segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Por que caíram os homicídios no Brasil?

Por Jordana Pereira, no site da Fundação Perseu Abramo:

O Brasil registrou uma queda de 19,2% nas mortes violentas em 2019 em comparação com 2018, segundo Monitor da Violência, uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). São 9.923 mortes a menos em um ano. O número de 41.635 assassinatos é o menor da série histórica iniciada em 2007. Todos os estados apresentaram redução de assassinatos no período e dois registraram uma queda superior a 30% no consolidado do ano: Ceará e Roraima. Os dados reiteram os resultados do 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, lançado pelo FBSP em setembro de 2019, com dados de 2018, o mais amplo e completo retrato da segurança pública do país.

A importância da greve dos petroleiros

Por Gilberto Bercovici, no site Disparada:

Nos tempos de obscurantismo bolsonarista, uma boa notícia tem sido a resistência dos petroleiros e a ampliação da greve nacional iniciada em 1º de fevereiro de 2020. Os motivos que justificaram o início da greve foram a demissão em massa dos funcionários da Petrobrás alocados na Fafen (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados) do Paraná e o descumprimento de parcelas do Acordo Coletivo firmado entre os sindicatos e a empresa. Mas, para além das disputas trabalhistas, a greve se organizou em torno de algo maior: a defesa da Petrobrás como empresa estatal que deve atuar em benefício da coletividade. Perspectiva esta abandonada desde 2016 e ameaçada pela privatização acelerada de boa parte da estrutura da Petrobrás promovida pelo atual governo.

Capitão se fecha na retranca com os generais

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Agora não temos mais nenhum civil no comando do Palácio do Planalto. Nos gabinetes que mandam no país só entram militares.

O entorno do capitão presidente virou uma extensão do Forte Apache, como é conhecido o Quartel-General do Exército em Brasília.

Só uma dúvida: quem vai bater continência para quem?

Até a Casa Civil passa a ser ocupada por um general, Walter Braga Netto, que foi interventor federal no Rio de Janeiro na época do assassinato de Marielle Franco, um crime até hoje envolto em mistério.

Isolado no Palácio do Planalto, sem articulação política no Congresso e na sociedade civil, Bolsonaro resolveu se fechar na retranca, cercado apenas de generais, enquanto vai ao ataque em suas lives e milícias das redes sociais para atacar os inimigos reais ou imaginários, genericamente chamados de “comunistas”.

Moro, Bolsonaro e a proteção às milícias

Por Jeferson Miola, em seu blog:                       

O principal defensor do miliciano Adriano da Nóbrega não é nenhum advogado renomado; é ninguém menos que Jair Bolsonaro – o presidente do Brasil que age como chefe de milícia e advogado de miliciano.

Em comunicado publicado no facebook que evidencia a total ausência de decoro e a absoluta incompatibilidade com o cargo presidencial, o Bolsonaro defensor do excludente de ilicitude [licença para matar] veste um disfarce de defensor dos direitos humanos para reclamar que a polícia da Bahia “não procurou preservar a vida de um foragido, e sim sua provável execução sumária”.

Números da economia são de assustar

Editorial do site Vermelho:

Enquanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, distribui agressões e joga conversa fora para tentar edulcorar a pauta econômica do governo Bolsonaro, o país desce a ladeira. Até o ponto forte do Brasil no comércio exterior, o agronegócio, emite sinais de que foi atingido pela crise. Em janeiro, as exportações do setor ficaram 9,4% abaixo do valor de um ano antes.

Com essa queda, o seu superávit comercial não foi suficiente para cobrir o déficit de outros setores. Contribuíram para esse dado a diminuição do valor e de volumes exportados. Entram nessa conta fatores externos, como a guerra comercial dos Estados Unidos contra a China e a crise econômica global, mas o determinante é o descaso com a situação interna.

domingo, 16 de fevereiro de 2020

Empregada de Guedes e a cozinheira de Lênin

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

No Brasil do terraplanismo e dos ministros semialfabetizados, até os recalques viram pretensa ciência. Na quarta-feira, Paulo Guedes trombeteou para uma plateia de empresários o que até agora era vociferado pelos tiozões de churrasco, nas conversas familiares de uma certa classe média, apequenada e rancorosa. Sim, as empregadas domésticas tiveram a ousadia de sonhar com viagens para a Disney, ao invés de se contentarem a “conhecer Cachoeiro do Itapemirim, a terra em que nasceu Roberto Carlos”. O ambiente político e econômico em que se produziu tal atrevimento – o do dólar a R$ 1,80 – é, segundo o ministro, responsável pelos problemas do Brasil contemporâneo, entre eles, “a desindustrialização”. Felizmente, para o bem do país, agora viveríamos uma situação que coloca cada um em seu lugar, e não o desvario das empregadas em aeroportos.

CPMI Fake News e o método do bolsonarismo

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

A vida pública brasileira tem se acostumado com os episódios de baixo nível moral protagonizados pelo bolsonarismo. Mas o que aconteceu na última terça-feira, 11 de fevereiro, na CPMI Fake News atingiu o fundo do poço da imoralidade.

Com base em reportagem da Folha que denunciou um esquema ilegal de disparo de mensagens em massa no WhatsApp em favor da campanha de Bolsonaro, um funcionário da empresa de marketing digital envolvida no caso foi convocado pela oposição para depor na CPI. O que se viu foi um homem claramente intencionado a fazer o jogo bolsonarista e interditar o debate sobre o esquema ilegal que ajudou a eleger o presidente. Hans River do Nascimento passou a descredibilizar a reportagem dizendo que sua autora, a jornalista Patrícia de Campos Mello, se insinuou sexualmente a fim de conseguir informações. O que se viu na sequência foi uma ação coordenada com o objetivo de jogar areia nos olhos do público e desviar o foco do crime investigado. O episódio é um excelente case do que é o bolsonarismo no poder.

sábado, 15 de fevereiro de 2020

Entusiamo da mídia com economia sofre abalo

Ascensão fascista e autocrítica da esquerda

Moro é um capanga dos milicianos!

Guedes e empregadas domésticas na Disney

Bolsonaro, as vaquejadas e as milícias

Livro mostra as paranoias de Bolsonaro

Por que o gás de cozinha está tão caro?

Esgotos contra o jornalismo no Brasil

Como foi o encontro de Lula com Papa

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Petardos: As revistas e a morte do miliciano

Por Altamiro Borges

Capa da 'Veja', uma das revistonas que ajudou a chocar o ovo da serpente fascista no país: "O que ele sabia? Fotos do miliciano Adriano da Nóbrega mostram que os tiros contra o ex-capitão do Bope foram dados à curta distância, fortalecendo a suspeita de 'queima de arquivo'”.

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Capa da revista IstoÉ, também apelidada de QuantoÉ nos meios jornalísticos: "Queima de arquivo. A execução do miliciano Adriano da Nóbrega, cujas ligações com a família Bolsonaro se tornaram evidentes, abre um novo capítulo nas investigações".

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Capa da 'CartaCapital', a única revista semanal que nunca compactuou com a onda fascistizante no país: "Morto não fala. Abatido em circunstâncias estranhas, o ex-PM Adriano da Nóbrega era uma prova de que o Brasil tem um presidente miliciano".

Mudanças no governo ‘militarizam’ o Planalto

Da Rede Brasil Atual:

Com mudanças anunciadas no final da tarde desta quinta-feira (13), o governo Bolsonaro terá em seu núcleo, no Palácio do Planalto, apenas ministros militares. Entre os civis, hoje o presidente anunciou que Osmar Terra sai do Ministério da Cidadania, sendo substituído por Onyx Lorenzoni. Este deixa a Casa Civil, como já se especulava, para dar vez ao general Walter Souza Braga Netto, que atualmente é chefe do Estado-Maior do Exército e comandou a intervenção militar no Rio de Janeiro.

Ironicamente, nem no período mais agudo da ditadura, no governo Médici, a pasta da Casa Civil, então chamada Gabinete Civil, foi ocupada por um militar. Na época, o titular era o jurista Leitão de Abreu.

Soam alarmes antifascistas na Alemanha

Foto: Hermann Bredehorst/Polaris/laif
Por César Locatelli, no site Carta Maior:

“As democracias não morrem da noite para o dia. Elas não vicejam num dia e, no outro, são extirpadas por um golpe de estado. Elas decaem gradualmente, até que o terreno esteja fértil para o sequestro autoritário do poder”, escreveu Dirk Kurbjuweit, em editorial para Der Spiegel.

Eis que em uma votação, em 6 de fevereiro, no parlamento de um estado alemão, a direita conservadora se uniu a fascistas e conseguiu eleger o governador.

O palco foi o parlamento do estado de Turíngia, estado do centro-leste alemão com pouco mais de 2 milhões de habitantes. Lá, uniram-se os membros locais da União Democrática Cristã (CDU), partido de centro-direita de Angela Merkel, e do Partido Liberal Democrático (FDP), que luta em favor das empresas.

‘Prévia do PIB’, índice do BC embica pra baixo

Por Fernando Brito, em seu blog:

Não é o desempenho do PIB, ainda, mas como o mercado o considera uma prévia do índice de desempenho da economia, o IBC-BR negativo de dezembro (com a ajuda da revisão do número de novembro, que também caiu para o vermelho) é mais um dado a indicar que os sinais de retomada econômica, tão saudado pela mídia, eram mesmo um voo de galinha.

A grande mídia já começou, antes mesmo do Carnaval, a temporada de revisões para baixo das expectativas de crescimento. E isso com números “pré-coronavírus”.