quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

A urgência de medidas na segurança pública

Como vencer a narrativa sionista na mídia?

Marta Suplicy aceita ser vice de Boulos em SP

650 mil pessoas em situação de rua nos EUA

As coisas não vão bem para Israel em Gaza

CPI da Covid volta a assombrar Bolsonaro

Fator militar: o capítulo inacabado do 8/1

A perseguição ao padre Júlio Lancellotti

segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Tentativa de golpe no 8/1: Jamais esquecer

Sem anistia para os terroristas do 8 de janeiro

PF investiga financiadores dos atos golpistas

O mito da democracia inabalada

Foto: Rubens Gallerani Filho/Audiovisual/PR
Por Igor Felippe Santos

O novo mito que ganha impulso com a efeméride de um ano do ataque às instituições republicanas de 8 de janeiro de 2023 é que a democracia brasileira venceu e está “inabalada”.

Não há dúvidas de que a tentativa de golpe com a ação de destruição das hordas fascistas não conseguiu impor uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem) que entregasse o poder às Forças Armadas e afastasse o então empossado presidente Lula.

No entanto, a democracia brasileira enfrenta uma profunda crise e continua agonizando. A derrota dos golpistas não representou, definitivamente, a redenção do nosso sistema político.

Essa normalização da crise política nacional serve somente a quem quer manter o atual estado das coisas. Talvez por se beneficiar do crescente conflito entre poderes. Talvez por temer que as suas raízes venham à tona e ensejem mudanças.

Lula conseguirá tourear o Congresso em 2024?

Foto: Ricardo Stuckert
Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:


Para um presidente de esquerda, eleito por escassa margem de votos e minoritário num Congresso amplamente conservador, Lula foi inegavelmente vitorioso em seu primeiro ano de mandato.

Mesmo negociando pauta a pauta, cedendo espaços no governo, pagando pedágio com a liberação de emendas e engolindo algumas derrotas, ele conseguiu aprovar o essencial de sua agenda política. Os bons resultados econômicos coroam uma travessia que parecia mais difícil. Mas, em 2024, a relação com o Congresso promete ser mais desafiante.

Um sinal disso está sendo dado nestas últimas horas do ano, com as primeiras reações políticas (e empresariais) às medidas fiscais compensatórias anunciadas nesta quinta-feira, 28, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

A cara do Brasil e a “reforma perfeita”

Foto: Ricardo Stuckert/PR
Por Roberto Amaral, em seu blog:


Em pronunciamento ao Congresso Nacional, quando festejava com Artur Lira e Rodrigo Pacheco a promulgação da Reforma Tributária, que seu ministro da Fazenda qualificou de “perfeita”, o presidente Lula sentiu-se no dever, que as circunstâncias talvez expliquem, de saudar os parlamentares, esses que vêm coartando o governo em sua inclinação progressista. Com as vistas voltadas para o Plenário, afirmou: “O Congresso é a cara do Brasil”. O presidente não se referia a um Congresso in abstrato saltado das páginas dos manuais de ciência política, mas a um colegiado específico, precisamente a este que aí está, ao fim de seu primeiro e deletério ano de legislatura. Lula referia-se claramente ao caráter sociológico da composição parlamentar. Errou. Como ter a cara do Brasil um Congresso de homens brancos e majoritariamente ricos, quando 55% de nossa gente se declara de cor parda ou preta, quando 51% da população é constituída de mulheres que ocupam apenas 8% das cadeiras na Câmara dos Deputados?

Breno Altman e sua luta contra o sionismo

Ilustração: Omar Bdoor
Por Jair de Souza

Ao constatar a implacável perseguição que o jornalista Breno Altman vem sofrendo por iniciativa das principais organizações sionistas em nosso país, uma coisa fica evidente: os sionistas estão dispostos a não abrirem mão de seus interesses de classe e a usarem de todos e quaisquer recursos para preservá-los.

A ferocidade com a qual se lançaram contra esse conhecido e respeitado jornalista com o objetivo de enquadrá-lo como antissemita está embasada numa lógica fria e cruel. É que o fato de o próprio Breno Altman ser de origem judaica e não renegar isto põe em cheque toda a estratégia que o sionismo desenvolveu para fazer prevalecer os interesses de classe da grande burguesia judaica e seus associados.

Os figurantes abandonados do 8 de janeiro

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Por Moisés Mendes, em seu blog:

O 8 de janeiro de 2023 ainda é um desatino a ser melhor compreendido a partir do conjunto de protagonistas, coadjuvantes e figurantes, considerando-se os falsamente ocultos, os visíveis e os que se consideram disfarçados ou dissimulados.

O governo faz bem em se precaver, diante da proximidade da data, mas é improvável que grupos se organizem para comemorar a invasão e fazer provocações, mesmo em aglomerações do zap.

Não há como se repetir um 8 de janeiro, porque não há como juntar tantas coisas improváveis. Começando pelo número, e não só pelo perfil dos participantes.

A massa golpista que circulou por Brasília naquele dia foi calculada, na maioria das estimativas, em algo ao redor de 4 mil pessoas.

Os acampamentos pós-eleição, no entorno da delegacia da Capitania dos Portos, na catarinense Itajaí, chegaram a reunir 5 mil golpistas, pelo menos mil a mais do que o número de invasores de Brasília.

Lancellotti, cristão exemplar

Ilustração: CrisVector
Por Frei Betto, em seu site:


Um vereador de São Paulo, diplomado em ódio e a cata de votos neste ano eleitoral, decidiu abrir uma CPI para investigar o padre Júlio Lancellotti, que trabalha há anos com o povo da rua. Acuado pela repercussão na mídia e tantas manifestações de apoio ao sacerdote, o vereador alega que seu objetivo é investigar as ONGs que atuam junto aos que se aglomeram na Cracolândia, no centro de São Paulo.

Desconfio que o vereador deu um tiro no pé. Responsável pela Pastoral do Povo da Rua, Lancellotti recebeu, frente às acusações descabidas, apoio do cardeal-arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, e de inúmeras personalidades do Brasil e do exterior. Aliás, o líder do partido do vereador na Câmara Municipal, Fábio Riva, declarou que a convocação do padre “extrapola” o pedido inicial.

O golpe de 8 de janeiro

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Por José Dirceu, no site A terra é redonda:

O caminho para a construção do golpe de 8 de janeiro começou com o suporte das Forças Armadas ao golpe jurídico-parlamentar contra a presidente Dilma Rousseff e foi pavimentado pelo apoio dos militares à eleição de Jair Bolsonaro em 2018, pela forte presença em seu governo autoritário e negacionista, e pela conivência dos chefes militares com os acampamentos em frente aos quartéis após a eleição de Lula.

Podemos afirmar, sem nenhuma dúvida, que o golpe de 8 de janeiro foi uma consequência natural do ciclo que se abriu com a volta dos militares à politica, uma vocação histórica não resolvida na transição democrática e na Constituinte de 1988. O ovo da serpente manteve-se preservado dentro da instituição militar uma vez que os militares não foram julgados e responsabilizados nem pelo golpe de 1964, nem pelos crimes e violações dos direitos humanos cometidos em nome do Estado durante a ditadura por eles comandada.

Ilusões de uma democracia “inabalada”

Charge: Fredy Varela
Por Jeferson Miola, em seu blog:

De acordo com o dicionário Houaiss da língua portuguesa, o adjetivo inabalado significa: “que não está abalado; firme, seguro”.

Soa um tanto demasiado, portanto, rememorar-se o primeiro aniversário do 8 de janeiro como o triunfo de uma democracia “inabalada”; de uma democracia segura, firme. A democracia não está segura; não pelo menos ante ameaças consideráveis e tentativas constantes de fraturas democráticas.

Há uma estabilidade precária. A qualquer descuido, a situação política e institucional do Brasil pode ficar de cabeça para baixo; de pernas para o alto.

Esta é a realidade neste contexto de polarização intensa e de “empate ideológico” entre a esquerda e a extrema-direita tanto de caráter fascista como não-fascista.