terça-feira, 30 de março de 2021

As aventuras antidemocráticas de Bolsonaro

O fim do capitão ficou mais próximo

Bolsonaro e o Exército para chamar de seu

Por Fernando Brito, em seu blog:

Perdoem-me pela crueza os arrependidos, os que “não sabiam” que Jair Bolsonaro é um fascista, um autoritário e alguém que cuida do poder como de uma empresa familiar, se há algo que não se pode dizer do atual ocupante do Planalto é que ele deixa bem claro o que é e o que quer.

Pouca gente deu a devida importância quando, dias atrás, falando às suas falanges de fanáticos, referiu-se a “seu” Exército.

Pois é esta ideia de instrumento pessoal de poder que Bolsonaro tem das Forças Armadas, não a de serem “instituições de Estado”, como frisou ontem em seu “bilhete de despedida” o agora ex-ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva.

Cavalo de Troia pode deixar militares a pé

Arte: Gladson Targa
Por Maria Inês Nassif, no Jornal GGN:

É falsa a imagem construída de Jair Bolsonaro, de líder popular de extrema-direita que ganhou as eleições e escolheu militares para ocupar a avassaladora maioria das posições de comando de seu governo. Um raciocínio invertido pode tornar muito mais compreensível a crise militar que eclodiu dentro do gabinete do presidente-capitão, com a demissão do ministro da Defesa, o general Fernando Azevedo e Silva.

A perigosa cartada do desespero

Por Gilberto Maringoni, no site Outras Palavras:


1. A maior ameaça à democracia das últimas horas não partiu da Esplanada dos ministérios com sua frenética dança das cadeiras. O perigo morava nas imediações do Farol da Barra, em Salvador, e do uso que hordas bolsonaristas queriam fazer do delírio suicida do soldado Wesley Soares. Este abriu fogo de fuzil em praça pública na noite de domingo, depois de se paramentar como boina verde de filme da Marvel.

2. Qual era a ideia? A de Soares morreu com ele. A do bolsonarismo era previsível. A inacreditável Bia Kicis, com a habilidade de um capitão de mega cargueiro no canal de Suez, deu o tom. “Morreu porque se recusou a prender trabalhadores. Disse não às ordens ilegais do governador Rui Costa da Bahia. Esse soldado é um herói. Agora a PM da Bahia parou. Chega de cumprir ordem ilegal!”. Era a senha para um motim, logo engrossada pelo siderado Soldado Prisco, ex-PM e atual deputado estadual. Seriam imprevisíveis as repercussões nas forças policiais de outros estados, base fértil do bolsonarismo.

O Partido Militar e a mudança ministerial

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Não é nada trivial, para não dizer raríssimo, acontecer a súbita demissão de 6 ministros e, em pouco mais de 2 horas, todas as substituições serem velozmente processadas.

Igualmente raro é o clima geral de normalidade na imprensa e nos meios políticos com os novos titulares acomodados nas vagas abertas, sem maiores celeumas.

É custoso acreditar que haja improviso neste vertiginoso e, aparentemente, metódico processo. O contexto leva a crer que possa ter sido uma operação planejada previamente.

Afinal, só se tinha como certa e inevitável a demissão de um único ministro, o lunático Ernesto Araújo, e não se tinha a menor ideia de que o substituto seria o inerte diplomata Carlos França, que fará de boca fechada o mesmo que o bufão antecessor fazia com histrionismo.

Acuado, Bolsonaro entra em pânico

Por Renato Rovai, em seu blog:


O governo Bolsonaro é hoje um espectro daquele que assumiu em janeiro de 2019 com forte apoio do setor financeiro, da classe média, da mídia, do alto empresariado, das Forças Armadas, do Judiciário, da Lava Jato, dos EUA, de Trump e também do povão.

Em janeiro de 2019, Bolsonaro já tinha oposição aguerrida, mas ao mesmo tempo sufocada. À mercê do que pudessem vir a ser os erros e acertos do governo que chegava. Mais disso do que da sua capacidade de operar uma resistência organizada e forte a uma agenda que prometia intervenções pesadas na economia e nos direitos humanos.

Bolsonaro chegava como um imperador num cavalo branco. Algo meio um Napoleão com uma agenda ultraneoliberal e fascista.

Brasília vive terremoto de especulações

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

Jair Bolsonaro finalmente cedeu e “aceitou” o pedido de demissão do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Se a queda do “chanceler” já era esperada desde a semana passada, a súbita saída do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, surpreendeu Brasília e provocou um terremoto de especulações. Horas depois, foram anunciadas oficialmente mudanças em seis ministérios. O general Braga Netto deixa a Casa Civil para substituir Azevedo e Silva e o general Luiz Eduardo Ramos (da Secretaria de Governo) assume a Casa Civil. A Justiça passa a ser chefiada pelo delegado da Polícia Federal Anderson Gustavo Torres. O embaixador Carlos Alberto Franco França assume o Itamaraty. E André Luiz de Almeida Mendonça – que já chamou Bolsonaro de “profeta” – ocupa o lugar de José Levi na Advocacia-Geral da União (AGU). E a Secretaria de Governo fica com o Centrão: a deputada federal Flávia Arruda (PL-DF) assume o posto.

A diplomacia desastrosa de Bolsonaro

Editorial do site Vermelho:

A crise política que resultou na queda do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo – no bojo da mudança de seis integrantes do ministério – é mais um sintoma do desastre representado pelo governo Bolsonaro. Não é possível dissociar as irresponsabilidades do ex-comandante do Itamaraty da política global bolsonarista. Ernesto Araújo apenas seguiu à risca o fanatismo da extrema direita que governa o Brasil, negando os mais elementares princípios da ciência e do bom senso para enfrentar a grave crise econômica e sanitária que castiga o país.

segunda-feira, 29 de março de 2021

Bia Kicis, a fascista da CCJ, incita motim da PM

Por Altamiro Borges


A deputada Bia Kicis (PSL-DF), a fascista indicada para presidir a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal, incitou na madrugada desta segunda-feira (29) o motim da PM na Bahia após confronto que resultou na morte do policial Wesley Soares Góes. A atitude da provocadora exige uma resposta imediata das forças democráticas. Ela será destituída da estratégica CCJ? A Comissão de Ética analisará a cassação do seu mandato? Ou todos serão cúmplices da fascistoide?

Segundo o noticiário, em um aparente surto psicótico, o soldado fardado e armado com fuzil e pistola foi no domingo ao Farol da Barra, um dos principais pontos turísticos de Salvador, e disparou tiros para o alto. Após quase quatro horas de negociação, ele abriu fogo contra o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), que reagiu – conforme mostram os vídeos. Socorrido, o policial morreu no Hospital Geral do Estado.

General Azevedo e Silva abandona o laranjal

Por Altamiro Borges

O laranjal de Jair Bolsonaro parece que está se desintegrando. Na semana retrasada, caiu o Eduardo "Pesadelo", o incompetente general da Saúde. Já nesta fatídica segunda-feira (29), mais dois ministros anunciaram suas saídas. Um já era esperado – o patético chanceler "Beato Araújo". O outro é uma surpresa: o general Fernando Azevedo e Silva.

O influente militar deixa o cargo de Ministro da Defesa sem explicar os motivos. Em uma nota lacônica, ele apenas agradeceu ao capitão-presidente, "a quem dediquei total lealdade ao longo desses mais de dois anos", e afirmou que "preservei as Forças Armadas como instituições de Estado". Será mesmo?

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