quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Evo Morales: a história o absolverá

Por Boaventura de Sousa Santos, no site Carta Maior:

Os acontecimentos dramáticos ocorridos na Bolívia seguiram um guião imperial que os latino-americanos começam a conhecer bem: preparar a mudança de regime de um governo considerado hostil aos interesses dos Estados Unidos (ou melhor das multinacionais norte-americanas). Fazem-no orquestrando um plano duplo: anular uma vitória eleitoral “inimiga” e consolidar rapidamente o novo regime que toma medidas que não são próprias de um governo de transição. Certamente que o que aconteceu nos surpreende, mas também o modo imediato como foi comentado, de modo maioritariamente desfavorável ao governo de Evo Morales a partir de quadrantes ideológicos supostamente opostos. Proponho-me contribuir para este debate pois vejo nos recentes acontecimentos na Bolívia as sementes de muito do que se passará no continente e no mundo nas próximas décadas.


A zorra total do bolsonarismo no Congresso

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Metida num discreto terninho preto, a loiríssima Dona Cacilda, supostamente arrependida por ter feito parte da turma do fundão, senta-se ao lado do amado mestre na carteira do professor, pronta a detonar os antigos coleguinhas, hoje desafetos. Seu primeiro alvo é a ex-melhor amiga dona Bela, toda faceira na fila da frente da classe:

- Sua burra! O presidente me perguntou se você tinha sido prostituta na Espanha. Seu ex-marido já confessou publicamente ter problemas com drogas. Você fez uma foto na avenida Paulista com dizeres fofos na barriga e na segunda o aborto já estava marcado. Mentirosa! Manipuladora! Psicopata! Beijinho, beijinho, pau, pau!

Nossa América Latina tão desigual

Por Frei Betto, no site Correio da Cidadania:

A Amé­rica La­tina, com 638 mi­lhões de ha­bi­tantes, é hoje a re­gião de maior de­si­gual­dade no mundo. Após uma dé­cada de re­dução da po­breza e da de­si­gual­dade, os ín­dices voltam a pre­o­cupar, de­vido à so­ne­gação fiscal e o corte de pro­gramas so­ciais. Como as eco­no­mias na­ci­o­nais re­tro­ce­deram, hoje 20% da po­pu­lação são con­si­de­rados vul­ne­rá­veis. E 122 mi­lhões de pes­soas que dei­xaram a po­breza, mas não con­se­guiram se in­cluir na classe média, podem perder o pouco que ob­ti­veram.

Em 2002, 44,5% dos la­tino-ame­ri­canos vi­viam na po­breza, dos quais 11,2% na mi­séria. Hoje, entre a po­breza e a mi­séria vivem 30% da po­pu­lação do Con­ti­nente, ou seja, 210 mi­lhões de pes­soas.

Protesto contra o genocídio em Paraisópolis

Os bolsonaristas arrependidos

Guedes ataca salário de servidores públicos

Joice Hasselmann e a CPMI das Fake News

EUA demandam repressão e prisão de Lula

Quilombo do Campinho em Paraty (RJ). Foto: Ricardo Stuckert
Por Marcelo Zero

Não há dúvida de que há uma crise mais ou menos generalizada dos sistemas democráticos no mundo.

A causa última e fundamental dessa crise tange à crescente desigualdade social, à erosão do Estado de Bem-Estar e à falta de geração de empregos de qualidade, ocasionadas pelas políticas neoliberais e de austeridade, combinadas com uma crise econômica que não dá mostras de ser efetivamente superada.

A eleição de Trump e de outros líderes do chamado “populismo de direita”, o Brexit, a ascensão de forças de extrema direita e uma insatisfação generalizada com os partidos e as instituições democráticas são sintomas claros dessa crise política e democrática.

"Vamos derrotar o golpe na Bolívia"

Por Leonardo Wexell Severo, de La Paz, Bolívia

Nesta entrevista exclusiva, o presidente da Câmara dos Deputados da Bolívia, Sérgio Choque, denuncia o golpe de Estado que afastou o presidente Evo Morales “a partir da pressão dos setores ligados à direita, com a perseguição de dirigentes, queima de residências de deputados e senadores, e mais o sequestro de familiares”; condena o assassinato de manifestantes, “cruelmente alvejados pelas balas do Exército”; defende a libertação dos patriotas que lotam as penitenciárias; repudia a enorme censura à imprensa, pois “qualquer imagem que mostre é apontada como sedição, havendo o fechamento do meio de comunicação e a prisão dos jornalistas”; e alerta para a própria perseguição dos parlamentares, “porque hoje se falamos algo do governo imediatamente querem nos prender”.

Levante a voz contra o machismo

A revolta latino-americana

Por José Luís Fiori, no site A terra é redonda:

Em um primeiro momento, pareceu que a direita retomaria a iniciativa, e se fosse necessário, passaria por cima das forças sociais que se rebelaram, e surpreendeu o mundo durante o “outubro vermelho” da América Latina. No início de novembro, o governo brasileiro procurou reverter o avanço esquerdista adotando uma posição agressiva e de confronto direto com o novo governo peronista da Argentina. Em seguida interveio, de forma direta e pouco diplomática, no processo de derrubada do presidente boliviano, Evo Morales, que havia acabado de obter 47% dos votos nas eleições presidenciais da Bolívia. A chancelaria brasileira não apenas estimulou o movimento cívico-religioso da extrema-direita de Santa Cruz, como foi a primeira a reconhecer o novo governo instalado pelo golpe cívico-militar e dirigido por uma senadora que só havia obtido 4,5% dos votos nas últimas eleições.

Um espectro ronda Bolsonaro: o povo na rua

Por José Dirceu, no site Metrópoles:

Os fatos recentes no Equador, no Peru, no Chile, na Bolívia e na Colômbia nos remetem de novo ao militarismo, e as fotos não mentem: as forças armadas desses países, com exceção da Colômbia, voltaram ou reafirmaram seu papel de tutela sobre o sistema político, com o agravante de mantenedoras da ordem social e econômica mesmo às custas da democracia, apesar de as Constituições proibirem expressamente qualquer papel político para aqueles aos quais a nação entregou sua defesa em armas.

Contundente e ferina reação aos ataques

Por João Guilherme Vargas Netto

No último artigo da MP 905 há um festival de revogações de leis e decretos-lei anteriores cancelando direitos.

Entre estas revogam-se integralmente as regulamentações de diversas profissões e suas normas regulamentadoras relativas, até mesmo os registros profissionais. São prejudicados os corretores de seguros, os publicitários, os atuários, os jornalistas, os guardadores e lavadores de veículos, os arquivistas, os radialistas, os músicos, os estatísticos, os sociólogos e os secretários. Também são revogadas as multas decorrentes do não cumprimento das legislações regulamentadoras.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Joice garante: Eduardo é líder das milícias

Por Altamiro Borges

Em seu tão esperado depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News nesta quarta-feira (4), a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) detonou o filho 03 do “capetão”, o que pode colocar em risco o seu mandato. “Eduardo Bolsonaro está amplamente envolvido” nas milícias digitais, garantiu a ex-líder do laranjal na Câmara Federal, que hoje está em guerra contra o clã fascista, sofrendo ferozes ataques virtuais e correndo até risco de agressões. Ela ainda afirmou que assessores parlamentares, outros deputados federais e estaduais e membros do Palácio do Planalto fazem parte do “gabinete do ódio” montado para atacar opositores.

O punitivismo neoconservador no Brasil

Por Raphael Boldt, na revista CartaCapital:

O final do ano está às portas. E, com isso, chega ao fim também o primeiro ano de um novo (velho) governo. Novo do ponto de vista cronológico, velho com relação a certas práticas e, sobretudo, no que se refere aos discursos que delineiam a atual política criminal no Brasil. Na realidade, uma das principais novidades da atual administração está nos traços marcadamente e escancaradamente neoconservadores do controle penal que, sem qualquer cerimônia, reproduz o que há de pior no modelo norte-americano.

Doria e o genocídio em Paraisópolis

Por Raimundo Bonfim, na revista Fórum:

A Polícia Militar do governador João Doria invadiu um baile funk na madrugada do último domingo (1), na favela Paraisópolis, e assassinou nove jovens; sete ficaram feridos.

A ação ocorreu no Morumbi, um dos bairros mais nobres de São Paulo. Porém, o exato local escolhido foi a favela Paraisópolis, cravada no meio da fina flor da elite paulistana. Policiais dispararam gás lacrimogêneo, balas de borracha, além de garrafas de vidros, coronhadas, tapas, socos e pontapés. O que ocorreu não foi confronto. Foi genocídio mesmo.

Livro radiografa o "reino" de Edir Macedo

Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:

Com 61 anos, o jornalista paulistano Gilberto Nascimento passou grande parte de suas quatro décadas de profissional cobrindo assuntos ligados à religião, notadamente a católica, por diversos veículos, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo e IstoÉ. Atuou também no jornal O São Paulo, da Arquidiocese paulistana. Desses postos pôde observar diversas transformações e fenômenos, como o enfraquecimento de alas progressistas e a expansão de grupos pentecostais, entre os quais destaca-se a Igreja Universal do Reino de Deus, do midiático Edir Macedo.

Seriam os neoliberais terraplanistas?

Por Marcos Barbosa de Oliveira, no site Outras Palavras:

Em Universidade: por trás do projeto Weintraub, publicado em Outras Palavras em 26/7/2019, discuti o processo de mercantilização da ciência e da Universidade enquanto um aspecto do neoliberalismo, com foco no inovacionismo. Este foi definido como o movimento, no campo das políticas científicas e tecnológicas, que promove a produção de inovações como objetivo primordial da pesquisa científica, sendo uma inovação definida como uma invenção rentável seguramente e a curto prazo. Como a instância que determina o que é e o que não é rentável é o mercado, o inovacionismo faz com que a definição dos rumos da pesquisa – ou, em outras palavras, a decisão sobre quais projetos de pesquisa devem ser financiados – fique nas mãos do mercado. A presente contribuição versa sobre a mesma temática, e divide-se em duas partes: a primeira parte é mais geral, envolve uma interpretação e uma crítica do inovacionismo; a segunda diz respeito à conjuntura, mas precisamente, ao status do inovacionismo nos dias de hoje.

Trump e a vassalagem de Bolsonaro

Editorial do site Vermelho:

Quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lançou o slogan "América em primeiro lugar", ele não deixou margens para dúvidas de que comandaria um jogo comercial de regras brutais. Isso ficou mais definido em sua intervenção no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, de 2018. Na ocasião, Trump disse que o livre-comércio “precisa ser justo e recíproco”.

Governo Bolsonaro é totalitário