez uma inspiração para os poderosos.

(Edição apócrifa revista e atualizada para o Terceiro Milênio)

Greenwald ironiza Globo: não faz jornalismo

Por Fernando Brito, em seu blog:

Longe de aborrecer-se com a divulgação de seus ganhos profissionais, o jornalista Glenn Grenwald ironizou hoje, no Twitter, o fato de que o imenso império Globo não foi capaz de publicar, como fez este Tijolaço, quanto e de quem recebe por seu trabalho.

“Um blogueiro do @tijolaco, trabalhando sozinho, explica como ele levou 15 minutos para fazer o que o @JornalOGlobo se recusou a fazer: encontre as *informações públicas* mostrando (uma parte da) nossa renda familiar muito além do que o COAF/MP vazou”.