Com frequência, indagamo-nos sobre as razões por detrás de constantes intervenções das nações desenvolvidas nas outras, especialmente periféricas, que retardam o desenvolvimento dessas últimas e ampliam o hiato de bem-estar entre suas populações. Esse domínio é parte constitutiva do capitalismo e foi o que possibilitou o desenvolvimento diferenciado das nações ricas, defende Prabhat Patnaik, economista e professor emérito da Jawaharlal Nehru University, em Nova Delhi. As ideias aqui desenvolvidas e as citações que se seguem, buscam mostrar sua leitura do período colonial até os dias atuais, reveladas em entrevista recente.
terça-feira, 18 de janeiro de 2022
Colonialismo hoje e ontem
Por César Locatelli, no site Carta Maior:
Uma elite em busca de uma segunda via
Arte: Miguel Paiva |
A entrada do ex-juiz Sérgio Moro na cena eleitoral está longe de ser uma simples articulação de uma terceira via numa disputa eleitoral polarizada entre o ex-presidente Lula e Jair Bolsonaro. O que está em curso, e é nítido e cristalino, é uma conspiração para tirar Bolsonaro do páreo.
O ex-capitão não tem nenhuma chance de vitória pela via eleitoral. Até as pedrinhas da Esplanada dos Ministérios sabem disso. Seu governo foi o mais desastroso da história deste país e ele deixou uma boa parte da população brasileira mendigando comida nas esquinas das ruas da classe média e da elite que bateram panelas pedindo o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, e a prisão de Lula, em 2019. Sobrevive apenas com o apoio de uma massa radicalizada e militarizada.
O ex-capitão não tem nenhuma chance de vitória pela via eleitoral. Até as pedrinhas da Esplanada dos Ministérios sabem disso. Seu governo foi o mais desastroso da história deste país e ele deixou uma boa parte da população brasileira mendigando comida nas esquinas das ruas da classe média e da elite que bateram panelas pedindo o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, e a prisão de Lula, em 2019. Sobrevive apenas com o apoio de uma massa radicalizada e militarizada.
Djokovic, o número 1 do negacionismo
Charge e montagem: Christi |
Quando a gente pensa que a estupidez do negacionismo prosperava apenas em solo brasileiro, liderado pelo excrementíssimo senhor presidente da Repúblicas, não é que também vem de fora, desta vez incorporado em um atleta de projeção mundial, o sérvio Novak Djokovic, o número 1 do Tênis, um péssimo exemplo de alguém que se tornou símbolo na negação das vacinas contra a Covid-19?
Djokovic teve que encarar a humilhação de ser deportado da Austrália, país onde queria entrar sem ser vacinado, para participar do Australian Open, onde disputaria a oportunidade de obter seu 21° título de Grand Slam, e se tornar o maior campeão do Tênis de todos os tempos. O sérvio é o maior ganhador da competição de Melbourne, com 9 títulos. Se não se vacinar, poderá também ser impedido de participar do torneio de Roland Garros, na França.
segunda-feira, 17 de janeiro de 2022
STF prorroga inquérito contra Bolsonaro
Charge: Adnael |
Em breve, Jair Bolsonaro deverá ter outro nó nas tripas – ou será obstrução cerebral? O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu prorrogar por 90 dias o inquérito que apura interferência do fascista na Polícia Federal para proteger os seus filhotes. A denúncia foi feita pelo ex-juizeco Sergio Moro, seu ex-capacho da Justiça.
“Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações e a existência de diligências em andamento, prorrogo por mais 90 dias, a partir do encerramento do prazo final anterior [29 de janeiro], o presente inquérito”, despachou o ministro. Essa é a quarta vez que ocorre a dilatação da data marcada para o encerramento das apurações.
Pesquisa atiça o golpismo de Bolsonaro
Charge: Duke |
A primeira pesquisa eleitoral deste ano, feita pela Quaest Consultoria, confirma o ex-presidente Lula com larga vantagem na corrida presidencial. Ele aparece com 45% das intenções de voto contra 23% de Jair Bolsonaro. Sergio Moro tem 9%; Ciro Gomes, 5%, João Doria, 3%, e Simone Tebet, 1%. Nos votos válidos, o petista venceria já no primeiro turno, com 52,3%.
No caso de segundo turno, Lula vence em todas as simulações – contra todos os postulantes. Já o atual presidente perde em todas sondagens. Ele apanha feio do líder das forças de esquerda – Lula, 54%; Bolsonaro, 30%. Também perde para o ex-juizeco e seu ex-ministro – Moro 36%, Bolsonaro 30%; e ainda para o candidato do PDT – Ciro, 39%, Bolsonaro, 32%.
domingo, 16 de janeiro de 2022
Djokovic virou símbolo da cruzada antivacina
Charge: Ramón Díaz Yanes |
Ler a autobiografia do tenista sérvio Novak Djokovic, Serve To Win (Servir para Vencer), assombra pelo modo como ele se revela vulnerável a todo tipo de charlatanismo e propaganda contra a ciência. Não se trata de apenas mais um esportista desconfiado com a vacinação ou vítima do discurso negacionista de tantos políticos idiotas da extrema direita.
Sua biografia não se contenta em apenas relatar sua história vitoriosa em meio a um país envolvido em muito sofrimento de guerra. O livro peculiar está cheio de entusiasmo ingênuo com o caldo interminável de terapias e conselhos pseudo e anticientíficos da nova era, com títulos de capítulos como “Como abrir minha mente mudou meu corpo”. Ele entra na seara da “mudança do pensamento a respeito de si mesmo” para se tornar o sucesso que é, hoje.
Campanha de Bolsonaro não terá coordenação
Charge: Olivier Ploux |
O Globo e a Folha especulam, hoje, sobre a formação de uma coordenação de campanha de Jair Bolsonaro: “Bolsonaro cria comitê de campanha, com Flávio na liderança’, diz o jornal dos Marinho; “Núcleo de campanha de Bolsonaro tem Flávio como 01 e mira estrutura profissional“, afirma o dos Frias.
Não creio que haverá algum “núcleo” ou “comitê” que, como poder decisório ou mesmo bússola de orientação seja composto por ninguém a não ser o próprio Jair e os três filhos.
Achar que Ciro Nogueira, o general do Centrão, ou Valdemar da Costa Neto, o dono do partido que hospeda o presidente vão coordenar ou lá o que seja a campanha bolsonarista é sofrer de uma ilusão que, depois de todos estes anos, dá a quem a tiver o título de tolo.
Como Trump, Bolsonaro também quer o caos
Charge: Paolo Calleri |
No último dia 6 de janeiro se completou o “1º aniversário” do atentado à sede do Congresso dos EUA, o Capitólio, liderado por Donald Trump desde a Casa Branca.
O mundo inteiro ficou estupefato com aquele cenário – que oscilou entre o bizarro e o distópico – no coração da suposta “maior” democracia mundial.
Nos dias seguintes, muito se profetizou sobre o desgaste inexorável e irrecuperável de Trump. Não faltaram, inclusive, previsões de que o bufão estaria definitivamente proscrito da política.
Estas profecias não só não se confirmaram, como ocorreu exatamente o inverso. O ex-presidente desfrutou da impunidade para continuar ocupando o centro da política partidária republicana.
Não há, além disso, indicativo de que ele venha a ser responsabilizado politicamente e/ou criminalmente. Até agora, mais de 700 pessoas foram indiciadas, denunciadas ou presas; todavia, Trump, seus familiares e demais arquitetos políticos e intelectuais do atentado não foram punidos.
O perigoso cinismo do Império
Por Marcelo Zero, no site Brasil-247:
“Nenhuma polegada para o Leste”.
Foi o que prometeu o então Secretário de Estado dos EUA, James Baker, a Mikhail Gorbachev, na reunião de 9 de fevereiro de 1990 para tratar da reunificação da Alemanha.
Com efeito, em troca da aceitação da unificação da Alemanha por parte da então União Soviética, os EUA prometeram a Gorbachev que a OTAN não se expandiria nem uma polegada para o Leste e permaneceria nos limites da Europa Ocidental.
Posteriormente, os EUA tentaram desmentir essa promessa, mas documentos oficiais do Departamento de Estado, desclassificados em 2017, comprovam que ela foi feita.
Na realidade, os documentos oficiais revelam que a promessa foi feita não uma, mas três vezes, na reunião com Gorbachev, de 9 de fevereiro de 1990.
“Nenhuma polegada para o Leste”.
Foi o que prometeu o então Secretário de Estado dos EUA, James Baker, a Mikhail Gorbachev, na reunião de 9 de fevereiro de 1990 para tratar da reunificação da Alemanha.
Com efeito, em troca da aceitação da unificação da Alemanha por parte da então União Soviética, os EUA prometeram a Gorbachev que a OTAN não se expandiria nem uma polegada para o Leste e permaneceria nos limites da Europa Ocidental.
Posteriormente, os EUA tentaram desmentir essa promessa, mas documentos oficiais do Departamento de Estado, desclassificados em 2017, comprovam que ela foi feita.
Na realidade, os documentos oficiais revelam que a promessa foi feita não uma, mas três vezes, na reunião com Gorbachev, de 9 de fevereiro de 1990.
Bolsonaro, Lula e o quadro no início de 2018
Por Renato Rovai, na revista Fórum:
Em janeiro de 2018, em pesquisa Datafolha, Lula tinha 37% das intenções de voto, Bolsonaro 16%, Alckmin 7% e Ciro 7%.
Os outros candidatos que estavam na simulação tinham todos juntos 15%. Lula não ganhava no primeiro turno, mas liderava de forma folgada.
Era um cenário muito parecido com o atual, que é ainda um pouco mais favorável a Lula.
Na primeira pesquisa do ano feita presencialmente (mesmo método usado pelo Datafolha) pela Quaest, Lula lidera com 45%, Bolsonaro teve 23%, Sergio Moro 9%, Ciro Gomes 5%, João Doria 3% e Simone Tebet 1%.
O que os números mostram? Que em janeiro de 2018, pouco antes de ser preso e já sendo vítima de um massacre midiático-judicial, Lula era favoritíssimo a vencer aquela eleição.
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