sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Mídia não garantiu vantagem a Aécio

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Ibope e Datafolha fecham um resultado em comum na primeira pesquisa: 51% para Aécio, 49% para Dilma.

Estes números, que seriam os votos válidos, correspondem a 46 a 44%, com 4% de nulos e 6% de indecisos, em ambas as pesquisas.

Com a “margem de erro” revelada nas pesquisas finais do primeiro turno, isso quer dizer…absolutamente nada.

Ou melhor, quer dizer, sim.

Aécio está, com o surpreendente resultado que obteve no primeiro turno e ruidosa comemoração da mídia deste fato, no seu melhor momento.

Aliás, com a permanência de Marina, até as pesquisas finais, de adversária mais provável de Dilma, Aécio vinha se livrando de questionamentos mais diretos.

E os dias seguintes, era saudado como o que iria receber todos os apoios, o que só em parte se confirmou, com a relutância de Marina Silva em passar-lhe um cheque em branco.

Aécio está naquela mesma condição em que estava a ex-senadora Marina Silva quando se tornou candidata, aparecendo do nada a que estava relegado como “grande esperança” de vitória contra o governo Lula-Dilma.

E, ainda assim, não lhe puderam – bem que a Época tentou, com uma pesquisa marota, feita para ser exibida no programa de TV de Aécio, hoje – dar-lhe uma vantagem na disputa.

E olhe lá se tem estes números…

Quem estava pessimista, se olhar que nem neste momento conseguem disparar com Aécio.

Aécio vai minguar depois de sua festa de ressurreição que pareceu a muitos um milagre e a mim, apenas, a reafirmação de que a política real – não os nossos delírios – é a que acaba prevalecendo.

E Dilma, refeita do baque que foi perceptível na sua entrevista pós-eleição, vai crescer, se alimentando da mobilização que seus dois primeiros dias de campanha de rua.

4 comentários:

Anônimo disse...

Deus o ouça. Não podemos esmorecer. Temos que gastar nosso gogó para dizer às pessoas que com Aécio entraremos num ciclo de miséria imenso. Os Neoliberais de Washington estão com sangue nos olhos para ter o Brasil de volta como seu quintal cheio de petróleo. E quem vai pagar o pato, comer a grama seca (grama seca de São Paulo, se tiver grama) somos todos nós, o povo brasileiro. Quanto mais pobre será mais vulnerável.

Anônimo disse...

Aécio está no alto da gangorra, com a descida da Marina e é inevitável sua descida gradual ou até um tombo com a saída de quem o colocou nas alturas.

Sergio Bretas disse...

Aécio é um incompetente. Com a ajuda que ele teve dos jornais, TVs, e juízes militantes, eu teria vencido no 1º turno.

João Paulo Lourenço disse...

Pelos resultados do 1º turno, as candidaturas presidenciais da direita (incluindo o PV, que declarou apoio ao tucano) alcançaram 35,36% dos votos válidos. As candidaturas da esquerda atingiram 43,26% dos votos. A "ambidestra" Marina Silva obteve 21,31%.
Supondo que a direita vote maciçamente no Aécio, ele teria então 35,36% dos votos. E supondo que a esquerda vote maciçamente na Dilma, ela obteria os 43,26% dos votos. Lógico que isso é improvável, mas não impossível. Afinal, um eleitor do Everaldo ou do Levy dificilmente votaria no PT, assim como um eleitor do PSOL ou PSTU dificilmente votaria no PSDB. Porque os chamados nanicos realmente lutam por sua ideologia. Na ausência de seus candidatos, abraçam o mais próximo de seus ideais.
Para Aécio chegar aos 51% que as pesquisas do PiG lhe oferecem, ele teria que receber 15,64 pontos percentuais dos votos de Marina, o que equivale a 73% dos votos que a sonhática obteve no 1º turno. A Dilma, para alcançar os 49% das pesquisas Ibope e Datafolha, teria que receber 5,74 pontos percentuais dos votos da Mutante Verde, o que equivale a 27% do total de votos obtidos por Marina no 1º turno.
Embora no Brasil haja crise conceitual entre esquerda e direita, a "ambidestra" Marina Silva é historicamente ligada à esquerda, e creio que a maioria de seus eleitores também, seguindo-a desde o tempo em que ela estava na CUT ou no PT. Assim, fica difícil imaginar que 73% dos seus eleitores iriam para o cambaleante candidato tucano, representante da direita.
O PiG nem mesmo se mostra coerente nas suas manipulações.