domingo, 3 de agosto de 2014

Denúncia da Veja é ridícula

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Bepe Damasco, em seu blog:

Ora, ora. Todo mundo sabia que a mídia tucana providenciaria um petardo contra o PT e a candidatura à reeleição da presidenta Dilma, com o objetivo de varrer para debaixo do tapete o escabroso caso dos 14 milhões de reais do erário público gastos para construir uma aeroporto nas terras da família de Aécio Neves. Mas, sinceramente, por mais que o Jornal Nacional deste sábado tenha gastado mais de cinco minutos explorando o assunto, o que veio foi um tiro de espingarda de chumbinho. Claro que a mídia partidarizada de tudo fará ao longo desta semana para tentar amplificar a denúncia da Veja, segundo a qual os depoentes da CPI da Petrobras eram informados de antemão por funcionários do Senado e do governo sobre as perguntas a serem feitas pelos senadores durante as sessões. Mas certamente não resistirá à confrontação com os fatos.

O que o mais fétido lixo jornalístico do país estampa com estardalhaço na edição desta semana não passa de um conjunto de ilações maldosas, feitas a partir de fragmentos de conversas gravadas, segundo Veja por uma câmara instalada numa ponta de caneta por um infiltrado qualquer a soldo da revista. Apelando para a conhecida tática da descontextualização, afirmam que o ex-presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli,e o ex-diretor da área internacional, Nestor Cerveró, tiveram conhecimento antecipado das perguntas,

No vídeo ao qual a revista teve acesso, na certa obtido de forma ilegal, como é do padrão Veja, ouve-se o chefe do escritório da Petrobras, em Brasília, José Eduardo Barrocas, o advogado da empresa, Bruno Ferreira e uma terceira pessoas não identificada conversando sobre as tais perguntas. Só que Veja não diz que perguntas são essas e muito menos o conteúdo das respostas. Também são citados nas gravações, como repassadores das perguntas, um funcionário do Senado e outro da Secretaria de Relações Institucionais do governo. As perguntas teriam sido repassadas pelo relator da CPI no Senado, senador José Pimentel (PT-CE), a Gabrielli. Também Graça Foster, presidenta da empresa, recebeu o texto contendo as perguntas, diz a revista.

Removendo o entulho eleitoreiro da revista, vamos ver o que sobra. Até as paredes do Congresso Nacional sabe que uma CPI como essa da Petrobras provoca uma dura disputa entre governo e oposição. Como o nome e a reputação da maior empresa brasileira está sob ataque cerrado da oposição destro-midiática, nada mais natural que a direção da estatal e o governo preparem seus depoentes para o bombardeio de uma sessão de CPI, que normalmente atraiu muitos holofotes, incentivando posturas midiáticas e pirotécnicas por parte de alguns parlamentares.

A chave para entender o caso está na declaração do advogado de Nestor Ceveró, admitindo que seu cliente participou de um "media training" a convite da Petrobras. Grandes empresas preparam seus executivos para o contato com a imprensa através de cursos e dinâmicas desse tipo. E quando esses executivos serão expostos diante da sociedade numa CPI, não é o caso desses treinamentos serem ainda mais detalhados e cuidadosos ?

A gravação das conversas mostra que a partir dos questionamentos feitos pela imprensa e pela oposição, e tendo por base os vários depoimentos anteriores prestados pelos atuais e ex-presidentes e diretores da Petrobras no Congresso Nacional, é perfeitamente possível preparar os futuros depoentes. E é isso que foi feito. Mal comparando, mesmo sem ter certeza das perguntas a serem formuladas pelos adversários nos debates entre candidatos a cargos eletivos, os responsáveis pelo marketing e pela coordenação política dos candidatos simulam à exaustão no treinamento possíveis perguntas, réplicas e tréplicas.

Outra indagação que contribui para desmoralizar a matéria da Veja : como pode um depoente da CPI da Petrobras ter acesso às perguntas dos senadores da oposição ? Sim porque o fio condutor de toda a matéria é o conhecimento antecipado de todos os questionamentos que seriam feitos na sessão, para que todas as respostas fossem devidamente ensaiadas. Como diz o Paulo Nogueira, "pausa para risada".

Alguém tem dúvida que a CPI da Petrobras, bem como muitas outras recentes e passadas, são uma queda de braço, uma luta encarniçada entre governo e oposição ? Será que a oposição também não se reúne para traçar táticas e estratégias para esses embates ?

Conta outra, Veja. Essa é de uma fraqueza de dar dó.

2 comentários:

Demostenes Cachoeira disse...

Porque a Veja pode espalhar out door´s pelo país com a sua capa fazendo insinuações e política e os candidatos não podem usar out door´s para divulgar suas caampanhas? A Veja não está infringindo a lei eleitoral quando haje partidariamente com suas reportagens malandras?

Anônimo disse...

Para mim, esta Veja precisa desaparecer do "mapa" de vez.Se nada ficar provado, tem que se abrir um processo contra a Revista. Só assim ela vai se calar para as inverdades que conta.
Nada saiu sobre o Aecioporto, Perrelas, etc.