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Não pode mais haver dúvida de que está em curso, à vista de todos, maquinado à luz do dia, um projeto golpista, e que seu líder é o próprio presidente da República, o capitão da reserva remunerada Jair Messias Bolsonaro, descartado da carreira militar por indisciplina e hoje, em face das circunstâncias, líder de generais de variado número de estrelas. É irrelevante, a esta altura, discutir em qual escaninho das classificações acadêmicas se enquadra o projeto que ameaça a nação. Fascista ou protofascista, ou fascistóide ou isso ou aquilo, a reprodução do atual governo será sempre uma ameaça autoritária, reacionária e obscurantista. Ninguém tenha dúvida dos riscos que nos rondam: rompidos os frágeis limites da ordem democrático-constitucional, o arbítrio reinará como aluvião. Todo presidente autocrático, como Bolsonaro tenta ser, é candidato a ditador.