sábado, 4 de junho de 2022
sexta-feira, 3 de junho de 2022
As possibilidades econômicas de Lula
Charge: Quinho |
Quanto mais a eleição se aproxima, mais a corrida para a construção da base política e social se acentua entre os postulantes ao planalto. Lula é um mestre na arte de reunir forças contrárias em torno de um ideal comum. Bolsonaro é um desastre como presidente, mas tem se revelado resistente em suas ameaças à democracia, mantendo sólida sua base de apoiadores que enxergam a política como uma espécie de demonstração moral do poder: os imorais do lado de lá, os protetores dos valores tradicionais do lado de cá. A terceira via tenta conseguir espaço, cooptando os desiludidos com Bolsonaro à direita, ou os desertores do “velho PT” à esquerda.
Governo corta verbas das universidades
Charge: JBosco |
O governo federal tem a péssima mania de atacar a ciência, a educação e a saúde. Quando não com palavras, usando a caneta para cortar orçamento destinado a essas áreas. Um decreto publicado ontem (31/4) determinou o corte de R$ 8,2 bilhões das despesas previstas para esse ano.
A escolha de onde cortar mostra bem o caráter desse governo, sem nenhum compromisso com a população. Enquanto gasta fortunas no cartão corporativo, compra itens excêntricos para os generais do Exército e come picanha de R$ 1.799 o quilo, tira dinheiro do que é essencial para o povo, mas que para ele nada significa. Documento do MEC enviado às universidades informa que o Ministério sofreu um bloqueio de R$ 3,23 bilhões e que decidiu repassar esse percentual de forma linear a todas as unidades e órgãos vinculados ao ministério – ou seja, bloquear 14,5% de cada universidade, instituto ou entidade ligada ao MEC.
Com o que sonham os militares?
Charge: Schröder |
Em circunstâncias de normalidade política, que o país desconhece desde os idos de 2016, tratar-se-ia de documento sem maior relevância. O debate que reclama não decorre, portanto, do seu volumoso conteúdo, mas do fato de o “projeto” vir a público respaldado por instituições comprometidas até o gorgomilo com o atual governo, vinculadas que estão à sua gênese, à tomada do poder em 2018 e, agora, ao continuísmo golpista anunciado em prosa e verso pelo capitão, e acolitado pelos seus engalanados. Estamos, pois, diante de uma peça de operação política destinada a engrossar as águas do continuísmo militar. É disto que se trata. No mais, temos um texto muito ruim, confuso na forma, prolixo, repetitivo, ridículo nas proposições; suas análises partem de pressupostos grosseiramente falsos, e as propostas (o “programa de governo”) revelam a paranoia anti-esquerdista, de rendosa indústria, velha mazela que afeta a chamada comunidade militar. O texto ainda fala - pasmem - em “ameaça comunista”.
A força sindical dos metalúrgicos
Foto: SMC |
No auge do prestígio sindical dos trabalhadores ingleses quando se decretava uma greve econômica os dirigentes pregavam na parede do sindicato uma tabela ou um gráfico em que se assinalava o que se vinha perdendo, o que se reivindicava, o que se perdia durante a greve e o resultado em caso de vitória. O quadro demonstrava, a cada momento, as possibilidades e as dificuldades e sintetizava o resultado monetário, ainda que não considerando os ganhos políticos e organizativos da greve.
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