Editorial do site Vermelho:
Os dados da Nota Técnica "A Evolução Da População Ocupada Com Nível Superior no Mercado de Trabalho", do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que acompanha a seção Mercado de Trabalho, revela informações que são a tradução da tragédia social brasileira. Os números indicam que em quatro anos o total de jovens com nível superior em funções incompatíveis com a sua escolaridade subiu 6,1 pontos percentuais, chegando a 44,2%. Considerando-se o total de trabalhadores com curso superior, este índice é de 38%.
Não é somente a falta de crescimento econômico que atinge os empregos. A tendência de enxugamento de postos de trabalho - acentuada pela onda de fusões e aquisições das grandes corporações - e a redução da oferta de cargos públicos - tanto pelos conservadores ajustes orçamentários quanto pelas privatizações - têm impacto direto sobre o emprego.
O problema já existia, mas nesses tempos de crise sem políticas voltadas para a redução do seu impacto ele se agravou drasticamente. Com o desemprego atormentando o cotidiano das pessoas, elas aceitam empregos abaixo da sua qualificação. A Nota Técnica também mostra um significativo aumento dos subocupados, alcançando quase sete milhões de trabalhadores. Sem contar o cenário sombrio para os que procuram trabalho; de cada quatro desempregados, um está à procura de recolocação há mais de dois anos.
Para os jovens, a situação é ainda mais dramática. Uma pesquisa do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) mostrou que o maior temor dos estudantes de São Paulo é terminar seus cursos e não conseguir emprego. A pesquisa entrevistou 500 jovens de 16 a 25 anos. Desse total, 42% disseram temer não conseguir uma colocação no mercado de trabalho. Um índice bem mais alto do que o de outras preocupações, como obter independência financeira (15%) ou melhorar a qualidade de vida (14%).
Um dos efeitos mais nocivos do desemprego é a combinação de desânimo com violência. Muitas vezes, os jovens fazem a sua parte ao estudar, mas a falta de perspectiva os leva à depressão, à inatividade e ao desespero da droga e do crime. O Brasil já assiste à quase uma guerra civil que afeta os jovens mais pobres. Os governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula Silva e Dilma Rousseff começaram a amenizar o drama, com convênios com entidades do movimento social para a execução dos Consórcios Sociais da Juventude, mas tudo isso foi por água abaixo com a marcha golpista.
Estatísticas mostram que quase 50% dos homicídios no Brasil são de pessoas com menos de 25 anos de idade. A quantidade de homicídios é superior a 40 mil pessoas por ano, o que é um fato extremamente lamentável e termina afetando, sobretudo, o jovem de menor renda. Os números também revelam que alguma coisa em torno de 160 mil jovens por ano estão saindo do Brasil porque não estão vendo possibilidade de uma vida decente no país.
As graves injustiças sociais são o ponto essencial para se entender esse drama. Boa parte dos problemas econômicos brasileiros se deve ao fato de o país nunca ter investido, de forma duradoura, em um caminho definido de desenvolvimento, apoiado num projeto nacional. Nunca se instituiu, para valer, uma economia planejada e um Estado de bem-estar-social. Para piorar, nos últimos anos o país vem sendo conduzido irresponsavelmente pelo caminho do desmonte do Estado. Pior ainda: o governo do presidente Jair Bolsonaro nada tem a oferecer aos trabalhadores, especialmente à juventude.
Os dados da Nota Técnica "A Evolução Da População Ocupada Com Nível Superior no Mercado de Trabalho", do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que acompanha a seção Mercado de Trabalho, revela informações que são a tradução da tragédia social brasileira. Os números indicam que em quatro anos o total de jovens com nível superior em funções incompatíveis com a sua escolaridade subiu 6,1 pontos percentuais, chegando a 44,2%. Considerando-se o total de trabalhadores com curso superior, este índice é de 38%.
Não é somente a falta de crescimento econômico que atinge os empregos. A tendência de enxugamento de postos de trabalho - acentuada pela onda de fusões e aquisições das grandes corporações - e a redução da oferta de cargos públicos - tanto pelos conservadores ajustes orçamentários quanto pelas privatizações - têm impacto direto sobre o emprego.
O problema já existia, mas nesses tempos de crise sem políticas voltadas para a redução do seu impacto ele se agravou drasticamente. Com o desemprego atormentando o cotidiano das pessoas, elas aceitam empregos abaixo da sua qualificação. A Nota Técnica também mostra um significativo aumento dos subocupados, alcançando quase sete milhões de trabalhadores. Sem contar o cenário sombrio para os que procuram trabalho; de cada quatro desempregados, um está à procura de recolocação há mais de dois anos.
Para os jovens, a situação é ainda mais dramática. Uma pesquisa do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) mostrou que o maior temor dos estudantes de São Paulo é terminar seus cursos e não conseguir emprego. A pesquisa entrevistou 500 jovens de 16 a 25 anos. Desse total, 42% disseram temer não conseguir uma colocação no mercado de trabalho. Um índice bem mais alto do que o de outras preocupações, como obter independência financeira (15%) ou melhorar a qualidade de vida (14%).
Um dos efeitos mais nocivos do desemprego é a combinação de desânimo com violência. Muitas vezes, os jovens fazem a sua parte ao estudar, mas a falta de perspectiva os leva à depressão, à inatividade e ao desespero da droga e do crime. O Brasil já assiste à quase uma guerra civil que afeta os jovens mais pobres. Os governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula Silva e Dilma Rousseff começaram a amenizar o drama, com convênios com entidades do movimento social para a execução dos Consórcios Sociais da Juventude, mas tudo isso foi por água abaixo com a marcha golpista.
Estatísticas mostram que quase 50% dos homicídios no Brasil são de pessoas com menos de 25 anos de idade. A quantidade de homicídios é superior a 40 mil pessoas por ano, o que é um fato extremamente lamentável e termina afetando, sobretudo, o jovem de menor renda. Os números também revelam que alguma coisa em torno de 160 mil jovens por ano estão saindo do Brasil porque não estão vendo possibilidade de uma vida decente no país.
As graves injustiças sociais são o ponto essencial para se entender esse drama. Boa parte dos problemas econômicos brasileiros se deve ao fato de o país nunca ter investido, de forma duradoura, em um caminho definido de desenvolvimento, apoiado num projeto nacional. Nunca se instituiu, para valer, uma economia planejada e um Estado de bem-estar-social. Para piorar, nos últimos anos o país vem sendo conduzido irresponsavelmente pelo caminho do desmonte do Estado. Pior ainda: o governo do presidente Jair Bolsonaro nada tem a oferecer aos trabalhadores, especialmente à juventude.
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