terça-feira, 7 de abril de 2015

Congresso pirou na maioridade penal

Por Cauê Seigner Ameni e Hugo Albuquerque, no site Outras Palavras:

A maioridade penal no Brasil, como se sabe, é atingida aos 18 anos. Agora, deputados e senadores, em uma baixa histórica e justificada da sua popularidade, resolveram subir sua própria aprovação popular abaixando para 16 anos a maioridade: querem responder ao suposto “clamor popular” a favor da medida. Para tanto, eles desenterraram um Projeto de Emenda à Constituição dos anos 90 - a de número 171, ironicamente, o mesmo número do crime de estelionato no Código Penal.

A guerra contra o PL da terceirização

Do site da CTB:

Caravanas de ônibus de diversas capitais do país integram a grande força tarefa organizada pelas centrais sindicais e entidades civis para pressionar os parlamentares contra a aprovação do PL 4330 nesta terça-feira, 7, em Brasília. O Projeto de Lei 4330 que contempla a ampliação da terceirização no mercado de trabalho é considerado uma ameaça aos direitos trabalhistas e tem o apoio dos setores mais conservadores do Congresso Nacional. No Senado, um projeto similar, o PLS 87/2010, também foi desarquivado a pedido da bancada do PSDB e pode ir à votação a qualquer momento.

Falta uma narrativa pública alternativa

Por Venício A . de Lima, no Observatório da Imprensa:

Cinco meses se passaram desde o segundo turno das eleições presidenciais de 2014. Os votos foram apurados, o Tribunal Superior Eleitoral declarou um vencedor que tomou posse e assumiu o poder em 1º de janeiro de 2015. Apesar de tudo isso, a sensação que se tem ao se ler, ouvir ou assistir ao noticiário político dominante nos oligopólios privados de mídia é de que permanecemos em campanha eleitoral, estamos às vésperas de um “terceiro turno”.

CIA e Mossad tentam um "golpe brando"

Por Stella Calloni, no site Diálogos do Sul:

No dia 18 de janeiro de 2015, o promotor Alberto Nisman, a frente da Unidade Especial que investigava a causa sobre o cruel atentado contra a Associação Mutua Israelense Argentina (AMIA) em 18 de junho de 1994, foi encontrado morto com um disparo na cabeça, no banheiro de seu apartamento e com todas as portas de sua casa fechada por dentro. Quatro dias antes tinha apresentado uma denúncia, sem prova alguma, mal redigida e com sérias contradições, em que acusava a presidenta da nação, Cristina Fernández de Kirchner, o chanceler Héctor Timerman e a outras pessoas de tentar encobrir a funcionários iranianos acusados - sem provas- de serem culpados do atentado. Em poucos dias se tinha colocado em marcha um golpe encoberto de origem externa.

Zelotes e as manchetes de O Globo

Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:

Um leitor nos encaminha levantamento da cobertura de uma semana do jornal O Globo sobre a Operação Zelotes, da Polícia Federal.

Neste período a Operação Lava Jato, direta ou indiretamente, mereceu três manchetes de primeira página. Três dentre dezenas nos últimos meses.

A Operação Zelotes, por outro lado, saiu em chamadas de primeira página, mas nunca na manchete principal.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Mano Brown, Aécio e a blitz policial

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Mano Brown foi preso depois de ter seu carro parado numa blitz numa avenida na região de Campo Limpo, em São Paulo.

Brown teria cometido “desobediência, desacato e resistência”, segundo a PM. A carteira e o IPVA estavam vencidos desde 2012 e o carro estava no nome de sua mãe.

Seu advogado diz que ele foi “levemente agredido”. “Pediram para ele colocar as mão sobre o capô. Ele colocou e os policiais puxaram seus braços para pôr as algemas. Ele pediu calma e eles o jogaram no chão”, afirma.

Justiça, propaganda e os tucanos

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

De vez em quando, os jornais recordam que o PSDB recebe um tratamento benevolente por parte das autoridades encarregadas de apurar casos de corrupção no país. Lembram que os acusados pelo mensalão PSDB-MG sequer foram julgados. Falam sobre os esquemas do metrô de São Paulo. Há quem aplauda essa observação.

A criminalização da pobreza em pauta

Por Dandara Lima, no site da UJS:

Eduardo, uma criança de 10 anos, estudava na porta da sua casa no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, quando um tiro de fuzil disparado por um policial militar da UPP (Unidade de Policia Pacificadora) interrompeu brutalmente a sua vida.

A execução de Eduardo revoltou seus vizinhos, sua morte não foi a primeira daquela semana, mas foi extremamente simbólica para o momento atual do país que discute redução da maioridade penal.

O filho de Lula e o prefeito tucano


Por Renato Rovai, em seu blog:

A assessoria de imprensa do Instituto Lula acaba de informar que Fábio Luiz Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, interpelou judicialmente hoje o atual prefeito de São Carlos, Paulo Altomani, do PSDB. A interpelação pode vir a se configurar como injúria, calúnia e difamação.

Para convocar as manifestações do dia 15 de março em sua cidade, o prefeito teria publicado a seguinte mensagem: “Não é justo o Tesouro Nacional tirar dinheiro de nossa cidade para repassar ao BNDES para financiar, por exemplo, a empresa Frioboi (sic), que pertence ao Lulinha, e que paga cachês milionários para o ator Tony Ramos para vender em rede nacional sua carne financiada com recursos de saúde educação limpeza publica etc”.

Babilônia fracassou por uma única razão

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Tanta discussão em torno do flop monumental de Babilônia quando a explicação cabe numa palavra: internet.

Tevê é uma mídia em extinção na Era Digital, e não há nada que se possa fazer quanto a isso.

Até a internet, as mídias que surgiam acabavam se acomodando com as demais. Um caso clássico é o rádio, que sobreviveu com o advento da tevê.

Mas a internet mudou a história. No jargão dos negócios, ela é disruptiva. Isso quer dizer o seguinte: ela vai matando todas as demais mídias.

Al Capone não seria preso no Brasil


Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

Dono de um amplo repertório de crimes que celebrizaram seu nome como um dos maiores bandidos de todos os tempos, Al Capone só foi parar na cadeia depois de ser condenado por sonegação de impostos.

O azar dele é que vivia nos Estados Unidos. Como aqui não é Chicago, os Al Capone tupiniquins de alto quilate não correm este risco.

A corrupção entre o Estado e o mercado

Por Emir Sader, na Rede Brasil Atual:

É tema reiterado da direita a denúncia sobre corrupção. Mas seu objetivo não é a moralização da política, pois quando ela governou ao seu bel-prazer – na ditadura e nos governos Collor e FHC –, ela esqueceu esse tema, justamente quando a corrupção mais correu solta no país.

O objetivo da direita é desqualificar o Estado e a esquerda, que valoriza o Estado como instrumento de transformação democrática da sociedade. O caráter seletivo das denúncias fica evidente quando o único centro da mídia são as denúncias sobre a Petrobras, enquanto o HSBC e o caso chamado Zelotes são completamente escondidos.

Manifesto dos #JornalistasLivres

Do site dos Jornalistas Livres:

Nós somos @s #JornalistasLivres.
Quem Somos nós?

#JornalistasLivres somos uma rede de coletivos originada na diversidade. Existimos em contraponto à falsa unidade de pensamento e ação do jornalismo praticado pela mídia tradicional centralizada e centralizadora. Pensamos com nossas próprias cabeças, cada um(a) de nós com sua própria cabeça. Os valores que nos unem são o amor apaixonado pela democracia e a defesa radical dos direitos humanos.

A proposta autoritária de Sergio Moro

http://pigimprensagolpista.blogspot.com.br/
Por Luiz Gonzaga Belluzzo, na revista CartaCapital:

Em artigo publicado nos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo, o magistrado da moda, Sergio Moro, e o presidente da Associação de Juízes Federais defenderam a necessidade de mandar às enxovias os réus condenados em primeira instância. É o mais recente episódio da novela “A Derrocada das Instituições”.

Frente ampla e ajuste político

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

A boa notícia na praça é que o campo progressista resolveu correr riscos.

A segunda boa notícia: isso significa deixar o divã da política para fazer política.

Dito em outros termos: reagir à condição de objeto da crise à qual o conservadorismo quer circunscreve-lo –a exemplo do que já faz com a Petrobrás-- e se impor como sujeito nessa que avulta como uma das mais virulentas transições de ciclo de desenvolvimento já enfrentadas pelo país (32; 54; 64; 1985; 2002....) .

FHC afunda no udenismo golpista

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A vaidade de Fernando Henrique Cardoso retira-lhe, de forma crônica, a prudência de quem se dedica a política, mais ainda quando sua formação intelectual deveria ensinar-lhe que as superfícies da opinião pública, como o mar nas tempestades, agitam-se, fluem e refluem.

No seu artigo de ontem, FHC, tal como sentou-se na cadeira de Prefeito de São Paulo às vésperas de ser derrotado por Jânio Quadros, já convida a oposição -  embora não deixe claro qual é seu conceito de oposição e se ele inclui Renan Calheiros e Eduardo Cunha, cabeças do controle conservador do Congresso, embora lhes estenda um dedinho, ao dizer que o PMDB, “também tem propostas a serem consideradas”) - a já preocupar-se com a “reconstrução” da política e da economia do país.

Folha e código de ética dos procuradores

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

O que existe de mais nojento, egoísta, cafajeste, no pensamento da nossa elite, está expresso na verdadeira campanha política e midiática que os procuradores da Lava Jato estão fazendo para que os executivos das empreiteiras não tenham seus direitos de defesa assegurados, e para que o governo não celebre acordos de leniência com vistas a preservar empregos e tecnologia acumulada.

FHC presta um serviço à esquerda

Editorial do site Vermelho:

O ex-presidente e sociólogo Fernando Henrique Cardoso fez um dos piores governos da história republicana brasileira, marcado pelo entreguismo e a corrupção. Desenvolveu relações promíscuas com sua base de sustentação no Congresso Nacional, cooptando-a por meio da compra de votos, como no nefasto episódio da aprovação da emenda da reeleição. Politica e ideologicamente, completou há tempos sua adesão a posições conservadoras. Foi arauto da globalização neoliberal, que comparou ao Renascimento, alinhou-se com as posições neocolonialistas do imperialismo estadunidense. Hoje, no papel de oráculo do PSDB, alimenta o obsessivo mantra de derrotar a esquerda.

domingo, 5 de abril de 2015

O “vendaval autoritário” no México

Por Altamiro Borges

Durante algum tempo os colunistas da mídia, principalmente os tais “analistas de mercado” – nome fictício dos porta-vozes dos rentistas –, bajularam o México. O governo neoliberal daquele país, totalmente servil aos EUA via o acordo neocolonial do ‘Nafta’, era tratado como modernizante e inovador. Na campanha eleitoral do ano passado, o cambaleante Aécio Neves – o tucano que repete como papagaio tudo o que a mídia vomita – chegou a insinuar que o modelo mexicano seria o melhor para o Brasil. Pouco depois, esta pobre nação entrou em parafuso. A economia estagnou e explodiram inúmeras denúncias de corrupção. Diante do caos, a midiazona simplesmente extinguiu este país do mapa.

RBS sonegava sem saber. Haja caradura!

Por Altamiro Borges

A poderosa RBS, afiliada da TV Globo no Rio Grande do Sul e Santa Catarina e dona do jornal Zero Hora – entre vários outros veículos de comunicação –, está na berlinda. Ela foi uma das 12 grandes empresas flagradas pela Polícia Federal subornando conselheiros da Receita Federal para sonegar impostos. Segundo as provas já coletadas pela “Operação Zelotes”, ela devia R$ 672 milhões ao Fisco, mas pagou propinas para se livrar da cobrança. Descoberta na fraude fiscal, num primeiro momento ela jurou inocência: “A RBS desconhece a investigação e nega qualquer irregularidade em suas relações com a Receita Federal”. Na semana passada, porém, ela mudou de versão na maior caradura.