terça-feira, 16 de fevereiro de 2021
João Doria é uma figura banal da política
Por Luis Felipe Miguel
João Doria é uma figura banal da política. Aquele que foi pinçado da obscuridade por um padrinho político que viu nele alguém que se encaixaria na estratégia de marketing do momento - e viu também uma qualidade principal, a ausência de luz própria, que impediria que depois ele se convertesse num rival.
O problema é que não carece luz própria. Basta a luz que o cargo dá. E, como costuma acontecer nesses casos, o projeto de fantoche virou, sim, rival.
Mas Doria - e isso também faz parte do script - acreditou que chegou aonde chegou por seus méritos próprios, sua esperteza, tirocínio político e carisma avassalador. E começou a tentar dar passos maiores que as pernas.
João Doria é uma figura banal da política. Aquele que foi pinçado da obscuridade por um padrinho político que viu nele alguém que se encaixaria na estratégia de marketing do momento - e viu também uma qualidade principal, a ausência de luz própria, que impediria que depois ele se convertesse num rival.
O problema é que não carece luz própria. Basta a luz que o cargo dá. E, como costuma acontecer nesses casos, o projeto de fantoche virou, sim, rival.
Mas Doria - e isso também faz parte do script - acreditou que chegou aonde chegou por seus méritos próprios, sua esperteza, tirocínio político e carisma avassalador. E começou a tentar dar passos maiores que as pernas.
A falência do jornalismo investigativo
Por Luis Nassif, no Jornal GGN:
Em plena efervescência da Lava Jato, o grande Audálio Dantas organizou um evento em Tiradentes (MG) para discutir a cobertura da operação. Foram convidados – e compareceram – os maiores defensores da Lava Jato na grande imprensa, incluindo Miriam Leitão. Fui convidado na condição de crítico da operação.
Na minha apresentação – para minha surpresa – uma experiente repórter, já aposentada, das melhores que a mídia produziu, e, ali, representando a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), me questionou:
– Você está criticando tanto. O que teria feito de diferente?
Confesso minha total surpresa. Um jornalista experiente jamais qualificaria aquela cobertura, meros repassadores de releases, como atividade jornalística. Até fiz blague com ela: A primeira coisa que faria seria te contratar para fazer reportagem de verdade.
Na minha apresentação – para minha surpresa – uma experiente repórter, já aposentada, das melhores que a mídia produziu, e, ali, representando a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), me questionou:
– Você está criticando tanto. O que teria feito de diferente?
Confesso minha total surpresa. Um jornalista experiente jamais qualificaria aquela cobertura, meros repassadores de releases, como atividade jornalística. Até fiz blague com ela: A primeira coisa que faria seria te contratar para fazer reportagem de verdade.
Por que só temos duas vacinas até agora?
Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:
Os Estados Unidos vão se afastando a passos largos da condição de epicentro global da pandemia, enquanto o Brasil, com sua vacinação desastrada, vai se credenciando a substitui-lo.
Se aqui o governo Bolsonaro não demonstra a menor pressa em acelerar a vacinação, lá o que vem fazendo a diferença é o empenho do novo governo: o presidente Joe Biden poderá em breve cumprir a promessa de vacinar 100 milhões de americanos nos primeiros cem dias de governo, se for mantida a média diária de vacinação de 1,6 milhão de pessoas por dia.
Com o avanço da vacinação, as médias móveis de mortes e de contaminações nos Estados Unidos já caíram a um terço de 20 de janeiro para cá.
Os Estados Unidos vão se afastando a passos largos da condição de epicentro global da pandemia, enquanto o Brasil, com sua vacinação desastrada, vai se credenciando a substitui-lo.
Se aqui o governo Bolsonaro não demonstra a menor pressa em acelerar a vacinação, lá o que vem fazendo a diferença é o empenho do novo governo: o presidente Joe Biden poderá em breve cumprir a promessa de vacinar 100 milhões de americanos nos primeiros cem dias de governo, se for mantida a média diária de vacinação de 1,6 milhão de pessoas por dia.
Com o avanço da vacinação, as médias móveis de mortes e de contaminações nos Estados Unidos já caíram a um terço de 20 de janeiro para cá.
Na vala de Moro, volver!
Por Fernando Brito, em seu blog:
Durante muito tempo “analista militar ” da Folha de S. Paulo, Igor Gielow é dos repórteres do jornal paulista que mais acessos e fontes tem nas Forças Armadas.
A sua narrativa, hoje, sobre os bastidores da conspiração militar do então comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas – a expressão não é apenas minha, mas também da insuspeita Miriam Leitão, hoje, em sua coluna “Três generais e uma desonra” – é parte da conclusão aterradora de que tivemos – e será que ainda temos? – um “Partido dos Generais”, disposto a reuniões secretas de seu “Comitê Central” para decidir apenas entre eles quais são os rumos que o país pode tomar.
Durante muito tempo “analista militar ” da Folha de S. Paulo, Igor Gielow é dos repórteres do jornal paulista que mais acessos e fontes tem nas Forças Armadas.
A sua narrativa, hoje, sobre os bastidores da conspiração militar do então comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas – a expressão não é apenas minha, mas também da insuspeita Miriam Leitão, hoje, em sua coluna “Três generais e uma desonra” – é parte da conclusão aterradora de que tivemos – e será que ainda temos? – um “Partido dos Generais”, disposto a reuniões secretas de seu “Comitê Central” para decidir apenas entre eles quais são os rumos que o país pode tomar.
"Folha" se move para as eleições de 2022
Por Lidiane Vieira, André Madruga e João Feres Jr. no site Manchetômetro:
Após a consolidação da vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, no dia 14 de novembro, a Folha de S. Paulo publicou editorial intitulado “Os centros se movem”. O texto veio a público depois de cobertura feita pelo jornalista Fábio Zanini acerca de encontros e possíveis alianças entre João Doria, Luciano Huck e Sérgio Moro. Do título ao desfecho, no qual o jornal expressa afobação em garantir a derrota de Bolsonaro e da esquerda em 2022, o texto revela um segredo que leitores mais atentos já conhecem, a imprensa tem lado e por isso se move.
Democracia brasileira exala cheiro de morte
Por Jeferson Miola, em seu blog:
A democracia brasileira foi golpeada à morte; é um cadáver que exala cheiro de morte. A retórica hipócrita das “instituições funcionando normalmente” não passa de simulacro para simular que ainda existe vida democrática e ordem constitucional.
O simulacro serve apenas para distrair a atenção acerca da escalada metódica e incremental do poder militar: estamos no trânsito vertiginoso da mudança de regime, de civil para militar.
Diferente dos atentados perpetrados pelos militares no século 20 contra o poder civil e a democracia, neste golpe os métodos estratégicos e as armas sub-reptícias substituíram canhões, coturnadas, tiros de fuzil e assassinatos em massa.
A democracia brasileira foi golpeada à morte; é um cadáver que exala cheiro de morte. A retórica hipócrita das “instituições funcionando normalmente” não passa de simulacro para simular que ainda existe vida democrática e ordem constitucional.
O simulacro serve apenas para distrair a atenção acerca da escalada metódica e incremental do poder militar: estamos no trânsito vertiginoso da mudança de regime, de civil para militar.
Diferente dos atentados perpetrados pelos militares no século 20 contra o poder civil e a democracia, neste golpe os métodos estratégicos e as armas sub-reptícias substituíram canhões, coturnadas, tiros de fuzil e assassinatos em massa.
O império Globo e o seu Coliseu, o BBB
Por Douglas Belchior, no Portal Geledés:
O participante de um BBB é um gladiador moderno. O gladiador era um escravo lutador na Roma Antiga. Numa época em que a maioria dos romanos viviam na miséria, essa era uma atividade de recreação muito atrativa para o grande público. Combatentes se enfrentavam na arena e a luta só terminava quando um deles ficava desarmado, gravemente ferido ou morto. O responsável pela luta determinava se o derrotado deveria morrer ou não. O povo influenciava muito na decisão. Da plateia, manifestavam se queriam ou não a morte do derrotado – como quem vota pela internet hoje em dia.
O participante de um BBB é um gladiador moderno. O gladiador era um escravo lutador na Roma Antiga. Numa época em que a maioria dos romanos viviam na miséria, essa era uma atividade de recreação muito atrativa para o grande público. Combatentes se enfrentavam na arena e a luta só terminava quando um deles ficava desarmado, gravemente ferido ou morto. O responsável pela luta determinava se o derrotado deveria morrer ou não. O povo influenciava muito na decisão. Da plateia, manifestavam se queriam ou não a morte do derrotado – como quem vota pela internet hoje em dia.
A manipulação da informação nas redes sociais
Por Marcos Aurélio Ruy, no site da CTB:
Dando sequência ao tema sobre a propriedade dos dados pessoais e o respeito à privacidade das pessoas na internet, publicamos esta entrevista com a jornalista Renata Mielli, secretária-geral do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, integrante da Coalizão Direitos da Rede e estudante do programa de pós-graduação em Ciências da Comunicação, da Escola de Comunicação e Artes, da Universidade de São Paulo. A primeira reportagem foi publicada nesta segunda-feira (15).
Renata explicita as questões políticas envolvendo o debate sobre o armazenamento, o tratamento e a utilização dos dados pessoais e aponta para a amplitude das leis sobre a necessária regulação da internet mesmo sob a ótica do mundo capitalista.
Dando sequência ao tema sobre a propriedade dos dados pessoais e o respeito à privacidade das pessoas na internet, publicamos esta entrevista com a jornalista Renata Mielli, secretária-geral do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, integrante da Coalizão Direitos da Rede e estudante do programa de pós-graduação em Ciências da Comunicação, da Escola de Comunicação e Artes, da Universidade de São Paulo. A primeira reportagem foi publicada nesta segunda-feira (15).
Renata explicita as questões políticas envolvendo o debate sobre o armazenamento, o tratamento e a utilização dos dados pessoais e aponta para a amplitude das leis sobre a necessária regulação da internet mesmo sob a ótica do mundo capitalista.
Marx, Engels e a "Nova Gazeta Renana"
Do site da Editora Expressão Popular:
Esta edição completa inédita de Karl Marx e Friedrich Engels, organizada e traduzida do alemão pela consagrada cientista social marxiana Lívia Cotrim (1958-2019), reúne os artigos publicados no diário da Liga dos Comunistas, Nova Gazeta Renana, no período da Revolução Alemã e da contrarrevolução na Europa (1º de junho de 1848 – 19 de maio de 1849), em dois volumes: o primeiro com os artigos de Marx e o segundo com os artigos de Engels.
Esta edição completa inédita de Karl Marx e Friedrich Engels, organizada e traduzida do alemão pela consagrada cientista social marxiana Lívia Cotrim (1958-2019), reúne os artigos publicados no diário da Liga dos Comunistas, Nova Gazeta Renana, no período da Revolução Alemã e da contrarrevolução na Europa (1º de junho de 1848 – 19 de maio de 1849), em dois volumes: o primeiro com os artigos de Marx e o segundo com os artigos de Engels.
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021
Fantástico desmascara deputado bolsonarista
Por Altamiro Borges
Nunca confie em politiqueiro que se autoproclama "homem do bem" e posa de paladino da ética. Geralmente, ele é um corrupto canalha. Esconde suas sujeiras com o falso moralismo. Neste domingo (14), o programa Fantástico da TV Globo revelou alguns podres do deputado estadual bolsonarista Ruy Irigaray (PSL-RS).
Segundo a longa reportagem, o parlamentar gaúcho usou funcionários do seu gabinete para trabalhos não relacionados à função de assessor – como reformar a casa da sogra e cuidar de suas filhas. O caso é investigado pelo Ministério Público (MP-RS) e pode até resultar na cassação do mandato do oportunista.
Nunca confie em politiqueiro que se autoproclama "homem do bem" e posa de paladino da ética. Geralmente, ele é um corrupto canalha. Esconde suas sujeiras com o falso moralismo. Neste domingo (14), o programa Fantástico da TV Globo revelou alguns podres do deputado estadual bolsonarista Ruy Irigaray (PSL-RS).
Segundo a longa reportagem, o parlamentar gaúcho usou funcionários do seu gabinete para trabalhos não relacionados à função de assessor – como reformar a casa da sogra e cuidar de suas filhas. O caso é investigado pelo Ministério Público (MP-RS) e pode até resultar na cassação do mandato do oportunista.
STF autoriza ações da PF contra Pazuello
Por Altamiro Borges
O cerco contra o general Eduardo Pazuello, o "craque da logística" do laranjal bolsonariano, vai se fechando por todos os lados. Supremo Tribunal Federal (STF), Tribunal de Contas da União (TCU) e até o Alto Comando (?) do Exército já estão no encalço do incompetente ministro da Saúde.
Nesta segunda-feira (15), o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, atendeu pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para que a Polícia Federal faça diligências no inquérito que apura se houve omissão criminosa de Eduardo Pazuello na gravíssima crise sanitária que dizima o Amazonas.
Atraso na vacinação é culpa de Bolsonaro
Arte: Gladson Targa |
O atraso e até a suspensão da vacinação em alguns estados e municípios têm um culpado maior: o genocida Jair Messias Bolsonaro. Há várias provas desse crime. A mais recente foi publicada na Folha e mostra que o governo federal só gastou 9% da verba emergencial liberada para vacinas contra a Covid-19.
Segundo a matéria, três medidas provisórias (MPs) assinadas pelo presidente em agosto, setembro e dezembro abriram créditos extraordinários que somaram R$24,5 bilhões. Mas "o país chegou à metade de fevereiro com apenas R$ 2,2 bilhões efetivamente gastos" – segundo dados totalizados do próprio Ministério da Saúde até 10 de fevereiro.
Solitária, pobre, sórdida, brutal e curta
Por Marcelo Zero
A grande façanha de Bolsonaro foi ter devolvido o Brasil ao que Hobbes chamava de “estado da natureza”.
Uma condição, sem regras, sem leis e sem Estado, na qual a vida humana é invariavelmente “solitária, pobre, sórdida, brutal e curta” (solitary, poor, nasty, brutish, and short). Uma guerra constante de todos contra todos (bellum omnium contra omnes).
De fato, sem auxílio emergencial, sem empregos e salários decentes, sem direitos, sem alimentos, sem perspectivas, sem vacina e até sem oxigênio a vida dos brasileiros se aproxima cada vez mais do pesadelo descrito por Hobbes.
No Brasil, o Estado parece ter sumido, principalmente quando se trata de defender a vida dos mais frágeis e pobres.
A grande façanha de Bolsonaro foi ter devolvido o Brasil ao que Hobbes chamava de “estado da natureza”.
Uma condição, sem regras, sem leis e sem Estado, na qual a vida humana é invariavelmente “solitária, pobre, sórdida, brutal e curta” (solitary, poor, nasty, brutish, and short). Uma guerra constante de todos contra todos (bellum omnium contra omnes).
De fato, sem auxílio emergencial, sem empregos e salários decentes, sem direitos, sem alimentos, sem perspectivas, sem vacina e até sem oxigênio a vida dos brasileiros se aproxima cada vez mais do pesadelo descrito por Hobbes.
No Brasil, o Estado parece ter sumido, principalmente quando se trata de defender a vida dos mais frágeis e pobres.
Furar a bolha ou cair numa armadilha?
Por Renata Mielli e Haroldo Ceravolo Sereza, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:
Vivemos em um país com praticamente nenhuma pluralidade e diversidade na radiodifusão. O modelo privado comercial - que tomou conta da prestação deste serviço público indispensável para a circulação de informações na sociedade - criou um ambiente de monopólio, no qual as emissoras são propriedades de um pequeno leque de agentes econômicos cujas posições editoriais revelam um discurso único sobre diferentes temas políticos, com viés neoliberal e de centro/direita.
Vivemos em um país com praticamente nenhuma pluralidade e diversidade na radiodifusão. O modelo privado comercial - que tomou conta da prestação deste serviço público indispensável para a circulação de informações na sociedade - criou um ambiente de monopólio, no qual as emissoras são propriedades de um pequeno leque de agentes econômicos cujas posições editoriais revelam um discurso único sobre diferentes temas políticos, com viés neoliberal e de centro/direita.
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