domingo, 18 de novembro de 2018

Mais Médicos e a popularidade de Bolsonaro

Foto: Araquém Alcântara
Por Renato Rovai, em seu blog:

Nos setores populares discurso não enche barriga. E muito menos resolve o problema do atendimento no Pronto Socorro. Por este motivo, o fim do acordo de cooperação com Cuba no Mais Médicos pode levar o governo Bolsonaro a perder boa parte da sua base popular.

As pessoas que conhecem a área de saúde brasileira já previam grandes problemas com a limitação imposta pela lei do teto de gastos. Já que na saúde, com o aumento da expectativa de vida e dos custos de tratamentos, é praticamente impossível gerenciar o sistema com a mesma quantidade de recursos.

Sem os cubanos, que devem deixar o país quase todos ainda neste ano, a hipótese de que algumas cidades vivam um caos no setor não está descartada.

E engana-se quem pensa que isso irá ocorrer apenas nos rincões. Em lugares onde já há falta de quase tudo. A crise também deve afetar as periferias das principais capitais.

Bolsonaro terá de governar e seus espasmos autoritários não mudarão o destinatário da conta da crise. Ela será dele.

Outros problemas ainda podem vir a desgastá-lo nos primeiros meses de gestão, mas este parece inevitável e pode ter o efeito de uma avalanche.

Se vier a ser derrotado pela sua estupidez neste episódio, terá muita dificuldade pra se recuperar em curto espaço de tempo. Na saúde tudo é demorado.

Bolsonaro pode ter cometido um erro fatal para um governante que precisa de popularidade para manter apoio político institucional.

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